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Lançamentos

Aline Vivas e Claudio Lyra se unem em single, “Só vim chegar”

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Além de seus próprios trabalhos, Claudio Lyra (Esquadrão Sonzeira Total e solo) e Aline Vivas (Barba Ruiva, solo também) encontram-se no single em dupla Só vim chegar – que na realidade é uma versão de uma faixa solo de Claudio, parceria dele com Gabriel Pardal. Os dois haviam começado a trabalhar juntos em 2020, deixaram a gravação guardada e foram fazer seus próprios trabalhos. A música está sendo revisitada pela dupla agora, com o lançamento da faixa. O single é um lançamento da Caravela Records.

“Eu trabalhava na gestão de carreira do Claudio Lyra durante a pandemia e escutava bastante suas composições, fui me apaixonando pelo som das músicas e fiquei com muita vontade de gravar Só vim chegar, pois me senti conectada com vários elementos dessa canção, como a identificação imagética com o mar e a natureza, a sensação de às vezes se sentir meio alienígena (risos), a vibe pacífica e busca por tranquilidade na vida”, diz Aline.

Além da nova música de clima praieiro, em ritmo de ijexá, Claudio e Aline vêm trabalhando em outras coisas. O cantor lançou os singles Motoqueira e Medida protetiva com o Esquadrão Sonzeira Total e em 2021 lançou o terceiro disco, Vale da realidade. Em 2022, Aline lançou o disco solo Casulo. Banda de Aline, o Barba Ruiva lançou em 2022 os singles Notícias e Resto do mundo.

Crítica

Ouvimos: Perfume Genius, “Glory”

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Ouvimos: Perfume Genius, “Glory”

Na capa de Glory, Mike Hadreas, o criador do Perfume Genius, está numa pose bem difícil de descrever. Na real, parece com aquela gag típica de história em quadrinhos, em que uma pessoa simplesmente desmaia de tão assustada com o que acabou de ouvir. Mas pela imagem, dá para sentir que o mundo lá fora (a janela está ali como pista) guarda sustos, medos, desmaios – ou uma vontade súbita de paralisar diante do tamanho do desafio.

Sem bancar o psicólogo de botequim, vale dizer que Mike tem contado por aí que Glory, sétimo álbum do Perfume Genius, nasceu no rastro da pandemia. É um disco em que ele revisita as depressões do período e os medos que floresceram depois. Ao site Stereogum, por exemplo, confessou que passou a ter medo de avião – e ganhou uma nova consciência sobre sua própria fragilidade. Tudo a ver com essa sensação de que o mundo externo pode ser um susto constante. Essa ideia ecoa em várias faixas do álbum, como It’s a mirror e Clean heart – a primeira, um folk com beats experimentais, cordas e ruídos; a segunda, um rock de estrutura folk, clima rarefeito e gravação que valoriza o espaço e a ambiência.

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Mais do que nas letras, é na sonoridade e no tratamento de mixagem que Glory traz essa sensação de isolamento e a tentativa de reunir coragem para enfrentar o que vem de fora. Em Front teeth, com Aldous Harding, um country blues vai ganhando peso e intensidade de forma repentina. Left for tomorrow, segundo Mike, fala sobre a perda de pessoas queridas – num folk espacial e estradeiro, em que teclados, distorções e uma bateria “lá longe” criam um cenário meio selvagem. Já Capezio tem ares noturnos e misteriosos, um folk que remete ao lado mais tranquilo de Captain Beefheart, com vocais trêmulos que lembram In another land, dos Rolling Stones.

Mas Glory também tem luz – e até política. A felicidade aparece logo em Me & angel, homenagem a seu companheiro Alan Wyffels, em um clima que mistura Elton John e o lado bittersweet dos anos 70. Full on, que poderia ter saído da mente de Kate Bush ou Judee Sill, ironiza a masculinidade observando um jogador de beisebol caindo no chão e chorando. A faixa-título é quase uma meditação: poucos versos, a ideia de uma “glória silenciosa”. E Dion fecha o álbum unindo Beach Boys e Brian Eno num ambiente musicado, etéreo e delicado. Glory investe nela mesma – na glória. Mas também em delicadeza, coragem e magia musical.

Nota: 8,5
Gravadora: Matador Records
Lançamento: 28 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Mumford & Sons, “Rushmere”

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Ouvimos: Mumford & Sons, “Rushmere”

O novo disco do Mumford & Sons funciona. Enfim, é aquele tipo de disco no qual vai ser difícil você ver algo de diferente, porque Marcus Mumford e seus amigos têm uma fórmula, que é seguida quase à risca – rendendo bons momentos e outros nem tanto. No caso de Rushmere, as canções são, hum, boas – mas ao final da audição, fica uma sensação de não haver nada de novo. E até para fazer “o de sempre”, você tem que dar a impressão de que o/a ouvinte vai encontrar novidades.

A Clash Magazine falou extremamente bem de Rushmere e disse que o novo álbum do Mumford & Sons é como “estar envolvido em um abraço caloroso, possivelmente depois de um dia particularmente difícil”. Faz sentido, e parece ser a intenção de faixas como Malibu, um country estradeiro, com andamento orquestral no final, e o country rock doce romântico de Caroline, que deixa entrever mais que apenas uma influência de Fleetwood Mac e cita deslavadamente o hit You can go your own way, só que em outro contexto. “Caroline / você pode seguir seu próprio caminho / mas meu rosto irá segui-la e preencher seus sonhos”. Carry on, no final, é uma baladinha clichê – mas clichês são usados justamente porque dão certo.

É por aí que Rushmere segue, aproximando o country do pop na faixa-título; e do jazz e do bitterseet setentista em Whete it belongs – e também fazendo a melhor imitação possível de Simon & Garfunkel na violada de Monochrome. A segunda porção do disco é recomendada para quem curte canções quase despedaçadas – em Anchor, por exemplo, o violão fica quase inaudível, com voz à frente. Surrender, que vem depois, não é tão diferente disso.

Marcus Mumford aposta em sua música, aparentemente, como um veículo de identificação com os/as ouvintes, e esse talvez seja o grande trunfo do Mumford & Sons – criar canções para embalar momentos, para falar verdades, e para ouvir lembrando de alguma coisa, ou de alguém. De excepcional, e valendo a pena escutar várias vezes, tem Truth, que soa como um country funk na onda de bandas como Jefferson Airplane, ainda que bem mais pop. Até mesmo as guitarras seguem essa onda. Ponha essa faixa na sua playlist correndo, mas ainda que Mumford & Sons mirem a beleza das composições como um gol, falta a boa e velha estranhice musical a Rushmere.

Nota: 7
Gravadora: Island/Glassnote
Lançamento: 28 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Marina Sena, “Coisas naturais”

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Ouvimos: Marina Sena, “Coisas naturais”

Poderia ter sido sempre assim: Coisas naturais é o terceiro disco de Marina Sena e o primeiro no qual ela está inteira, concebendo um álbum que consegue juntar tecnobrega, funk, reggae, kuduro, sofisticação herdada de Billie Eilish, notas extensas herdadas de Gal Costa. Um timbre bem parecido com o da cantora baiana surge em músicas como a faixa-título, uma ciranda pop que abre o álbum, e Sem lei.

A mudança vocal talvez seja uma resposta às críticas que ela recebeu pelo show no festival The Town no qual cantava o repertório de Gal. E esse lado mais sofisticado, sem deixar de ser pop, invade músicas como Desmistificar (pop com som de videogame), Anjo que, de fato tem um clima parecido com os discos de Billie, mas no final vira um rock tropicalista) e Sem lei – uma bossa-bolero que soa como uma música de Lulu Santos composta para o repertório de Gal.

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As letras são diretas, sem nenhuma censura e, quase sempre, falam sobre amor e sexo, combinando com a vibe do reggae nortista de Numa ilha e do trap indianista de Lua cheia – esta, tem sons que parecem apontar para um Depeche Mode influenciado por sons brasileiros. A vinheta Carnaval é eletrofunk carnavalista e sexualmente ativo. Vamos combinar que o excesso de assuntos safados, às vezes, causa uma certa sensação de ouvir sempre a mesma letra, até por ser tudo quase sempre dito da mesma forma – e sem nenhum discurso a mais para aumentar a potencialidade. Não chega a ser um grande defeito.

Entre as melhores faixas, estão Mágico, que põe synthpop e boogie oitentista convivendo, num clima que lembra Rita Lee e Roberto de Carvalho e o samba pop de Ouro de tolo, que abre com um vocal ágil a ponto de inicialmente nem dar para perceber o ritmo da faixa – já é um grande feito de Marina como cantora. Combo da sorte e Doçura vão do reggae ao raggamuffin. E há um clima bem próximo do k-pop nas eletronices de músicas como Tokitô e Sensei.

Nota: 8
Gravadora: Sony Music
Lançamento: 31 de março de 2025.

 

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