Artes
Um disco gravado por 50 mil abelhas
Tem vontade de ouvir um disco cujo som é composto pelo zumbido de cerca de 50 mil abelhas? Se esse sempre foi seu sonho, seus problemas terminaram: em 2016 o projeto Be lançou o disco One, que acrescenta vozes e instrumentos aos ruídos de uma colmeia lotadíssima.
Vale dizer que o disco é bem interessante e o projeto (no qual a Rough Trade, veterana gravadora independente britânica, esteve envolvida) era bem ambicioso. A ideia era promover “uma sinfonia multi-sensorial em constante mudança e evolução – um diálogo entre abelhas e humanos”.
O disco inteiro você encontra até no Spotify.
O som de One foi apresentado em 7 de outubro do ano passado na Catedral de Coventry. O projeto teve concepção feita por músicos como Kevin Bales (que tocou com Spiritualized e Julian Cope) e vocais feitos pela adolescente Camille Buttress. E participação de um coral formado por internos do The Pod, centro de Coventry que lida com questões ligadas à saúde mental.
Toda a ideia de One e do projeto Be veio do artista plástico Wolfgang Buttress (pai de Camille), que na Expo 2015, de Milão, construiu um pavilhão de 50 toneladas e 17 metros de altura chamado The hive (“a colmeia”). Buttress tinha sido convidado para fazer por lá uma obra que representasse o tema “alimentar o planeta”. Decidiu chamar a atenção para o fato de que as abelhas são responsáveis por cerca de 30% dos alimentos que comemos.
Para dentro da colmeia, Buttress decidiu colocar imagens de uma colmeia de verdade: a do doutor Dr. Martin Bencsik, da Universidade de Nottingham, que é especialista em comunicação de abelhas.
E o som ambiente? Buttress já era amigo de Bales e de um colega deste, Tony Foster, e os havia convidado para fazer algo por lá. Aí entrou a esposa de Bencsik, a violoncelista Deirdre Bencsik, que percebeu que as abelhas zumbiam numa nota comum. Deu nisso aí (via The Guardian).
Olha aí The hive por dentro. A instalação está agora no Kew Gardens, em Sussex.
https://www.youtube.com/watch?v=iLcU9rhcqQw
Pauta sugerida pelo amigo e colaborador do POP FANTASMA Luciano Cirne.
Artes
Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61
Frank Kozik, um dos mais criativos artistas gráficos e criadores de capas de discos dos últimos 30 anos, morreu no sábado, de causas não-reveladas, aos 61 anos, na Califórnia. Nascido na Espanha e radicado nos Estados Unidos, filho de norte-americano e espanhola, Kozik fez artes para bandas como Queens Of The Stone Age (o primeiro disco, de 1998, epônimo), Melvins (Houdini), Offspring (Americana), e ainda criou pôsteres de turnê para Nirvana, Sonic Youth, White Stripes, Butthole Surfers e outros grupos.
“Frank era um homem maior do que ele mesmo, um ícone em cada gênero em que trabalhou”, diz uma declaração compartilhada pela esposa de Kozik, Sharon. “Ele mudou drasticamente a indústria da qual fazia parte. Ele era uma força criativa da natureza. Estamos muito além de sortudos e honrados por fazer parte de sua jornada, e ele fará falta além do que as palavras poderiam expressar”. Ele costumava atribuir muito do seu trabalho artístico ao fato de ter “um senso de humor sombrio” e a ter crescido no meio do punk rock.
Kozik começou a fazer pôsteres enquanto morava em Austin, Texas, no início dos anos 1980 e chegou a trabalhar com publicidade antes das capas de discos, Também foi dono de uma gravadora, a Man’s Ruin Records, e foi diretor criativo da Kidrobot, a empresa de brinquedos artísticos de edição limitada. Dirigiu também um clipe do Soundgarden, Pretty noose.
Artes
E se a capa “da raquete” do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?
Se você ouviu o episódio mais recente do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre o Led Zeppelin no ano de 1972 (não ouviu? tá aqui), deve lembrar que em 1972, o grupo estava elaborando o disco Houses of the holy, que acabou sendo lançado só um ano depois. E que antes daquela capa com as crianças ficar pronta, Storm Thorgerson, da empresa Hipgnosis, havia sugerido a eles uma capa “com uma quadra de tênis verde e uma raquete” – que Jimmy Page odiou.
Aparentemente essa capa rejeitada (rejeitadíssima, Page ficou p… da vida com a sugestão e mandou o designer sumir da frente dele) nunca tinha sido desenhada. Pelo menos até agora. A Aline Haluch, que faz as artes do Pop Fantasma Documento e do Acervo Pop Fantasma, fez três versões da ideia original de Storm para Houses of the holy. Mais do que uma brincadeira com a história, fica aqui como homenagem a esse designer morto em 2013, e que revolucionou as capas de discos.
“A ideia foi fazer aquelas brincadeiras das capas do Pink Floyd, como a do cara cheio de lâmpadas no disco ao vivo A momentary lapse of reason (de 1988, feita pelo mesmo Storm Thorgerson). Quis brincar com as sobreposições das redes, mas são redes de aço, aquelas de cadeia. Um pouco como se fosse um condomínio, já que tênis é um jogo da elite, cercada de proteção”, conta. “Na segunda capa, a própria raquete é de grama. E na terceira, tem um céu, meio que para brincar com a paisagem da capa do disco Atom heart mother, também do Pink Floyd (1970, com capa também de Storm)“.
A que a gente mais gostou (a do céu), ganhou a faixinha branca com o nome do disco e da banda, que vinha envolvendo a capa do LP original. 🙂
Artes
Aquela vez em que Elifas Andreato começou a fazer capas de discos
“Em 2009, os jornalistas Marcos Lauro e Peu Araújo entrevistaram o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbnail da rede mundial. Players como Spotify já existiam, mas ainda não eram populares como hoje. A matéria nunca saiu, isso acontece. Mas um trecho do material guardado está aqui em homenagem a Elifas Andreato, que nos deixou no dia 29 de março aos 76 anos. Vida eterna ao artista e sua imensa obra”.
Em 2009, @peuaraujo__ e eu entrevistamos o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbail da rede mundial.
— Marcos Lauro (@marcoslauro) March 30, 2022
Logo depois que Elifas morreu, o radialista, jornalista e podcaster Marcos Lauro subiu no YouTube esse bate-papo dele e de Peu com o capista. A conversa é curtinha mas cheia de detalhes a respeito de como Elifas entrou no mundo das capas de discos – ele trabalhava na editora Abril Cultural em 1970 e acabou fazendo as capas da série História da Música Popular Brasileira, com discos vendidos em bancas de jornal. O trabalho gráfico foi considerado inovador para a época, “e a ideia era interpretar cada personagem de uma maneira”, conta. Foi a partir daí que Elifas conheceu vários artistas e se envolveu com o trabalho nas capas de discos. Partiu direto para a produção de uma capa de Paulinho da Viola – a do disco Foi um rio que passou em minha vida, em 1970, mas ainda apenas usando uma foto do cantor, sem desenhos.
Confira o bate-papo aí.
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 8: Setealém
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 2: Teletubbies
-
Notícias7 anos ago
Saiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
-
Cinema7 anos ago
Will Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
-
Videos7 anos ago
Um médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
-
Cultura Pop8 anos ago
Barra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
-
Cultura Pop6 anos ago
Aquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
-
Cultura Pop7 anos ago
Fórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?