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Lançamentos

Planet Hemp lança single com inédita e remix

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Depois do retorno com o álbum Jardineiros, lançado em outubro do ano passado após um hiato de 22 anos, o Planet Hemp libera nesta quarta (05) pela Som Livre o single duplo formado pela inédita faixa Não vamos desistir e O ritmo e a raiva remix, ambas com a participação especial de Black Alien, parceiro de longa data do grupo. O lançamento do single duplo abre a temporada de drops envolvendo lançamentos musicais inéditos, conteúdo e merch da banda, toda quarta-feira, às 20h.

Não vamos desistir fala sobre convocação à luta e à resistência. Na letra, versos como “acho que nunca vou tá pronto para o que pode estar por vir/mas se cair eu me levanto, porque não vamos desistir/um brinde aos idiotas e toda sua ganância/alimentando o caos e sufocando as esperanças / mas nós não vamos desistir, não”.  O arranjo une soul, hip hop e alguns toques de hard rock, formando uma das canções mais bacanas da história do grupo e um bom complemento ao álbum mais recente. O ritmo da faixa lembra, aliás, o quanto o hip hop deve a clássicos como Pastime paradise, de Stevie Wonder.

Já o remix de O ritmo e a raiva, canção que integra o álbum Jardineiros e que também traz a participação de Black Alien em sua versão original, é apresentado com uma sonoridade jersey – subgênero do rap popularizado no estado norte-americano de Nova Jersey, que tem como marcas o uso de beats acelerados, samples sobrepostos e sintetizadores, evocando uma estética oitentista.

Na formação atual do Planet, estão Marcelo D2, BNegão, Formigão, Pedro Garcia e Nobru.

Crítica

Ouvimos: Lorena Moura – “Mata-leão”

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Estreia de Lorena Moura, Mata-leão mistura MPB 70/80, blues e psicodelia em faixas delicadas e vintage; um disco agridoce, pop e cheio de identidade.

RESENHA: Estreia de Lorena Moura, Mata-leão mistura MPB 70/80, blues e psicodelia em faixas delicadas e vintage; um disco agridoce, pop e cheio de identidade.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Cavaca Records
Lançamento: 12 de novembro de 2025

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O disco de estreia da carioca Lorena Moura é mais um disco-de-pandemia – o repertório começou a ser pensado por ela junto com o letrista Luca Fustagno na época em que estava todo mundo trancado em casa. Mata-leão, afirmam os dois, tem mais a ver com a luta pela sobrevivência existencial (o “matar um leão por dia”) do que com jiu jitsu.

O repertório de Mata-leão mergulha em referências da MPB transante dos anos 1970/1980 (Angela Ro Ro, Gilberto Gil, Lincoln Olivetti, Robson Jorge). Por sinal, essa é uma das maiores influências da MPB jovem dos dias de hoje, mas Lorena impõe sua identidade com graça, musicalidade variada (evocações de Hyldon, Rita Lee, de jazz e de bittersweet setentista aparecem em vários momentos) e com uma boa noção de som vintage. Tanto que músicas como a sensível e misteriosa Perigo e o blues-rock Quis (esta, com uma onda musical ligada a Gil e a Beatles, além de um beat pós-disco que vai surgindo), caso tivessem sido lançadas lá por 1978, seriam cultuadas por DJs nos dias de hoje.

Mata-leão vai crescendo com a toada agridoce Mãe (uma bossa pop e celestial), o blues indie-rock Carinho, a melancolia celestial de Tripulação/Eu e Elise, e a balada blues Manhã – esta, com clima psicodélico, letra imagética, guitarra jazzística e teclados com uma sonoridade meio derretida, além de referências de Marina Lima do comecinho e de Angela Ro Ro.

No fim do disco, uma música chamada Titanomaquia – que nada tem a ver com o disco dos Titãs e fala mesmo é da guerra de dez anos entre os titãs (os da mitologia grega, não a banda) e os deuses olímpicos. Um samba leve, quase bossa, cuja letra conta uma história quase distópica envolvendo prédios, Carnavais e lugares do Brasil. Mata-leão, no geral é uma estreia que equilibra vocais delicados e solos de guitarra, romantismo e saudade, MPB e apelo pop.

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Crítica

Ouvimos: Fun For Freaks – “Big break”

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No álbum Big break, o Fun For Freaks entrega punk direto, irônico e anticaretas. Entre porradas, pós-punk e humor ácido, o terceiro álbum mira moralistas e diverte.

RESENHA: No álbum Big break, o Fun For Freaks entrega punk direto, irônico e anticaretas. Entre porradas, pós-punk e humor ácido, o terceiro álbum mira moralistas e diverte.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 31 de outubro de 2025.

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Vindo da cidade de Santo Antonio de Posse (SP), o Fun For Freaks é punk sem muitas misturas sonoras, e com ironia e protesto como combustíveis. Big break, o terceiro álbum, sacaneia o conservadorismo à brasileira com faixas como Whorehouse moralist e a inacreditável God is a flat tire, desomenagem a seres humanos que, até pouco tempo atrás, rezavam para pneus e caminhões enquanto sonhavam em ajudar num golpe de estado (furado). A arrogância de gente que não é porra alguma e acha que é alguma porra surge no punk Duning-Kruger song.

No entanto, o disco começa com beleza triste: These streets traz a banda querendo entender como foi que tudo se tornou uma baita chatice, depois de todos eles terem se divertido bastante e terem sobrevivido às ruas, às drogas e a vários maus agouros. O punk + hard rock Never pray prega que “a gente nunca reza / ninguém liga se você é pecador”. O som fica mais casca-grossa ainda em Little boy, o pós-punk Sunburn e os 38 segundos de Fuck you Batman, além do quase-hardcore de Cops on blow.

O som do FFF é simples, mas vai apontando para outros lados ao longo do tempo: Balboa é um pós-punk com lembranças de Titãs, e os Pixies são devidamente louvados e faixas como Lead me astray. Claro que os Ramones também surgem como influência, em faixas como o country-punk Mandy Milkovich, Party hard e a própria God is a flat tire. Boa diversão punk.

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Crítica

Ouvimos: Shaun – “Shaun”

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Shaun estreia unindo glam, 90s e rock BR em faixas que evocam Lou Reed, David Bowie, Rita Lee e Secos & Molhados, entre britpop, reggae, dub e psicodelia.

RESENHA: Shaun estreia unindo glam, 90s e rock BR em faixas que evocam Lou Reed, David Bowie, Rita Lee e Secos & Molhados, entre britpop, reggae, dub e psicodelia.

Nota: 8
Gravadora: Frase Records
Lançamento: 7 de novembro de 2025

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A banda gaúcha Shaun costuma ser também chamada de Projeto Shaun – o que indica um trabalho que se espalha por várias facetas e pensamentos. Foi com essa nomenclatura que indicamos certa vez o som deles para fãs de Lou Reed num episódio do nosso podcast Pop Fantasma Documento. Estreando com o primeiro álbum epônimo, e pela primeira vez funcionando como uma quase big band de rock brasileiro (são sete integrantes), o grupo conseguiu chegar numa coesão musical que passa pelas histórias do glam rock, do som dos anos 1990 e do rock brasileiro – os três servindo de modelo para as faixas do disco.

O Shaun começa citando Lou Reed e David Bowie na setentista Sr. Terno Cinza, uma gozação com os padrões do mundo corporativo que logo faz lembrar o Dr. Paxeco, de Raul Seixas – e segue com Ave rara, rock com cara quase MPB, tocado no violão, com uma sensação de perigo que vem tanto de Lou e Bowie quanto de Secos & Molhados e Rita Lee. O punk delicado e provocativo de Salada de prédios, sobre a vida de forasteiros em São Paulo, remete a Rita e Velvet Underground. Mas a partir daí o disco vai ganhando um tom mais noventista, com o quase britpop de Anjos & demônios (música sobre o mês passando, a falta de grana e os boletos que não cessam), o dub indie rock de Diálogo e o curioso suíngue de Gostinho de flor, que consegue lembrar tanto Skank quanto Suede.

O Shaun mergulha também numa curiosa união de britpop e reagge, Vivienne Westwood, que cita Gilberto Gil e Rita Lee, além de falar de gentrificação e arranha-céus em tom de metal + punk na básica Derrubaram a nossa história. Pontinha de amor encerra Shaun combinando psicodelia, MPB e britpop, três aparentes obsessões do álbum.

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