Connect with us

Cultura Pop

Quando saiu um monte de m… do ônibus da Dave Matthews Band

Published

on

Quando saiu um monte de m... do ônibus da Dave Matthews Band

Tem um velho costume do universo teatral que é o de desejar “merda” para os colegas antes de uma estreia. Não sabemos se a turma que cuidava do ônibus de turnê da Dave Matthews Band conhecia esse hábito. Mas num determinado incidente ocorrido em 8 de agosto de 2004, não apenas a merda, como todo e qualquer dejeto da fossa do buzum, foi jogada sem dó nem piedade no rio Chicago, lá de cima da ponte Kinzle Street. E acabou tingindo de marrom (bleargh) os passageiros que estavam a bordo de um barco de turismo (bleargh duplo).

Sim, a história é extremamente nojenta e, apesar de nenhum integrante da banda estar diretamente envolvido na situação (pelo menos ninguém recolheu a bosta, abriu a janela ou jogou nada), fica a dúvida sobre de quem partiu a ordem para o responsável fazer o que fez. O motorista Stefan Wohl, que se confessou culpado em 2005, apertou uns botões e liberou nada menos que 800 libras de cocô, xixi e outros dejetos, direto no rio. Saiu tudo direto da fossa do veículo, lá de cima da ponte. Sem o mínimo de desconfiômetro, e sem pensar que estaria poluindo o rio e causando um desastre ambiental, Wohl cometeu o ato às 13h18 de um domingo (o tal dia 8 de agosto de 2004).

Enquanto a merda voava ponte abaixo, o barco Little Lady de Chicago passava no rio. Entre os 120 passageiros, que se divertiam num programa de domingo, pessoas com necessidades especiais, idosos, uma mulher grávida, uma criança pequena e um bebê. Resultado: a bosta toda foi parar justamente no espaço ao ar livre do barco, e caiu direto nos assentos. E atingiu dois terços dos passageiros.

>>> POP FANTASMA PRA OUVIR: Mixtape Pop Fantasma e Pop Fantasma Documento

Sim, a situação foi nojenta: passageiros vomitaram, muita gente passou mal só de ver, e o piloto deu meia volta para todo mundo fazer exames médicos o mais breve possível. Logo que o caso chegou à polícia, todo mundo foi atrás dos motoristas da banda. Um deles conseguiu escapar rapidamente das acusações já que estava no hotel em que a banda estava hospedada naquele momento, durante uns shows em Chicago. Stefan Wohl, pego no flagra, inicialmente negou ter liberado os dejetos e chegou a ser apoiado pelo grupo.

“Nosso motorista afirmou que não estava envolvido no incidente”, disse o porta-voz da banda, John Vlautin, em um comunicado, reproduzido pelo Chicago Tribune na época. “Não faremos julgamentos sobre qualquer pessoa até que tenhamos visto as evidências. Temos sido e continuaremos a ser cooperativos nesta investigação”.

Só que o ato do motorista foi captado pelas câmeras de segurança de um clube nas redondezas. Wohl não teve como escapar: foi condenado a 8 meses de liberdade condicional e a 150 horas de serviço comunitário por conduta imprudente e lançamento de contaminantes no rio Chicago. E, evidentemente, foi demitido. Aliás, precisou pagar dez mil dólares a uma organização ambiental de amigos do Rio Chicago.

>>> Saiba como apoiar o POP FANTASMA aqui. O site é independente e financiado pelos leitores, e dá acesso gratuito a todos os textos e podcasts. Você define a quantia, mas sugerimos R$ 10 por mês.

A Dave Matthews Band não estava na hora do acidente (Wohl estava sozinho no ônibus), mas não escapou de ter que gastar uma baita grana com a história. Foram 50 mil dólares para a tal Friends of Chicago River, mais 50 mil para a Chicago Park District, mais 200 mil paus num acordo com a prefeitura. A banda precisou concordar em  manter um registro de quando e onde seus ônibus esvaziam suas fossas. E Matthews ainda é visto por aí se desculpando por causa do rola-bosta. Até porque alguns moradores de Chicago, compreensivelmente, tomaram ranço eterno da figura do cantor.

“Vou me desculpar por isso enquanto for necessário. Eu não estava com o dedo no botão, mas era um dos ônibus do meu emprego e, por isso, me sinto mal. Seria mais engraçado se fosse qualquer outra pessoa além de mim. Sei que algumas pessoas lá aceitam minhas desculpas e outras pessoas não, mas eu não posso fazer nada a respeito agora”, disse à NBC. O acontecimento ganhou um apelido, er, carinhoso: poopgate (um Watergate do cocô, digamos).

>>> Veja também no POP FANTASMA: O que teve em 2001 na música além dos Strokes: descubra agora!

Quem já teve contato com “a arte de” Dave Matthews Band sabe de algumas coisas em relação à banda. Em primeiro lugar, o grupo tem uma multidão de fãs ardorosos e pentelhos, mas também arrasta inúmeros odiadores militantes. E em segundo lugar, há uma renca enorme de pessoas que nem ama nem odeia a Dave Matthews Band, e que se bobear nunca nem escutou um disco inteiro deles, mas adora sacanear o grupo e os fãs.

Isso rola justamente por causa da pentelhação de alguns admiradores. Mas também por causa da sonoridade meio jazz-rock, meio pop do grupo, tida como comportadinha e mauriceba por muita gente. Tanto que nas redes sociais, até hoje tem gente comparando o dejeto liberado fossa abaixo com o som do grupo, ou fazendo piadas do tipo “pelo menos não era um show gratuito da DMB, isso sim seria calamidade pública” (a banda, por acaso, é conhecida por fazer shows ao ar livre para multidões de proporções bíblicas).

>>> Veja também no POP FANTASMA: O surgimento da house music, numa reportagem de TV de Chicago em 1986

Há poucos dias, o site Chicago Eater chamou a atenção para um fato inusitado na vida de Matthews, o supermúsico que lidera a banda com seu próprio nome. Em meio a uma série de shows (com protocolos pós-covid), o cantor foi visto jantando com a família num restaurante de frutos do mar… à beira do Rio Chicago. Por acaso (e se bobear nem o cantor notou a coincidência) o jantar aconteceu no dia 8 de agosto de 2021, exatos 17 anos após o cocô da banda e da equipe voar ponte abaixo até o rio.

Ah sim, o site Consequence of Sound foi ao local e colheu supostos (põe supostos nisso) depoimentos de pessoas que juram terem visto a bosta rolando solta na ponte. Rende certa diversão cruel nas cenas em que um barquinho de brinquedo é usado para reproduzir o flagelo do Little Lady. Os comentários carregam na acidez. “Dave Matthews cagando nessas pessoas: a melhor coisa que ele já produziu”, escreveu uma pessoa.

Cultura Pop

Urgente!: Nova do Hot Chip, “DVD” do Oasis em Cardiff, The Rapture de volta com turnê

Published

on

Hot Chip (foto) anuncia coletânea e lança single e clipe. Fã produz vídeo do primeiro show do Oasis em Cardiff só com imagens feitas por fãs. The Rapture anuncia turnê pelos Estados Unidos e Canadá.

RESUMO: Hot Chip (foto) anuncia coletânea e lança single e clipe. Fã produz vídeo do primeiro show do Oasis em Cardiff só com imagens feitas por fãs. The Rapture anuncia turnê pelos Estados Unidos e Canadá.

Texto: Ricardo Schott – Foto Hot Chip: Louise Mason/Divulgação

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.

Vai sair pela primeira vez uma coletânea do Hot Chip, Joy in repetition, prevista para 5 de setembro. Vale até a pergunta que muita gente já se fez: qual a importância de coletâneas nessa época de playlists e aplicativos de música com poucas infos? Bom, a importância de uma boa coletânea de hits é enorme, vale por uma setlist bem montada e pode contar uma história. E elas eram as playlist de duas décadas atrás.

No caso de Joy, ela traça o caminho do Hot Chip do tempo dos cachês baixos até a época em que jornais como The Guardian já estavam classificando Alexis Taylor, Joe Goddard, Owen Clarke, Al Doyle e Felix Martin como o maior grupo pop de seu tempo. E entre hits como Ready for the floor, I feel better e Look at where we are, ainda tem uma música nova de altíssimas proporções de grude: Devotion, já lançada em single, que é uma mescla de pop adulto, eletrônica psicodélica e futuro hit de pista, com clipe gravado no Japão.

Taylor rasga seda: Devotion é “uma celebração da devoção a este projeto coletivo”. E ele ainda faz um baita elogio ao colega Joe Goddard: “Penso no Joe como alguém parecido com o Brian Wilson, com uma dedicação enorme em descobrir como criar a música pop mais incrível possível”. Errado não está.

***

Alguém com (felizmente, não estamos julgando) muito tempo livre pegou varias imagens diferentes do primeiro show do Oasis em Cardiff, feitas por fãs da banda, e compilou um (digamos) DVD do show.

O registro tá o mais fiel possivel, apesar das imagens à distância e do som nem sempre maravilhoso – vale como um belo bootleg das antigas. Tem ate o som da fitinha de Fuckin in the bushes na abertura, e a voz do apresentador do show. Detalhe: quem botou o video no ar tentou se livrar de problemas avisando que o video nao é monetizado. Pode ser que não ganhe strike do YouTube. “É de um fã apenas para fãs”, avisa.

***

E ainda Oasis: vale ler o texto de Liv Brandão, fera do jornalismo musical brasileiro recente, sobre como a setlist do show do Oasis não foi apenas uma setlist. Foi uma aula de storytelling daquelas – como numa (olha aí) coletânea daquelas que vinham com textos contextualizando tudo.

“Muito se falou da escolha das canções, que privilegia os dois primeiros álbuns, como se só eles importassem (…). Mas tão especial quanto a seleção das 24 músicas que compõem o set, idêntico nos dois dias, é a ordem em que elas aparecem, montada para contar a história de quando o Oasis foi a maior banda do mundo – justamente na época desses discos – e tudo o que aconteceu desde então”. Leia o restante na newsletter dela

***

Banda importante do dance punk dos anos 2000, The Rapture voltou, mas não há ainda nenhuma novidade a respeito de disco novo – nem de shows no Brasil, já avisamos. Na real, esse grupo novaiorquino já está de volta desde 2019, com o cantor Luke Jenner como único membro fixo, mas não havia retornado de fato. Fizeram alguns shows, mas pararam as atividades por conta da pandemia, e foi só. Dessa vez, o grupo tem uma turnê de verdade pela frente, que começa dia 16 de setembro no mitológico First Avenue, em Minneapolis, e passa por várias cidades dos EUA e Canadá até novembro.

“Anos atrás, quando me afastei da banda, eu precisava de tempo e espaço para reconstruir minha vida”, conta Jenner sobre a volta, sem comentar diretamente sobre as brigas intermináveis que a banda tinha lá por 2014. “Eu precisava consertar meu casamento, estar presente para meu filho e, por fim, trabalhar em mim mesmo. Esta turnê marca um novo capítulo para mim, moldado por tudo o que vivi e aprendi ao longo do caminho. Conquistei tudo o que esperava alcançar através da música e agora posso usá-la para ajudar qualquer pessoa que talvez precise, como eu precisei naquela época”.

Continue Reading

Cultura Pop

Urgente!: O silêncio que Bruce Springsteen não quebrou

Published

on

Urgente!: O silêncio que Bruce Springsteen não quebrou

Tá aí o que muita gente queria: Bruce Springsteen vai lançar uma caixa com sete álbuns “perdidos”, nunca lançados oficialmente. O box vai se chamar Tracks II: The lost albums (é a continuidade de Tracks, caixa de 4 CDs lançada em 1998) e nasceu de uma limpeza que Bruce fez nos seus arquivos durante a pandemia. Pelo que se sabe até agora, o material inclui sobras das sessões de Born in the USA (1984) e gravações da fase eletrônica dele, no comecinho dos anos 1990 – inclusive um disco inteiro desse período, que nunca viu a luz do dia.

Essa notícia caiu nos sites na semana passada e trouxe de volta um detalhe que os fãs de Bruce já conhecem bem: ele tem muito material inédito guardado – e material bom. Em uma entrevista à Variety em 2017, ele mesmo comentou que sabia ter feito mais discos do que os que lançou, mas que havia motivos sérios para manter alguns deles nas gavetas.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

“Por que não lançamos esses discos? Não achei que fossem essenciais. Posso ter achado que eram bons, posso ter me divertido fazendo, e lançamos muitas dessas músicas em coleções de arquivo ao longo dos anos. Mas, durante toda a minha vida profissional, senti que liberava o que era essencial naquele momento. E, em troca, recebi uma definição muito precisa de quem eu era, o que eu queria fazer, sobre o que estava cantando”, disse na época (o link do papo tá aqui – é uma entrevista longa e bem legal).

Com o tempo, vários desses registros acabaram saindo em boxes e coletâneas. Um deles foi The ties that bind, um disco de pegada punk-power pop que seria lançado no Natal de 1979 – e que acabou virando uma espécie de esboço inicial do disco duplo The river, de 1980. Pelo menos saiu uma caixa em 2015 chamada The ties that bind: The River collection, com todo o material dessa época, inclusive o tal disco descartado (além de um material que formava quase um suposto disco de punk + power pop que teria sido abandonado).

Um texto publicado na newsletter do músico Giancarlo Rufatto recorda que Bruce infelizmente deixou de fora do novo box alguns álbuns que realmente mereciam ver a luz do dia. Um deles é um álbum solo (sem a E Street Band, enfim), com uma sonoridade country ’n soul, que foi gravado em 1981. Esse disco teria sido abandonado durante um período de depressão, que resultou em isolamento e na elaboração do disco cru Nebraska (1982), feito em casa com um gravador de quatro canais, só voz e violão.

Bruce até parece fazer referência a esse álbum perdido na entrevista da Variety. “Esse disco é influenciado pela música pop da Califórnia dos anos 70”, contou. “Glen Campbell, Jimmy Webb, Burt Bacharach, esse tipo de som. Não sei se as pessoas vão ouvir essas influências, mas era isso que eu tinha em mente. Isso me deu uma base pra criar, uma inspiração pra escrever. E também é um disco de cantor e compositor. Ele se conecta aos meus discos solo em termos de composição, mais Tunnel of love e Devils and dust, mas não é como eles. São apenas personagens diferentes vivendo suas vidas.”

Outro material bastante esperado pelos fãs – e que também não está na caixa – é o Electric Nebraska, a tentativa de Bruce de gravar com a E Street Band as músicas que acabaram no Nebraska. Nem ele, nem o empresário Jon Landau, nem os co-produtores Steven Van Zandt e Chuck Plotkin gostaram do resultado, e as gravações foram trancadas a sete chaves. Nem em bootlegs esse material apareceu até hoje. Pra você ter ideia, Glory days, que só sairia no Born in the USA (1984), chegou a ser ensaiada e gravada junto.

Quase todo mundo próximo a Bruce acredita que ele nunca vai lançar oficialmente essas gravações elétricas do Nebraska. Max Weinberg, baterista da E Street Band desde 1974 (com algumas pausas), confirmou a existência desse material em 2010, numa entrevista à Rolling Stone, e disse que adoraria ver tudo lançado.

“A E Street Band realmente gravou todo o Nebraska, e foi matador. Era tudo muito pesado. Por melhor que fosse, não era o que Bruce queria lançar. Existe um álbum completo do Nebraska, todas essas músicas estão prontas em algum lugar”, revelou. Bruce pode até guardar discos inteiros na gaveta, mas esse é um daqueles casos em que o silêncio guarda várias histórias – que podem render surpresas bem legais.

E ese aí é o lyric video de Rain in the river, uma das faixas programadas para Tracks II (a faixa sai num disco montado durante a elaboração do box, Perfect world).

Continue Reading

Cultura Pop

Urgente!: Supergrass, Spielberg e um atalho recusado

Published

on

Coisas que você descobre por acaso: numa conversa de WhatsApp com o amigo DJ Renato Lima, fiquei sabendo que, nos anos 1990, Steven Spielberg teve uma ideia bem louca. Ele queria reviver o espírito dos Monkees – não com uma nova versão da banda, como uma turma havia tentado sem sucesso nos anos 1980, mas com uma nova série de TV inspirada neles. E os escolhidos para isso? O Supergrass.

O trio britânico, que fez sucesso a reboque do britpop, estava em alta em 1995, quando lançou seu primeiro álbum, I should coco. Hits como Alright grudavam na mente, os vídeos eram cheios de energia, e Gaz Coombes, o vocalista, tinha cara de quem poderia muito bem ser um monkee da sua geração. Spielberg ouviu a banda por intermédio dos filhos, gostou e fez o convite.

Os ingleses foram até a Universal Studios para uma reunião com o diretor – com direito a recepção no rancho dele e papo sobre fase bem antigas da série televisiva Além da imaginação. O papo sobre a série, diz Coombes, foi proposital, porque a banda sacou logo onde aquilo poderia dar. “Talvez eu estivesse tentando antecipar a abordagem cafona que seria sugerida, tipo a banda morando junta como os Monkees”, contou Coombes à Louder, que publicou um texto sobre o assunto.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

A proposta era tentadora. Mas eles disseram não. “Foi lisonjeiro e muito legal, mas ficou óbvio para nós que não queríamos pegar esse atalho”, explicou o vocalista, afirmando ter pensado que aquilo poderia significar o fim do grupo. “Você pode acabar morrendo em um quarto de hotel ou algo assim, ou então a produção quer apenas um de nós para a próxima temporada. Foi muito engraçado, respeitosamente muito engraçado”.

O tempo passou. E agora, em 2025, I should coco completa 30 anos (mas já?). O Supergrass, que se separou no fim dos anos 2000, voltou para tocar o disco na íntegra e alguns hits em festivais como Glastonbury e Ilha de Wight.

Aqui, o trio no Glastonbury de 2022.

Foro: Keira Vallejo/Wikipedia

Continue Reading
Advertisement

Trending