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Cultura Pop

Em 1973, o “livro do futuro” da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

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Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

Tida como “a maior editora independente britânica”, a Usborne Publishing ainda continua na ativa, publicando livros quase psicodélicos para crianças, como A casa com pernas de galinha, além de várias edições sobre unicórnios mágicos. A empresa fundada por Peter Usborne tá completando 45 anos em 2018 e surgiu de uma premissa básica: a de que livros têm que competir de igual para igual com mídias que cativam mais a atenção das crianças. Em 1973, quando tudo começou, os algozes do então já veterano publisher eram o rádio, a TV e os quadrinhos.

Aqui você confere (em inglês) uma entrevista bem legal com Usborne, hoje com 81 anos. Boa parte do sucesso dele, segundo o próprio, veio do fazer o que outros editores não estão fazendo.

“Temos uma estratégia muito simples, mas quase única. São três palavras: Do It Better. É um conceito muito poderoso, porque muitos editores não fazem isso. A maioria deles está focada em autores. No nosso caso, a maioria dos livros é concebida, escrita e desenhada pela minha equipe, que é brilhante”, conta. “Examinamos o setor em busca de ‘cantos empoeirados’. Vemos quando outros editores não estão produzindo um gênero adequadamente”.

E a preocupação de Usborne em 1979 era com o que iria ser do mundo no ano 2000 e além. Olha aí o The Usborne Book of the Future: A trip in time to the year 2000 and beyond. No que dependesse do velho editor e de sua equipe, o futuro seria uma espécie de encontro entre um futuro mais distante ainda e o passado.

Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

Pra começar, olha aí o que seria uma sala de estar de uma casa do século 21. A TV gigante de tela plana seria BEM grande, você teria um leitor de discos de vídeo para reproduzir filmes e gravar da TV (ninguém usou o termo DVD, claro) e abusaria do correio eletrônico (“postar uma carta consistirá em colocá-la na frente de uma copiadora em sua casa ou nos correios”, diz o livro). Bom, tem duas bolas fora: você teria um robô doméstico a seu dispor (tem um na sua casa?). E uma “câmera de vídeo eletrônico”. Mas ela usaria um carretel de fita.

Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

Usborne e sua turma não adivinharam que em 2018 estaria todo mundo corcunda de tanto olhar o smartphone em tudo quanto é lugar. Mas apostou na então crescente indústria de relógios digitais e criou esse rádio-relógio de pulso, o fabuloso ristos.

Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

Com ele, você programaria chamadas telefônicas, apertaria botão de pânico em caso de perigo e poderia até votar. Além de desfrutar de um proto-GPS, que funcionava via telefone: você ligava e uma pessoa te atendia com um mapa em mãos. As cidades teriam mais segurança, já que a força policial teria seus ristos.

“Pô, que máximo. E viagens interestelares, ele previu?”. Sim, e por teletransporte, com “cópias envolvidas em um processo fantasioso, a reconstrução da matéria viva. De volta à Terra, os computadores fizeram exames detalhados de sua estrutura atômica. Isto foi colocado em código e os dados foram transmitidos através do espaço, usando raios laser”.

Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

E ainda dá tempo para conseguirmos ter a Olimpíada Lunar, que rolaria – de acordo com as previsões do livro – daqui a dois anos. Usborne e sua turma dizem que pode ser que muita gente estivesse vivendo na lua nessa época. As estações lunares poderiam sediar as primeiras Olimpíadas Interplanetárias. Viagens de 30 minutos de ônibus espacial bastariam para levar a tocha olímpica para a lua. Sim, haveria fogo na lua – desde que a pira e a tocha fossem mantidas em recipientes especiais.

Em 1973 o "livro do futuro" da editora Usborne: olimpíada espacial e robôs em casa

Aparentemente, The Usborne Book of the Future não está mais em catálogo. No site da Usborne sequer há referências a ele. De fato, com a chegada do ano 2000, o livro ficou um tantinho obsoleto. No entanto, dá para comprar uma cópia usada na Amazon. Pega aí.

Ah, a Usborne tem também uma filial no Brasil, com livros em português. Confere aí.

Com informações também de usbornepublishing.tumblr.com

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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