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Uma conversa com Bárbara Eugênia sobre disco novo, parcerias e mudanças musicais

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Uma conversa com Bárbara Eugênia sobre disco novo, parcerias e mudanças musicais

De surpresa para os fãs, Bárbara Eugênia lançou o novo disco Crashes n’ crushes, gravado em Portugal. A cantora e a produtora Bianca Godoi fizeram o disco num estúdio em Lisboa, após Bárbara decidir viver um tempo na Ilha dos Açores. O material inclui canções feitas entre 2015 e 2021, muitas com letras em inglês. Entre as músicas com letras em português, O amor se acabou, que havia sido encomendada a ela por Wanderléa, para um disco da cantora que acabou não saindo. E a versão de Estrela da noite, do Jorge Mautner, que ela havia feito a pedido do BarKino, um programa de rádio de Londres.

O disco novo representou uma mudança sonora para Bárbara, que adotou uma sonoridade mais minimalista, com canções curtas (“começou a cantar, começou a música, terminou de cantar, acabou a música”, diz ela). Com o retorno dos shows, Bárbara já vem voltando aos palcos: se apresentou no começo do mês no Bocadim – Festivalzim LGBTQ+, realizado em Brasília, e canta no Sesc Vila Mariana no dia 14 de janeiro.

Além dos discos solo, Bárbara tem se dedicado a outros projetos. Fez um feat recentemente em Bacuri, single do cantor pernambucano Zé Cafofinho, e realizou sua própria releitura do som pop dos anos 1980 sob o codinome Djane Fonda, que lançou singles. Falamos sobre tudo isso com ela (foto: Debby Gram/Divulgação)

Como foi gravar o disco em Portugal? Você ficou vivendo um tempo lá durante a pandemia, certo?

Meu pai se mudou para lá no ano passado, me chamou para ficar com ele um pouco, na época do aniversário dele. Foi para fazer um “ajuntamento familiar”, como eles chamam. Se fosse para uma reunião familiar, teria como viajar, porque se fosse para turismo, estava tudo fechado. Eu fui, ficaria um mês só lá, e acabei ficando durante três meses. Aqui no Brasil estava tudo fechado, mas de qualquer jeito os trabalhos todos poderiam ser feitos pela internet. Fiquei esse tempo maior lá e acabei decidindo gravar o disco, porque minha baterista, Bianca Godoi, que produziu o disco comigo, estava morando em Lisboa.

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Lembro que liguei pra ela e falei: “Bianca, tenho esse disco, tô há alguns anos com ele na cabeça… Ele é bem minimalista, acho que nós duas resolvemos o disco inteiro”. Ela amou a ideia e fomos atrás de um estúdio para gravar. Pedi indicações e acabei chegando no David (Santos) do (projeto musical português) Noiserv. Tinha feito um trabalho com ele há uns dois, três anos para a trilha sonora de um documentário. Pedi indicação de um estúdio, ele disse que tinha o ele, que nem costumava alugar, que usava só para os trabalhos dele, mas que poderia ser legal eu fazer o disco lá. Fomos para Lisboa e gravamos o disco em quatro dias, foi um tempo recorde na minha vida.

David acabou tocando em todas as faixas, ele só alugaria a princípio o espaço pra gente, mas se envolveu muito. Ficamos imersos ali na gravação, de manhã e até de noite, e ele foi dando ideias. Ficou bem diferente, e no projeto original ficaria até mais minimalista. Cresceu muito com a participação dele.

O que você tinha em mente quando montou o conceito do disco? É um disco que tem uma “coisa” conceitual, em termos de música, de letra…

Era essa coisa de valorizar a palavra, ser bem minimalista e simples. Voz e piano, voz e violão, voz e guitarra, no máximo dois instrumentos numa faixa. Sem muitos elementos. Bem diferente dos meus outros discos, em que sempre tem um solo, algum instrumental. Nesse disco não tem. We don’t know, a penúltima música, é a única que tem um pedacinho que é instrumental. Mas a ideia era “começou a cantar, começou a música, terminou de cantar, acabou a música”. O conceito era o verbo, as histórias, os recados, os sentimentos traduzidos em palavras.

Você acha que esse período meio confuso que a gente tá vivendo te ocasionou a vontade de dizer mais coisas, de mandar mais recados pelas músicas?

Acho que não exatamente. Mas sim, tem a ver com o processo de depuração… Tem músicas mais antigas que estavam aguardando esse disco. Pra mim foi bem um processo de limpeza, de depuração, mas não necessariamente foi por causa desse momento de pandemia. Calhou de ser nesse momento, em que as coisas todas contribuíram pro disco sair, dessa forma rápida e fluida.

O Tuda talvez seja o meu disco que tem menos recados, apesar de abrir com uma música muito importante, uma grande canção de conexão, e louvação às entidades. É um disco que fala mais de amor, de um jeito mais leve, e a ideia era essa mesmo: dançar, se divertir, se amar. Mas sempre tem um recado. Dessa vez as pessoas estão levando para um lado mais deprê.

Um amigo meu, o Regis Damasceno, falou que tinha gostado muito do disco novo, porque parecia um Aurora (disco de Barbara lançado em 2014) mais deprimido (rindo). Eu ri muito, falei: “Maravilhosa essa definição”. Ele dialoga com o Aurora no sentido mais folk, mas o Aurora também é super banda, cheio de instrumentos, elementos. O disco novo tem um jeito de fazer música completamente novo. Queria experimentar isso, porque faz parte das músicas que eu ouço, das referências que eu tenho na vida.

O que você tem ouvido? Li que você tem escutado Hank Williams, que foi uma inspiração pra você na hora de fazer o disco…

Na verdade o Hank faz anos que eu curto. Mas a Rain oh rain (música inspirada nele) eu fiz há muito tempo atrás. Acho que era em algum voo longo que eu estava fazendo, eu estava vendo um filme sobre a vida dele no voo, e comecei a cantarolar na minha cabeça. Fui no banheiro do avião e gravei as ideias dessa música. Tenho esses rompantes de ideias e onde eu estou, dou um jeito de parar pra gravar.

Hoje tenho ouvido bastante a Angel Olsen. Estou bem apaixonada justamente pelo som mais minimalista dela. E essa versão de Gloria que ela fez nova, é a cara da Djane Fonda. Tenho ouvido muito ela e a Karen Dalton, uma artista dos anos 1970, folk, maravilhosíssima. Ouvindo muito Leonard Cohen, mas tem vários dias em que fico ouvindo anos 1980, que eu amo, ABBA também…

O Djane Fonda tem muito a cara disso. Você pensa num disco inteiro para o projeto? Chegou a sair um LP?

Não saiu e não acho que vá sair também, não. Não penso nisso por enquanto, penso em lançar mais singles ano que vem. Ela não tem muito essa vibe, não, quer mais lançar singles (rindo)… Aliás para falar de uma coisa brasileira nova que tenho ouvindo, estou gostando muito da Juliana Linhares.

Como tem sido pra você fazer projetos com outras pessoas? Teve o disco que você fez com o Tatá Aeroplano, tem o single do Zé Cafofinho com você participando…

Adoro, sempre estou aberta a parcerias e sempre buscando parcerias. Algumas não dão certo, outras dão (rindo). Mas sempre busco, faço muita música que já vejo na voz de outra pessoa. Vou atrás, mando a música, se for algo que esteja meio em andamento… Para muito é importantíssima essa troca, seja compondo toda a música desde o começo ou só criando minha parte vocal.

Você tem feito mais músicas para outros artistas, como rolou com O amor se acabou, que tinha ido para a Wanderléa?

Fiz algumas. Não rolaram porque o artista não estava gravando disco novo na época, tem toda uma questão de timing. Acho que nesse quesito nunca bati na hora certa (rindo). Mas tem muita música que eu faço e não me vejo cantando. Vejo uma pessoa bem específica. No caso da Wanderléa, amei fazer uma música pensando na outra pessoa.

Você teve uma música (Coração) na trilha da novela Velho Chico. Como foi pra você ter uma música em uma trilha de novela? Sentiu que chegou a outro público?

Achei maravilhoso, até porque foi uma surpresa. O disco já tinha saído há algum tempo e eu já estava até com outro disco gravado, quando a música entrou na trilha. Foi uma escolha do diretor, fiquei surpresa. Cheguei em muita gente, recebi esse retorno principalmente no YouTube, porque alguém já tinha colocado um vídeo com a música, explicando “tema de Olivia e Miguel da novela Velho Chico“, e aí tinha muita gente ali que tava chegando por conta da novela. E realmente é uma coisa que funciona! Acaba sendo importante para os artistas que não são mainstream.

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Radar: Lisa SQ, Julie Neff, Louse, Messiness, Atomic Fruit

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Na foto, a canadense Lisa SQ

Uma cantora do Canadá (Lisa SQ), uma outra cantora do mesmo país, mas com relações com o Brasil (Julie Neff), bandas dos Estados Unidos e da Itália influenciadíssimas pelo rock britânico e pela psicodelia (Louse e Messiness), e uma outra banda radicada na Alemanha (o Atomic Fruit) cuja formação une três países. E tá aí um Radar REALMENTE internacional pra abrir a semana. Ouça em alto volume.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Lisa SQ): Martin Reis/Divulgação

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LISA SQ, “MAKE IT UP TO YOU”. Lisa Savard-Quong, a popular Lisa SQ, vem do Canadá, e faz um som que une pós-punk, elementos pop e loucuras musicais – com influências que vão de David Bowie a Edith Piaf. O novo single, Make it up to you, é uma canção tranquila que ganha uma musicalidade de videogame da Nintendo, graças aos teclados tocados por Simeon Abbott.

A letra, por sua vez, fala do autossabotador que existe em cada um de nós. A musa inspiradora da canção foi uma vizinha de Lisa que vive contando histórias de mancadas pessoais, volta por cima e resiliência. Bastou isso, além de algumas conversas sobre heróis trágicos e mártires com Tyler Kyte (parceiro dela na música), para Make it up to you aparecer. “A música surgiu disso e do meu próprio ritmo, devaneios e composições no sótão”, conta ela.

JULIE NEFF, “FINE!?”. Mais uma canadense no Radar de hoje — mas com fortes laços com o Brasil. O álbum de estreia de Julie Neff, previsto para o ano que vem, tem produção da brasileira Cris Botarelli (Far From Alaska, Ego Kill Talent, Swave). A cantora já passou algumas vezes por aqui — em 2018, inclusive, fez seu primeiro show no país, no festival Coma, em Brasília. A sessão de fotos do novo single, Fine!?, foi realizada em São Paulo, durante uma de suas visitas. Com uma sonoridade que cruza o blues e o pop, a faixa aborda o esforço de fingir que está bem enquanto se enfrenta uma crise de depressão e ansiedade.

“Em inglês, fine tem muitos significados e estou brincando um pouco com isso. Essa música, assim como todo o álbum, trata de reparação, de encontrar cura e beleza nas partes quebradas que temos dentro de nós”, conta. “Depois de anos lidando com dores crônicas e doenças, depressão e ansiedade, descobri que essa percepção de ‘ter tudo sob controle’ pode ser bastante perigosa. Significa que você provavelmente não vai pedir ajuda quando precisar e seus amigos não saberão o que está se passando realmente com você”.

LOUSE, “SUGAR IN THE WOUND” / “MADE OF STONE”. Vindo de Cincinatti, Ohio, esse grupo – que faz parte do elenco da gravadora Feel It Records – tem um som que une referências de The Cure e Dinosaur Jr: guitarras ótimas e ruidosas, vocais desesperados e melodias sonhadoras. Passions like tar, o primeiro álbum, saiu no ano passado, e de lá para cá já sairam dois outros singles: a intensa Sugar in the wound e a ótima releitura para Made of stone, dos Stone Roses. Sugar, a única inédita a sair até o momento, surgiu uma ou duas semanas após o álbum ter sido concluído, e dá um passo adiante do som majoritariamente emparedado e reverberado do álbum.

“A música despertou alguma hesitação na banda. Mas, à medida que camadas foram adicionadas e a música foi ensaiada cada vez mais, a música começou a fazer sentido”, avisa o grupo no comunicado de lançamento. “Olhando para o futuro, é mais provável que você ouça músicas mais pop como Sugar in the wound”.

MESSINESS, “ETERNITY UNBOUND”. Vindo de Milão, Itália, o Messiness pode se tornar a próxima banda preferida de quem curte não apenas a psicodelia, como os movimentos que a atualizaram – incluído aí o britpop. O novo single do projeto liderado pelo músico Max Raffa, Eternity unbound, traz de volta a loucura do fim da era psicodélica, quando algumas bandas começaram a migrar para o rock progressivo – com direito a uma citação de Light my fire, dos Doors.

Eternity unbound fala de vida, morte e de um estado de espírito que separa uma coisa da outra: “Eternidade sem limites / deixe as areias do tempo te afogarem no som (…) / aqui estou eu em um estado obscuro / estou realmente presente ou estou na retaguarda?”. “Essa letra lida com a alienação, a identidade fragmentada e a implacabilidade do tempo, transformando a abstração em algo visceral. O resultado é uma viagem de bolso: febril, desorientadora e impossível de definir”, conta Max, animadão com a nova música.

ATOMIC FRUIT, “HIT THE GROUND”. Preparando um terceiro disco para o ano que vem, essa banda radicada em Berlim, Alemanha (mas com integrantes vindos da Suécia, França e Itália) une estilos diferentes em seu som: pós-punk, psicodelia e krautrock juntam-se numa receita bastante sombria e viajante. O clipe do single Hit the ground é pura lisergia, com figuras e fotos da banda recortadas e animadas à maneira do Monty Python’s Flying Circus.

“Essa música é sobre a bagunça que se acumula na sua cabeça quando se vive na cidade. Um ruído infinito de desejos, prazos e ambições passando pela mente como o trânsito. Você sonha com uma vida mais simples – em meio à natureza, sonhando acordado, estudando as trajetórias de abelhões e pássaros migratórios”, conta a banda.

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Lançamentos

Radar: Zuriak, Welcome To The Outside, Disco Partisan, 61 OHMs e mais sons do Groover

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Na foto, o Zuriak

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. Fizemos hoje uma relação do que tem chegado de legal até a gente por lá – começando com o punk introspectivo do Zuriak,

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Zuriak): Divulgação

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ZURIAK, “CREE EN TÍ”. Punk introspectivo da Espanha, com clima sombrio, às vezes meio próximo do metal e do hardcore, mas bastante herdado do lado mais sensível das bandas de três acordes. Tanto que Cree em tí, um dos singles do grupo, parece uma versão mais deprê do som dos Buzzcocks. Lançaram em julho o primeiro álbum, La era artificial.

WELCOME TO THE OUTSIDE, “ONLY (DANCE OF THE LONELY ONES)”. Projeto de música eletrônica dark de Los Angeles, capitaneado pelo músico Gadi Murciano, o Welcome To The Outside contou com os vocais de Norelle neste single, uma música que fala sobre caos e solidão no dia a dia. Mesmo sendo um projeto eletrônico, a faixa tem uma guitarra meio blues que dá um ar progressivo à música.

DISCO PARTISAN, “FUEL”. O Disco Partisan é um projeto de punk-reggae-ska vindo dos Estados Unidos, e que parece ter muita, mas muita influência do Clash, além de referências de uma gama de grupos que vai de Smash Mouth a Specials. Conforme Fuel, novo single do grupo, vai crescendo, ganha peso e vai parecendo ficar mais próxima do punk que do ska. O refrão é ótimo.

61 OHMS, “THE SONG REMAINS THE SAME”. O 61 Ohms é um quinteto de Orange County que diz ter referências de Coldplay e U2, e… ei, espere, volte aqui! Pode acreditar que essa banda tem memória para lembrar do U2 quando ele ocupava lugar no espaço, e do Coldplay quando era ainda uma banda inovadora e criadora de excelentes melodias. Em todo caso, vão com força na identificação do grupo: The song remains the same, novo single, fala sobre resistência, ciclos da vida. Momentos decisivos.

MOSQUITO CONTROL MUSIC, “IN THIS PARADOX”. Combinando referências de darkwave, de grupos como The Prodigy e The Chemical Brothers , e uma sonoridade eletrônica e suja que vem lá dos anos 1980, esse projeto musical norte-americano retorna com seu novo single. Para divulgá-lo, fizeram um demo-clipe com cenas do filme O dia em que a Terra parou – o originalzão, de 1951, dirigido por Robert Wise. Detalhe: o Mosquito usa a icônica bateria eletrônica TR-808 em suas músicas.

DUPLEXITY, “LOVE IN REVERSE”. Vinda dos Estados Unidos, essa dupla de irmãos segue numa linha de som pesado e pop, mas dessa vez tem um lance meio trevoso surgindo lá de longe. A voz de Savannah Jude (a “irmã” da dupla) toma conta de toda a faixa, e o clima é de balada feita para acompanhar momentos mais tristes da vida: dores de cotovelo, relacionamentos que chegam no fim, a descoberta de que aquela pessoa que você amava não era tão amável assim, etc.

DREAM BODIES, “RUN”. “Essa música é Cocteau Twins encontra The Doors”, define Steven Fleet, o criador do Dream Bodies. Faz sentido, mas não é só isso: as guitarras esparsas e os teclados têm uma baita cara de Joy Division – e o vocal grave de Steven lembra tanto Jim Morrison quanto Ian Curtis, simultaneamente. “É uma jornada eletrizante e onírica rumo ao desconhecido. Correr para ou de alguma coisa”, completa ele.

HALLUCINOPHONICS, “HAZE OF TIME” / “C’EST LA VIE”. Essa banda britânica se diz inspirada por Pink Floyd e Tame Impala e tem como missão operar “na intersecção entre consciência e som, criando paisagens sonoras psicodélicas imersivas que desafiam os limites entre realidade e devaneio”. Um som que fica entre o pós-punk e o progressivo, e que revela canções como a sombria Haze of time e a viajante C’est la vie, singles mais recentes.

DEAD AIR NETWORK, “THE FIFTH OF OCTOBER”. Banda punk de Nova Jersey montada por dois músicos experientes da região, o Dead Air Network só quer saber de som pesado, briga e enfrentamento, oferecendo seu novo single The fifth of october como resposta ao “lixo higienizado” do Spotify. O som lembra uma mescla de Motörhead, Killing Joke e GBH, com riffs pesados, clima pesado e vocais que narram o caos urbano.

ROSETTA WEST, “TOWN OF TOMORROW”. Rios de tristeza e outras coisas meio duvidosas estão no seu caminho em Town of tomorrow, a música futurista dessa misteriosíssima banda dos Estados Unidos, que já tem vários anos de carreira, fora de qualquer esquema comum. O Rosetta West faz blues-rock predominantemente acústico, em clima quase punk. Essa é do álbum novo, God of the dead.

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Lançamentos

Radar: Lara Klaus, Inseton, Monobloco, Marisa Monte, Iorigun

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Na foto, Lara Klaus

Sai da frente que o Radar nacional chega atrasado, mas chega cheio de lançamentos: Iorigun, Lara Klaus, Marisa Monte, Inseton, Monobloco… Tudo que não foi lançado hoje foi lançado bem perto de hoje. Ouça tudo no último volume para mostrar que você está ligado/ligada em sons novos – pode acreditar, isso dá sorte.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Lara Klaus): Rodrigo Sotero/Divulgação

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LARA KLAUS, “DE SE IMAGINAR”. Pernambucana radicada no Canadá, Lara – que também é uma das fundadoras da banda Ladama – já havia lançado o single Qual sabor a paixão tem?, feito em parceria com o conterrâneo Jr Black, morto em 2022. Uma parceria com jeito de homenagem, enfim – que se repete agora com o forró-folk De se imaginar, também fruto do trabalho em dupla de Lara e Jr.

“A canção nasceu com a cadência do xote, ritmo do universo do forró, mas recebeu um novo arranjo a partir dos bandolins e da guitarra baiana de Rafael Marques”, conta ela, que gravou o clipe em Montreal, ao lado da diretora Tarsila Schott. “Ele combina imagens que gravei em 8mm, são paisagens, natureza, momentos íntimos e de introspecção, com cenas do presente. É um fio poético que conecta o vivido ao agora, lembrando que são as memórias que nos fazem vivos e nos sustentam na invenção e criação do que queremos ser”.

INSETON, “FILTRO”. Oscilando entre punk, metal e sons eletrônicos, essa banda capixaba fez de sua nova música, Filtro, um protesto contra a busca por padrões inalcançáveis. O clipe da música, dirigido por Rayan Casagrande – com roteiro dele e Jeff Chicão, vocalista e guitarrista da Inseton – une live action e animação, e traz uma boneca sendo produzida a partir de partes de outros bonecos. Traz também o dia a dia de um boneco que é moldado por um “Criador de Filtros”, uma metáfora para as pressões sociais e a indústria da estética. Letra direta, som pesado, imagens que falam bastante do nosso dia a dia e das pressões que todo mundo sofre.

MONOBLOCO, “LUCRO/DESCOMPRIMINDO” (AO VIVO). O bloco liderado pelo sambista carioca Pedro Luís tem uma parceria de duas décadas com a Fundição Progresso – que envolve vários shows e noitadas na casa. Agora essa parceria virou lançamento musical, já que o Monobloco lança um single pelo selo Fundisom, criado pela Altafonte ao lado da Fundição em 2022.

Lucro/Descomprimindo, música do repertório do Baiana System (lançada no disco Duas cidades, de 2016), foi composta por Russo Passapusso e Mintcho Garrammone, e foi a escolha da banda para integrar o projeto Ao vivo na Fundição – sim, a versão foi gravada pelo Monobloco num show dado no local. Já a letra de Lucro fala de um pesadelo bem real, em que a especulação imobiliária avança e as coisas só interessam se gerarem dinheiro. Uma letra de protesto que Pedro canta ao lado de dois outros integrantes do bloco, Mariá Pinkusfeld e Igor Carvalho, em meio à massa de percussão.

MARISA MONTE, “SUA ONDA”. Fã da ideia de lançar singles de surpresa – seja para marcar o início de turnês, complementar registros ao vivo ou apenas compartilhar um novo momento com o público – Marisa Monte apresenta Sua onda, já disponível com lyric video. A faixa, uma toada serena e meditativa, é parceria com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, e tem produção do argentino Gustavo Santaolalla – o mesmo que tocou os violões no sucesso Ainda bem. Sua onda também é a novidade que Marisa vai incluir na turnê Phonica, prestes a estrear.

“Gustavo sugeriu a Budapest Scoring Orchestra, tocou quase todos os instrumentos e fez o arranjo. Fizemos uma gravação remota, ele em Los Angeles, eu no Rio e a orquestra em um estúdio na Hungria, numa experiência que a tecnologia nos proporcionou de conexão, compartilhamento e sintonia”, conta Marisa.

IORIGUN, “PUDESSE”. O som ágil dessa banda baiana volta em forma no novo single, Pudesse – uma das músicas que anunciam o primeiro álbum do Iorigun, planejado para o primeiro semestre de 2026, e que vai ter em seu repertório faixas gravadas de 2024 e 2025, no home studio da banda. A nova música traz uma cara mais ligada ao pós-punk, entre riffs e toques marcantes na guitarra – um tipo de sonoridade que já surgiu em parte no single anterior, Não vai valer a pena.

O clipe da faixa, dirigido por Samara Reis , faz referência simultaneamente às filmagens nas antigas câmeras analógicas, e também às gravações verticais dos stories. Foi feito durante a participação do Iorigun no Circuito Nova Música, projeto que leva bandas novas para tocar por todo o Brasil – Crystal, vocalista do Vera Fischer Era Clubber, banda que também participava do circuito, aparece de relance em algumas cenas. Já a letra fala sobre “as nuances de se relacionar com o outro. É uma música sobre amores efêmeros, projeção e desejo. Mas a sonoridade é como uma cama que você deita confortável pra pensar sobre tudo”, conta o vocalista e guitarrista Iuri Moldes.

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