Cultura Pop
Golden Shower: “Talvez Bolsonaro seja nosso fã”

O duo paulistano de música eletrônica Golden Shower, formado por Markus Karlus e Kevin Rodgers (aliás, Carlos Bêla e Roger Marmo), não poderia ter escolhido melhor hora para retomar as atividades. Pouco depois de recolocar suas “obras completas” na internet – dois discos, The Golden Album e The Shower Album, com material feito entre 1997 e 2006 – foram surpreendidos pelo tuíte do presidente Jair Bolsonaro atacando o Carnaval (com um vídeo explícito em que um sujeito faz xixi em outro). E pelo outro tuíte do presidente, em que ele perguntava “o que é golden shower?”.

A dupla contra-atacou da forma mais bem-humorada possível (olha só a figura acima). E aproveitou para dar uma divulgada na remasterização de suas músicas – um projeto que ganhou até trailer cheio de imagens tiradas de jogos do Atari (ver abaixo). O videogame popularizado no Brasil durante os anos 1980 serviu de base para o maior hit do Golden Shower, Video Computer System, cujo clipe virou viral (numa época em que era preciso explicar o que era um “viral”) ao ganhar o VMB 2000 da MTV na categoria música eletrônica.
Bati um papo com Carlos Bêla sobre a época em que o Golden Shower surgiu, sobre os relançamentos, e sobre como foi ver o sucesso involuntário (o post do “o que é Jair Bolsonaro?” foi bastante printado e compartilhado) bater na porta mais de vinte anos após as primeiras gravações da dupla.
POP FANTASMA: De uma hora para outra, por causa de um tuíte do nosso presidente, todo mundo passou a querer saber o que era “Golden Shower”. Como isso repercutiu no interesse pelo trabalho de vocês? Houve muita procura?
MARKUS KARLUS (CARLOS BÊLA): Sim, a procura aumentou muito nos últimos dias. Além de apresentar o som pra alguns, foi ótimo para as pessoas que conheciam nosso trabalho, mas não sabiam que estamos relançando todas as músicas e clipes remasterizados. Essas faixas e vídeos foram disponibilizados há duas ou três semanas. Ou seja, o tweet do presidente foi num timing perfeito. Talvez ele seja nosso fã. Mas já avisamos: não damos autógrafos.
Definam o Golden Shower (o grupo, no caso) para quem não conhece. Golden Shower é projeto multimídia que homenageia e ao mesmo tempo tira uma onda da cultura pop dos anos 1980. Começamos a compor em 1997 e até 2006 fizemos 19 músicas, dois clipes e outras colaborações digitais. Agora em 2019 estamos de volta com as músicas remasterizadas e disponíveis nas plataformas digitais, e queremos lançar mais coisas em breve.
Como estão vendo o fato de o Brasil mudar tanto minuto a minuto, por causa de tuitadas e declarações malucas? Aliás, como vocês, que começaram a fazer música eletrônica numa época em que internet a cabo ainda era conto da carochinha, estão enxergando essa era em que um disparo na internet vira o assunto da semana? Apesar de termos começado a fazer música em 1997, a internet esteve presente fortemente na nossa história. Quando lançamos o clipe da Video Computer System, em 2000, ele acabou sendo um viral numa época que mal se usava essa expressão. O clipe rodou o planeta numa internet discada, na base de envio de videos por email ou ICQ (!).

Agora, sem dúvida a coisa agora está mais rápida e caótica. O poder das redes sociais é assustador, no bom e no mau sentido. Há quem utilize isso de forma criativa, boa, positiva. E há quem só parece estar interessado em chafurdar, regurgitar negativamente, como é o caso de certos políticos…
Como surgiu o Golden Shower (mais uma vez pra deixar claro: o grupo)? A idéia surgiu numa época em que a gente ia direto numa lanchonete de madrugada, pra comer e falar bobagem. E lá, pelo menos naquela época, o rádio ficava sintonizado direto na Antena 1 FM. Só clássicos: Lionel Richie, Toto, Sade, Gazebo… Parecia que o dial tinha sido congelado por volta de 1985. E de repente a gente começou a prestar atenção naquelas músicas, e a perceber como tudo aquilo era pasteurizado e inócuo… mas ao mesmo tempo simpático, por causa de todas as lembranças que nos trazia. Afinal, a gente cresceu ouvindo essas pérolas. Foi aí que nasceu a ideia de prestarmos uma “homenagem” a esse tipo de música dos anos 1980, sempre com essa relação ambígua de desprezo e simpatia ao mesmo tempo.
A ideia a princípio era simplesmente fazer uma mega-coletânea dessas músicas. Era pra distribuir entre os amigos e todo mundo dar risada e ficar com vergonha ao lembrar que um dia dançou ao som de Mr. Mister. Pra isso fizemos uma extensa pesquisa, basicamente com trilhas sonoras de novelas da época e coletâneas tipo Video Hits.
Mas de repente a gente pensou: “Por que a gente mesmo não faz umas músicas horríveis logo de uma vez?” E foi assim que começamos, com o objetivo de fazer música assumidamente ruim, mas que pudesse passar por boa pelos ouvidos incautos, graças aos sons e timbres luxuosos e sofisticados que conseguimos a partir de um sintetizador que encontramos na época. Só que, pensando bem, nunca conseguimos fazer uma música 100% terrível, sempre acabava saindo alguma coisa legal no meio dela…
Que tipo de som influenciou vocês? Tudo isso citado aí em cima, a cultura pop dos anos 1980, do melhor ao pior: música, videogame, TV, cinema, arte, etc.
Alguma história engraçada ou curiosa dos primeiros shows ao vivo? Como era fazer música eletrônica ao vivo naquela época?Nunca fizemos shows. Houve uma única apresentação no festival Eletronika, em BH, no ano de 2002, mas ambos os integrantes não estiveram presentes, então não sabemos se foi legal ou não. Alguém por aqui estava lá pra contar pra gente?
Que equipamento vocês usavam para fazer música? O Atari, cujos sons são a base de Video Computer System, fazia parte do equipamento de estúdio? O Atari foi usado sim pra gravar a Video Computer System. Ligamos ele a uma TV, plugamos um microfone num Mac e gravamos tudo. São todos sons originais de Atari. Pegamos um que acharmos ainda funcionando (existe uma praga que todos os Ataris numa hora morrem, mas conseguimos pescar um ainda vivo), juntamos a maior quantidade possível de cartuchos de jogos que conseguimos com amigos, primos, vizinhos, inimigos, plugamos na TV e fomos jogando cada um deles, com um microfone apontado pra TV gravando todos os sons. Foi bem divertido. Depois fomos selecionado cada som dos jogos e construímos a música. Usávamos também um synth de guitarra, o GR30 da Roland. Acho que demoramos umas três semanas pra fazer a música.
Com o tempo foram surgindo muitos software instruments, e aí a coisa foi ficando mais fácil e variada. No início, usávamos o Deck II como programa pra montar e mixar as músicas, mas logo passamos para o Logic, na época ainda fabricado pela Emagic e que, mais tarde, foi comprado pela Apple — e existe até hoje.
Era tudo feito no computador, mesmo, então… Tudo feito em casa, num Mac, com vários softwares, um microfone, e muito requinte e sofisticação. Fazíamos muitas gravações direto no computador logo no começo do projeto, em 1997. As 5 primeiras músicas basicamente são todas feitas dessa maneira. Só depois que os instrumentos virtuais foram aparecendo e sendo mais usados.
Como foi feito o clipe? Antes mesmo da gente concluir a música já sabíamos que seria impossível não fazer um clipe pra ela. O tema era bom demais pra deixar passar, a referência aos velhos joguinhos do Atari apresentava possibilidades gráficas ilimitadas. Mas por um motivo ou outro a gente nunca conseguia tocar o projeto adiante. A coisa só foi sair mesmo três anos depois, quando os caras da Lobo entraram na história. Eles assumiram o projeto e levaram até o fim, trabalhando como uns loucos pra terminar o clipe a tempo de inscrevê-lo no VMB da MTV.
O clipe foi vencedor na categoria música eletrônica no VMB 2000 da MTV. E virou viral numa época em que “viral” também era história de conto de fadas. O que isso representou pra vocês na época? O prêmio da MTV garantiu um bela exposição pra gente, sem dúvida. Algumas aparições nos jornais, a veiculação do clipe na programação normal por um tempo… Mas nada se compara ao retorno que a gente conseguiu a partir do momento em que nosso vídeo começou a circular pela internet. Foi meio sem querer. Na verdade, a gente ainda nem tinha um site propriamente dito. Só uma página provisória com um link pra baixar o clipe. E mesmo assim ele virou uma verdadeira praga, chegando ao primeiro lugar da lista das coisas mais “infecciosas” na internet feita pelo site Heavy.com (do David Carson), site gigante na época.
Começamos a receber e-mails de tudo quanto é canto do mundo, de gente desesperada pra saber mais sobre o Golden Shower. E a essa altura, seis meses depois, nosso clipe estava passando nas TVs da Alemanha e da Dinamarca. A além de ter figurado em festivais de vídeo digital como o DFILM e em sites como o New Venue, também bem importante no início dos anos 2000. Chegou até a aparecer como destaque na área de vídeo do site da Apple (2000 e 2001).
Até hoje ele está por aí, participando de exposições e mostras. A expo Spectacle: The Music Video viajou vários países e esteve inclusive em São Paulo, no MIS, por alguns meses. Lá o clipe foi apresentado dentro de um fliperama, bem ao estilo dos jogos que o clipe se inspirou.
Muita coisa que vocês fizeram deu uma bela adiantada na onda vaporwave. Ao ouvirem artistas desse estilo, vocês pensam um “pô, mas eu já fazia isso em 1999…”? Pra ser bem sincero, não acompanhamos muito a onda vaporwave. Um dos motivos é o uso exacerbado de clichês. Ao invés de se criar um estilo onde há uma releitura, acabam fazendo uma mera colagem praticamente literal do que se fazia nos anos 80. E isso é bem desinteressante.
O que sempre buscamos no Golden Shower foi reinterpretar, ironizar, pegar algo e misturar com outro elemento inusitado e que podia até nada ter a ver com a homenagem que estávamos fazendo. Cada música criada tinha uma lista enorme de referências, ironias e piadas internas.
A ideia do projeto nunca foi de emular literalmente o que se fazia numa época passada. Pra isso, bastava ouvir as músicas e ver as artes de então.
Me fala um pouco das diferenças entre os dois discos que vocês lançaram, The Golden Album e The Shower Album. Os dois são de gravações da época? Houve algum tratamento ou modificação nos fonogramas? Nossa ideia sempre foi disponibilizar as músicas na web, desde o início do projeto, quando isso era impensável por 98% das bandas. Tavam lá no site, pra quem quisesse baixar e ouvir no aconchego do seu boombox (sim, teve gente que gravou as músicas em fita cassette). Então, a ideia de “disco”, como aquela coisa de compilação de faixas, com ordem específica, nunca existiu. Eram faixas separadas, cada uma com sua história, pra serem ouvidas em modo randômico junto com as outras.
Mas as plataformas digitais, mesmo modernas, ainda seguem aquele formato de LP, EP. Achamos que seria estranho lançar 19 singles, faixas separadas e, por isso, surgiu a ideia de compilar tudo em dois discos, seguindo uma revolucionária organização: ordem cronológica.
O primeiro disco, The Golden Album, cobre a fase mais escrachada do projeto, com músicas de 1997 a 2000 e o segundo, The Shower Album, mostra uma fase mais madura, de 2001 a 2006.
Todas as 19 músicas foram remasterizadas pra esses lançamentos de 2019. A Video Computer System teve um tratamento ainda mais específico e difícil: fizemos uma nova mixagem pra ela, regulando de novo volumes e tratando detalhadamente os sons. O que resultou uma versão muito mais aberta e clara da música, mas sem perder sua essência.
Os dois clipes oficiais também foram mexidos: lançamos versões Full HD deles, com os áudios igualmente remasterizados (confira o outro clipe da dupla, o de Total control, abaixo).
Esse material, na época, ficou disponível apenas na internet? Não foram feitos discos?Apenas internet, com muito orgulho. Na época, nos chamávamos de “projeto virtual”, já que ninguém mostrava a cara, usávamos pseudônimos, não fazíamos shows, não lançávamos discos, etc. Depois surgiram o Gorillaz e outras bandas com essa ideia e o termo “projeto virtual” perdeu o sentido.
Alguma chance de vocês saírem em turnê, agora que “Golden Shower”, involuntariamente, virou papo de mesa de bar? Por enquanto continuaremos fazendo golden shower escondido. Essa história de escancarar golden shower pro Brasil todo ver, nós deixamos pra políticos de atitudes questionáveis.
Conheça aqui o site do Golden Shower
Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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