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Radar: Balance and Composure, The Armed, Sadly Sunday, La Flemme e outras novas

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Radar: Balance and Composure, The Armed, Sadly Sunday, La Flemme e outras novas

Por muito pouco não abrimos o radar com Rocket, o novo single do eterno astro britânico Robbie Williams. Ele não precisa exatamente de mais divulgação — afinal, estamos falando de um dos maiores nomes do pop bretão dos anos 1990/2000. Mas ele está na coluna porque fazemos questão de registrar que ouvimos, curtimos e já estamos contando os dias para o lançamento de Britpop, seu próximo disco. No mais, uma turma não tão conhecida quanto Robbie traz novidades aqui: Balance and Composure, The Armed… além de uma turma que você provavelmente vai conhecer aqui. Aumenta o volume!

Foto Balance And Composure: Reprodução Bandcamp

Texto: Ricardo Schott

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BALANCE AND COMPOSURE, “ALIVE & WELL”. “Por que comemorar? Eu quero morrer e estou falando sério”, avisa em Alive & well Jon Simmons, vocalista da banda emo Balance and Composure – por sinal, entrando em uma de suas fases mais emo, pelo visto. O grupo, que havia encerrado atividades em 2019 e decidiu voltar, lançou no ano passado seu primeiro disco desde o retorno, With you in spirit.

Alive & well, com acordes luminosos (apesar da letra beeeem pra baixo) é o primeiro single inédito pós-álbum, e é uma música feita antes de With you. “Esta foi a primeira música em que trabalhamos juntos quando decidimos voltar a ser uma banda. Era uma ideia que (o guitarrista) Erik (Petersen) nos apresentou em conversas iniciais sobre uma possível reunião, e eu cantei por cima dela quase imediatamente, o que deu início a todo o processo de composição de um disco”, diz Simmons. O verso do começo do texto é completado pelas frases “eu quero acabar com a conversa / você quer mantê-la viva e bem”. E fim de papo.

ROBBIE WILLIAMS feat TONY IOMMI, “ROCKET”. “Caraca, sonhei que Robbie Williams botava um jaquetão dos Misfits e saía pela rua liderando um exército de punks, ao lado de Tony Iommi tocando guitarra!”. Não, você não sonhou: isso aconteceu de verdade no clipe do mais novo hit do britânico, Rocket – na verdade Tony, que toca guitarra na música, apenas coadjuva algumas cenas com ele.

O vídeo foi dirigido por Charlie Lightening, responsável por vários clipes de Noel Gallagher e por um documentário sobre o cantor do Oasis, As it was. Robbie também aparece usando uma camisa que faz mashup do Milli Vanilli com o logo do Motörhead (por baixo da jaqueta) e se enfia numa tabuleta de homem-sanduíche para promover os ingressos de sua nova turnê.

Britpop, próximo disco de Robbie, sai no outono britânico – ou seja: entre setembro e novembro. E segundo o próprio, é o disco que ele “realmente quis fazer” quando saiu da boy band Take That. Impossível não notar: o título parece uma autozoação com o fato de bandas como Oasis e Blur terem tomado para si o debate sobre o “pop britânico” enquanto ele, Robbie – astro pop inglês de altíssima magnitude – não é considerado parte da turminha. E você já viu a capa do álbum, que zoeira?

THE ARMED, “WELL MADE PLAY”. O The Armed volta com barulho e violência. Well made play, novo single da banda e faixa que anuncia o próximo disco, The future is here and everything needs to be destroyed (previsto para 1º de agosto), é uma pancada sonora de dois minutos e dezoito segundos, misturando hardcore metálico e referências infernais de jazz. A banda avisa que o disco não será conceitual e a galera caprichou no clima primitivo dessa vez: o álbum traz “música para uma população estatisticamente rica que, por algum motivo, não consegue comprar comida ou remédios”. A ideia é mesmo soltar tudo, sem filtro.

O clipe, dirigido por Christopher Gruse, mostra dois homens engravatados saindo na porrada por causa de um… jet ski (!). Tony Wolski, criador do projeto The Armed, explica: “Enquanto buscamos distrações e pequenos confortos, somos empurrados para uma competição sem fim”. A imagem é tão direta quanto o som: barulhento, brutal, inescapável.

SADLY SUNDAY, “WIRED/EXPIRED”. Falamos recentemente do novo EP dessa banda sueca, Under new management – que mostra “um pós-punk poderoso, cheio de referências certeiras” (palavras nossas na resenha do disco, que você lê aqui). Wired/expired, primeiro single após o EP, põe algumas notas de ficção científica e retrô-futurismo na história, com segmentos diferentes e clima surfístico-espacial. O baixo é o mais punk possível, e a guitarra tem lembranças de bandas como Agent Orange.

SILVER MAGPIE, “APOLOGETIC”. “Pense em algo entre Bowie, The Strokes, Interpol e MGMT, com um toque de suavidade de Clairo”, diz esse projeto-de-um-homem-só vindo de Guadalajara, México, que une synth pop, vibes próximas do dream pop e paixão latina na hora de abordar emoções complexas e temas do dia a dia.

A sonhadora e colorida Apologetic, que já ganhou clipe, adianta o primeiro EP do Silver, que sai em julho. E a julgar por ela e pelo material que o projeto já divulgou, é para esperar bastante variedade musical e experimentações a cada lançamento. “Um dos meus maiores desafios como artista tem sido encontrar o público certo. Meu som não se encaixa perfeitamente em um único gênero”, conta.

LA FLEMME, “SANS FOND”. O La Flemme vem da França e mantém o idioma local em suas composições – um feito notável, considerando que muitas bandas francesas e italianas atuais optam pelo inglês. O quarteto de indie rock combina guitarras pesadas com momentos de delicadeza em Sans fond, uma das faixas de destaque do disco de estreia, La fête.

O clipe da música funciona como um mini episódio de série, acompanhando uma garota que precisa lidar com o assédio insistente de um indie bigodudo. O vídeo se desenrola em cenários como um lago, um parque de diversões, um show do La Flemme e uma escapadinha para curtir um som.

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Radar: Quiçaça, Iorigun, Mildred Kid, Trio Solar, Fabio Brazza, Gustavo Galo

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Radar: Quiçaça, Iorigun, Mildred Kid, Trio Solar, Fabio Brazza, Gustavo Galo

Semana começando e Radar nacional voltando, com seis músicas captadas pela gente nos últimos dias – a fila tá grande e cada vez mais chegamos a outros sons, cada vez mais outros sons chegam a nós. Ouça, escolha, compartilhe e faça sua playlist (Foto Quiçaça: Iago Caíque/Divulgação).

Texto: Ricardo Schott

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QUIÇAÇA feat LUIZ DE ASSIS, “ZUMBIDO DA MATA”. Aberto com um ataque de guitarras que lembra 21 century schizoid man, do King Crimson, a música do Quiçaça, essa banda de Arapiraca (AL), está bem longe do rock progressivo. É um reggae que traz várias outras misturas sonoras – entram na receita sons psicodélicos, cantos de trabalho, a música do Nordeste, o clima do agreste alagoano e a mística dos cordelistas, que influencia bastante o Quiçaça na hora de fazer as letras. Dichavadores de fumo de Arapiraca, EP do grupo, é definido por eles como um rito musical. Luiz de Assis, da banda Vibrações, participa de Zumbido da mata.

IORIGUN, “NÃO VAI VALER A PENA”. Essa banda de Feira de Santana (BA) tem dois EPs em inglês e agora, três singles em português. O terceiro, esse Não vai valer a pena, une climas herdados do pós-punk e do emocore, com uma guitarra solo distorcida permanentemente ressoando no canal direito, e uma letra que, segundo o vocalista e guitarrista Iuri Moldes, “funciona como mais uma peça do gigante quebra cabeça formado com as outras músicas (em português), trazendo notas de rodapé sobre o término de um relacionamento”. O clipe da faixa traduz bastante essa mescla de tédio e desespero.

MILDRED KID, “THE BAGGY JEANS DOESN’T MEAN ANYTHING”. Direto de Bragança Paulista (SP), o Mildred Kid chega com os dois pés na porta: estreia com o EP First four reggae kids e com o clipe dessa faixa que mistura zoeira punk, skate e energia de show marcado no “faça você mesmo”. Trazendo várias cenas em técnica de lomografia, com moldura redonda, o vídeo foi gravado no espaço cultural local Edith Cultura, em clima de festa e caos organizado – com direito a cenas extras com takes de rua e manobras de skate. Um clima ruidoso vindo do shoegaze também surge no som deles, com vocais e guitarras quase na mesma massa.

TRIO SOLAR, “SOLAR”. Esse trio de música instrumental nasceu da pressão criativa da segunda edição do projeto Encontros Instrumentais – uma série do Selo Sesc que propõe um desafio direto: reunir artistas da cena instrumental brasileira para compor e gravar três faixas em quatro dias de estúdio. Desta vez, quem topou a missão foram Debora Gurgel (piano), Vanessa Ferreira (baixo) e Vera Figueiredo (bateria) – três musicistas que nunca haviam tocado juntas.

O destaque do encontro é a música Solar, um samba em 7/8 cheio de curvas e invenção, que virou ponto de virada e nome do grupo recém-formado. A conexão foi tão intensa que o trio decidiu seguir em frente. O EP completo EIN 002 (o segundo da série do Selo Sesc) já está disponível nas plataformas e no Sesc Digital. Jazz, baião e samba-jazz ganham corpo e liberdade nesse encontro afiado entre gerações.

FABIO BRAZZA feat CRIOLO, “SONHOS”. Rapper, poeta, compositor e improvisador – e neto do poeta concretista Ronaldo Azeredo -, Fábio retorna com seu novo álbum, A roda, a rima, o riso e a reza, firme na mistura de rap, samba, sons eletrônicos e vivências pessoais, com participações de peso. Em Sonhos, parceria com Criolo, ele mergulha num rap afro-blues-gospel, reflexivo e urgente. A letra mostra como a rotina desgasta os sonhos (“um busão lotado é um cemitério de sonhos”) e fala da importância de recuperar o que é verdadeiramente nosso, num mundo onde até nossos desejos parecem moldados por algoritmos.

GUSTAVO GALO, “VIVER É FATAL”. Primeiro, vamos deixar que o próprio Gustavo explique a história de sua nova música. “Escrevi a letra de Viver é fatal no dia em que Gal Costa morreu. Eu estava a caminho de um show em que cantei poemas de Torquato Neto. Torquato e Gal morreram no 9 de novembro – ele em 72 e ela em 2023″, conta Gustavo, que tem Gal como referência maior na música.

A faixa, uma balada melancólica com ecos de blues e samba — fácil de imaginar na voz da própria Gal — surge como faixa bônus de Folhas_fruto, disco que junta os dois álbuns lançados por Gustavo em 2024 (Folhas e Fruto). A letra funciona como tributo e despedida, mas também como declaração de permanência: o som não morre. “Morrer com você no alto-falante / para mim é viver bastante”, canta Gustavo, em versos que soam como aceno carinhoso e testamento afetivo.

 

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Crítica

Ouvimos: Skunk Anansie – “The painful truth”

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Ouvimos: Skunk Anansie, "The painful truth"

RESENHA: Skunk Anansie encara o caos, o etarismo e a dor em The painful truth, disco intenso que mistura punk, grunge, no wave e neo soul.

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“Uma artista é uma artista / e ela não para de ser uma artista / porque ela é velha, sabe? / ela não arregaça as mangas / pega seu porta-retratos e vai embora / larga a caneta e coloca o chapéu / por causa da menopausa (…) / uma artista é uma artista / até que a morte nos faça partir”.

Poucas letras atuais falam mais profundamente a respeito de questões vitais no dia a dia do showbusiness (etarismo, machismo, expectativas da crítica, do mercado e do público) do que An artist is an artist, punk-rap que abre The painful truth, disco novo do Skunk Anansie, destacando os vocais ágeis e carismáticos da vocalista Skin. Trata-se de uma banda britânica dos anos 1990, com som mais associável ao pós-grunge e ao metal alternativo, que sempre foi meio desgarrada em relação a seus pares britânicos – volta e meia era incluída num saco de gatos chamado britrock, em oposição à turma mais viável comercialmente do britpop.

Leia também:

  • No nosso podcast, Oasis da pré-história ao começo da oasismania.
  • Blur entre 1993 e 1997 na volta do nosso podcast.
  • Ouvimos: Blur – Live at Wembley Stadium.
  • O som de 1994: descubra agora!

Lançado após tempos difíceis nas internas do grupo (o baterista Mark Richardson recupera-se de um câncer. e o baixista Richard “Cass” Lewis está em quimioterapia), The painful truth, sétimo álbum do Skunk Anansie, traz a banda encarando na maior parte do tempo questões de vida ou morte. O repertório fala de autocontrole (This is not your life), dores pessoais (Shame, dos versos dolorosos “eu recebi o amor da minha mãe / eu recebi a dor do meu pai / eu recebi a culpa do meu irmão”), caos pessoal (Lost and found), altos e baixos (My greatest moment) e desespero (Meltdown, dos versos “agora que tudo se resume / a quem você reza e quão alto”).

Musicalmente, é um disco que reúne partículas de no wave, grunge e até neo soul, dependendo do momento. This is now your life soa como um Depeche Mode afrotecnopunk, Shame invade a pequena área do nu metal, Cheers insere peso no punk pop e até toques de dub invadem Shoulda been you – uma mistura com a qual os fãs do grupo já estão acostumados. O rock eletrônico sombrio dá conta de Animal e até mesmo algo próximo dos climas robóticos do krautrock surge misturado em alguns momentos do álbum.

Ainda que não seja um álbum brilhante como Stoosh (o segundo, de 1995), A painful truth é um atestado de sobrevivência. E um disco que, mesmo falando alto, é cercado de silêncios nos arranjos e nos vocais.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: FLG
Lançamento: 23 de maio de 2025.

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Crítica

Ouvimos: akaStefani e Elvi – “Acabou a humanidade”

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Ouvimos: akaStefani e Elvi, "Acabou a humanidade"

RESENHA: akaStefani e Elvi misturam funk, krautrock, screamo e eletrônica em um disco caótico e divertido sobre o fim do mundo e o absurdo do cotidiano.

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O pessoal ligado à banda Duo Chipa não consegue ficar sem produzir coisas. akaStefani é Audria Lucas, integrante e produtora do grupo, e em Acabou a humanidade, ela se une a Elvi, produtor e músico de Santo André (SP), para fazer um som que, nos momentos mais calmos, parece uma mistura insana de funk, screamo, Faust e Kraftwerk. Já a ficha técnica entrega elementos de Ciccone Youth (projeto pop-anti-pop do Sonic Youth, que gravou um disco em 1988) e de Mutantes em meio aos ruídos, vocais e sons eletrônicos.

Faixas como Paga meu salário (“chefe arrombado / paga meu salário”) e Roda punk, repleta de barulhos e loops, têm ar de música infantil destruidora, enquanto Maquiagem, com voz distorcida e zoada, unem rock experimental e batidão de funk. A zoeira volta numa espécie de paródia da ítalo house, Cupido arrombado (“flechou o lugar errado!”) e na house music texturizada de Porque eu tento.

No final, loucura na versão videogame de Panis et circenses, com sample do original dos Mutantes (Pani no circo), e na brilhante Sortudos no fim do mundo, que lembra uma vinheta de rádio, ou uma cantiga de roda pervertida, com versos como “nós somos sortudos / vamos ver o fim do mundo / acabou a humanidade / virus, bomba e armamento / pandemia é só o começo do fim”. Você acaba rindo, nem que seja de nervoso.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 30 de maio de 2025

Leia também:

  • Ouvimos: Duo Chipa – Lugar distante
  • Ouvimos: Doce Creolina – Debaixo do chapéu de um cogumelo (EP)
  • Ouvimos: Monte Resina – Nem era

 

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