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Radar: Black Country New Road, Bowie, Gaga e mais 5 sons (#2)

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Radar: Black Country New Road, Bowie, Gaga e mais 5 sons (#2)

Músicas que saíram essa semana, canções recentes que demoramos a ouvir com atenção, surpresas que a gente acha que todo mundo tem que conhecer, hits dos quais não dá para deixar de falar… Toda semana o Pop Fantasma vai falar de sons nacionais e internacionais que a gente quer muito que todos os leitores ouçam com atenção dedicada. As músicas de lá de fora estão aí.

Na foto: Black Country, New Road (Eddie Wheelan/Divulgação).

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BLACK COUNTRY, NEW ROAD, “BEASTIES”. Se você ler à distância o nome da música nova dessa banda, vai acabar entendendo “Beatles”. Não é à toa: o clima viajante, orquestral e envolvente da faixa lembra bastante Paul McCartney (tem uma passagem da canção que evoca bem de levinho o hit My love, dos Wings), ou bandas como Electric Light Orchestra. Forever howlong, o próximo álbum desse grupo de art rock, sai no dia 4 de abril e promete ser daqueles discos para escutar de fone, no volume máximo, de olho fechado. E você já viu o clipe?

LAUREN MAYBERRY, “BITTER SWEET SYMPHONY” (COVER DO THE VERVE). Em sua tour solo no fim de 2024, Lauren Mayberry (a voz do Chvrches) mandou versões de Personal Jesus (Depeche Mode) e Say what you want (Texas). Mas se você ainda não ouviu a releitura dela para Bitter sweet symphony, do The Verve, fica o convite: ela cantou a faixa logo na abertura da tour, em San Diego (28 de janeiro), e deu um toque mágico para o clássico. Ah, e cortou as referências óbvias à música que originou o sample do hit: The last time, dos Rolling Stones, na versão da Andrew Loog Orchestra, projeto do ex-empresário da banda Andrew Loog Oldham.

DAVID BOWIE, “NEW KILLER STAR”. O álbum Reality (2003), de David Bowie, trouxe um ótimo mix de glam e indie rock. E também marcou um momento histórico: foi a base para a Reality Tour (2003-2004), última turnê de Bowie antes de sumir dos palcos e se tornar um ilustre transeunte a ser procurado pelas ruas de Nova York. A novidade? Em 12 de abril, data do Record Store Day (comemoração das lojas de discos londrinas), sai o LP duplo Ready, set, go!, que registra uma apresentação no Riverside Studios, em Londres (8 de setembro de 2003). Enquanto isso, já dá para conferir o vídeo de New killer star.

CATHEDRALE, “SOUTH LIFE”. Os franceses do Cathedrale já rodaram a Europa abrindo shows para bandas como Osees e chegam agora ao quinto álbum. Poison sai no dia 14 de fevereiro, foi gravado em apenas uma semana e tem como inspiração o poema Veneno (As flores do mal), do francês Charles Baudelaire. O novo single, South life, saiu hoje, e dá uma ideia boa do que vem. O som é um mix de pós-punk, garage rock e indie dos anos 2000, com riffs afiados. Na letra, um dilema bem comum nos dias de hoje: escapo ou não do estresse da cidade? A vida em um lugar mais calmo não é entediante demais?

VINES, “I AM MY HOME”. Não confundir com a banda australiana The Vines. O Vines em questão é um projeto da musicista novaiorquina Cassie Wieland, que trabalha basicamente com composições imagéticas e sonhadoras, quase sempre com vozes sobrepostas e/ou manipuladas eletronicamente para ganharem aparência sonora de instrumentos ou efeitos. Se você ainda não conhece o som do Vines, vale a pena dar o play no álbum Birthday party, de 2018 – um mergulho certeiro na vibe mágica de Cassie. Agora, com o single I am my home, rola mistura de vozes e samples de violoncelo. O resultado é uma atmosfera etérea e envolvente.

LAST DINOSAURS, feat DIAMANTE ELECTRICO, “SHALLOW BOY”. Lançada originalmente no álbum Yumeno garden (2018), o terceiro desse trio australiano, essa faixa ganha versão nova ao lado da banda colombiana Diamante Electrico. O tom sonhador do original volta ampliado, com mais efeitos especiais e percussões. A música faz parte da série de regravações de Yumeno garden que a banda vem fazendo ao lado de convidados, e abre caminho para a segunda reedição em vinil do álbum, prometida para este ano. E no dia 4 de abril tem show deles em São Paulo, no Jai Club.

WAXAHATCHEE, “LAMA”. Após o lançamento de Tigers blood, álbum mais recente do projeto musical criado em 2010 pela cantora e compositora norte-americana Katie Crutchfield, já saíram dois singles em separado. Em outubro foi lançado Much ado about nothing e agora é a vez de Mud, um country rock bem rapidinho (dois minutos apenas!) e animado, com banjo e slide guitar, além da “segunda voz” feita pelo baterista Spencer Tweedy (sim, o filho de Jeff Tweedy, do Wilco). A Voz de Katie soa Intensa, introspectiva, mas também carregada de uma fúria melódica que, em alguns momentos, até lembra a inesquecível Dolores O’Riordan, dos Cranberries. É pra colocar no repeat.

LADY GAGA, “ABRACADABRA”. Domingo passado, na premiação do Grammy, a cantora lançou sua nova música, que é o terceiro single a servir de batedor para seu próximo álbum, Mayhem. Abracadabra soa como uma house music criada por Ozzy Osbourne – não que haja influências de metal aqui, mas a vibe “mágica” de algumas canções do morcegão bate ponto. O clipe, como não poderia deixar de ser, é impressionante – preste atenção no coral e na coreografia que aparecem lá pra 3:45. Uma dica de como tudo pode soar no próximo álbum: a cantora já disse que Mayhem veio da ideia de “enfrentar o medo de voltar à música pop do meu começo, que meus fãs amavam”.

Lançamentos

Radar: Melody’s Echo Chamber, Dry Cleaning, Jay Feelbender, Dust, Tortoise

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Na foto, Melody's Echo Chamber

Tem muitas bandas e artistas que deixam uma cordilheira de fãs saudosos – seja porque deram um tempinho, seja porque seus discos se parecem com aquelas novelas que todo mundo quer acompanhar, com evoluções, mistérios e plot twists. O Dry Cleaning é uma dessas bandas, o Melody’s Echo Chamber é outra, e o Tortoise, mais uma delas. E olha só que máximo, todas estão no Radar internacional de hoje com sons novos. Ouça e aproveite.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Melody’s Echo Chamber): Diane Sagnier/Divulgação

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MELODY’S ECHO CHAMBER, “IN THE STARS”. Seus problemas acabaram: a francesa Melody Prochet, criadora do projeto musical Melody’s Echo Chamber, vai lançar um álbum novo sob o codinome. Unclouded está previsto para sair dia 5 de dezembro pelo selo Domino. Mais pop etéreo e influenciado pelos anos 1960 a caminho, então – ainda mais se levarmos em conta o single In the stars, que acaba de sair e já ganhou clipe, dirigido por Diane Sagnier e repleto de cenas enevoadas.

O disco que vem aí tem coprodução de Sven Wunder (Danny Brown) e participações de Reine Fiske (Dungen), além de Daniel Ögen e Love Orsa (Dina Ögon). Melody, falando sobre o disco, conta que sua música “habita, de forma incomum, a zona liminar entre o realismo e as fábulas. Mas quanto mais experiência de vida tenho, mais profundamente amo a vida e menos preciso escapar”, filosofa.

DRY CLEANING, “HIT MY HEAD ALL DAY”. Pelo jeito, a banda londrina vem disposta a mudar muita coisa em seu som no terceiro disco, Secret love, previsto para dia 9 de janeiro de 2026, com produção de Cate Le Bon. Florence Shaw (vocal), Tom Dowse (guitarra), Nick Buxton (bateria) e Lewis Maynard (baixo) voltam num clima que mistura Talking Heads e Rolling Stones no novo single, Hit my head all day. Sly & The Family Stone e seu sucesso There’s a riot going on também foram grandes inspirações para a faixa, como diz Florence.

“A música fala sobre a manipulação do corpo e da mente. A letra foi inicialmente inspirada pelo uso de desinformação nas redes sociais pela extrema direita. Existem pessoas poderosas que buscam influenciar nosso comportamento em benefício próprio: para comprar certas coisas, para votar de determinada forma. Tenho dificuldade em ler as intenções das pessoas e decidir em quem confiar, até no dia a dia. É fácil cair sob a influência de um estranho sinistro que parece um amigo”, conta ela.

JAY FEELBENDER, “BENNY’S SLEEPOVER”. Voltado para uma mescla de power pop, folk e sons ruidosos que aparecem de repente, o músico canadense Jacob Switzer montou o projeto musical Jay Feelbender e acaba de lançar o EP Benny’s sleepover – um daqueles lançamentos que basicamente tratam de temas agridoces em meio a sons melódicos e barulhentos. A faixa-título fala de uma situação estilo Garotinha Ruiva do Charlie Brown: aquele momento em que a garota que você ama vai parar no radar sentimental do seu melhor amigo. O som é formado por três minutos de catarse emocional.

DUST, “RESTLESS”. “Uma figura proeminente vagueia vagarosamente como um espectador das atrocidades de um mundo pós-capitalista”, afirma o release desse single novo do grupo pós-punk australiano Dust – e que adianta o lançamento da estreia Sky is falling, prevista para o dia 10 de outubro. Restless é uma faixa tensa, depressiva, cheia de saxofones que operam na mesma atmosfera maníaca das primeiras canções dos Psychedelic Furs – mas que vão sendo trilhados num corredor melódico bacana. Os vocais são o mais puro desespero controlado, com versos como “preciso do seu ombro / só quero ser livre”, e diálogos poéticos que parecem confortar o/a ouvinte lá pelas tantas.

TORTOISE, “WORKS AND DAYS”. Lá vem de volta um dos maiores nomes do post-rock: o Tortoise lança Touch, seu primeiro álbum em nove anos, no dia 24 de outubro. Oganesson e Layered presence já sairam em single, e agora é a vez de Works and days sair em single e também em clipe. Uma música de psicodelia leve e estileira fina, em que rock, ambient e climas eletrônicos vão se alternando – já o vídeo mostra várias cenas urbanas por um viés bem louco e despersonalizado, em que pessoas caminham pelas ruas à procura de seus próprios destinos, mas os rostos delas não são mostrados.

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Crítica

Ouvimos: Nova Twins – “Parasites & butterflies”

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No terceiro álbum Parasites & butterflies, Nova Twins misturam rap-metal, r&b e peso noventista em faixas cheias de atitude.

RESENHA: No terceiro álbum Parasites & butterflies, Nova Twins misturam rap-metal, r&b e peso noventista em faixas cheias de atitude.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Marshall Records
Lançamento: 29 de agosto de 2025.

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Tem quem já tenha falado que Nova Twins é a mistura perfeita de Spice Girls e Rage Against The Machine – até faz sentido, mas o lance ali é mais assustador que essa combinação, em termos de norte atitudinal e peso musical. No terceiro álbum, Parasites & butterflies, há uma combinação de beleza e susto no título, e uma receita sonora própria do metalcore em faixas como Glory, Piranha e Parallel universe, além do jungle de Drip.

  • Ouvimos: The New Eves – The New Eve is rising

Aliás, quase todo o disco é baseado numa receita certeira de rap-metal para rodas de pogo. Que rende também proximidades com o r&b nas ótimas Soprano (pop do mal, pesado e distorcido, que lembra o peso dos anos 1990), Monster e Sandman. Ou em Hide & seek, um dos raros momentos não tão interessantes do álbum, marcada pelo empoderamento e pelos versos espertos na letra (“você não pode me pegar / eu corro, você me segue”).

Das experimentações realizadas por Amy Love e Georgia South, as que mais chamam a atenção são a vibe Body Count de N.O.V.A., o metal-gospel de Hummingbird (a melhor do disco) e a auto-homenagem do funk-house-metal Black roses. Tudo é feito com tanta personalidade que em vários momentos de Parasites & butterflies, as duas poderiam descambar para o nu-metal ou algo parecido. Acaba não rolando porque, no rolé das Nova Twins, só vale peso quando tem memória e balanço. Felizmente.

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Crítica

Ouvimos: David Byrne – “Who is the sky?”

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David Byrne lança Who is the sky?, disco irregular mas envolvente, entre boas histórias, ecos de XTC e Beatles e momentos de otimismo.

RESENHA: David Byrne lança Who is the sky?, disco irregular mas envolvente, entre boas histórias, ecos de XTC e Beatles e momentos de otimismo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7,5
Gravadora: Matador
Lançamento: 5 de setembro de 2025

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Falando em primeira pessoa: tive sentimentos conflitantes ouvindo este Who is the sky?, novo disco de David Byrne gravado ao lado da Ghost Train Orchestra. Vi isso consultando minhas anotações (sim, eu ouço discos anotando, à mão). Por exemplo: não pude deixar de exclamar um animado “caralho, que foda isso!” ao lado de I met the Buddah at a downtown party, uma canção bonitinha que Byrne fez contando a história de um sujeito que viu Buda cometendo excessos numa festa.

David Byrne sempre foi bom contando histórias, desde o comecinho dos Talking Heads – e sempre foi bom em achar o melhor caminho para fazer com que elas chegassem ao público. Só que lá pelas tantas bateu um certo ranço: será que Who is the the sky? é tudo isso aí mesmo? E o “pensa bem” veio acompanhado de algumas constatações. Uma delas é a de que mesmo o que há de bom em Who is the sky? soa meio repetido: Byrne parece ter se inspirado MUITO em Day in, day out, do XTC, para fazer When we are singing, e juntou elementos de She’s leaving home, dos Beatles, em A door called no. O tipo de coisa que você talvez desculparia no Oasis, mas aqui não rola.

Tem as letras: Who is the sky?, na real, varia entre o otimismo e o papo de coach. Isso rola quando Byrne fala sobre as portas fechadas da vida (A door called no), sobre como a criatividade das pessoas vai sendo podada (Don’t be like that) e até sobre como as paredes de um apartamento podem contar histórias (My apartment is my friend). Na real, fica até a expectativa de que Byrne aprofunde o discurso de boa parte dessas letras em algum outro canto – numa entrevista, numa newsletter, ou sei lá o quê – porque são histórias que, ao jogarem a bola para o/a ouvinte concluir, soam incompletas. Aliás, essa incompletude é comum a vários discos de Byrne, com boas ideias que atiram para vários lados.

  • Ouvimos: The Who – Live at The Oval 1971

Como artista solo, Byrne nunca perdeu a vibe maníaca que ele desenvolveu na época dos Talking Heads – uma coisa de brincar com os próprios sentimentos, sensações e constrangimentos, e jogar tudo nas músicas. É o que surge na vibe comemorativa de Everybody laughs, e também nas lembranças de Beatles e Wings de When we are singing e The avant garde. O ragga The truth mexe numa ferida aberta universal (“a verdade é a última coisa que um homem quer ouvir”, diz a letra) e acaba deixando o otimismo de lado para bater forte. Tem ainda o folk beatle-beachboy She explain things to me e a latinesca What’s the reason for it? (com Hayley Williams), que mantêm o astral do disco – e funcionam bem.

Byrne é sempre um bom encantador de serpentes: você passa até por cima das falhas de Who is the sky?, e de um certo ranço pessoal com a figura proeminente-àààà-beça dele, porque fica bem difícil resistir a um disco que, em 2025, tem evocações do XTC. Ou porque o clima pastoril de algumas músicas acaba ganhando. E isso tudo, ainda que você estivesse esperando ver alguma estrutura sendo abalada com um disco novo dele – aliás, vale citar que o próprio Byrne, no release de lançamento, explica que o principal assunto de Who is the sky?, é ele próprio, suas circunstâncias e trabalhos colaborativos.

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