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Som

Davie504: três baixos de preços diferentes num mesmo solo

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Davie504: três baixos de preços diferentes num mesmo solo

Um baixista youtuber. Davie504 toca baixo, curte revelar curiosidades e fazer experimentos ligados ao instrumento e grava vídeos com o resultado. Dessa vez, ele aperfeiçoou um experimento que já havia feito no ano passado: pegou três baixos de diferentes tipos e escalas de preços, e misturou todos num único solo, para fazer uma análise comparativa. No vídeo, ele aparece tocando um Roytek de US$ 20 encontrado em um mercado de pulgas, um baixo Davie504 signature (olha!) de US$ 630 feito pela Chowny e um baixo de cinco cordas de US$ 5.000 da Supra Basses.

Outro vídeo legal dele: um seguidor desafia David a arrumar um baixo de 24 cordas e tocá-lo. E ele consegue o instrumento e toca.

Via Laughing Squid.

Crítica

Ouvimos: Van Morrison – “Remembering now”

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Ouvimos: Van Morrison - "Remembering now"

RESENHA: Van Morrison tenta se redimir com o belo Remembering now, após queimar o filme com negacionismo. Um disco nostálgico, romântico e musicalmente rico.

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Van Morrison adotou uma perspectiva completamente obtusa e negacionista na pandemia de Covid – algo que queimou o filme com vários fãs da antiga e afastou muitos futuros seguidores do som dele (um amálgama de soul, blues, jazz, folk, r&b das antigas e rock dos primeiros tempos). Se isso fez você começar a dar de ombros para o velho Van, esqueça tudo e dê uma chance a Remembering now, seu 47º disco de estúdio.

O disco de inéditas anterior de Van, What’s it gonna take? (2022), ajudou bastante a jogar a reputação do cantor na vala: era um álbum repleto de músicas chatas, com letras mandando bala num blá-blá-blá negacionista sem fim. Vale citar que Van, ao contrário do que vários fãs acham, está longe de ser um cara que tem uma discografia perfeita – coisa que nem Bob Dylan conseguiu.

Remembering now pode assustar de cara pela duração extensa (68 minutos) e pode soar meio cínico para muita gente – essa coisa de “relembrando agora” parece escapista demais, vinda de um cara que cantou “chega de isolamento!” na pandemia. Só que o disco apela à saudade da melhor maneira possível, vamos dizer assim.

No novo álbum, Van faz soul-de-olhos-azuis dos velhos tempos em Down to joy e If it wasn’t for Ray (homenagem a Ray Charles), migra para o country nostálgico em Haven’t lost my sense of wonder, Cutting corners e Love, lover and beloved, e impressiona pelo romantismo das baladas: The only love I ever need is yours, Memories and visions, When the rains come, Colourblind – uma delas pode ser a trilha do seu casamento. No final, um clima soul pré-disco domina os quase nove minutos de Streching out.

  • Ouvimos: Neil Young – Oceanside countryside
  • Ouvimos: Neil Young & Crazy Horse – Early daze
  • Ouvimos: Bob Dylan – The complete Budokan 1978 (Live)

Raríssimos artistas que decidiram adotar posturas politicamente tacanhas o fizeram sem ter uma ideia de quem era seu público de verdade, pelo menos aqui no Brasil. No caso de Van, dá para dizer que a faixa-título do disco, uma balada em tom de talking blues, é seu manifesto: uma canção alegre por estar “de volta a Belfast / foi assim que comecei”. Back to writing love songs mostra o que ele está pronto para fazer, agora que não se sente mais tendo que dar explicações a respeito de nada (“e quanto à alma e à aspiração? / que tal levar isso de volta ao dia? / tenho que fazer meu mojo funcionar”).

Talvez você encare a nova viagem de Van como uma baita pisada no acelerador do conservadorismo – e até que parece ser. O autor do clássico álbum Astral weeks, a bem da verdade, podia ter resolvido relembrar como era legal andar nas ruas quando ninguém podia sair nelas sem usar máscara – e talvez fizesse um bem maior a seu imenso fã-clube. Mas, vá lá, Remembering now é um disco muito bonito. E talvez seja o que realmente importa.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Exile/Virgin
Lançamento: 13 de junho de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Lil Wayne – “Tha Carter VI”

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Ouvimos: Lil Wayne - "Tha Carter VI"

RESENHA: Disco novo do rapper Lil Wayne, Tha Carter VI tem boas ideias, vários tropeços e aposta na tradição. Um disco longo, feito pra fãs fiéis.

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Vai ter muita gente decidindo escutar o novo disco de Lil Wayne em partes – como se fosse um livro, um pouco a cada dia. Tha Carter VI tem mais de uma hora de música, já ganhou uma edição com faixas bônus, e parece seguir uma onda parecida com a dos filmes de super-heróis – aquela coisa de ganhar pela perseguição, pela porrada, pelos tiros, mais do que pelo conteúdo.

Tha Carter, vale falar, tem bastante a ver com a lógica dos blockbusters – é uma série de discos que já vem sendo feita por Lil há duas décadas (o primeiro Tha Carter saiu em 2004). Supostamente, são histórias mais pessoais e escritas no mesmo fluxo que comandou o primeiro volume da série. Na época, Wayne, cujo nome verdadeiro é Dwayne Michael Carter Jr (daí o título do disco), decidiu sair montando os raps na base da intuição e do sentimentos – chegou a declarar que fazia versos o tempo todo, sem nem ter um papel à mão para anotar.

Os Tha Carter foram acompanhando os vais-e-vens da carreira de Wayne – problemas com direitos autorais, prisões, etc. O novo disco da série serve mais para continuar a tradição e para mostrar que Lil Wayne foi considerado o maior rapper do mundo durante vários anos. E sim, o storytelling dele continua o fino em vários momentos. Mas vale dizer que são bem estranhas as tentativas de tornar seu som mais palatável para a galera que não necessariamente é fã de rap.

  • Ouvimos: Snoop Dogg – Iz it a crime?
  • Ouvimos: Stefanie – Bunmi
  • Ouvimos: Will Smith – Based on a true story
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Só pra você ter uma ideia, Wayne decidiu pegar Island in the sun, do Weezer (!), e transformá-la num rap chamado Island holiday. Não parece uma perspectiva muito exata do que pode render sucesso – e não parece acrescentar nem à música original, nem a seu trabalho como compositor. Maria é um rap construído sobre a voz de Andrea Boccelli cantando Ave Maria. Igualmente não parece ter muita graça – mesmo que a letra seja uma história emocionante sobre como Lil e Wyclef Jean (que participa da faixa) construíram seus impérios mesmo com tudo remando contra.

Musicalmente, o que mais fica na cabeça é o samba-soul batido no clavinet de Hip hop, além do batidão afropop de Flex up e o r&b zoeiro de Peanuts 2 N elephant – uma música em que ele compara todo o hip hop a amendoins enquanto ele é “um elefante”, e em que o nome de Donald Trump, vai entender o motivo, aparece lá pelas tantas (vale lembrar que Wayne, assim como Snoop Dogg, tem uma relação pra lá de enrolada com o presida dos EUA). Ou a onda ska reggae de Cotton candy. Tem o clima sombrio de Bells e de Sharks, também.

De mal colado e mal resolvido, tem bastante coisa, como a melosa If I played guitar e o hip hop texturixzado de Loki’s theme, que em dado momento chega a lembrar um bisonho nu metal. The days tem ninguém menos que Bono, do U2, no vocal – e a melodia tem clima de balada do grupo irlandês. Mula komin in, com Lil Novi (filho de 14 anos de Wayne), soa como uma concessão meio mal feita à onda trap. Ficou estranho e, em vários momentos, o trabalho musical afunda os raps sinuosos de Wayne.

Encarar os quase 80 minutos de Tha Carter VI é pra grandes fãs – e dado o passado de Lil Wayne, justifica-se que muita gente faça isso. Mas…

Texto: Ricardo Schott

Nota: 6,5
Gravadora: Young Money / Republic
Lançamento: 6 de junho de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Charlie Nieland – “The ocean understands” (EP)

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Ouvimos: Charlie Nieland - "The ocean understands" (EP)

RESENHA: Novo EP de Charlie Nieland mistura psicodelia, pós-punk e dream pop com climas ruidosos e oníricos.

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Uma curiosa mistura de psicodelia, pós-punk, stoner rock e de doideiras típicas do rock britânico surge no EP novo de Charlie Nieland. Produtor com um currículo que inclui trabalhos com Debbie Harry e Rufus Wainwright, além de traabalhos como trilheiro, ele tem só dois álbuns solo na discografia e retorna com The ocean understands, disco de quatro faixas cuja matéria-prima é o mergulho em ambientes que misturam ruidos e sonhos – como na imersiva Drown, que abre o disco.

Redshift, na sequência, tem um início próximo do grunge – ganhando um clima entre o progressivo e o dream pop logo depois. Já Shame une o ataque sonoro do Wire ao clima das canções de Lou Reed (o vocal de Charlie lembra bastante o de Lou nessa faixa), com uma letra que soa como uma conversa entre um reaça e um glam rocker, repleta de provocações. No final, o tom sonhador e ruidoso de Elegy, com vibe fúnebre e letra declamada (“alguém com um rosto / alguém com um coração / já se foi / o mundo gira / como aves de rapina sobre a carniça”).

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 10 de junho de 2025

  • Ouvimos: Pip Blom – Grip (EP)
  • Ouvimos: Merli Armisa – Ortensie comete
  • Ouvimos: Spiderman Pterodactyl – Shore leaves (EP)

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