Connect with us

Lançamentos

Radar: Pic-Nic, Karnak, Edu K, Jonas Sá, The Monic e MC Taya – e mais!

Published

on

Pic-Nic (foto)

Ninguém esperava que Edu K, o vocalista da banda maldita De Falla, fosse transformar em punk rock um clássico pop brasileiro dos anos 1980 – e ele fez isso. No geral, o fator “ninguém esperava” é o que deveria deixar todo mundo ligado quando se trata de música. Afinal, a gente já vê muitas coisas previsíveis por aí afora. Por isso é que Edu K está no Radar nacional de hoje, ao lado de Pic-Nic (que lança clipe), The Mönic (que lança música ao lado de MC Taya, na união de rap, funk e metal), Jonas Sá, Karnak e uma galera que não cansa de surpreender todo mundo.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Pic-Nic): Divulgação

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
  • Mais Radar aqui.

PIC-NIC, “I WANNA BE ALONE”. Música do disco novo do grupo carioca, Volta, I wanna be alone foi a única canção a ser feita em inglês do álbum, “não por escolha, mas foi o único jeito que a letra saiu”. E ela acaba de ganhaar um clipe, dirigido por Henrique Aqualo. O vídeo mostra a banda em ação no palco improvisado da livraria carioca Baratos da Ribeiro, tocando entre estantes de livros e gôndolas de discos, enquanto figuras do indie do Rio aparecem de relance.

SOPHIA CHABLAU E UMA ENORME PERDA DE TEMPO, “EMBARAÇO TOTAL”. Uma das melhores faixas de Música do esquecimento (2023, já resenhado por aqui), o pós-punk sereno Embaraço total ganha agora um clipe dirigido por Luiza Aron. A canção, que fala das batalhas internas de cada dia – e abre com os versos “sem nunca saber muito bem / como conciliar / o giro da roda e o hábito de respirar” – ganha imagens à altura: enquanto os músicos tocam, quatro atores-mirins interpretam o grupo e recriam momentos da infância de Sophia e seus amigos. Assista, ouça, sonhe.

KARNAK, “CARLEVINDO É BOY”. O novo álbum do Karnak, Karnak Mezosoiko, previsto para 5 de setembro, gira em torno de uma fábula: a primeira fita demo da banda, de 1987, foi encontrada e está sendo lançada agora. Carlevindo é boy, novo single do disco, tem clima eletropunk, e lembra na letra dos antigos games Atari e Game Boy – que fala sobre um garoto abonado que perde seu Atati. “Carlevindo foi falar com o seu papai / e o papai do Carlevindo deu pra ele o Gameboy”, diz a letra. No clipe, um garoto interage com um robô, e outros robôs encarregam-se da coreografia.

ANA KARINA SEBASTIÃO, JACKIE CUNHA, ROGÉRIO MARTINS, “CONVERGÊNCIA”. A união de uma baixista (Ana Karina) com dois percussionistas (Jackie e Rogério) deu em jazz sensível e etéreo. Os três músicos encontraram-se a pedido do Selo Sesc, na série Encontros Instrumentais, e fizeram uma criação musical espontânea juntos – que sai agora no EIN 003, o terceiro EP da série. Convergência, a faixa de abertura, mostra o clima quase espacial do trio ganhando um clima feroz aos poucos, com diálogo entre percussões, baixo e efeitos sonoros.

JONAS SÁ, “DE SENTIR VOCÊ”. _MNSTR_, novo álbum de Jonas, sai neste mês pelo selo Risco. Depois da lançar o single Deus, o músico volta com um bittersweet quase legítimo – um soul acústico, batido no violão, que tem tanto do folk quanto de Gilberto Gil e Luiz Melodia. Entre synths, violões, batidas e corais, Jonas fala sobre como é importante a gente sempre estar do lado de quem a gente gosta. A mixagem da faixa foi feita pelo lendário Mario Caldato.

THE MÖNIC E MC TAYA, “BITCH, EU SOU INCRÍVEL”. Hit da MC Taya – que mistura heavy metal, funk e hip hop – Bitch, eu sou incrível volta em versão bem pesada e intensa, feita pela MC com a banda The Mönic. A versão surgiu quando a banda e cantora se apresentaram no festival Knotfest e apresentaram essa canção juntas – agora, virou single. “Juntas nos encontramos na vontade de derrubar essa cerca invisível que segura o rock de abraçar outros gêneros e furar a bolha. Esse som é sobre isso. Sobre a mistura de referências e estilos musicais não limitantes”, comenta Dani Buarque, vocalista da The Mönic.

EDU K. “URSINHO BLAU BLAU”. Se você pensou que era apenas brincadeira… não era. Edu K, vocalista do De Falla, tira onda punk pop regravando nada mais nada menos que Ursinho blau-blau, hit da banda Absyntho. Aqui pra nós, até que a releitura ficou bem bacana e deu um peso inimaginável para um anti-clássico da new wave brasuca. E de Edu se espera tudo: ele já misturou hip hop e rock, MPB e rock, fez miami-Bass, emo…

Crítica

Ouvimos: Babymetal – “Metal forth”

Published

on

Em Metal forth, o Babymetal mistura peso e pop: nu-metal, j-pop, rap e até soul, provando maturidade após 15 anos de carreira.

RESENHA: Em Metal forth, o Babymetal mistura peso e pop: nu-metal, j-pop, rap e até soul, provando maturidade após 15 anos de carreira.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.

Babymetal é heavy metal para não-metaleiros, você poderia dizer. Nem tanto, né? É um banda que vem da cultura asiática de criação de ídolos, é formada por meninas (que já são mulheres) e gerenciada por uma agência poderosa – a Amuse, que tem até escola de música. Mas dá pra dizer, sem medo de errar, que muita gente foi apresentada ao universo do som pesado por causa delas. Até porque o Babymetal é esperto o suficiente para agregar mumunhas pop, e estilos como r&b e rap, a um universo conhecido pelo radicalismo.

Você piscou o olho e o Babymetal já tem quinze anos, várias turnês e, curiosamente, um número de discos bem pequeno. Metal forth é o quarto álbum e funciona bem para metaleiros de ouvidos abertos e sem preconceitos. Dando um passeio pelas faixas: Ratatata tem ar de j-pop e k-pop, e une som pesado, rap e dance music. Song 3 é uma porrada que une vocais guturais (da parte dos convidados do Slaughter To Prevail) e vozes meio Alvin e os Esquilos. From me to you, na abertura, herda sonoridades do metal alternativo e da música pop – é som rápido, pesado, eletronificado.

  • Ouvimos: Gelli Haha – Switcheroo
  • Ouvimos: Ming City Rockers – Clementine

Entre as surpresas de Metal forth, tem Sunset kiss, que deixa o Babymetal com uma cara de Spice Girls trabalhadas no couro e no preto. E My kiss, um nu-metal cuja introdução ameça uma chupada em Ratamahatta (hit do Sepultura com participação de Carlinhos Brown). Tom Morello põe energia em Metal!!!, que também traz emanações de Sepultura, mas une som pesado e soul. Já White flame, no final, aponta para vários lados: j-pop, emo, punk… encerrando com um solo de guitarra final que lembra Queen.

Quem ouvir Metal forth de mente aberta, vai descobrir que, com o tempo, o Babymetal foi se tornando um projeto bastante equilibrado – as integrantes cresceram e o mundo ao redor delas mudou bastante.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Capitol
Lançamento: 8 de agosto de 2025

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Deb and The Mentals – “Old news” (EP)

Published

on

Deb and The Mentals volta às raízes em Old news: punk, grunge e new wave com peso, energia e nostalgia.

RESENHA: Deb and The Mentals volta às raízes em Old news: punk, grunge e new wave com peso, energia e nostalgia.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.

Com uma formação nova que traz Fi (NX Zero), na guitarra, Deb and The Mentals decidiu voltar ao começo num EP de nome sintomático, Old news. Deb Babilônia adota novamente as letras em inglês nas cinco faixas do disco – e a banda corresponde com um som voltado para uma confluência entre punk, grunge e new wave. A faixa de abertura Together again une anos 1980 e 1990, soando como Ramones na fase Mondo bizarro (1992). Suck me in, com um pouco mais de peso, tem muito de bandas como Generation X. A noventista To erase vai para a pequena área do punk + metal, com peso e intensidade.

O “lado B” de Old news tem um hardcore rápido, cavalar e acelerado, Burn it down, fechado com microfonias. Tem também a música mais bonita do disco, Runaway, união de punk e rock britânico oitentista, chegando a lembrar Smiths. Dying spark, por sua vez, chama atenção pela boa marcação de baixo e bateria, e pela linha do tempo sonora que vai dos anos 1970 aos 1990.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Algohits
Lançamento: 13 de agosto de 2025

  • Ouvimos: Paira – EP01 (EP)
  • Ouvimos: A Terra Vai Se Tornar Um Planeta Inabitável – Ident II dades (EP)
  • Ouvimos: akaStefani e Elvi – Acabou a humanidade

 

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Klisman – “CHTC”

Published

on

Em CHTC, Klisman transforma o Centro Histórico de Salvador em rap visceral, misturando trap, afropop e relatos de vida dura.

RESENHA: Em CHTC, Klisman transforma o Centro Histórico de Salvador em rap visceral, misturando trap, afropop e relatos de vida dura.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.

CHTC, título do disco de estreia do rapper baiano Klisman, é uma sigla para “Centro Histórico tá como?” – e uma lembrança do coração de Salvador, um conjunto de pontos turísticos que explicam a história da capital baiana (Pelourinho, Elevador Lacerda, Mercado Modelo), além de um entorno de dez bairros. Klisman cresceu por lá e levou tudo para seu som, que une mumunhas do trap, e um certo elemento de perigo vindo do rap, além de erros e acertos pessoais. O som une beats de trap, afropop e vibes latinas.

Klisman fala da vida como ela se apresentou não apenas para ele, mas para vários amigos seus. Reparação histórica entra na mente dos que são tidos como vilões, em versos como “se eu roubo esse gringo é reparação histórica / visão de cria não pega na ótica” e “poucos sabem o dilema que eu vivo / do tipo: como vender drogas e ser um bom filho? / como tirar vidas e criar meu filho?”. Caminho certo cria imagens musicais para retratar um dia a dia que exige posicionamento rápido (“são escolhas que mudam o caminho de casa”), o mesmo rolando na ameaça sonora de 25kg e na sagacidade de Proibido branco. O próximo é rap lento e climático que une ódio e tiração de onda.

Para quem for ouvir CHTC, o conselho é tentar entender tudo como um filme e não sair julgando: Klisman entrega todas as contradições de quem cresceu numa realidade bem distante do que a classe média enxerga como normal – e o normal ali são leis bem estranhas. Em Praia da Preguiça, aberta com sample de violão e flautas, e Pixadão de guerra, sonhos misturam-se com alfinetadas em trappers famosos e realidades de trincheira (“a emoção de ver o alemão sangrar / é a mesma de ver o irmão prosperar”). Ainda sou o mesmo vai para vários lados da violência urbana: “quantas mãe vai ter que chorar? / ele poderia ter um Grammy / mas ele tá na boca portando uma Glock”.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Nadamal
Lançamento: 22 de maio de 2025.

  • Ouvimos: Snoop Dogg – Iz it a crime?
  • Ouvimos: Djonga – Quanto mais eu como, mais fome eu sinto!

 

Continue Reading
Advertisement

Trending