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Joana Castanheira, ex-The Voice, volta com single “Ferida aberta”

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Joana Castanheira, ex-The Voice, volta com single "Ferida aberta"

Conhecida nacionalmente após participação no programa musical The Voice em 2016, Joana Castanheira retorna com o single Ferida aberta, uma música que une pop e influências latinas. A música é uma parceria com Paulo Novaes, cantor e compositor cujo trabalho ela descobriu por intermédio de uma plataforma de música (naquelas playlists de “descobertas da semana”).

Joana ouviu Perdoa, de Paulo, e ficou fã do som dele, ouvindo a canção por semanas. Ao vir de Santa Catarina para o Rio, passou a ser produzida por Pedro Altério (5 a Seco), e ela e Pedro começaram a procurar canções de Paulo para que uma delas virasse um dos singles de Joana.

“Escolhemos uma música do Paulinho, que eu acabei dando o nome de Travo. Mais tarde, o Paulinho gravou essa música com Anavitória no disco dele e ficou lindíssima. Ele é um artista muito sensível e, mesmo se ele não fosse entrar como participação nesse disco, eu queria que ele entrasse como compositor porque eu realmente acho ele um cara muito diferenciado”, elogia Joana.

Ferida aberta, escolhida depois por ela, “tem alguma coisa meio latina na melodia que tem a ver com a linguagem do disco. Esse disco é muito visceral, intenso, não é à toa que a identidade visual é vermelha. Essa canção traz essa profundidade no nome, sabe? Eu gosto também dessa coisa que a música traz de uma relação que ficou mal resolvida, que é um tema bem recorrente nesse disco, alguém que passa e vira a cara e deixa aquela ferida aberta até nunca mais”, complementa Joana.

O terceiro álbum de Joana vai ter as duas canções e vai se chamar Desapreço. “É o disco que eu sempre quis fazer, que tem as músicas que eu sempre quis cantar e que me representam como intérprete. Porque eu sou algumas coisas, compositora, atriz, bailarina e figurinista. Mas de todas as coisas que eu sou, eu sou cantora, sabe? Eu sou cantora-intérprete. Ele representa uma Joana mais madura, ele me representa muito, na verdade. Encontrei o que eu quero fazer musicalmente com esse disco”, avalia Joana, fã de Maria Creuza e Elis Regina. O single sai pela Baila Records.

Foto: Tainá Bernard/Divulgação

Crítica

Ouvimos: Hyldon e Adrian Younge – “JID023”

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Ouvimos: Hyldon e Adrian Younge - "JID023"

RESENHA: Hyldon celebra 50 anos de seu primeiro álbum com o psicodélico JID023, feito com Adrian Younge e com as últimas gravações de Mamão, do Azymuth.

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É um momento ótimo para Hyldon, que acaba de ter sua história lembrada num documentário (As dores do mundo, de Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues, em cartaz no festival In-Edit), comemora 50 anos de seu primeiro álbum, Na rua, na chuva, na fazenda e vem lançando coisas: já saíram dois singles – um deles é uma versão ao vivo da gozadora Três éguas, um jumento e uma vaca – e este álbum JID023, dividido com o produtor norte-americano Adrian Younge.

Adrian, um cara que sonhava com a música brasileira lá de longe e conseguiu trabalhar com vários de seus ídolos, tem uma perspectiva bem diversificada de música. Seus discos costumam descascar a música até sobrar nelas o que há de mais psicodélico, despojado, experimental e viajante. Foi assim quando ele trabalhou com Marcos Valle, Azymuth, João Donato – e também quando, recentemente, ele reuniu uma galera animada para gravar o ótimo disco solo Something about April III (que resenhamos aqui).

Trabalhando com Hyldon, não foi diferente – aliás o Hyldon de JID023 é o artista que observava os sons por um viés absolutamente pessoal em Deus, a natureza e a música (o segundo disco, de 1976) e que cantava as paixões possíveis e impossíveis a plenos pulmões em Nossa história de amor (1977). Músicas como Viajante do Planeta Azul e O caçador de estrelas alinham-se a uma perspectiva quase pinkfloydiana do soul, com psicodelia, climas viajantes e certa sensação de desnorteio – além de uma ambiência que lembra o Khruangbin.

Músicas como Um lugar legal e Olhos castanhos continuam na mesma vibe espacial, combinando jazz e soul. Jenipapo robô abre com sons distorcidos e, ao engatar, chega a lembrar um tema de série. Favela do Rio de Janeiro vai para a área do samba-soul e Verão na Califórnia (Summertime in California) é o lado hippie do álbum, com guitarra wah-wah e balanço latino. No final, o afrobeat panteísta de Nhandervuçu (The creator god) impressiona mais ainda.

E se mesmo depois disso ainda falta motivos para você ouvir JID023, vai aí mais um: ele tem as últimas gravações de Ivan Conti (Mamão), baterista do Azymuth morto em 2023. Ouça tudo no volume máximo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 10
Gravadora: Jazz Is Dead
Lançamento: 4 de abril de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Azymuth – “Marca passo”

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Ouvimos: Azymuth - "Marca passo"

RESENHA: O Azymuth volta com Marca passo, disco que homenageia o saudoso baterista Mamão e reafirma seu samba-jazz elegante, nostálgico, vivo e (bastante) resistente.

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O trio carioca Azymuth tem mostrado com o passar dos anos uma resistência digna das bandas de rock mais duradouras: foram-se o tecladista José Roberto Bertrami e o baterista Ivan Conti (Mamão), e o baixista Alex Malheiros manda bala no “o show tem que continuar”. Kiko Continentino já assumira os teclados após a partida de Bertrami (em 2012) e o experiente Renato Massa hoje ocupa as baquetas. Marca passo, novo álbum do grupo, foi anunciado pela gravadora britânica Far Out justamente quando completávamos dois anos sem Mamão (17 de abril).

O Azymuth não ressurge com nenhum hit de assimilação rápida, como aconteceu com as quase gêmeas Na linha do horizonte e Voo sobre o horizonte, e com a misteriosa Melô da cuíca – por sinal, as três impulsionadas por trilhas de novela, Cuca legal (1974), Locomotivas (1977) e Pecado capital (1975). Mas a banda ressurge afiada, com sua mistura vintage de samba, jazz, soul e pop que sempre definiu sua música. Tem o clima retrô de Fantasy 82, o balanço elegante de Marca tempo e O mergulhador (com vocoder nos vocais), e a beleza percussiva e quase etérea de Crianças valentes – faixa que parece pedir uma letra e um vocal feminino.

  • Ouvimos: Marcos Valle – Túnel acústico
  • Marcos Valle: “Por causa de Estrelar, em 1983, eu virei o Xuxo” (entrevista)

O trio também homenageia Mamão com a melódica Samba pro Mamão, que parece evocar trechos de O Guarani, de Carlos Gomes. Ainda revisita Last summer in Rio, do álbum Telecommunication (1983), agora com a guitarra de Jean Paul “Bluey” Maunick, do Incognito. E mostra que o samba-jazz ainda pode ganhar as rádios com Andaraí, samba-jazz simples ágil e rimado, com letra curta que combina “Andaraí” e “Icaraí”, entre outros lugares. Pra ouvir logo cedo e sair bem no dia.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Far Out Recordings
Lançamento: 6 de junho de 2025

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Crítica

Ouvimos: Luedji Luna – “Antes que a Terra acabe”

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Ouvimos: Luedji Luna - "Antes que a Terra acabe"

RESENHA: Luedji Luna mergulha no romantismo cru em Antes que a Terra acabe, disco pop-soul com Arthur Verocai, dream pop, bossa e até pitadas de trap e psicodelia.

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“Enquanto o primeiro disco ilustra minha busca por amar e ser amada, o segundo revela até onde eu posso ir para resolver essa carência”, contou Luedji Luna, para diferenciar Antes que a Terra acabe de sua primeira parte, Um mar pra cada um, lançada uma semana antes (e resenhada pela gente aqui).

O título do álbum anterior terminava com uma vírgula — uma pista de que aquele pop marítimo teria continuação. E teve. Antes que a Terra acabe sugere uma virada mais seca e menos solar, mas entrega um disco de neo-soul de espírito hedonista, muitas vezes mais pop do que seu antecessor.

Ainda assim, há ousadias. Apocalipse, com Seu Jorge, ganha arranjos do veterano Arthur Verocai. Pavão flerta com o dream pop em algumas passagens, falando de um relacionamento em desequilíbrio. Bonita, gravada com participação de Alaíde Costa, mistura português, francês e inglês sobre uma bossa delicada.

  • Ouvimos: Alaíde Costa – Uma estrela para Dalva
  • Ouvimos: Raquel – Não incendiei a casa por milagre
  • Ouvimos: Josyara – Avia
  • Ouvimos: Assucena – Lusco fusco

Já nas letras, Antes que a Terra acabe investe pesado num romantismo cascudo, acostumado a lidar com frustrações, mas na espera do melhor. Como o amor não realizado de Imã, a vibe platônica do reggae soul Mara (com trecho de letra herdado de Beijo partido, de Toninho Horta) e o amor infiel do samba-reggae Iôiô. Já a ótima Às cegas é jazz-samba-soul sobre uma paquera duvidosa e sem muitas pistas.

Antes que a Terra acabe une também elementos de trap nos vocais e nas batidas de No Farol da Barra. E chega perto de um pop psicodélico e viajante em faixas como Requinte (com Zudizilla) e Outono, na qual teclados e programação parecem reproduzir a calmaria da estação.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 13 de junho de 2025.

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