Lançamentos
Radar: Estranhos Românticos, Braza, Zepelim e o Sopro do Cão e outros novos sons nacionais

Os Estranhos Românticos lançam um EP ao vivo enquanto o álbum não fica pronto, o Braza anuncia turnê e disco com single e feat, Dan E Os Caras da Esquina estreiam com EP… e estamos aqui no Radar pra mostrar o que essa turma toda tem produzido. Ouça no volume máximo.
Foto Estranhos Românticos: Tadeu Goulart/Divulgação
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ESTRANHOS ROMÂNTICOS, “MAVERICK 73”. Enquanto não fica pronto o quarto disco dos Estranhos Românticos, o quinteto carioca (Victor Barros, voz e guitarra; Jr Tostoi, guitarra; Luciano Cian, teclado; Mauk Garcia, baixo; Pedro Serra, bateria) solta o EP ao vivo Não é o fim. Produzido por Tostoi e gravado por Rodrigo Ferreti em setembro de 2024 no Akasha Rock Fest, realizado no Calabouço Bar (Tijuca), o EPzinho destaca a lembrança do single Maverick 73, parceria entre a banda, Homobono (Djangos) e Seu Cris, lançada originalmente em 2023. Uma canção de amor ao carro do título – e uma viagem sonora entre tropicalismo, pós-punk e garage rock.
BRAZA, feat PONTO DE EQUILÍBRIO, “VAI DAR BOM”. Sai em junho o novo disco da banda carioca Braza pela Deck, Baile cítrico utrópico solar. Mas o pontapé já chegou com Magnética, um single que mistura samba, funk, reggae e raggamuffin num groove magnético (com o perdão do trocadilho), lançado pela banda há algumas semanas, e com Vai dar bom, que tem feat da banda de reggae Ponto de Equilíbrio. Na letra as duas bandas falam sobre os desafios globais, e procuram passar uma mensagem de esperança. A nova turnê do Braza começa no dia 5 de julho, no festival Correria, em Vila Velha (ES).
ZEPELIM E O SOPRO DO CÃO, “LARA”. Essa banda de Campina Grande (PB), resolveu brincar de terror fake no novo clipe. Lara é a larica da vez, e o protagonista (interpretado por Joálisson Cunha, das séries Cangaço Novo e Maria do Cangaço) precisa comer algo urgente, ou vai dar ruim. É o primeiro lançamento deles pelo selo potiguar DoSol, com produção de Capilé (Sugar Kane). O segundo álbum de Zepelim e O Sopro do Cão sai ainda este ano.
CRIME CAQUI, “EXISTE EM MIM”. Primeiro som inédito do Crime Caqui em três anos, Existe em mim é puro pop sem culpa, com uma pitada de indie rock, riffs de synth vintage e uma batida que flerta com a disco. O refrão é um abraço existencialista: “eu aceito o que existe em mim!”. A banda – Fernanda Fontolan (bateria), May Manão (guitarra e sintetizador), Larissa Lobo (guitarra) e Yolanda Oliveira (baixo) – volta em grande forma.
DAN E OS CARAS DA ESQUINA, “O VELHO E O BLUES”. Blues com sotaque do Subúrbio Ferroviário de Salvador: Dan e os Caras da Esquina estreiam com o EP O velho e o blues, que mistura referências de Jorge Ben, Bob Dylan e guitarras blueseiras. As letras falam da vida como ela é para os jovens da região. O lançamento faz parte do projeto Sons do Subúrbio, que apoia músicos independentes da capital baiana.
O ESPELHO DO ZÉ, “SAPATILHA”. Rock e baião convivem harmonicamente no novo single da banda paulistana O Espelho do Zé. Esse encontro musical entre guitarras, grooves e som nordestino é a cara do próximo EP de André Guaxupé (bateria), Gabi Schubsky (baixo), Leandro Rodrigo (guitarra) e Mariana Cintra (voz), O reflexo do amanhã. Já a letra da faixa fala sobre uma figura feminina que hipnotiza todo mundo ao dançar – e “o mundo inteiro se desfaz”. A produção é assinada por Thiago Barromeo, com mixagem de Jander Antunes (Cachorro Grande) e masterização de Martin Furia (Destruction).
Crítica
Ouvimos: Lô Borges – “Céu de giz – Lô Borges convida Zeca Baleiro”

RESENHA: Em Céu de giz, Lô Borges e Zeca Baleiro unem harmonias mineiro-britânicas e letras poéticas em um disco pop, psicodélico e afetivo.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Deck
Lançamento: 22 de agosto de 2025.
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Céu de giz é um (bom) encontro de peculiaridades: as harmonizações de Lô Borges casaram muito bem com as letras de Zeca Baleiro, dando à poesia dele sonoridades bem diferentes das habituais – são dez faixas, todas feitas pelos dois em parceria. Tanto que o repertório tem o clima britânico-mineiro-beatle comum à obra de Lô, mesmo nas faixas em que os dois cantam juntos, que por sinal acabam se tornando desafios para dois cantores com tons diferentes.
Na faixa de abertura, Antes do fim, um verdadeiro encontro de sonhos em melodia e palavras, Zeca tem que rebolar para alcançar o tom de Lô – enquanto na faixa-título, que é a música mais britpop do álbum, Baleiro resume-se a fazer vocais graves, no seu estilo habitual. Olhos cansados, outra faixa cantada pelos dois, aproveita bem as diferenças vocais, num rock brincalhão que parece feito em cima de I am the walrus, dos Beatles.
- Ouvimos: Pero Manzé – Ave, êxodo!
A junção das duas musicalidades acha seu maior equilíbrio em faixas como Zumbis (que lembra Secos & Molhados), na beatle-pinkfloydiana Santa Teresa – com recordações do bairro boêmio de BH –, na psicodelia mágica e contemplativa de Ao sair do avião, no country-rock Tá tudo estranho demais e na onda pop-folk de Seda, cujo baixo remete à melodia de um hit antigo de Lô, O vento não me levou. No final, o rock anos 1960/1970 Donos do mundo remete a Rita Lee & Tutti Frutti, e ficaria bem na voz de Erasmo Carlos.
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Crítica
Ouvimos: Cleozinhu – “Fragmentos de estrela”

RESENHA: Cleozinhu mistura emo, trap, folk e cloudrap em Fragmentos de estrela, álbum hipnótico que explora estilos e emoções em faixas conectadas.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 11 de setembro de 2025
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Integrante de bandas como Duo Chipa, Manobra Feroz e Guandu, Cleozinhu está acostumado a misturar estilos como emo, trap, hip hop e folk em seus trabalhos. Fragmentos de estrela, seu segundo álbum solo, acha seu caminho na experimentação e na criação de músicas que fazem mais sentidos unidas num mesmo álbum – e ouvidas na ordem – do que separadas em singles. São fragmentos que viraram canções, girando em torno de estilos como emocore, trap e cloudrap (rap etéreo e cheio de mumunhas psicodélicas), às vezes tudo junto numa mesma música.
Com participação de uma turma de amigos cujos gêneros vão do cloudrap ao dream pop, Fragmentos une folk, trap e defeitos especiais em faixas como Continuar e Sob a lua, e mexe com criação totalmente artificial de sons em Dias frios. Teclados e programações tomam conta de Trem, e um dream pop que vira trap ganha espaço em pop_squishy. Cacto chega a parecer um pagode na abertura, por causa do violão, ganhando em seguida uma batidinha dance leve.
Fragmentos de estrela vai sendo organizado entre luzes e sombras na medida que as músicas vão se seguindo. Contando segundos diz que “talvez eu tenha mudado todos os meus planos”, num trap sombrio que parece surgido do riff de Heroin, do Velvet Underground. Foda-se tem teclados, beat pesado e som de videogame. Afundar soa como uma melodia tradicional que virou rap experimental, em meio a samples da Suíte dos pescadores, de Dorival Caymmi, e a versos como “navegando essas águas sem ter pra onde voltar / sem saber se vou voltar”.
Além disso, neuroses e decisões de grande espreitam o rap trevoso de Remédios e o shoegaze calmo de Rap de mensagem, que avisa que “as contas não esperam / ninguém vai te salvar”, mas alivia: “ei, meu amigo / não mata seu sonho não”. O negócio de Fragmentos de estrela é Música hipnótica, em letra e melodia.
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Crítica
Ouvimos: Elephant Green – “Here’s everything”

RESENHA: Criado na França, mas com brasileiros na formação, o Elephant Green estreia com Here’s everything, disco que mistura britpop, power pop e psicodelia.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7
Gravadora: Independente
Lançamento: 2 de outubro de 2025
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Banda do Sul da França com brasileiros na formação – o vocalista e compositor Thiago Pedalino integrou a banda indie carioca Ramirez – o Elephant Green não mente quando cita Oasis, Beatles e Teenage Fanclub em seu texto de apresentação nas plataformas digitais. Here’s everything, o primeiro álbum, une características dessas três bandas, embora seja o Oasis que saia na frente como referência. Rola nos vocais de boa parte do disco, e especialmente em faixas como Electric life, One way to go, Fake heroes, Always alive e a estradeira Outcasts – esta, com um esquema riff + virada de bateria bastante ligado a Don’t look back in anger, da banda dos Gallagher.
Ainda desenvolvendo sua maneira própria de atacar o britpop do anos 1990, o Elephant Green migra também para o power pop em Going alone, para uma vibração setentista e blues-rock em Too busy to mind, e para uma vibe que lembra a fase anos 2000 do Skank em In shamble – além de unir britpop, indianismo e psicodelia na ótima On our own.
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