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Lançamentos

Kaput: som sintetizado e frenético no single “Runner”

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Radar: dez sons que chegaram até a gente pelo Groover (na foto, o Kaput)

Vindo de Chicago, o Kaput é uma dupla formada por Brian Fox (Electrical Audio) e Nadia Garofalo (Heavy Feelings, ex-Ganser). Existe ainda um “terceiro elemento” que é o baterista M. Sord, que toca também no The Hitmakers, projeto de ninguém menos que Jon Spencer. O som do single mais recente deles, Runner, faz jus ao título: um pós-punk experimental, eletrônico, frenético, com uma letra que traz frases como “você vai correr até morrer”.

Nadia conta que o tema principal da música é a cultura capitalista do trabalho, além do burnout nosso de cada dia. “É algo que eu acho que cada um vivencia à sua maneira, percebendo que você pode correr muito e isso pode nunca ser o suficiente, porque o suficiente é algo que você tem que decidir por si mesmo. Eu imagino a clareza de uma corrida por uma rua suburbana sem fim”, diz. O grupo, que tem dois singles lançados (o primeiro, também de 2024, é High wire) é assumidamente influenciado por bandas como Talking Heads, ESG e Bush Tetras.

O grupo começou a ser montado quando Nadia saiu da Ganser (“ao longo dos anos, a banda cresceu e mudou, mas eu também cresci e mudei”, ela disse na época), e Brian a convidou para montarem um trabalho juntos, aproveitando “nossa afinidade por composições experimentais, música de sintetizador e poesia. E priorizando brincadeiras e experimentações nas músicas”, dizem os dois. Em 2025 deve sair o primeiro álbum.

  • E esse foi um som que chegou até o Pop Fantasma pelo nosso perfil no Groover – mande o seu som por lá!
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Crítica

Ouvimos: Jovens Ateus, “Vol. 1”

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Ouvimos: Jovens Ateus, “Vol. 1”

Aguardado com certa expectativa, o álbum da banda paranaense Jovens Ateus é sombrio, opera entre o pós-punk e a darkwave, e pode ser resumido por uma referência: o The Cure de discos sorumbáticos como Seventeen seconds (1980) e Disintegration (1989). O baixo de Bruno Deffune dá a argamassa de boa parte do repertório, e ele caminha, em várias faixas, para algo próximo dos hits mais deprês do grupo britânico, como A forest e Lovesong.

Você encontra essa sonoridade em faixas de Vol. 1 como Espelhos, Cedo demais, Homem em ruínas e Passos lentos, e também na fantasmagórica Introspectro, algo entre The Cure, Joy Division e My Bloody Valentine. Em Mágoas, um riff de guitarra costura aquele que é o pós-punk mais ensolarado do álbum – por sinal num álbum no qual a palavra “ensolarado” não pode ser encaixada com facilidade. Baixo e synth dão a cara de Flores mortas, vibrações eletrônicas marcam a vinheta tamanho-família Twinturbo mixtape e um insuspeito lado metalcore (!) da banda dá as caras em Saboteur got me bloody, que lembra Ministry.

Nota: 8
Gravadora: Balaclava Records
Lançamentos: 10 de abril de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

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Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

Com origens na “cacofonia da favela de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio” (frase tirada do próprio Instagram do grupo), o som do Funeral Macaco une pós-punk e brasilidades, num resultado que lembra tanto o rock pernambucano dos anos 1990 quanto bandas como Black Future e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita. A capa do disco, por sua vez, dá uns traços com a de Exuma I, a estreia do Exuma (do hit Exuma, The Obeah Man).

Canicule, a faixa-título, resume tudo: baixo pesado, batuque de umbanda, vocal parecendo um dialeto, guitarra econômica, bateria soando como uma porrada rápida, entre rock e jazz – basicamente uma só nota entendida e transformada em algo pesado e sombrio. Congo e Angola é um samba fantasmagórico, com letra que lembra algo de Luiz Melodia. Frevo é um frevo de vocal furioso e bateria igualmente tensa, uma energia que passa pelo entendimento pós-punk do estilo.

General Candongueiro traz vocal cantado num ponto de umbanda, letra soando como homenagem a uma entidade – algo que ressoa na percussão-e-voz de Morangueira, e no ritmo quase cardíaco, que vai crescendo aos poucos em letra e peso musical, de O tempo do maquinário não é o mesmo e Exu Elégbará. Ao vivo, o Funeral Macaco deve ser uma enorme surpresa – e vale esperar pelos próximos shows.

Nota: 10
Gravadora: Independente
Lançamento: 13 de março de 2025

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Crítica

Ouvimos: Morcegula, “Caravana dos desajustados”

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Ouvimos: Morcegula, “Caravana dos desajustados”

Com formação pouco usual – um duo de guitarra e bateria, sendo que a bateria é tocada em pé e sem uso de pratos – o Morcegula, formado por Badke (Carbona) e Rebeca Li (Pulmão Negro) faz rock de garagem e punk com referências de Ramones, Blondie, B-52s, Cramps e até Rita Lee e Mutantes.

Algo que remete ao grupo paulistano pode ser encontrado nas letras de faixas como Formiga (uma espécie de apologia às formigas, e uma das melhores letras do disco) e Ratazanagem, enquanto um cruzamento com The Hives surge em Jupiter falou. Tomo 13 é punk melódico com lembranças de Strenght to endure (Ramones) e um clima próximo das músicas de Chuck Berry aparece na abertura de R de rei.

O lado Cramps do Morcegula surge não apenas em referências musicais, como também na opção por um rock “de terror” – sempre apontando para o lado das criaturas marginais, como na faixa-título, e em músicas como Noiva cadáver e Causa mortis. Basicamente rock simples e com ganchos que remetem ao punk noturno e rueiro, destinado ao último volume.

Nota: 8,5
Gravadora: Goma Base
Lançamento: 10 de abril de 2025

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