Cultura Pop
Nico Rezende: “Sempre tive essa veia pop, mas com um pé na MPB”

É só começar a introdução de Esquece e vem, maior hit do produtor, arranjador e músico Nico Rezende como cantor, que os anos 1980 retornam: as guitarras apitando, a cama de teclados, o som da bateria eletrônica (“que eu conseguia programar de modo que não parecesse eletrônica”, lembra Nico).
E agora o som dessa época está de volta mesmo: os três álbuns de Nico Rezende pela Warner foram reeditados nas plataformas digitais. Além disso, Nico relançou Esquece e vem em versão acústica (com participação da cantora Ive) e está preparando um disco novo para o fim do ano. Hoje tem sai single novo, Pra que serve uma canção. “Acho que estou na fase talvez mais criativa da vida, estou compondo como nunca compus antes”, diz Nico Rezende ao POP FANTASMA.
POP FANTASMA: Como tá sendo revisitar o sucesso de Esquece e vem alguns anos depois de lançado?
NICO REZENDE: Foi uma ideia que surgiu, muitas pessoas comentando sobre a música, e eu decidi fazer uma coisa meio luau, com uns violões. Dar uma repaginada na música, trazer para os dias de hoje. Ela tinha uma atmosfera pop anos 1980 e fiz a regravação, que é praticamente uma releitura de violões. E chamei a Ive, uma cantora amiga que mora em Portugal para a gente fazer juntos. A coisa foi acontecendo, foi bem aceito, tá tocando bastante em rádio, o clipe tá indo bem. Tá sendo um bom resgate.
Como essa música foi feita?
Essa música surgiu numa manhã de gravação em 1986. Eu estava no estúdio com o Lulu Santos, numa sessão de gravação para o disco dele. Eu cheguei muito cedo no estúdio e, tocando piano, pintou essa melodia. Lembro que pedi pro assistente de estúdio gravar para eu não esquecer. Gravei a melodia de piano e depois apresentei para o Paulinho Lima, meu parceiro. Na verdade ele nem era meu parceiro ainda, só apresentei a melodia e fomos juntos fazendo a letra.
Nessa época você já estava com ideia de fazer carreira solo? Você já era um arranjador bem requisitado.
Eu já tinha gravado dois compactos cantando, mas não tinha essa coisa… Eu ainda morava em São Paulo, e não tinha essa coisa do mainstream. Queria gravar mas não tinha na cabeça a ideia do popstar. Isso nunca esteve muito latente na minha cabeça. Gostava de compor, de tocar e de estúdio. Eu cresci em estúdio. A coisa foi andando mais quando eu gravei o primeiro álbum, com Esquece e vem.
Eu já tocava com Lulu na época e ele me deu um superespaço nos shows dele. Sempre cantava três músicas, e os shows eram superlotados. Senti que dava pé e comecei a tomar gosto pela coisa. Ainda mais com aquela escola, de estar vendo o Lulu em todos os shows. Eu fazia backing vocal e tocava teclado. Via o Lulu fazendo aquela performance maravilhosa que ele sempre fazia.
Antes disso já tinha visto um outro grande showman que era o Ritchie, sempre no palco performando, cantando. Aquilo tudo foi me acendendo essa chama e esse conhecimento a partir desse contato com eles.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Guilherme Arantes: “Meu próximo disco vai ser o meu ‘The Wall’”
Como você começou na música? Antes do Lulu teve o Ritchie, o Kiko Zambianchi… Você fez os arranjos do primeiro disco do Kiko, não?
Isso, fiz o arranjo, a gente produziu juntos na EMI, aqui no Rio. Comecei na música muito cedo, tocava em conjunto de baile. Eu fui muito curioso, tocava um pouco de tudo. Desde os 8 anos de idade já fazia violão clássico. Mas eu era curioso por teclados e tal. Eu fui crooner de baile de Carnaval, tinha um conjunto de Beatles que eu tocava contrabaixo, era o Paul McCartney do grupo, só tocava músicas do Paul.
Isso em São Paulo, certo? Você é paulista?
Sim, paulistano.
Mas você tem o maior sotaque carioca!
Eu já tô há trinta e tantos anos no Rio! Mas eu falo “paulista” perfeito também, se eu forçar eu consigo fazer. Mas a coisa foi andando assim, trabalhei em vários estúdios, fui assistente de estúdio, o cara que plugava os cabos. Isso foi me dando uma noção de estilos, sempre gostei muito de balada. Essa coisa da MPB pop, sempre tive essa veia pop, mas com um pé na MPB, sempre pronunciado, porque cresci ouvindo bossa nova. Adorava bossa nova, jazz, mas cresci ouvindo rock progressivo também.
Então minha formação tem essa mistura de coisas. Minha bagagem musical é essa, são coisas que eu escutava com meu pai, o que ele escutava e o que meus irmãos mais velhos escutavam. Ele não gostava muito de Roberto Carlos e eu adorava, tinha compactos dele, que eu ganhava. Lembro que o carrinho ia passando na rua e ia distribuindo compactos do Roberto Carlos…
Sério? Lá em São Paulo?
Acontecia isso, era uma kombi que distribuía os compactos de plástico. Era um patrocínio da Colgate! Era um disquinho colorido, promocional, lançamento da música. E foi assim que eu conheci a obra do Roberto, as primeiras músicas. Sempre gostei muito das baladas, gostava muito do Elton John, do Paul McCartney, do Stevie Wonder. Enfim, foram coisas que me influenciaram bastante. Acho que minha música tem um pouco de tudo isso. Consigo enxergar um pouco de Beatles na minha música, um pouco da harmonização mais Motown… Acho que a gente é produto do meio, a gente é o que a gente ouve.
E depois vieram Ritchie, Lulu. Você veio pro Rio imediatamente? Como foi isso?
Vim para fazer um teste na banda do Ritchie, para fazer a excursão Menina veneno. Éramos eu, Torcuato Mariano, Nilo Romero, todo mundo começando ali, né? Torcuato hoje é diretorzão da Globo, The Voice, guitarrista superconceituado. Eu tinha um tecladinho só, nem tinha nada. As coisas foram acontecendo, com Ritchie eu comprei mais um teclado, mais dois, mais três. E aí a coisa foi andando, comecei a ser chamado para fazer muito arranjo no Rio, Marina Lima me chamou… Gravei com todo mundo que você puder imaginar daquela época.
O Ritchie eu imagino que dava ter sido um susto porque foi aquela chegada brava no mainstream. Os shows dele eram muito lotados, né?
Foi realmente um susto, porque aquilo parecia Beatles. Em todos os lugares nos quais a gente ia – principalmente no Nordeste – os quarteirões das ruas dos hotéis tinham filas que davam voltas, formavam anéis. Era gente que queria pegar autógrafo dele. Nunca vi uma coisa assim. As pessoas passavam desmaiadas na frente do palco, era muita loucura.
O Ritchie comentou uma vez que as meninas desmaiavam de propósito porque achavam que seriam levadas para o camarim…
Era isso mesmo! Fingiam que desmaiavam para serem levadas para um lugar mais tranquilo. Acontecia. Aliás acontecia de tudo, até eu ir dormir e achar fã dentro do armário.
Como apareceu a Warner na sua vida?
Eu já tinha umas músicas estouradas nas vozes de outros artistas, Perigo com Zizi Possi, Transas na voz do Ritchie. Eu comecei a fazer meu primeiro disco e as gravadoras abriram o olho. O Liminha era diretor artístico da Warner, ouviu meu trabalho, gostou. Ele estava fazendo a trilha de uma novela, colocou o Esquece e vem na novela (O Outro, de 1986). Assim apareceu a Warner. Liminha tinha – ainda tem – um estúdio junto com o Gilberto Gil, que é o Nas Nuvens, e gravei dois desses três discos lá. A Warner me contratou e no primeiro disco já fui uma grande revelação. Eu era o que mais vendia na época (rindo).
Você ia muito no Chacrinha, lembro disso.
Ia lá, no Globo de Ouro, Fantástico eu fiz duas vezes. Aconteceu bastante coisa legal.
Você acredita que imprimiu uma marca no trabalho como arranjador e produtor? Tinha uma coisa bem característica do seu som que eram aqueles teclados na introdução… Como em Rolam as pedras, do Kiko Zambianchi…
Sim, esse arranjo é meu. Não sei, acho que tudo aconteceu meio por acaso. Eu tinha um teclado da Roland que todo mundo quando me via tocando nele, queria comprar. Eu fazia tudo com ele, era um teclado que tinha um sequenciador, eu programava tudo muito bem nele. Fui uma das primeiras pessoas a conseguir programar bateria eletrônica direito, que não parecesse eletrônica. Eu tinha essa coisa de estúdio, tirava até linhas de baixo. Tirei a linha de baixo de Casa, do Lulu Santos.
Eu achei uma sonoridade logo no primeiro disco, que era a seguinte: eu gostava muito de baixo fretless (sem traste, como o usado em Everytime you go away, de Paul Young) e umas guitarras bem espaciais, bem cinematográficas. O Torcuato era um cara perfeito para isso, ele tem uma timbragem de guitarra incrível. Eu procurava manter essas pessoas em tudo o que eu fazia. Chamava o Torcuato, o Arthur Maia no baixo, Leo Gandelman no sax – a gente fazia os solos de sax com uma pegada nada jazzística e muito pop, eram melodias, não solos. Aí é o famoso “diga-me com quem andas”.
Isso que tá acontecendo hoje com a música, de ela se tornar mais modal, com poucas variações na harmonia – você começar a caminhar harmonicamente sem mexer em muitas notas – acho que eu já fazia desde aquele tempo. Enxergo minha música assim, dessa coisa que enxerguei, da surpresa que o pop empreende no arranjo. Enxerguei isso naquela época e isso criou uma marca na minha música.
Você falou isso do baixo fretless, das guitarras espaciais, e lembrei direto do arranjo de Transas…
Isso, isso, tinha o Torcuato… Uma coisa meio cinema, de criar texturas sonoras, não tentar tocar a música, criar texturas. Imagens sonoras, sabe? Isso fica claro, quando entra o Esquece e vem, e vem a guitarra (imita o som) e as cordas vêm entrando devagarzinho. Aquilo já cria uma atmosfera. Eu me lembro do Liminha escutando isso e falando: “Pô, cara, isso parece cinema”. Falei que a ideia era essa mesmo, criar uma atmosfera cinematográfica para a música. Apostei nesse idioma e criei essa marca, acho que consegui.
E depois da Warner?
Estou no décimo disco. Em 1991 gravei o Tudo ficou para trás, foi numa gravadora chamada Esfinge, que logo quebrou. Até teve música em novela, Além da sedução (de Lua cheia de amor). Em 1995 gravei o Tapete azul, que também teve música em novela, Sempre a mesma história, da novela Quem é você? Em 2002 gravei o Curta a vida, foi um disco que eu gravei pela Som Livre. Tem várias inéditas e umas regravações.
Em 2007 eu fiz aquele que talvez seja meu melhor trabalho, o Paraíso invisível. É um disco que eu me preparei três anos para fazer, totalmente acústico, não tem teclados, todas as partes de camas de teclados são feitas por naipes de sopros. Mas um naipe nada usual. Eu fazia as camas com flugelhorn, flauta em sol e trombone. Em 2012 foi o Piano e voz, releitura de piano e voz das minhas cações mais relevantes. Dei uma pausa e comecei a tocar jazz em outro projeto. Gravei um DVD e CD tocando Chet Baker.
E agora venho lançando singles e no final do ano vou lançar meu décimo disco, que é o Vida que segue. Vai ter a releitura do Esquece e vem, um single que a gente vai fazer agora que é o Pra que serve uma canção. E outras inéditas, tem um feat com a Roberta Campos que tá pronto também. Fiz algumas pausas (rindo), até longas demais pro meu gosto. Mas a vida é isso mesmo. Mas acho que estou na fase talvez mais criativa da vida, estou compondo como nunca compus antes. Eu ligo o rádio e fico tão desanimado que me deu vontade de voltar (rindo). Brincadeira, tem coisas legais, mas a gente ouve umas coisas e “opa”.
E como tem sido o isolamento?
Dedicado ao estúdio: tenho trabalhado, composto, feito lives. Dei um tempinho, mas ano passado fiz 28 lives. Tenho composto bastante, produzido outras pessoas. Meu estúdio é perto da minha casa. Agora mesmo já estou trabalhando numa canção nova. Fiquei revendo HDs antigos também, coisas que estavam meio esquecidas e repaginei. Dei uma limpada no guarda-roupa.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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