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Lançamentos

Radar: Pic-Nic, Millos Kaiser, Jangada Pirata, ZéVitor e mais sons nacionais novos

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Radar: Pic-Nic, Millos Kaiser, Jangada Pirata, ZéVitor e mais sons nacionais novos

O Insituto Pop Fantasma informa: a galera realmente está curtindo aparecer no Radar, tanto que o número de músicas que o site recebe dobrou – até mesmo músicas de fora do país. Tem muitas novidades hoje por aqui: o Pic-Nic, joia do rock carioca dos anos 2000, prepara mais um disco e vem com single novo, por exemplo. Acompanhe aí embaixo (Foto Pic-Nic: Divulgação).

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PIC-NIC, “POBRE DE MIM”. A nova da banda carioca Pic-Nic passeia entre décadas com desenvoltura: tem o guitar rock dos anos 1990, o rock abolerado dos anos 1960 e aquele pop nacional oitentista – tudo bem misturado no mesmo caldeirão. A letra, diz a vocalista Guidi Vieira, “trata, entre outras coisas, da inveja – esse sentimento tão demonizado – e também da admiração”. E mais: fala sobre o quanto esse vaivém entre dois extremos emocionais pode machucar. Em maio, sai o novo álbum do grupo, Volta, pela Bonde Music

MILLOS KAISER feat JUJU BONJOR, “TE QUERO PERTO (CLUBMIX)”. Primeira faixa autoral do produtor Millos Kaiser – que esteve à frente da festa Selvagem até 2019 – Te quero perto flerta com a house music, lounge e boogie nacional, tudo costurado por sintetizadores com perfume vintage. É som pra beira de praia, pra estrada sem sinal de celular, pra viagem com horizonte aberto. O EP Te quero perto traz quatro versões da faixa – nossa dica: comece pela que abre o disco.

JANGADA PIRATA, “FORMAS E PENSAMENTO”. Lançado pelo selo cearense Mercúrio Música, Sal de casa é o disco de estreia do grupo Jangada Pirata. O som vem com pé no rock contemporâneo, mas não deixa de ser profundamente brasileiro: ecos de pós-punk, melodias do guitar rock dos anos 1980/1990, e uma busca pessoal por liberdade. O tema central, dizem eles, é a volta às origens e a memória como bússola.

ZÉVITOR feat CESAR MENOTTI & FABIANO E DORA SANCHES, “ATÉ ME PERDER”. Filho do cantor e ator Jackson Antunes (aquele mesmo, das duas versões da novela Renascer), ZéVitor lança seu quarto álbum, Imago mundi. Um trabalho diverso – e que gira em torno de uma música interiorana, reflexiva, libertária. Até me perder, um blues bonito e melancólico, reúne Dora Sanches e a dupla sertaneja Cesar Menotti & Fabiano. Uma canção sobre seguir adiante, e que faz parte de um disco que ele próprio define como “uma expedição a si mesmo”.

FUNERAL MACACO, “CANICULE”. Presença marcante no lineup de festivais como o Rockarioca, aqui no Rio, o Funeral Macaco provoca com sua mistura de sustos pós-punk e pulsos afro-brasileiros. Em março, lançaram o EP Idade do pássaro, onde se destacam vinhetas climáticas e faixas que perturbam – como Canicule, em que o tom grave e o ritmo psicodélico criam um transe próprio. Lembra, por vezes, os delírios do Black Future.

IGOR DE CARVALHO, “O MELHOR LUGAR DA PRAIA”. No novo álbum do pernambucano Igor de Carvalho, também chamado O melhor lugar da praia, o clima é de superação com sol no rosto e fones nos ouvidos. “Músicas que ajudem as pessoas a atravessar crises e celebrar a vida”, diz ele. E entrega: há rock, brasilidade e essa energia que parece feita sob medida pra fone de ouvido e tarde dourada. A faixa-título, com sua pegada de surf rock, é puro astral.

Lançamentos

Radar: Nilüfer Yanya, Annapurna, Barking Poets, Jaroslav3000, Jimena Amarillo, Mediopicky, Joan Jett

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Radar: Nilüfer Yanya, Annapurna, Barking Poets, Jaroslav3000, Jimena Amarillo, Mediopicky, Joan Jett

Não tem só música nova no Radar internacional de hoje, não – lembramos de um clipe de Joan Jett que acaba de retornar melhorado ao YouTube e volta e meia vamos falar de coisas que estão sendo reeditadas. Mas calma que nosso negócio é o que está saindo agora, e tem espaço pra todo mundo aqui. Faça sua playlist e ponha no último volume.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação (Nilüfer Yanya)

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NILÜFER YANYA, “WHERE TO LOOK”. O single novo da cantora britânica (cujo disco My method actor é uma das maiores surpresas do ano passado – falamos dele aqui) anuncia o EP Dancing shoes, que sai dia 2 de julho, e surgiu de um conjunto de músicas que ela disse ter revisitado após a turnê do disco anterior.

Com guitarras texturizadas e um clima entre o neo soul e a sujeira sonora elegante, a música destaca a voz marcante da artista britânica. Originalmente pensada para My method actor, a faixa só tomou forma após a turnê. “Melodicamente, é uma das minhas favoritas”, disse Nilüfer. Um retorno introspectivo e inventivo.

ANNAPURNA, “METAMORFOSIS”. Essa é a faixa de abertura do novo EP da banda espanhola Annapurna, Golpes, flores. A música explora os contrastes entre força e fragilidade, acertando em cheio no emo ao combinar riffs densos com passagens melódicas, em meio um repertório que inclui influências de post-rock e de rock alternativo experimental. A faixa antecipa a tensão e os climas que marcam o restante do EP, centrado em perdas, mudanças e recomeços. Um cartão de visitas direto e emotivo.

BARKING POETS, “LOSING CONTACT”. Essa banda de Londres já tem dois EPs e um punhado de singles na discografia. Losing contact, novo compactinho, traz 5:30 de punk anos 1990, ágil, com emanações espaciais (a letra fala de um astronauta que vai perdendo o contato com a Terra). A melodia e o arranjo lembram uma mescla de The Clash e Green Day, tudo levado adiante por uma marcação cerrada de guitarra, baixo e bateria. Mas vale dizer que se trata de uma daquelas canções que se sustentam sozinha apenas em voz e violão – e vale destacar os backing vocals, que dão uma beleza especial a uma canção marcada pela simplicidade. Ouça.

JAROSLAV3000, “HEAT”. Não, você não vai ter a mínima vontade de comer a refeição que o cozinheiro esquisitão do clipe de Heat está preparando – pra começar, ele usa uma balaclava enquanto cozinha, os materiais não parecem estar lá muito frescos e o prato provavelmente não vai cair bem. Ao contrário do single da dupla parisiense Jaroslav3000, que desce redondo: une sons indies dos anos 1990 (Strokes, Arctic Monkeys), passagens a la Depeche Mode e eletrorock sujismundo em doses quase iguais.

O mais bacana é a definição que eles dão para o próprio grupo. “É um projeto de dois jovens encrenqueiros que pretendem escapar do trabalho assalariado multiplicando composições ousadas e inebriantes”. Ouça no volume máximo.

JIMENA AMARILLO, “FLOW DESKICIADA”. “Com este álbum, não quero que você chore e, se chorar, quero que faça isso enquanto dança”, diz a espanhola Jimena, que se dedica ao indie pop cantado em seu idioma. Em seu terceiro álbum, Angélika, ela expressa-se o tempo todo por intermédio de seu alter ego trans – a Angélika do título do álbum, que Jimena diz ter sido a responsável pelo clima empoderado e desinibido do disco.

Oscilando entre trap e batidões dance, a criativa e dançante Flow deskiciada une amor platônico, vida urbana e dia-a-dia queer: “Um punhado de flores, ah, que eu trouxe para ela / linda, ela tem tudo, ela não me ama”, diz o refrão. Jimena completa: “Eu só escrevo realidades, escrevo sobre quem eu sou e com quem passo tempo. Quero me divertir em um mundo moderno que nos deixou sufocados por muito tempo”, assevera.

MEDIOPICKY, “LLUVIA”/”MARIELA”. Pablo Alcántara é um artista da República Dominicana que, antes de tudo, prefere desafiar limites de gênero com sua música. Tanto que o EP de seu projeto Mediopicky, Forma de cer, é basicamente textura musical, ruído eletrônico, luz e sombra, transbordando em ritmos quase não-dançáveis. Lluvia abre com 20 segundos de um quase-silêncio, ate que beats e sons de teclados, além da voz de Pablo, vão chegando – formando uma espécie de trap ambient.

Mariela, um trap caribenho carregado de texturas, marca o primeiro single lançado após o EP e mergulha em uma paixão adolescente atravessada pela timidez. Trata-se de “um amor não correspondido que existe apenas na mente de quem canta”, como define o texto de divulgação. “Mariela, eu sou um covarde / eu nem consigo falar com você”, diz Pablo na letra, chorando as mágoas.

JOAN JETT AND THE BLACKHEARTS, “REAL WILD CHILD (WILD ONE)”. Gravado em 1998, esse clipe volta ao YouTube com melhorias no som e na imagem, realçando o poder punk dessa cover gravada por Joan Jett e sua banda – e lançada como bônus do relançamento de um álbum da cantora, Flashback (1993), compilação de outtakes e músicas raras. Real wild child foi composta em 1958 pelo pioneiro do rock and roll australiano Johnny O’Keefe, ao lado de Johnny Greenan e Dave Owens, e é considerada por muita gente a estreia da Austrália no universo do rock. Foi também gravada por Iggy Pop no controverso álbum Blah-blah-blah (1986) numa versão quase new wave – mas Joan põe quilos de ferocidade na canção.

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Crítica

Ouvimos: Garbage – “Let all that we imagine be the light”

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Ouvimos: Garbage - "Let all that we imagine be the light"

RESENHA: Garbage lança Let all that we imagine be the light, disco surpreendentemente positivo, político e provocador, com rock ruidoso e dance sombrio.

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Confesso que eu não esperava que o Garbage voltasse com um disco cujo título traz tanta positividade. “Que tudo que imaginamos seja luz” é um nome tilelê inimaginável para uma banda que estourou com o hit Only happy when it rains. Talvez ninguém esperasse. Ainda mais que No gods, no masters (2021), álbum anterior, vinha carregado de energia anti-fascista e anarquista.

Dessa vez, em Let all that we imagine be the light, o Garbage volta mais positivo. Sim, dá para estranhar, embora tenha bastante contexto nisso – nos últimos anos Shirley Manson (vocalista) precisou fazer uma cirurgia delicada no quadril, e o próprio Garbage andava em descrédito após alguns discos que fizeram pouco barulho. Vale dizer que a raiva não foi deixada de lado. Surge, por exemplo, no radicalismo musical e político de There’s no future in optimism e no rock ruidoso de Chinese fire horse, faixa na qual Shirley lida com o etarismo do dia a dia. “Você diz que meu tempo acabou / que eu fiquei velha (…) / que eu devia apenas me aposentar”. Guerras, capitalismo e ódio pelas redes sociais acabaram inspirando o novo material.

É um ponto a considerar o quanto um Garbage “construtivo” é emocionante, vá lá. Como argumentos, o novo álbum apresenta canções provocadoras como Hold, a dance music soturna e sexy de Have we met (The void), o blues tecnorock Radical e até uma música eletrônica, quase pop e estranhamente solar – Sisyphus, sobre o rolar de pedras do dia a dia. R U happy now é um eletrorock sombrio de excelente refrão, falando sobre os males do capitalismo. Já o hard rock Love to give, se fosse lançado nos anos 1980/1990, seria o tipo de rock que faria sucesso entre surfistas e skatistas – algo como o que já foram o Concrete Blonde, o Nirvana e o próprio Garbage, numa época em que surfistas e skatistas eram personagens definitivamente cool.

No final, The day that I met god poderia significar a elevação espiritual de Shirley Manson e a explicação para a “luz” do título do disco – na verdade fala sobre o uso do analgésico Tramadol, em meio a uma base de pós-punk sombrio, com riffs circulares de teclados e qualquer coisa relacionada a David Bowie e ao krautrock. Let all that we imagine be the light mostra o Garbage tentando encontrar sentido (e esperança) em meio ao caos.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: BMG
Lançamento: 30 de maio de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Matt Berninger – “Get sunk”

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Ouvimos: Matt Berninger - "Get sunk"

RESENHA: Matt Berninger lança Get sunk, disco solo introspectivo com ecos de David Bowie e Neil Young, sobre depressão, perda e beleza na escuridão.

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Matt Berninger, cantor do The National, andou sofrendo bastante nos últimos anos. Uma depressão brabíssima que ele teve em 2020 afetou o repertório de sua banda – os dois álbuns lançados pelo grupo em 2023, Laugh track e First two pages of Frankenstein, traziam o músico tentando voltar a compor e cantar. Seu segundo álbum solo, Get sunk, lida com a sensação de ter estado afogado em climas ruins por quatro anos. Aliás, tenta explicar esses sentimentos para a/o ouvinte.

A musicalidade de Get sunk tem o mesmo clima de paraíso perdido de discos como Country life, do Roxy Music, e a mesma ambiência dos primeiros álbuns de Neil Young, e de Hunky dory, de David Bowie – ou seja: é um disco que encontra beleza e uma certa vibe sexy na introspecção, e se alimenta disso. Tanto que em faixas como No love, Inland ocean e Frozen orange, além do single Bonnet of pins, a ideia é criar um clima elegante e belo, com os vocais de Matt equilibrando-se entre referências de Leonard Cohen, Bryan Ferry, Serge Gainsbourg e até Kevin Ayers.

Climas de R.E.M. e Pink Floyd, por sua vez, surgem em Breaking into acting e Little by little. Nowhere special, por sua vez, é uma música quase falada, soando como uma tentativa torta de reproduzir os raps sem convicção de Serge Gainsbourg – na real, parece mais um texto enorme encaixado à força numa melodia, e que precisava ter sido editado para virar música. Fechando o disco, a ótima Times of difficulty relaciona-se com o lado mais tranquilo de Lou Reed, com os Rolling Stones de 1970/1971 e ate com bandas como Faces.

As letras, por sua vez, dão clima pesado e desnorteante – por acaso Get sunk já vinha sendo feito desde a época de barra pesada de Matt, em 2021. Em No love, Matt diz que “este lugar tem uma sensação de afundamento / a energia é tão estranha”. Inland ocean avisa que “causa perdida, não tenho emoção / nenhuma emoção (…) / não há nada que eu possa fazer? / tudo acaba antes que eu queira”. Nowhere special repete várias vezes frases como “não tenho nenhum lugar para estar” e “não sei para onde ir”. Ouça quando nada puder te abalar.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Concord Records
Lançamento: 30 de maio de 2025.

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