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Cultura Pop

Quando fizeram botas de cowboy com uma das capas de disco mais bizarras de todos os tempos

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Já pensou você, quando acabar a quarentena, passeando por aí com botas de cowboy (?) com a ilustração da capa de Jardim elétrico, dos Mutantes? Ou com cada um das botas contendo a cara de um dos irmãos Reid, do Jesus & Mary Chain, como na capa do disco Barbed wire kisses? Ou com o monstro da capa de Monster, disco do R.E.M? Ou com qualquer ilustração maluca que você quiser?

Bom, se o seu problema é esse, capaz de Lisa Sorrell, a rainha das botas customizadas de cowboy, resolver tudo pra você. Ela mora no Oklahoma, e faz botas incríveis a partir de seu próprio portfolio, além de aceitar ideias de customização por parte dos clientes. A história de Lisa também é bastante peculiar. Ela foi, como diz seu site, “criada no sudoeste do Missouri, em uma pequena igreja conservadora, onde todas as mulheres usavam cabelos longos e vestidos longos”. Aos 12 anos, aprendeu a costurar com a mãe. Casou-se em 1990, mudou-se para Oklahoma e viu um anúncio no jornal que solicitava os serviços de uma costureira. Aprendeu a fazer botas de cowboy e desde então não parou mais.

E em 2018, esse aí foi um dos serviços feitos por Lisa. Botas com a ilustração da capa de um clássico da música gospel e das bizarrices musicais, Satan is real, disco da dupla country The Louvin Brothers (1960).

Muita gente conhece a capa de Satan is real por vias, er, um tanto tortas: por intermédio dos sites que publicam listas com capas bizarras de discos. A verdade é que os dois irmãos Louvin (Ira e Charlie, cujos nomes verdadeiros eram Lonnie e Charlie Loudermilk) têm discos bem interessantes em sua discografia, e esse é um deles. Os dois foram aposta de gravadoras como MGM e Capitol e chegaram a fazer bastante sucesso. São citados por nomes como Emmylou Harris como uma dupla excelente e influente do country.

Só que, bem longe de serem dois irmãos cristãos e unidos, a dupla brigava mais que os Gallagher, do Oasis. Ira, em particular, era bastante instável e abusivo, tanto com suas namoradas e esposas, quanto com seu próprio irmão. Além disso, ele também bebia bastante e tinha ataques de nervosismo no palco. Charlie acabou se aporrinhando com as maluquices do mano mais velho, e começou carreira solo em 1963. Gravou vários discos e teve músicas regravadas por outros artistas.

Ironicamente, foi um motorista bêbado que pôs fim à vida de Ira, em 1965, quando o cantor tinha 41 anos e viajava de automóvel com sua quarta esposa, que morreu junto dele.  Charlie morreu em 2011 aos 85 (mais ironicamente ainda, de câncer no pâncreas) e chegou a lançar um livro de memórias – por acaso intitulado Satan is real. A resenha publicada na Amazon.com sobre o livro classifica a dupla como “Caim e Abel góticos do Sul dos EUA”. Barra pesada.

O par de botas feito por Lisa não surgiu de uma ideia dela: foi encomenda de uma dupla country chamada Malpass. Enquanto fazia as botas, Lisa chegou a publicar alguns dos estudos que fez para o par, e até mesmo um vídeo em que aparecia produzindo sua mais nova criação. Não esqueceu de citar que o diabinho da capa do disco tem dentes salientes. Olha aí.

Ficou interessado em fazer negócio com Lisa? Primeiro: espere passar o isolamento causado pelo coronavírus, porque, numa hora dessas, fazer encomendas pelo correio (ainda mais em se tratando de pacotes importados) é uma loteria daquelas. Segundo: espere passar a crise, porque os preços da fazedora de botas começam a partir de dez mil dólares. Boa sorte!

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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