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Peraí, o que Lô Borges tá fazendo no POP FANTASMA?

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Sempre gostei de Lô Borges e de tudo relativo ao Clube da Esquina – que, naquele período do começo dos anos 1970, eram uma espécie de “rock brasileiro” (muito entre aspas) que dava certo de verdade. Era uma música experimental, “estranha”, mas que tinha lá seu lado competitivo. Discos como Clube da esquina, de Milton Nascimento e Lô, o “disco do tênis”, também de Lô Borges, e A página do relâmpago elétrico, de Beto Guedes, eram “psicodélicos” e pós-progressivos sem deixar de se comunicar com o espírito da época em que foram lançados.

Bati um papo com Lô para O Dia por causa do lançamento de Rio da lua, seu disco novo. Apesar de manter uma amizade de longa data com o compositor e músico mineiro Nelson Angelo, os dois nunca haviam composto nada juntos. Um encontro num show em Belo Horizonte (onde ambos moram) acabou gerando uma parceria, que gerou várias outras, e saiu o disco novo, todo feito em dupla. Aproveitei para conversar com Lô sobre o começo de sua carreira solo e sobre como ficou sua vida de 1972 até 1979. Nesse período, entre o “disco do tênis” e o A via láctea, seu segundo álbum, rolou um hiato de novas gravações, em que ele simplesmente foi levar vida de hippie e investir em novas composições, porque não se sentia preparado para gravar de novo. Pega aí.

POP FANTASMA: Você e Nelson Angelo nunca tinham composto nada juntos mesmo? Como surgiram as parcerias do novo disco?
LÔ BORGES: Nunca tínhamos composto. A gente é amigo há mais de quatro décadas e ele contribuiu decisivamente tanto no disco Clube da Esquina quanto no “disco do tênis”, ambos lançados no mesmo ano de 1972. A gente estava há alguns anos sem de ver, mas sempre admirei e sempre acompanhei o trabalho deles. Vi um show dele em BH, há muito tempo que não encontrava com ele… E convidei o Nelson para ir a um show que eu ia fazer uma semana depois no Circo Voador. O Milton Nascimento e o Ronaldo Bastos estavam lá assistindo a meu show e ele ficou muito sensibilizado com esse reencontro. Tinha muito tempo que ele não via nem o Milton nem o Ronaldo. Voltei pra BH e um tempo depois chegou um e-mail dele com um texto chamado Partimos, que fala que “é sempre bom relembrar das coisas que foram ditas, da trilha sonora da nossa estrada”. Eu achei o texto tão bonito que interpretei como se fosse uma letra de música. Fiz um processo inverso, porque nunca tinha colocado música em cima de letra. Ele começou a banda várias coisas e quando vi, a gente estava fazendo um disco sem perceber. Surgiram dez músicas nesse processo. A maioria das músicas veio por WhatsApp!

E como foi colocar música num texto que originalmente não era letra de música? O texto dele já era música, o ouvido do Nelson já é muito musical. Ele foi mandando outros textos e em pouco mais de dois meses fizemos as dez músicas. O Nelson é um grande letrista e muitas pessoas nunca prestaram atenção à musicalidade dele. Sempre ouvi muito o Nelson, desde os anos 1970, os discos que ele fazia…

Ia perguntar se você gosta daquele disco que ele fez com a Joyce… Ah, poxa, muito. Eu participei desse disco, tô tocando violão numa música (Lô participa de três músicas do álbum). Ele foi feito quase ao mesmo tempo que o Clube da esquina, que meu primeiro disco… Na época, a Odeon era uma grande força de cooperação. Nos estúdios, a gente estava sempre colaborando nos discos uns dos outros, todo mundo cooperava. Era uma época de grande colaboração e grande criatividade.

Recentemente, o Alex Turner, da banda Arctic Monkeys, disse que você estava servindo de influência para o novo disco da banda, Tranquility Base hotel & casino. Postou no Twitter que estava ouvindo Aos barões, de seu primeiro disco. Como isso chegou até você? Eu soube pela imprensa, nem lembro onde saiu. Eu fiquei super feliz, conhecia pouco da banda. É outra geração, né? Meu filho de 20 anos que conhecia mais a banda. Depois que tive essa informação, eu entrei no Spotify e dei uma mergulhada na obra dos caras. Principalmente do Tranquility, que é bem diferente, mais calmo, tem mais a ver comigo. Já sou um cara de 67 anos, né?

No começo, na época do Clube da Esquina, o que você ouvia de rock? Muita coisa de rock inglês, Beatles pra caramba. E também Crosby, Stills, Nash & Young, Jimi Hendrix. Da música brasileira era bossa nova, tropicalismo, Mutantes, Gal costa. Da música internacional, era Beatles, Crosby, Stills, Nash & Young,o próprio Neil Young, Emerson, Lake & Palmer, Jimi Hendrix, Genesis. The Who também sempre adorei, a ópera-rock Tommy…

Você falou de Mutantes. Você os conheceu pessoalmente? Não conheci pessoalmente, não, mas achava inovador, arrojado, sarcástico, era muito legal. E eles tiveram várias fases. Lembro de quando a Rita Lee fez o Tutti Frutti e o Arnaldo Baptista fez o Lóki?, que é muito legal.

Teve a oportunidade de ouvir o Lóki? quando saiu? Não, ouvi bem depois. Escutei falar quando saiu (1975, apesar de a data no LP original indicar 1974), mas eu estava mais voltado para as minhas composições. Nem tinha tempo de ouvir muitas coisas.

Você recordou o “disco do tênis” num show e num DVD, e Milton está recordando o repertório dos dois discos Clube da esquina. O repertório do Clube está passando de pai para filho? Sim, é rejuvenescedor. Passa de pai para filho, de filho para neto, é uma música que vai chegando às pessoas, independentemente da faixa etária. Isso é gratificante, a gente fica muito feliz. Na própria turnê em que eu recordei o “disco do tênis”, toquei músicas do Clube da esquina também.

Falando nisso, quais são suas lembranças do “disco do tênis” e como foi fazer, aos 17 anos, o primeiro disco numa multinacional? Olha, pra mim foi assustador. Quando eu fiz o Clube da esquina, foi mais tranquilo. Fui morar numa praia com o Milton…

Em Niterói, não é isso? Sim, em Niterói. Ele compunha as músicas do disco, levou um tempo para compor e gravar. Quando o Clube da esquina ficou pronto, a gravadora me ofereceu um contrato para eu fazer um disco solo que seria lançado no mesmo ano de 1972. Só que eu já tinha gasto todo o meu repertório. Acabou sendo desafiador e foi um negócio bem criativo, porque eu tinha que fazer música quase todo dia. Tinha dia em que eu ia gravar de noite, acordava de manhã e tinha que fazer música e letra, para estar lá gravando para a eternidade. Aprendi a lidar com música e letra de maneira muito intensa. O Clube foi mais relaxado. Eu lembro que saí da gravação do meu disco e queria voltar logo pra BH. Não queria fazer foto pra capa, nem nada disso. Não queria nem mais fazer música por obrigação. Queria gravar só quando tivesse música, não queria fazer música só porque tinha estúdio marcado. Saí um pouco estressado e assustado, eu estava muito doidão também.

Tem duas fotos suas no disco: uma lendo jornal na contracapa e, no pôster, aquela foto sua sentado numa cadeira. Onde essas fotos foram feitas? Essa foto da cadeira, em que eu estou sem a menor vontade de tirar foto, eu tô no Jardim de Alah. Meu irmão (Marcio Borges) morava ali perto. A do jornal é em Santa Teresa, em Belo Horizonte. Na capa, em vez de botar minha cara, botei meu tênis velho, surrado. Muita gente até pergunta: “Era o tênis que você mais gostava?”. Não, era o único que eu tinha!

Mas você estava falando que não queria fazer música por obrigação. Foi fazer o quê? Eu queria fazer as coisas que o pessoal da minha geração estava fazendo. Viver o dia a dia com liberdade, viajar o país inteiro… Saí do Rio com o “disco do tênis” pronto e fui para Arembepe (reduto hippie dos anos 1970, na Bahia), virei hippie por uns dois meses. Queria conhecer um lugar distante e fui de ônibus para Porto Alegre. Queria fazer tudo que não fosse receber imprensa na minha casa pra falar de novo contrato (risos), queria me estruturar como compositor. As músicas que eu fiz no começo foram inspiradas, o pessoal queria que eu gravasse outro disco, mas fiz o disco meio no sufoco.

A gravadora não ficou puta da vida com você, não? Ficou! Eu virei um cara mal visto na gravadora, ganhei fama de maluco! Era “aquele cara que lança disco e some, não vai na divulgação, não tira foto pra capa”. Ganhei essa pecha de maluco e, na verdade, eu era meio maluco mesmo. Todo mundo usava muitas substâncias, tinha muita maconha, LSD. Era uma época de loucura no Brasil e no mundo. E eu tava nessa vibe.

Mas depois você voltou para a Odeon para lançar o A via láctea (1979), seu segundo disco. A gravadora aceitou te receber? Como aconteceu isso? Me recebeu, e foi pelas mãos do Milton novamente. Procurei o Milton e falei: “Agora eu tô cheio de músicas, fiz tudo com a maior calma. Você não quer falar com o pessoal da gravadora que eu não sou doido e que tô com tudo em cima para fazer um disco legal?”. Ele ouviu as músicas e foi o produtor do álbum. O A via láctea eu tive tempo para compor, para gravar, foi tudo num processo bem diferente do primeiro disco. Eu já era um cara mais maduro como compositor.

O disco ainda resgatou Equatorial, que é uma música bem antiga sua. Sim, ela é uma das primeiras músicas que eu fiz, com o Beto Guedes. O Beto estava fazendo uma melodia no violão numa esquina no Centro de Belo Horizonte – a gente sempre andava com violão -, eu comecei a tocar e fizemos a música na hora. Levamos parta o Marcio Borges e ele fez a letra.

Teve uma história de que a música entrou num festival apresentado pela Lady Francisco e ela errou os nomes dos autores quando apresentou a música, não foi? Sim, sim. Ela falou “Lú Borges e Beth Guedes apresentam Equatoril“. O público esperou que entrassem duas gatinhas e entraram dois marmanjos. Mas foi legal mesmo assim. Essa música tinha uma parte em inglês que depois a gente não gravou. Ela foi um rock progressivo antes de existir o rock progressivo, foi precursora do prog.

(foto lá de cima: Divulgação/João Diniz)

Cultura Pop

Quando Suicide gravou… “Born in the USA”, do Bruce Springsteen

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Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

A way of life, disco de 1988 da dupla de música eletrônica Suicide, é tido como um disco, er, acessível. Acessível à moda de Martin Rev e Alan Vega, claro. O disco pelo menos podia ser colocado tranquilamente na prateleira dos artífices da darkwave e era bem mais audível do que o comum de um grupo que havia lançado a assustadora Frankie teardrop. O disco era produzido por Ric Ocasek, líder dos Cars (que já havia produzido o segundo disco deles, de 1981, Alan Vega/Martin Rev), e tinha até uma eletro-valsinha, Surrender, além de um estiloso misto de rockabilly e synthpop, Jukebox baby 96.

O que ninguém esperava era que a dupla tivesse feito nessa mesma época uma estranhíssima versão de… Born in the USA, de Bruce Springsteen. A faixa surge numa versão ao vivo, gravada num show de Vega e Rev em 1988, em Paris. A dupla nem sequer disfarçou que a ideia era fazer uma versão bem lascada – saca só o sintetizadorzinho da música, e a referência a músicas como Lucille, de Little Richard, e o tema When the saints go marching in, logo na abertura. A “versão” da faixa resume-se a quase nada além do título da canção. Parece um karaokê do demo (e é).

A versão poderia ser uma bela pirataria, mas vira oficial nesse mês: vai aparecer em uma reedição de A way of life, prevista para o dia 26. A edição de luxo estará disponível em vinil azul transparente com Born in the USA e em CD com quatro faixas bônus, além do formato digital. O material extra inclui versões ao vivo de Devastation e Cheree, bem como uma versão inicial de estúdio de Dominic Christ. O pesquisador Jared Artaud encontrou as faixas enquanto trabalhava no arquivo de Vega, após a morte do cantor em 2016.

Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

E se você não sabia, vai aí a surpresa: Springsteen tá bem longe de ser um sujeito que diria “what?” ao ser informado da existência do Suicide. Pelo contrário: era fã da dupla e costumava dizer que a estreia do Suicide, o disco epônimo de 1977, era “um dos discos mais sensacionais que já ouvi”. Em 1980, o cantor esteve com a dupla e Vega descobriu que Springsteen era seu fã – e se surpreendeu.

“Ele estava gravando o disco The river (1980) e nós estávamos gravando nosso segundo álbum em Nova York. Então tivemos uma reunião de audição do nosso álbum. Havia três ou quatro figurões da nossa gravadora, e Bruce também estava lá. Depois que tocamos o álbum, houve um silêncio mortal… exceto por Bruce, que disse, ‘Isso foi ótimo pra caralho.’ Ele fazia questão de nos dizer o quanto nos amava”, contou em 2014 ao New York Post.

Mais: um texto do site Treblezine, a partir de audições da obra de Bruce e de entrevistas do Suicide, descobre: a dupla influenciou muito o sombrio disco Nebraska, tido como o “primeiro disco solo” (sem a E Street Band) de  Springsteen (1982), basicamente um disco sobre crise, desemprego e gente à beira do desespero pela falta de oportunidades. Houve uma versão elétrica e pesada de Nebraska, mas Bruce quis lançar o disco acústico, de voz, violão e registros crus, e que de fato lembram o clima esparso do Suicide do primeiro disco.

Na dúvida, ouça State trooper, cujos uivos lembram bastante os gritos (sem aviso prévio) de Frankie teardrop. “Lembro-me de entrar na minha gravadora logo após o lançamento do meu disco”, disse Vega depois de ouvir State trooper pela primeira vez. “Eu pensei que era um dos meus álbuns que eu tinha esquecido. Mas era Bruce!”

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Cultura Pop

No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

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No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

A morte do baixista Cliff Burton, em 27 de setembro de 1986, desorientou muito o Metallica. Além do que aconteceu, teve a maneira como aconteceu: a banda dormia no ônibus de turnê, sofreu um acidente que assustou todo mundo, e quando o trio restante saiu do veículo, só restou encarar a realidade. A partir daquele momento, estavam não apenas sem o baixista, como também estavam sem o amigo Cliff, sem o cara que mais havia influenciado James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett musicalmente, e sem a configuração que havia feito de Master of puppets (1986) o disco mais bem sucedido do grupo até então.

Hoje no Pop Fantasma Documento, a gente dá uma olhada em como ficou a vida do Metallica (banda que, você deve saber, está lançando disco novo, 72 seasons) num período em que o grupo foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Metallica já era considerado uma banda de tamanho BEM grande (embora ainda não fosse o grupo multiplatinado e poderoso dos anos 1990) e, justamente por causa disso, teve que passar por cima dos problemas o mais rápido possível. E sobreviver, ainda que à custa justamente da estabilidade emocional de Jason Newsted, o substituto do insubstituível Cliff Burton…

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Skull Koraptor e Manger Cadavre?

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta-feira!

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Dan Spitz: metaleiro relojoeiro

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Se você acompanha apenas superficialmente a carreira da banda de thrash metal Anthrax e sentia falta do guitarrista Dan Spitz, um dos fundadores, ele vai bem. O músico largou a banda em 1995, pouco antes do sétimo disco da banda, Stomp 442, lançado naquele ano. Voltaria depois, entre 2005 e 2007, mas entre as idas e as vindas, o guitarrista arrumou uma tarefa bem distante da música para fazer: ele se tornou relojoeiro (!).

A vida de Dan mudou bastante depois que o músico teve filhos em 1995, e começou a se questionar se queria mesmo aquela vida na estrada. “Fazíamos um álbum e fazíamos turnês por anos seguidos, e então começávamos o ciclo de novo – o tempo em casa não existia. É uma história que você vê em toda parte: tudo virou algo mundano e mais parecido com um trabalho. Eu precisava de uma pausa”, contou Spitz ao site Hodinkee.

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Na época, lembrou-se da infância, quando ficava sentado com seu avô, relojoeiro, desmontando relógios Patek Philippe, daqueles cheios de pecinhas, molas e motores. “Minha habilidade mecânica vem de minha formação não tradicional. Meu quarto parecia uma pequena estação da NASA crescendo – toneladas de coisas. Eu estava sempre construindo e desmontando coisas durante toda a minha vida. Eu sou um solucionador de problemas no que diz respeito a coisas mecânicas e eletrônicas”, recordou no tal papo.

Spitz acabou no Programa de Treinamento e Educação de Relojoeiros da Suíça, o WOSTEP, onde basicamente passou a não fazer mais nada a não ser mexer em relógios horrivelmente difíceis o dia inteiro, aprender novas técnicas e tentar alcançar os alunos mais rápidos e mais ágeis da instituição.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Discos de 1991 #9: “Metallica”, Metallica

A música ainda estava no horizonte. Tanto que, trabalhando como relojoeiro em Genebra, pensou em largar tudo ao receber um telefonema do amigo Dave Mustaine (Megadeth) dizendo para ele esquecer aquela história e voltar para a música. Olhou para o lado e viu seu colega de bancada trabalhando num relógio super complexo e ouvindo Slayer.

O músico acha que existe uma correlação entre música e relojoaria. “Aprender a tocar uma guitarra de heavy metal é uma habilidade sem fim. É doloroso aprender. É isso que é legal. O mesmo para a relojoaria – é uma habilidade interminável de aprender”, conta ele. “Você tem que ser um artista para ser o melhor – seja na relojoaria ou na música. Você precisa fazer isso por amor”.

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