Cultura Pop
Várias coisas que você já sabia sobre a estreia do Duran Duran

O Duran Duran já foi uma banda cujo vocalista não era Simon Le Bon. Antes do primeiro disco, epônimo, lançado em 15 de junho de 1981 (opa, quase 40 anos!), outros nomes passaram pelos vocais do grupo. O primeiro foi Stephen Duffy, que depois foi para o Lilac Time. Depois entraria Andy Wickett, mais conhecido como Fane, que foi guitarrista de uma banda chamada TV Eye, e era um músico conhecido em Birmingham, na Inglaterra, de onde o DD vinha. Andy chegou a gravar as primeiras demos da banda, mas logo saiu.
Aliás, ainda houve outro vocalista, Jeff Thomas, recrutado por um tempo bem breve. O Duran Duran havia sido iniciado em 1978 pelo tecladista Nick Rhodes e pelo baixista John Taylor, foi montado sob os signos do glam rock e do art rock, e tinha mais influências de David Bowie e de Roxy Music do que eram capazes de esconder. Com a formação clássica completa (além de Simon, John e Nick, havia Roger Taylor, bateria, e Andy Taylor, guitarra), ficou claro que o Duran Duran apontaria para o futuro. Pouco antes da indústria de clipes virar o filé mignon do mercado (epa, a MTV nasceu no mesmo ano da estreia do DD), já pensavam em associar imagem e música, moda e atitude.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Blonde on blonde, de Bob Dylan
A união de pós-punk e de climas herdados da disco music, feita pelo quinteto, deu certo. A MTV abraçou hits como Girls on film, o Duran Duran se tornou a primeira banda dos anos 1980 a virar mania, transformou-se em modelo para praticamente tudo o que viria na década (se falar de rock brasileiro dos anos 1980, então…). E tudo começou com um disco que vinha sendo cuidadosamente pensado havia anos, e que hoje é um grande clássico.
E segue aí nosso humilde relatório sobre Duran Duran, o disco. Ouça lendo, leia ouvindo, essas coisas.
FAZENDO PLANOS. Antes do Duran Duran começar, não havia John Taylor e Nick Rhodes, Tinha era dois adolescentes, Nigel Taylor e Nick Bates, que matavam o tempo conversando sobre música e planejando formar uma banda, lá por 1978. Bates adotou o “Rhodes” por sugestão do amigo.
JÁ O molecote Nigel John Taylor era fã de Roxy Music, havia aprendido um pouco de piano, e passava por um processo de transformação pessoal parecido com o do Patinho Feio: era complexado por ter miopia, usar óculos e por ter um nome que, no entendimento dele, era mais apropriado a um garoto bullynizado.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Doolittle, dos Pixies
NIGEL? O artista posteriormente conhecido como John Taylor usaria o “Nigel” como nome artístico até a primeira demo do Duran Duran. Mas estava de saco cheio de se chamar assim e lembrava especialmente de um personagem Nigel, que era um bobalhão que aparecia num episódio de Monty Phyton. “O dia seguinte à exibição desse programa foi um pesadelo na escola”, recordou.
ALIÁS E A PROPÓSITO, pra piorar um pouco, 1979 foi o ano de… Making plans for Nigel, sucesso-assinatura do XTC, que foi um grande hit e contava a história de um moleque meio superprotegido pelos pais, e incapaz de decidir o próprio futuro. O John, que já era seu nome do meio, foi adotado como referência a Johnny Ramone e John Lennon.
NO COMECINHO o grupo de Rhodes e Taylor (com o cantor original, Stephen Duffy), ensaiava na loja de brinquedos do pai de Nick, em meio a embalagens. “Tínhamos músicas chamadas coisas como Hold me, pose me, que era o que dizia na lateral de uma caixa de boneca”, contou Duffy.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre The Who Sell Out, do Who
QUE NEM BOWIE. A banda tinha um hábito parecido com o de um de seus maiores ídolos, David Bowie, nos tempos de penúria. Se na adolescência o mod Bowie fuçava lixões de lojas de roupas em busca de alguma peça descartada, os futuros astros do Duran Duran usavam roupas de lojas de caridade, e jaquetas dos anos 1950, bem justas. A ideia era lançar moda, mas isso ainda demoraria para acontecer.
PRIMEIRO NOME. O Duran Duran passou um tempo se chamando RAF (possível referência à Força Aérea Real da Grã-Bretanha). Mas foi muito pouco tempo mesmo. John viu o filme Barbarella, de Roger Vadim (1968), e sugeriu batizar a banda com o nome Duran Duran, referência ao Dr. Durand Durand interpretado pelo ator Milo O’Shea.
ALIÁS E A PROPÓSITO, Milo foi convidado pela banda em 1984 para interpretar o próprio Dr. Durand Durand no filme-concerto Arena (An absurd notion). E aceitou.
NA BALADA COM O DD. O começo do Duran Duran era bastante associado a um clube de Birmingham chamado Rum Runner, que já estava aberto desde 1964 e tinha dado abrigo a várias bandas e artistas ilustres da cidade (de Black Sabbath e Roy Wood). O Duran Duran levou sua primeira demo para lá e a banda quase inteira acabou trabalhando na casa, com os integrantes assumindo funções como DJ, segurança e até cozinheiro. A casa fechou em 1987.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Sticky fingers, dos Rolling Stones
NO PALCO. O Duran Duran se tornou também residente da casa, numa época em que os filhos do dono do local assumiram a boate e a transformaram num clube mais moderno. A banda tocava até mesmo nas festas de réveillon do local.
AS MUDANÇAS NA BANDA foram ocorrendo nos anos seguintes, até que o Duran Duran ganhasse a formação definitiva. Um sujeito chamado Alan Curtis assumiu a guitarra por uns tempos, após ler um anúncio no jornal que recrutava um músico “influenciado por Roxy e Bowie”. Andy Taylor entra depois para a banda por causa de outro anúncio e acaba assumindo não apenas o instrumento como a chapa de hambúrgueres do Rum Runner. De início, se choca com o visual trabalhado da banda, mas resolve ficar. Já Duffy fica definitivamente chocado com as ambições pop do grupo e deixa o DD.
O VOCALISTA. Simon Le Bon, apesar de não fazer parte da turma que trabalhava no Rum Runner, entrou para o Duran Duran por causa da boate: namorava uma garçonete que o recomendou para a banda. Seu visual inusitado (jaqueta de camurça, calça de pele de leopardo e cabelo louro) impressionou os futuros colegas e ele foi aceito nos vocais.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Love it to death, de Alice Cooper
EMPRESÁRIOS. Quem passa a cuidar dos negócios do Duran Duran é justamente o então proprietário do Rum Runner, Paul Berrow – foi nessa que a banda virou residente de lá. Ele e seu irmão, que cuidavam da boate, estavam super interessados em fazer do local uma espécie de Studio 54 de Birmingham, levando toda a modernidade da casa de Nova York para uma cidade industrial da Inglaterra. Discos de artistas como Giorgio Moroder rolavam direto nas pick-ups da casa e eram ouvidos o tempo todo pelo Duran Duran em meio a ensaios e novas canções.
DISCO É O C… No fim dos anos 1970, vale dizer, a coisa mais comum do mundo era que roqueiros demonstrassem todo o seu ranço pela disco music, que ocupava espaços nas rádios. Ainda que nomes como Doobie Brothers, Kiss, Blondie e Fleetwood Mac (e Rita Lee, no Brasil) convivessem de boa com os batidões da disco, o consenso geral era que aquela batida dançante era repetitiva, as letras eram pobres (enfim, como se Highway star, do Deep Purple, fosse o equivalente roqueiro de um poema de John Keats) e as melodias eram pífias. Esse último aspecto torna tudo mais maluco, ainda mais no comparativo com um estilo musical que havia sido salvo pelos três acordes.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Black Sabbath Vol 4
EM 1979, rolou aquele espetáculo de demência chamado Disco Demolition Night, em que LPs de disco music (e de música negra em geral, segundo testemunhas) foram quebrados em meio a uma competição esportiva. O estilo musical começava a ser substituído por versões mais ritmadas que anos depois desembocariam na house music, a safadeza boogie começava a dominar as paradas (via Earth, Wind & Fire e outros artistas) e já se avizinhava uma pós-disco, com nomes como Prince e Rick James gravando discos.
MAS E O DURAN DURAN COM ISSO? Se em 1979 estivesse na moda o hábito de bandas procurarem psicólogos ou coaches, o DD gastaria uma nota tentando solucionar a crise que vivia na época. Como roqueiros vindos do punk, deveriam odiar disco music, mas a adoravam. John Taylor, originalmente um guitarrista, tornou-se baixista pelo amor ao Chic.
HAJA GRANA. Os irmãos Berrows decidem investir pesado no Duran Duran e hipotecam um apartamento para comprar uma vaga de banda de abertura (eita) para o quinteto. O DD abre shows de Hazel O’Connor, uma cantora e atriz britânica que fazia sucesso com o hit Eighth day e com o filme Breaking glass, dirigido por Brian Gibson e estrelado por ela.
GENTE HUMILDE. A tal vaga na tour custou 12 mil libras. Para não aumentar mais ainda o rombo, ficou combinado que a banda se revezaria entre um quarto de hotel e a van de turnê – um integrante dormiria no quarto por vez a cada cidade, e os outros se espremeriam no utilitário.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre O Papa é pop, dos Engenheiros do Hawaii
DEU CERTO. Num dos shows da turnê com Hazel, Dave Ambrose, o chefe de A&R da EMI que descobriu os Sex Pistols, descobre o Duran Duran. Vê em Simon LeBon uma espécie de “novo Elvis” e contrata a banda sem pestanejar.
NO ESTÚDIO. O Duran Duran começou a gravar imediatamente e passou por vários estúdios com o produtor Colin Thurston, que trabalhara em Heroes, de David Bowie, e Lust for life, de Iggy Pop. Planet Earth e Girls on film foram gravadas em dezembro de 1981 e o restante em janeiro.
RAPIDINHO. De modo geral, Duran Duran, o disco de estreia, foi gravado rapidamente e em várias etapas. O produtor primeiramente cuidou de faixas como Careless memories, Night boat, Anyone out there, Tel Aviv e Faster than light (que viraria o lado B de Girls on film). O esqueleto de outro lado B queridíssimo do Duran Duran, Khanada, viria também dessa etapa. Depois, Colin mudou a banda para outro estúdio e completou toda a parte básica do disco (além de muita coisa de sequenciadores e teclados) em dez dias.
VERSÃO EXTRA. A produção de remixes para pistas de dança já vinha dos tempos da disco music e da aurora da cultura hip hop. Mas nos anos 1980 isso viraria padrão, a ponto de alguns remixes ficarem até mais ilustres do que as canções que lhes deram origem. O Duran Duran fez um pouco mais do que isso: fez uma segunda versão de Planet Earth para clubes. Mas em vez de remixar, rearranjou a música, pôs mais slaps de baixo e percussão, e convocou um naipe de metais. A duração foi para oito minutos.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Transa, de Caetano Veloso
A FOTO DA CAPA. Quem tirou a foto da capa de Duran Duran foi Fin Costello, um fotógafo irlandês, que trabalhara com artistas como Deep Purple e Uriah Heep. John Taylor havia sugerido seu nome para a gravadora, que topou. O músico diz que sugeriu também que a banda posasse com um carro na foto. Fin não apenas fez a foto, como também sugeriu que a capa fosse feita por Malcolm Garrett, designer responsável por todo o visual dos discos da banda punk britânica Buzzcocks. Garrett conseguiu desenhar para o Duran Duran uma capa moderna e bastante minimalista, com um logotipo cuja produção encareceu bastante o design, mas deu a cara inicial do grupo.
A HISTÓRIA DO ROCK E DO POP é cheia de exemplos de artistas extremamente viáveis comercialmente, mas que precisaram lutar para fazer valer suas ideias, e que penavam com a falta de visão de donos de gravadoras. Com o Duran Duran não aconteceu nada disso: a EMI, até por precisar bastante de um grupo “moderno” para abrir os anos 1980, apostou bastante desde o início. Especialmente quando viu Planet Earth, o primeiro single, chegar no sétimo lugar das paradas britânicas.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Atom heart mother, do Pink Floyd
O PROBLEMA É QUE foi nesse ponto que rolou uma bobeada séria da gravadora que quase pôs tudo a perder. A banda queria lançar logo a alegre e chamativa Girls on film como segundo single. Mas a EMI alegou que Careless seria uma boa opção porque mostrava “um lado mais sério do grupo”. Em tempos de forte airplay para o pop adulto, não era uma ideia de todo errada. Mas o single não vendeu bem e mal tocou. E o Duran Duran começou a ganhar uma baita cara de banda de tiro curto.
MAS A EMI foi à luta e usou todo seu time de assessoria de imprensa para reverter a situação. Janice Hague, que trabalha com bandas como Queen e Bow Wow Wow, fez tudo para emplacar o DD não apenas na imprensa “séria”, como também nas revistas de adolescentes. O grupo conseguiu uma capa na Smash hits, uma das revistas pop mais vendidas da época. Curiosamente, a revista preferiu colocar uma foto em que apenas Nick e Roger apareciam. Nem mesmo Simon Le Bon apareceu. John diz ter visto nisso um sinal de que a banda era vista de maneira mais “profunda” do que parecia.
JOHN TAYLOR reclama que, graças à preferência que a banda e a EMI deram para a Smash hits e a The Face, o New Musical Express passou a expressar (opa) o maior desgosto pela banda, atacando-os sempre que podia. Por outro lado, publicações para adolescentes apaixonadas, como Diana e My Guy passaram a cobrir todos os passos do grupo, e a publicar até mesmo pôsteres deles. Não era uma mídia tão errada assim: artistas como Marc Bolan e David Bowie, no comecinho dos anos 1970, viviam aparecendo nessas publicações (os equivalentes à Capricho e à Querida no Brasil).
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre The seeds of love, do Tears For Fears
ALIÁS E A PROPÓSITO, pelo menos Careless veio com duas preciosidades como B-sides, a boa Khanada e a versão duranie de Fame, de David Bowie.
BORA SAIR DE CASA PRA VER UM VÍDEO? Hoje ninguém sai de casa para nada, mas pode acreditar: nos anos 1980, as pessoas saíam de casa para assistir a exibições de vídeos de seus artistas preferidos. Várias casas noturnas (inclusive aqui no Brasil) anunciavam sessões de vídeos, gravados em VHS, de apresentações de bandas como Smiths, Duran Duran, e até grupos mais antigos, como Pink Floyd e The Doors. Assim que isso começou a acontecer, os próprios artistas passaram a produzir vídeos especialmente para esse tipo de mercado, até porque a MTV ainda estava no comecinho.
O DURAN DURAN, que não era bobo nem nada, mandou fazer um vídeo fodástico e malicioso para Girls on film, com várias modelos, vários cenários (inclusive um de passarela, que seria imitado à exaustão em outros clipes e até aberturas de novela no Brasil) e passagens que eram referências cara-de-pau a fetiches sexuais. O projeto inicial era que o vídeo fosse exibido apenas em casas noturnas, mas ele chegou até a TV. A BBC considerou o clipe obsceno e não o exibiu. Já a MTV só concordou em exibi-lo após várias tesouradas.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Boy, estreia do U2
O VÍDEO DE Girls in film foi uma das produções vitoriosas da dupla Kevin Godley & Lol Creme, dois músicos, ex-integrantes do 10cc, que haviam resolvido se dedicar à produção de vídeos e comerciais. Os dois permaneceram dirigindo vídeos ao mesmo tempo em que lançavam discos em dupla, numa linha mais experimental e gozadora do que o próprio 10cc (que já era conhecido por músicas como The worst band in the world).
SIMON LE BON compôs Girls on film para reclamar de um tema que ainda não estava na pauta por aqueles tempos: a objetificação de modelos e atrizes em fotos de moda. O cantor acabou depois reclamando de novo de outra coisa: o vídeo ubersexualizado pôs toda a mensagem da letra a perder. E tá aí o clipe.
ALIAS E A PROPÓSITO, os dois primeiros singles do disco, Planet Earth e Careless memories, tiveram clipes lançados também.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre L. A. woman, dos Doors
FORMATOS INOVADORES. O Duran Duran (e a EMI, diga-se) estavam realmente de olho crescido para o mercado de clipes e vídeos. Tanto que a banda e a gravadora decidiram apostar em novos formatos para fazer a banda crescer no mercado. Em 1983, quando já eram uma banda de dois discos lançados, as lojas receberam Duran Duran video album, com tudo o que já havia saído de clipes da banda até então, e mais uma novidade: a banda produziu clipes para faixas que não chegaram a ser lançadas como singles, como Lonely in your nightmare e Night boat. Depois disso, a banda explorou o formato de EP-vídeo (um VHS com pouco tempo de duração e alguns clipes) e até video-single com Dancing on the Valentine e Duran Duran video 45, ambos de 1984.
ESSES LANÇAMENTOS EM VÍDEO eram colocados nas lojas pela PMI (Picture Music International) uma subdivisão da EMI especializada em clipes, que lançou vídeos de Kate Bush, Paul McCartney, Queensryche, Iron Maiden e vários outros do elenco da gravadora. O nome depois foi descontinuado e substituído por Abbey Road Interactive.
NOS ESTADOS UNIDOS, a EMI jogou Duran Duran para o selo Harvest, que era mais useiro e vezeiro de lançamentos de rock progressivo durante os anos 1970, mas que havia tomado novo direcionamento após o sucesso do movimento punk, contratando bandas como Wire. Foi com esse selo que o álbum chegou ao Brasil.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Argybargy, do Squeeze
UMA DIFERENÇA da edição americana para a britânica é que nos EUA a gravadora preferiu a “versão noite” de Planet Earth (a tal nova versão com alguns minutos a mais) e cortou To the shore do LP. Anyone out there e Night boat aparecem na edição dos EUA com títulos alternativos: Is there anyone out there e (Waiting for the) Night boat. No Brasil, mesmo com o selo Harvest, o disco saiu fiel ao original britânico.
FALANDO EM BRASIL, a chegada do Duran Duran no mercado foi anunciada na coluna Música Pop assinada por José Emilio Rondeau, no Jornal do Brasil, em 21 de maio de 1981, na qual a banda foi citada como um dos grupos da onda new romantic. Ou dos chamados blitz kids. Era a turma que frequentava o clube Blitz, em Londres, e da qual saíram nomes cujas carreiras se desenvolveram de maneira bem diferente da do DD, como Boy George, Midge Ure (Ultravox/Visage), Marilyn (cantor, DJ e amigo de Boy George), a turma do Spandau Ballet, Siobhan Fahey (Bananarama) e outros.
ALIÁS E A PROPÓSITO, Anyone out there, que sequer era um single oficial do primeiro álbum, ganhou um levante especial justamente… aqui no Brasil. Foi incluída na trilha da novela global Sétimo sentido, em 1982. Apesar do Duran Duran poucas vezes ser fotografado usando jeans (várias fotos do começo dos anos 1980 mostram a banda usando couro da cabeça aos pés), a Nexus, uma das mais populares fábricas de calças dos anos 1980, fez uma promoção usando a música do grupo: lançou um compacto especial com Anyone no lado B e Planet earth no lado B.
>>> Veja também no POP FANTASMA: Várias coisas que você já sabia sobre Mellon Collie, dos Smashing Pumpkins
JÁ A EDIÇÃO JAPONESA ORIGINAL de Duran Duran faz a alegria dos colecionadores, por trazer um pôster colorido e instruções (com silhuetas de bonecos) de como dançar “a nova dança new romantic”.
E AÍ, VENDEU? Duran Duran estourou, fez o nome da banda ficar conhecido na Inglaterra, e animou a EMI a tentar fazer a banda estourar nos Estados Unidos. A gravadora pagou um clipe num barco cheio de modelos para o futuro hit Rio e botou a banda em estúdio novamente – para gravar o segundo disco, também chamado Rio (1982).
O DURAN DURAN abraçou a nova fase e emplacou hit atrás de hit na MTV sem medo de ser feliz. “Quando você tem 19 anos e alguém diz: ‘Você quer fazer um vídeo em um iate nas Caraíbas?’ você não diz ‘que tipo de declaração deveríamos estar fazendo aqui?’. Diz algo como: ‘Meninas, barcos, sim, por favor!'”, contou Le Bon. Teve início uma duranmania que seguiu até 1986, com a interrupção momentânea das atividades e a saída de Roger Taylor “por exaustão”. O DD fechou os anos 1980 com influências de música eletrônica no disco Big thing (1988).
HOJE a banda ainda está por aí, e anuncia um disco novo para outubro, Future past. O único integrante da formação original que está distante da banda é Andy Taylor, que saiu brigado do DD em 2006, em meio às gravações de um disco que nunca foi lançado, Reportage. O músico não foi substituído e a banda hoje um quarteto.
Com informações de Diffuser.FM, e do livro No ritmo do prazer, de John Taylor.
>>> Saiba como apoiar o POP FANTASMA aqui. O site é independente e financiado pelos leitores, e dá acesso gratuito a todos os textos e podcasts. Você define a quantia, mas sugerimos R$ 10 por mês.
Crítica
Ouvimos: Lady Gaga, “Mayhem”

Tudo que é mais difícil de explicar, é mais complicado de entender – mesmo que as intenções sejam as melhores possíveis e haja um verniz cultural-intelectual robusto por trás. Isso vale até para desfiles de escolas de samba, quando a agremiação mais armada de referências bacanas e pesquisas exaustivas não vence, e ninguém entende o que aconteceu.
Carnaval, injustiças e polêmicas à parte, o novo Mayhem foi prometido desde o início como um retorno à fase “grêmio recreativo” de Lady Gaga. E sim, ele entrega o que promete: Gaga revisita sua era inicial, piscando para os fãs das antigas, trazendo clima de sortilégio no refrão do single Abracadabra (que remete ao começo do icônico hit Bad romance), e mergulhando de cabeça em synthpop, house music, boogie, ítalo-disco, pós-disco, rock, punk (por que não?) e outros estilos. Todas essas coisas juntas formam a Lady Gaga de 2025.
Algo vinha se perdendo ou sendo deixado de lado na carreira de Lady Gaga há algum tempo, e algo que sempre foi essencial nela: a capacidade de usar sua música e sua persona para comentar o próprio pop. David Bowie fazia isso o tempo todo – e ele, que praticamente paira como um santo padroeiro sobre Mayhem, é uma influência evidente em Vanish into you, uma das faixas que melhor representam o disco. Aqui, Gaga entrega dance music com alma roqueira, um baixo irresistível e um batidão que evoca tanto a fase noventista de Bowie quanto o synthpop dos anos 1980.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
Mais coisas foram sendo deixadas de lado na carreira dela que… Bom, sao coisas quase tão difíceis de explicar quanto as razões que levaram Gaga a criar um álbum considerado “difícil” como Artpop (2013), enquanto simultaneamente mergulhava no jazz com Tony Bennett e preparava-se para abraçar o soft rock no formidável Joanne (2016), um disco autorreferente que talvez tenha deixado os fãs da primeira fase perdidos. Em outro tempo, Madonna parecia autorizada a mudar como quisesse, mas quando Gaga fazia o mesmo, deixava no ar notas de desencontro e confusionismo. O pop mudou, as décadas passaram, o público mudou – e todas as certezas evaporaram.
É nesse cenário que Mayhem equilibra as coisas, entregando um pop dançante, consciente e orgulhoso de sua essência, mas ao mesmo tempo sombrio e marginal. Há momentos de caos organizado, como em Disease e Perfect celebrity – esta última começa soando como Nine Inch Nails, mas, se você mexer daqui e dali, pode até enxergar um nu-metal na estrutura. Killah traz uma eletrônica suja, um refrão meio soul, meio rock que caberia num disco do Aerosmith, enquanto Zombieboy aposta no pós-disco punk, evocando terror e êxtase na pista (por acaso, Gaga chegou a dizer que o disco tem influências de Radiohead, e confirmou o NiN como referência).
Na reta final, o álbum se aventura por outros terrenos: How bad do U want me e Don’t call tonight flertam com o pop dinamarquês dos anos 90 (e são, por sinal, as únicas faixas pouco inspiradas do disco); The beast tem cara de trilha sonora de comercial de cerveja; e Lovedrug mergulha na indefectível tendência soft rock que surge hoje em dia em dez entre dez discos pop. Essa faixa soa como um híbrido entre Fleetwood Mac e Roxette – como se Gaga estivesse pensando também na programação das rádios adultas de 2035.
O desfecho de Mayhem chega como um presente para o ouvinte: Blade of grass é uma balada melancólica de violão e piano, que ecoa tanto a tristeza folk dos anos 70 quanto a melancolia do ABBA, crescendo em inquietação à medida que avança. E então, como quem perde um pouco o tom, o álbum termina com… Die with a smile, a já conhecida balada country-soul gravada em parceria com Bruno Mars, lançada há tempos como single. Dentro do contexto do disco, ela soa mais como um apêndice do que como um encerramento – uma nota de rodapé onde se esperava um ponto final. Nada que chegue a atrapalhar a certeza de que Lady Gaga conseguiu, mais do que retornar ao passado, unir quase todos os seus fãs em Mayhem.
Nota: 8,5
Gravadora: Interscope
Lançamento: 7 de março de 2025.
4 discos
4 discos: Elvis Presley no final

Ainda que o mercado de álbuns estivesse bastante fortalecido desde o fim dos anos 1960, isso não chamava a atenção de Elvis Presley (1935-1977), e muito menos a de seu empresário, o Coronel Tom Parker (1909-1997). O cantor não parecia se interessar muito por LPs, apesar de ter tido grandes vendagens de álbuns desde o começo. Muitas vezes, Elvis apenas gravava o que tinha vontade, e deixava que a RCA, sua gravadora, escolhesse capas, repertório e (o principal) como e de que maneira cada gravação seria aproveitada.
Nos anos 1970, com Elvis enclausurado em sua mansão e cada vez mais descontrolado (no apetite, nas drogas, na violência etc), o cantor ficou também cada vez mais desinteressado em gravar regularmente. Seus álbuns começavam a se tornar compilações de gravações, quase sempre feitas em etapas diferentes. Não era nem preciso que as sessões passassem pelos mesmos esquemas de produção, embora os álbuns pós-1966 do cantor tivessem todos o mesmo produtor. Era o ex-cantor Felton Jarvis, que chegou a lançar em 1959 um single cujo lado B era um tributo chamado Don’t knock Elvis.
O álbum That’s the way it is (1970), por exemplo, foi feito a partir de oito faixas gravadas do estúdio da RCA em Nashville, mas também entraram quatro faixas gravadas ao vivo em Las Vegas. Por sua vez, o restante dessas sessões de Nashville foi lançado gradativamente em singles e rendeu também o álbum Elvis country, de 1971. Era como se os álbuns do cantor, com raras exceções, já fossem compilações de out takes. E o que não falta é crítico de rock apontando para esse clima “alhos com bugalhos” na parte final da discografia de Elvis.
Pois bem, resolvemos revisitar quatro álbuns dessa última década da carreira de Elvis Presley – que, você talvez saiba, teria completado 90 anos no dia 8 de janeiro. E pode crer: quem deixou esses discos para trás perdeu muita coisa. Mesmo os mais alheios à obra do cantor, que o conhecem apenas pelos grandes hits, podem encontrar surpresas agradáveis. Porque, sim, por trás daquela fachada de decadência, havia música pulsante. Se você nem sequer desconfiasse que a vida de Elvis andava uma zona daquelas, poderia acabar achando que ele já estava rico o suficiente e havia resolvido só gravar o que quisesse, para quem quisesse ouvir, e problema dele.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- Este texto foi inspirado por um outro texto, da newsletter do músico Giancalrlo Rufatto
“ELVIS NOW” (1972). O nome desse álbum de Elvis podia indicar que se tratava de um disco ao vivo, de uma coletânea, de um álbum de sobras, de um cata-corno musical – enfim, Elvis now, como título, não quer dizer lá muita coisa. De qualquer jeito, é um dos mais brilhantes lançamentos do cantor em sua última década. Numa época em que Elvis parecia ter entendido mais ou menos para que serviam os álbuns e estava adotando estilos musicais diferentes em cada lançamento (gospel, country, baladas, etc), seu décimo-sexto LP era o que mais se aproximava de um “programa de música” (digamos assim), cabendo vários estilos musicais de maneira equilibrada.
Para manter um hábito do cantor na época, Elvis now não era um disco de “agora”. Havia uma faixa gravada em 1969 (a versão dele para Hey Jude, dos Beatles, feita nas sessões que geraram o disco Elvis in Memphis, daquele ano) e gravações de 1970 e 1971. Ou seja: era basicamente um cozidão de sobras com material ainda sem destinação. De qualquer jeito, lá você ouve, além de Hey Jude, Elvis interpretando canções de Kris Kristofferson (Help me make it through the night), da ativista e cantora Buffy Sainte-Marie (a canção de amor classe-operária Until it’s time for you to go), de Gene McLellan (Put hand in the hand), Gordon Lightfoot (Early mornin’ rain) e até um clássico gospel tradicional que, poucos anos depois, Raul Seixas e Paulo Coelho fariam questão de chupar (I was born ten thousand years ago).
“RAISED ON ROCK/FOR OL’ TIMES SAKE” (1973). Mais uma vez uma capa de Elvis traz uma foto praticamente idêntica dele (Elvis proibia que o fotografassem fora do palco), e o título lembra o de um álbum pirata ou coletânea caça-níqueis. Mas esse disco é tido como o último álbum de estúdio verdadeiramente rocker de Elvis, e tem quem o considere o melhor álbum dessa fase. O repertório veio de sessões no Stax Studios (Memphis, Tennessee), em julho de 1973, além de outras gravações feitas na casa de Presley em Palm Springs, Califórnia, em setembro de 1973.
Raised on rock tem esses dois títulos porque aproveitou os nomes dos lados A e B de um single de sucesso do cantor – o que dá a impressão também de “single expandido para álbum” e feito às pressas. Uma ouvida distraída revela pérolas como as próprias músicas-título, além de Three corn patches (da dupla Leiber e Stoller), Just a little bit (sucesso do cantor Rosco Gordon) e Find out what’s happenin’ (country gravado em 1968 por Bobby Bare). Muita gente implicou bastante com aquele papo de “criado no rock”, ate porque a canção fala de uma pessoa que foi criada ouvindo hits como Johnny B. Goode, de Chuck Berry, e nada menos que Hound dog, gravada pelo próprio Elvis (!) em 1956. Mas pula essa parte porque a gravação é ótima.
“ELVIS TODAY” (1975). A capa e o título não dizem muita coisa, mas Today é um dos discos mais saidinhos dessa fase final da carreira do cantor. O som une música pop e country, em vez de se concentrar apenas num estilo. E fica claro, pela escolha de repertório, que o álbum foi um esforço grande de Elvis em tentar entender o que estava acontecendo ao seu redor na música.
Havia o rock country de T-R-O-U-B-L-E, um dos últimos hits do cantor no estilo que o havia consagrado. Tinha uma regravação de Fairytale, das Pointer Sisters, indicando que a transição do soul à disco já tinha sido devidamente observada por Elvis e sua turma. E havia algumas regravações bem bacanas de faixas recentes, como I can help, de Blly Swan, e Pieces of my life, de Troy Seals – muito embora, justamente por causa disso, ficasse a impressão de que Today, mais do que resultado de uma gravação em estúdio, era o resultado de uma mexida em várias demos. Ainda assim, era uma mostra de que Elvis ainda se reinventava. Da maneira dele, mas rolava sim.
“FROM ELVIS PRESLEY BOULEVARD, MEMPHIS, TENNESSEE” (1976). O título desse disco lembra o de um álbum póstumo ou coletânea. É apenas o vigésimo-terceiro álbum de Elvis, feito numa época em que o cantor nem sequer queria sair de casa para gravar, e a RCA mandou instalar um estúdio na casa dele. Foi lançado pouco após a excelente coletânea The Sun sessions, e, diz o site oficial do cantor, trouxe músicas “comercializadas como se Elvis estivesse finalmente emitindo um convite aos seus fãs para entrarem pelos portões de Graceland”. Inclusive vendeu mais do que a coletânea, embora tenha custado mais aos cofres da RCA do que Sun sessions.
A capa informa que se trata de um “disco ao vivo”, mas a realidade é bem diferente: não há palmas, e basicamente o material foi feito “ao vivo” dentro da própria mansão de Elvis. O repertório é de uma força impressionante, com destaque para a balada blues Hurt, a romântica Never again e as baladas country Dany boy e Bitter they are, harder they fall, além da grandiosa The last farewell. From Elvis Presley Boulevard não é apenas um disco: é um retrato do Rei em um momento de fragilidade e reclusão, mas ainda capaz de emocionar como poucos.
Cultura Pop
Grammy 2025: as apostas do Pop Fantasma

Informações básicas sobre o Grammy 2025, que vai rolar neste domingo (2 de fevereiro), às 21h30, horário de Brasília, nos Estados Unidos. Vamos por partes:
- É a 67ª edição da premiação.
- Uma porrada de gente vai fazer show na premiação. Entre os confirmados, Stevie Wonder, John Legend, Janelle Monáe, Chris Martin, Cynthia Erivo, Brittany Howard, Brad Paisley, Herbie Hancock, Jacob Collier, Lainey Wilson, St. Vincent e Sheryl Crow. A Academia afirmou também que estarão no palco nomes como Benson Boone, Sabrina Carpenter, Doechii, Raye, Chappell Roan, Teddy Swims, Shakira e Charli XCX.
- O comediante sul-africano Trevor Noah vai apresentar o prêmio – ele comanda o palco do prêmio desde 2021.
- Tem Brasil na premiação, já que Anitta concorre a melhor álbum de pop latino com Funk generation.
- O canal de TV TNT e o serviço de streaming Max vão transmitir a premiação aqui no Brasil.
- Após discussões iniciais, foi decidido que os incêndios em Los Angeles não causariam o adiamento do evento – e decidiu-se também que o Grammy será um instrumento para angariar fundos para ajudar a cidade.
E enfim, ninguém convidou o Pop Fantasma para votar lá, mas nós resolvemos mostrar nossas apostas, divididas em quem a gente acha que leva os prêmios, e quem a gente adoraria que ganhasse. Confira aí e faça suas apostas. Não votamos em todas as categorias, claro – são 94 e não nos sentimos capazes de opinar em várias delas.
(na foto, Charli XCX, que a gente gostaria que ganhasse numas três categorias).
Música do Ano
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
Billie Eilish, Birds of a feather
Lady Gaga and Bruno Mars, Die with a smile
Taylor Swift featuring Post Malone, Fortnight
Chappell Roan, Good luck, babe!
Kendrick Lamar, Not like us
Sabrina Carpenter, Please please please
Beyoncé, Texas hold ‘em
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Taylor Swift
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar
Revelação do Ano
Benson Boone
Sabrina Carpenter
Doechii
Khruangbin
RAYE
Chappell Roan
Shaboozey
Teddy Swims
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappell Roan
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Ficamos contentes se a Chappell ganhar, mas enfim, tem o Khruangbin
Melhor Performance Solo Pop
Beyoncé, Bodyguard
Sabrina Carpenter, Espresso
Charli XCX, Apple
Billie Eilish, Birds of a feather
Chappell Roan, Good luck, babe!
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Sabrina Carpenter é a campeã de audiência em algumas plataformas digitais, e tem grandes chances,
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX
Melhor Performance Dupla ou Grupo Pop
Gracie Abrams Featuring Taylor Swift, Us
Beyoncé Featuring Post Malone, Levii’s Jeans
Charli XCX & Billie Eilish, Guess
Ariana Grande, Brandy & Monica, The boy is mine
Lady Gaga & Bruno Mars. Die with a smile
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Grandes chances para o dueto de Lady Gaga e Bruno Mars
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX e Billie Eilish
Melhor Álbum Pop Vocal
Sabrina Carpenter, Short’n sweet
Billie Eilish, Hit me hard and soft
Ariana Grande, Eternal sunshine
Chappell Roan, The rise and fall pf a midwest princess
Taylor Swift, The tortured poets department
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappel Roan? Taylor Swift? Billie Eilish? Aí parece que TODAS podem ganhar.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Billie Eilish
Melhor Álbum de Country
Beyoncé, Cowboy Carter
Post Malone, F-1 Trillion
Kacey Musgraves, Deeper Well
Chris Stapleton, Higher
Lainey Wilson, Whirlwind
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé
Melhor Performance Country Solo
Beyoncé, 16 Carriages
Chris Stapleton, It takes a woman
Jelly Roll, I am not OK
Kacey Musgraves, The architect
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton ou Shaboozey
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé (ou, vá lá, também o Shaboozey)
Melhor Gravação Dance/Eletrônica
Madison Beer, Make you mine
Charli XCX, Von Dutch
Billie Eilish, L’amour de ma vie (Over Now Extended Edit)
Ariana Grande, Yes, and?
Troye Sivan, Got me started
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: talvez, quem sabe, Billie Eilish
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX
Melhor Álbum de Pop Latino
Anitta, Funk generation
Luis Fonsi, El viaje
Kany García, García
Shakira, Las mujeres ya no lorran
Kali Uchis, Orquídeas
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Talvez a Kali Uchis
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Fernanda Torres no Oscar e Anitta no Grammy, já pensou? (mas Kali Uchis ganhando ia ser legal, Orquideas é um disco bacana).
Melhor Álbum de Rock
The Black Crowes, Happiness bastards
Fontaines D.C., Romance
Green Day, Saviors
Idles, TANGK
Pearl Jam, Dark matter
The Rolling Stones, Hackney diamonds
Jack White, No name
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Algo me diz que o primeiro álbum dos Stones lançado após a morte de Charlie Watts vai mexer com os jurados.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Jack White.
Melhor Performance de Rock
The Beatles, Now and then
The Black Keys, Beautiful people (Stay high)
Green Day, The american dream is killing me
Idles, Gift horse
Pearl Jam, Dark matter
St. Vincent, Broken man
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Beatles.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Em tempo de Trump na presidência dos EUA, Green Day cantando que “o sonho americano está me matando” seria um sonho (sem trocadilho). Mas dificilmente vai rolar.
Melhor Performance de Música Alternativa
Cage the Elephant, Neon pill
Nick Cave & The Bad Seeds, Song of the lake
Fontaines D.C., Starbuster
Kim Gordon, Bye bye
St. Vincent, Flea
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Nick Cave & The Bad Seeds
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon, com certeza.
Melhor Álbum de Música Alternativa
Nick Cave & Bad Seeds, Wild god
Clairo, Charm
Kim Gordon, The collective
Brittany Howard, What now
St Vincent, All born screaming
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: estou entre Clairo e Nick Cave
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon
Melhor Álbum de Rap
Common & Pete Rock, The Auditorium Vol. 1
Doechii, Alligator bites never heal
Eminem, The death of Slim Shady (Coup de grâce)
Future & Metro Boomin, We don’t trust you
J. Cole, Might delete later
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Se bobear, Eminem leva essa. Ou o trapper Future.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Common & Pete Rock, que ainda por cima têm samples bem criativos de música brasileira (pegaram trechos de faixas de Chico Buarque, Ivan Lins & Vitor Martins e até uma faixa da banda de rock progressivo brasileira Karma).
Melhor Performance de Rap
Cardi B, Enough (Miami)
Common & Pete Rock Featuring Posdnuos, When the sun shines again
Doechii, Nissan altima
Eminem, Houdini
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar, Like that
Glorilla, Yeah glo!
Kendrick Lamar, Not like us
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR e QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 8: Setealém
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 2: Teletubbies
-
Notícias7 anos ago
Saiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
-
Cinema7 anos ago
Will Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
-
Videos7 anos ago
Um médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
-
Cultura Pop8 anos ago
Barra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
-
Cultura Pop6 anos ago
Aquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
-
Cultura Pop7 anos ago
Fórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?