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Cinema

Candy: quando Marlon Brando interpretou um guru hippie safadinho

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Candy: quando Marlon Brando interpretou um guru hippie safadinho

Dirigido pelo francês Christian Marquand, Candy é um filme extremamente maluco. Hoje, jamais poderia ser feito. Em 1968, no auge do cinema psicodélico era possível fazer uma “farsa sexual” em que uma estudante extraterrestre (Candy, interpretada pela sensação sueca Ewa Aulin, 18 anos em 1968) descia à Terra. E, em seguida, vivia situações sexuais bem bizarras com praticamente todos os homens que encontrava pela frente.

Aliás, um dos homens que Candy encontraria era ninguém menos que Marlon Brando. Num período de baixa aos 44 anos (poucos anos antes de retornar como o Don Vitor Corleone de O poderoso chefão), o ator interpretava um falso guru hippie, Grindl. O cabeludo era dono de um templo que surge magicamente num caminhão em movimento. E em seguida, convence a garota a fazer sexo tântrico de araque, indo pelos “sete estágios da iluminação”.

Candy: quando Marlon Brando interpretou um guru hippie safadinho

CAOS E MACHISMO NAS TELAS

Até chegar a Grindl, que leva Candy a conhecer outro guru e a dar um passeio frustradíssimo pelo deserto da Califórnia, a menina conhece um monte de figuras bem estranhas. Uma delas é o poeta galês bêbado MacPhisto (Richard Burton), que deixa todas as garotas do filme apaixonadas. Tenta atrair Candy mas está alcoolizado demais para conseguir fazer qualquer coisa. Surge também o jardineiro mexicano do poeta, Emmanuel, interpretado por ninguém menos que Ringo Starr. Todos se juntam a uma fila de relacionamentos abusivos da menina.

Aliás, vale falar que detratores de Candy costumam colocar esse filme no meio de algumas bombas que Ringo andou fazendo no cinema na finaleira dos Beatles. Mas é injustiça, porque Candy nem chega a ser exatamente ruim. De fato, é uma doideira daquelas e um filme que mal parece ter um roteiro amarrado. Entre as sequências, a personagem-título encontra uma enfermeira interpretada por ninguém menos que Anita Pallenberg. Também é cercada por um grupo de mafiosos em Nova York e acaba ajudada por um cineasta alternativo (cujo nome é G3). Isso antes de ir parar no Central Park e esbarrar num coroa corcunda que a leva para sua mansão deserta. O cara é violento e é meio metido a incendiário.

Candy: quando Marlon Brando interpretou um guru hippie safadinho

“PIOR FILME DA MINHA VIDA”

Aliás, Candy inspirou-se no livro de mesmo nome, escrito por Maxwell Kenton, o pseudônimo dos autores Terry Southern e Mason Hoffenberg. Saiu pela editora liberou-geral Olympia Press, responsável pela primeira edição de Lolita, de Wladmir Nabokov. E rendeu uma grana boa para os autores, além de escandalizar um tanto de gente. Candy encontrava pela frente só homens que queriam fazer sexo com ela. Um deles, era seu tio (tem essa cena no filme). Na época, foi um escândalo.

Marlon Brando, vale dizer, detestou ter feito o filme, e só entrou nessa para dar uma ajuda ao diretor, seu amigo – inclusive financiou boa parte da produção. Candy se juntou ao universo dos filmes psicodélicos que eram considerados europeus demais para serem entendidos nos EUA. A bilheteria nos Estados Unidos foi mais ou menos e na Inglaterra, foi o 12º filme mais bem sucedido de 1968. A trilha sonora era fantástica, formada quase que exclusivamente por músicas de The Byrds e Steppenwolf.

Candy, como tem acontecido com vários filmes doidões dessa época, está no YouTube, inteirinho, sem cortes e… sem legendas. Até sair do ar, tá lá.

NA TV

Aliás, pega aí Marlon Brando e o entrevistador Dick Cavett duelando durante uma entrevista em 1973, quando a zica dos filmes duvidosos tinha passado. O papo rolou após o ator recusar receber pessoalmente o Oscar por O poderoso chefão e mandar ao palco da premiação a índia apache Sacheen Littlefeather, para levar o prêmio e protestar contra a falta de representatividade indígena no cinema. Marlon não queria muito falar de seus filmes com Cavett. Disse que sentia falta de espaço para falar da causa indígena e acreditava que atuar era uma profissão como qualquer outra.

Ricardo Schott é jornalista, radialista, editor e principal colaborador do POP FANTASMA.

Cinema

Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

Marcado para este domingo (28) na Areninha Cultural Hermeto Pascoal (Lona Cultural de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o Parayba Rock Fest, do qual você ficou sabendo aqui, vai ter shows, DJs, exposições e várias outras atrações. E Michael Meneses, criador do selo Parayba Records e realizador da festa (que também comemora seus 50 anos de idade), vai exibir seu primeiro filme, Ver + – Uma luz chamada Marcus Vini. Michael, que é fotógrafo e professor de fotografia, iniciou o filme como trabalho de conclusão de curso de sua faculdade de Cinema.

“O que eu vou exibir no evento são os 50 minutos que já estão prontos do filme e que apareceram na apresentação do meu TCC. Ainda estou inclusive fazendo pesquisas para ele”, conta Michael, que com o filme, homenageia Marcus Vini, seu melhor amigo (“o irmão homem que eu não tive”, conta), morto por covid. Marcus era fotógrafo e, como Michael, foi professor universitário e cobriu festivais de música como o Rock In Rio.

“Marcus contraiu covid naquela época mais braba da doença, e morreu no dia em que ele deveria estar tomando a primeira dose”, lembra Michael. “Ele foi fotojornalista e curiosamente fazia aniversário no dia 19 de agosto, que é o Dia Mundial da Fotografia. E só soube disso depois que virou fotógrafo. Ele inclusive fez uma foto super importante numa enchente, que foi publicada no jornal Le Monde. A ideia do filme é focalizar o lado humanitário dele, um cara que estava sempre pensando em fazer doação de alimentos, coordenou um curso de fotografia em Madureira (Zona Norte do Rio)“. Antes do evento de Michael, o filme foi exibido também em lugares como a livraria carioca Belle Epoque.

O Pop Fantasma é um dos apoiadores do evento, ao lado de uma turma enorme. Para saber mais e comprar seu ingresso, confira o serviço abaixo.

SERVIÇO:
SHOWS COM AS BANDAS:

Netinhos de Dna Lazara, Benkens, NoSunnyDayz, New Day Rising (NDR) e Welcome To Tenda Spírita.
ALÉM DOS SHOWS:
Exibição do Documentário:
 VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini – Direção: Michael Meneses
DJs: Explica e Chorão 3
Expo de fotos dos fotógrafos da Rock Press
Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais
Gastronomia Vegana: Vegazô – A Feira Vegana da Zona Oeste/RJ
DATA: 28 de julho 2024, às 14h.
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ
INGRESSOS: antecipados aqui, na bilheteria da Areninha e na loja Requiem (Camelódromo de Campo Grande).

Foto: reprodução Instagram

 

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