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Lançamentos

Santa Jam Vó Alberta lança música gravada durante turnê da banda nos EUA, “Right on”

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Santa Jam Vó Alberta lança música gravada durante turnê da banda nos EUA, “Right on”

Fazendo uma curiosa união de country, folk e fanfarra de metais no estilo do Dexy’s Midnight Runners, a banda Santa Jam Vó Alberta acaba de lançar o single Right on, gravada durante 12 horas no Hyde Street Studios, em São Francisco (Califórnia).

O nome da faixa é uma expressão da língua inglesa usada para encorajar ou dar suporte às pessoas. Ivan Staicov, um dos vocalistas do grupo, é o autor da letra da canção, bastante inspirada nos Beatles. E comenta que a música é uma descrição quase literal da sua última turnê da banda pelos Estados Unidos – durante a qual gravou a canção.

“Tínhamos que seguir em frente o tempo todo. Corre-corre natural de turnê. Um vidro de carro quebrado e um bumbo roubado perto do estúdio. Shows incríveis no Viper Room em LA, The Chapel em São Francisco. Fotos no meio da rua. Nossos clássicos concertos a céu aberto. Outro vidro quebrado, dessa vez por nossa culpa dando ré com a van num cano dentro de um estacionamento. Praia. Mais música espontânea no meio dos calçadões pra convidar o público pros shows da noite. Cafés incríveis. O melhor burrito da nossa vida. Mais corres e mais estrada. Sabendo que no final dessa tour íamos emendar shows no interior de São Paulo e o Festival Forró da Lua Cheia. Então estávamos o tempo todo tocando ficha e seguindo em frente.  Daí o ‘right on'”, elenca o vocalista do Santa Jam.

Nomes conhecidos do rock como Green Day, Grateful Dead, Jefferson Airplane e Santana gravaram no Hyde Street, localizado no Tenderloin, um bairro de San Francisco que, na descrição de Ivan, “é bem artístico, mas com muitos problemas de segurança pública e saúde de São Francisco. A rua estava tomada de pessoas, um monte de assistentes sociais andando em patinetes elétricos, algumas viaturas fazendo ronda e nenhum glamour”, diz. A coisa mudou quando os músicos entram no estúdio e viram pôsteres e discos de ouro e platina da turma que gravou lá, além da grandeza da sala principal do local. “Parecia um altar com uma iluminação indireta e bem aconchegante. Enorme! Com três sofás espalhados, um piano de cauda e vários pianos menores e sintetizadores. Nunca tínhamos gravado numa sala grande assim”, diz.

Da gravação de Right on participaram Ivan Staicov (vocal e baixo acústico), Danilo Tudella (violão), Pedro Cury (mandolina e percussão), Matheus Cassimiro (piano, trompete e percussão), Eudes Santos (trombone) além dos convidados de Alvaro Kapaz (guitarra) e Fabio Reis (percussão). Trent Berry, que foi anfitrião da banda no estúdio, produziu a faixa. A música nova do Santa Jam Vó Alberta ganhou também um clipe (Foto: Leo Canabarro/Divulgação)

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Radar: Rico Dalasam, Leu Kalunga, Luana Flores, Matheus Gomes Lima, Undo, Supervão, Pedro Silveira

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Radar: Rico Dalasam, Leu Kalunga, Luana Flores, Matheus Gomes Lima, Undo, Supervão, Pedro Silveira

O Radar nacional costuma apostar na mistura sonora, mas hoje…. Bom, hoje a seleção vem BEM misturada: hip hop, MPB de base afro-cigana, soul, pós-punk, experiências do dia a dia, saberes espirituais e encantarias, heranças que vêm de outras culturas, ciclos emocionais, problemas da modernidade, música e existência, tudo junto e misturado. E rumo ao último volume! (Foto Rico Dalasam – Divulgação).

Texto: Ricardo Schott

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RICO DALASAM, “DILEMA”. Rapper ligado a temas e vivências LGBTQIAP+, Rico volta com single novo, Dilema, que fala sobre as confusões que todo mundo pode fazer entre amor e ódio – aliás, entre amor e ódio a si próprio. Parece contraditório, mas não é: o que tem mais no mundo que a gente vive são contradições, com as quais lidamos no dia a dia, e que Rico põe em sua música. Em fase nova na carreira, Rico juntou-se ao produtor Pedrowl e ao DJ Lukinhas e, em Dilema, cai dentro do funk misturado com rap.

LEU KALUNGA, “AFRODISÍACA”. Multitarefa? Leu é mais. Intérprete, poeta, cantriz, compositora, percussionista e performer — tudo isso orbitando a cena efervescente de Pelotas (RS). Já apareceu por aqui antes com um single, agora volta com Afrodisíaca, faixa que mistura o swing do afropop com a ternura melódica do brega recifense.

A produção vem assinada pelo moçambicano Leo Pro Beatz, no que é o primeiro feat internacional de Leu. “A música mergulha em um jogo de sedução intensificado pelos sabores do mel e do açaí, elementos afrodisíacos”, define a cantora, que já tem três singles lançados antes de Afrodisíaca. Leu é uma das vozes do selo Dona Dete Records.

LUANA FLORES feat DUO LUUL, “SIGA CYGANA”. Não mexe com quem não anda só! A paraibana Luana adianta seu novo álbum com Siga cygana, uma música que fala de saberes ancestrais, encantamentos e todas as memórias que os povos ciganos guardam até hoje. O som tem samba de roda e experimentações de beats. O Duo Luul, também paraibano, participa da faixa, que ganhou um clipe dirigido pela própria Luana.

Aliás, clipe nada: Luana decidiu fazer um short movie para a faixa, com doze minutos e clima estradeiro, com toda a turma a bordo de uma kombi. “Esse vídeo é um conto sobre a terra, os alimentos e a memória ancestral ameaçada”, conta Luana. “Fala da perda de saberes, da manipulação da indústria alimentícia, da perseguição às sementes e da monocultura que empobrece a diversidade”.

MATHEUS GOMES LIMA, “ENCRUZILHADA, LICOR E DENTE-DE-LEÃO”. Músico de São Gonçalo (RJ), que passou pela banda Elefantes Voadores, Matheus entrega três grandes referências para seu novo single: Três lados, do Skank, Rockin’ chair do Oasis, e Just like heaven, do The Cure. Faz muito sentido – e se trata de uma canção romântica, de espírito leve, com a cara do som violeiro dos anos 1980 (Smiths também bate ponto na sonoridade de Matheus, audivelmente).

Encruzilhada, licor e dente-de-leão já ganhou clipe – por sinal um vídeo em que Matheus sai por aí com uma foto na mão, em busca de sua amada perdida. Tudo a ver com o clima amoroso da faixa – uma das canções mais bonitas que já passaram pelo Radar do Pop Fantasma em 2025. Carnaval, primeiro álbum de Matheus, sai em breve.

UNDO feat LEONI, “APRENDER A PERDER”. A banda de André Frateschi (voz), Rafael Mimi (guitarras), Johnny Monster (guitarras), Dudinha (baixo) e Rafael Garga (bateria) nasce com ares de supergrupo – afinal, todos são compositores, e todos são bastante experientes (André, você deve saber, é o vocalista dos shows de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá tocando repertório da Legião Urbana). O som é repleto de energia pós-punk – e a ideia das canções, a julgar pelos singles que já saíram nas plataformas, é falar 100% de realidade, dia a dia, temores e expectativas dos dias de hoje.

O novo single Aprender a perder, com letra de André Frateschi e Leoni (que solta a voz na faixa, como convidado), fala dessa ideologia de “coach” que vende vitórias como se fosse pão quente na padaria – sem garantia alguma, claro. O primeiro álbum do Undo está a caminho.

SUPERVÃO, “LOVE E VÍCIO EM SUNSHINE”. Um passeio por Porto Alegre, mais aproximadamente pelo Centro e pela Cidade Baixa, com imagens feitas em super-8 e clima vintage. A banda Supervão fez um clipe nessa vibe para uma das melhores músicas de seu disco Amores e vícios da geração nostalgia – que resenhamos aqui. E o passeio ainda se estendeu às casas dos integrantes, além de uma chegadinha em São Leopoldo (RS), cidade natal do grupo e do diretor do clipe, Mauricio Kessler.

Love e vício em sunshine equilbra-se, como quase todo o álbum do grupo, entre o power pop e o tecno, entre o indie rock anos 2000 e o lo-fi – e a letra é um banho de realidade, falando “desses ciclos emocionais que se repetem, dessas expectativas que, às vezes, frustram. Expõe o problema dos vícios, da solidão, dos finais de relacionamentos, das viradas de ano que prometem muito e não entregam nada”, diz o guitarrista e vocalista Mario Arruda, que fez a música.

PEDRO SILVEIRA, “EFEITO COLATERAL (AO VIVO)”. Cantor e compositor potiguar independente, Pedro lançou em janeiro o álbum Efeito colateral, e já soltou uma live session do álbum, gravada ao vivo no Dosol TV Sessions, do selo musical DoSol, de Natal (RN) – o álbum de Pedro já havia sido lançado numa parceria com a gravadora. A faixa-título do disco é uma canção de amor que lembra bastante os mestres do soul brasileiro. E Pedro explica que muito da letra vem de sua vivência profissional fora dos palcos e estúdios. Sim, porque além de músico, ele é médico.

“Enquanto médico, lido diariamente com queixas dos meus pacientes sobre efeitos colaterais causados por medicamentos. Enquanto indivíduo que se apaixona, lido constantemente com os efeitos colaterais de saudade, do desejo e do encanto causados pelas histórias de amor vivenciadas até aqui”, conta ele, cujo som é uma mistura de ritmos, indo do r&b ao maracatu e samba-reggae.

 

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Crítica

Ouvimos: Hélio Delmiro e Augusto Martins – “Certas coisas”

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Ouvimos: Hélio Delmiro e Augusto Martins - "Certas coisas"

RESENHA: Gravado pouco antes da morte de Hélio Delmiro, Certas coisas evita o tom de despedida com repertório variado e ótima sintonia com Augusto Martins.

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Quando o violonista Hélio Delmiro morreu (vítima de complicações de diabetes e problemas renais em 16 de junho, aos 78 anos), não apenas Certas coisas, gravado com o cantor Augusto Martins, estava terminado, como também o músico já estava prestes a cumprir agenda de imprensa – já até tinha dado uma entrevista. Produzido por Moacyr Luz, o álbum chuta a tristeza para o mais longe possível e escapa do clima de epitáfio, por causa da dinâmica entre cantor e músico, e pela vontade com que Hélio ataca violão e guitarra nas doze faixas.

Hélio Delmiro teve inúmeros amigos, parceiros e testemunhas. Seu trabalhos como guitarrista e violonista de cantoras como Elis Regina e Clara Nunes sempre são lembrados. Mas ele também tocou em grupos como o Fórmula 7, e na banda da versão carioca do Jovem Guarda, programa apresentado por Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos durante os anos 1960.

Como um reflexo dessa trajetória variada, o repertório de Certas coisas vai da MPB clássica à mais popular. Certas coisas, de Lulu Santos e Nelson Motta, aparece com algo de blues no andamento – e De repente, lado B da dupla de compositores, encerra o álbum ganhando cara de música de Gilberto Gil. Fotografia (Tom Jobim), que teve a guitarra de Hélio na gravação do disco Elis & Tom (1974), traz o músico ao violão unindo jazz e blues, e encartando um trecho de Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Jardin d’hiver, popularizada por Henri Salvador, investe no samba-jazz noturno, e até Como vai você, de Antonio Marcos e Mario Marcos, está no repertório.

Augusto, cantor bom e despojado, acompanha e se deixa acompanhar por Hélio. O resultado vai do canto correto da faixa-título à entrega de Fotografia e de Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – que se torna um samba épico, quase viajante – passando por uma versão contida até demais do bolero Contigo aprendi (Armando Manzanero). O repertório tem uma música totalmente inédita – a ótima Acanhado, de Hélio e Moacyr Luz – e traz como maior surpresa Bye bye Brasil, de Chico Buarque e Roberto Menescal, gravada como se fosse uma bossa pop de Rita Lee e Roberto de Carvalho.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Mills Records
Lançamento: 30 de maio de 2025

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Crítica

Ouvimos: Alberto Continentino – “Cabeça a mil e o corpo lento”

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Alberto Continentino, com Cabeça a mil e o corpo lento, faz pop-psicodélico com clima setentista e cinematográfico, misturando MPB, soul, bossa, boogie e city pop.

RESENHA: Alberto Continentino, com Cabeça a mil e o corpo lento, faz pop-psicodélico com clima setentista e cinematográfico, misturando MPB, soul, bossa, boogie e city pop.

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Mais do que o groove das músicas de Lincoln Olivetti e Robson Jorge, os discos de Gal Costa feitos entre os anos 1970 e 1980 – com todo aquele aspecto pop, mágico e quase espacial – parece servir de referência para vários álbuns e músicas das novas gerações da MPB. O terceiro disco de Alberto Continentino, Cabeça a mil e o corpo lento, tem muito desse clima.

Essa musicalidade rola em faixas que passam igualmente por um filtro psicodélico (Coral, com Dora Morelenbaum, e o single Milky way, com Leticia Pedroza) e fluido musicalmente – é o caso do disco todo, mas especialmente de O ovo do sol, que lembra os discos de orquestras dos anos 1970 e tem um quê passadista-futurista que ruma em direção a Stereolab e Arthur Verocai.

  • Ouvimos: Dora Morelenbaum – Pique
  • Urgente!: Wet Leg aquece para Moisturizer no Tiny Desk. Ana Frango Elétrico na vibe pós-disco.
  • Ouvimos: Stereolab – Instant holograms on metal film

Cerne, por sua vez, é um balanço no estilo de discos de Dom Salvador e Waltel Branco, com ritmo dado por assovios. Manjar de luz, com Ana Frango Elétrico, é tranquila e mântrica em letra e música. Go get your fix, com Gabriela Riley, une samba, bossa e city pop, e Uma verdade bem contada, com Nina Miranda nos vocais e Kassin na parceria, é boogie com cara de trilha de filme nacional antigo.

Como músico, Alberto tem duas décadas de carreira e trabalhou com músicos como Caetano Veloso, Ana Frango Elétrico, Adriana Calcanhotto – é um nome que provavelmente você já viu em muitos shows e discos. Em Cabeça a mil e corpo lento, por sua vez, ele filtra tudo que aprendeu nos estúdios e palcos por um clima voador e quase sempre, cinematográfico. O terço final do disco, com o soul Negrume, o pop francês carioca Vieux souvenirs (com Nina Becker) e a balada Madrugada silente – uma parceria com Negro Leo, levada por piano Rhodes, violão e baixo – traz bastante disso.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Selo RISCO
Lançamento: 17 de junho de 2025.

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