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Matt Healy, do The 1975, triste pela vitória de Trump
O líder da banda britânica The 1975, Matt Healy, revelou ao New Musical Express que chorou quando descobriu que Donald Trump havia ganhado as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Matt estava em turnê pelos EUA divulgando o segundo disco do grupo, I like it when you fall asleep for you are so beautiful (que ganhou o primeiro lugar na eleição dos 50 melhores discos de 2016 do mesmo NME) e disse que no palco, todas as noites, “estivéssemos ou não num estado que apoiava o Trump, eu dizia: ‘Sou inglês e sei o que é ter um cara fodendo seu país bem rápido’. E mesmo assim aconteceu isso. Pode uma coisa dessas?”.
Quando foi divulgado o resultado da disputa, ele estava em Nova York e disse ter chorado. “Eu estava cansado e me sentia um pouco derrotado. Vi muita intolerância, coisas estúpidas que Donald Trump disse, e quando aconteceu a vitória dele, eu estava numa de ‘fodam-se os brancos, que porra a gente está fazendo’, saca? Mas a questão é que a América votou nele, e isso inclui brancos, latinos, classe media, pobres. O lance agora é entender os motivos genuínos desse voto”.
Comentando a vitória na eleição do NME, Healy disse que se sentia feliz com a honraria. “Vimos como um ‘sinto muito’, uma vez que o NME disse que éramos a pior banda de 2014”, brincou.
Foto: Markus Hillgärtner/Wikipedia
Lançamentos
Chris Vincent: blues-country-rock de voz e guitarra, direto de Nova Orleans
“Quatorze músicas, todas de uma só vez. Sem overdubs, punch-ins, truques de estúdio, nada. O que você vê (ou, neste caso, ouve) é o que você obtém”. É assim que Chris Vincent, guitarrista, cantor e compositor norte-americano ligado ao country, ao blues e ao jazz, define seu primeiro álbum, Things have changed, um produto realmente independente. Chris entrou em seu estúdio particular em Nova Orleans, onde vive, e gravou só canções autorais nas quais vinha trabalhando nos últimos dezoito meses, cantando e tocando sua guitarra Gibson L7 de 1947 (que ele chama carinhosamente de Gloria), sem pedais.
A ideia de canções como o blues Midnight after all, a balada-jazz New Orleans, my darling, o rock Dangerous curves, o country Maybe less e o blues falado-cantado Half block Cadillac é que o ouvinte se sinta “num concerto com um único espectador, ele mesmo”. Num papo com o site Offbeat, ele conta que começou a tocar aos 17 anos “depois de ser liricamente inspirado por Bob Dylan, e musicalmente mordido por uma combinação da slide guitar de Son House e Robert Johnson, e do hard bop de John Coltrane, Oscar Peterson e Joe Pass”.
Com voz rouca e envelhecida, lembrando às vezes o registro vocal de George Thorogood, Chris (que vem de Bayonne, Nova Jersey) canta bastante sobre a dureza da vida. New Orleans, my darling, por exemplo, fala sobre como ele se sentiu derrubado pela região quando foi morar lá pela primeira vez, há alguns anos – uma época em que ele chegou a ter problemas com vícios, hoje superados. “Tive que ir embora porque pensei que ir embora resolveria problemas de vício em aceleração rápida. Muitos anos depois, a cidade me chamou de volta e eu escutei, dessa vez com ouvidos muito sóbrios”, contou.
Things have changed, o disco, foi lançado em fevereiro. De lá para cá, já surgiram uma versão alternativa de New Orleans, my darling (com “uma visão mais positiva de Nova Orleans, uma de oportunidade e resiliência, e que saúda todos nós que escolhemos chamar esta cidade de lar, independentemente de várias desvantagens”), e uma excelente e comovente releitura jazz-blues de When you wish upon a star, tema do Pinóquio, que saiu num single de Natal. Tá tudo aí. Ouça em alto volume.
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Lançamentos
Alex Vanderville: do pop ao rock industrial, direto do México
Até o momento, o cantor e compositor mexicano Alex Vanderville já mostrou dois lados bem diversos de seu trabalho. Seu single mais recente, Porcelana, é uma balada romântica que lembra o rock britânico dos anos 1980 e até bandas como Paralamas do Sucesso. O primeiro single, Solo, já era uma outra coisa: era uma faixa bem roqueira e crua, influenciada por Nine Inch Nails e Nirvana, com um batidão eletrônico no ritmo de We will rock you, do Queen, a marcar toda a canção.
Em meio a isso, Vanderville cita também outros nomes importantes: Soundgarden, Jeff Buckley, Elvis Presley, Depeche Mode, e nomes de seu país como Pedro Infante e José Alfredo Jiménez. O material já lançado vai ser seguido de outros singles e em breve, transforma-se no primeiro álbum de Alex – com dez canções feitas por ele e produzidas por Paulino Reyes Buenrostro, do selo Chinito Records. O objetivo dele é juntar a crueza do rock com as melodias do pop, incluindo elementos como metais e influências de rock industrial. Nas duas faixas, construiu duas canções bastante grudentas e cantaroláveis, do tipo que você vai acabar escutando diversas vezes.
Enquanto não sai mais nada de Alex Vanderville, curta as duas canções aí embaixo.
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Lançamentos
Hyporadar: punk-jazz-funk de baixo, voz e bateria
Imagine a situação: você passa a infância e a adolescência querendo fazer parte de uma banda de rock. Quando finalmente consegue, já na universidade, desentendimentos levam a banda a terminar depois de dois anos. Foi o que aconteceu com Shane Duquette, norte-americano de uma cidadezinha do Maine “com pouca ou nenhuma cena musical” – e cujo projeto pessoal hoje atende pelo nome de Hyporadar.
Baixista desde cedo, Shane decidiu começar um grupo-do-eu-sozinho assim que a tal banda (que se chamava Mr. Citrus) terminou. Sem muito saco para correr atrás de novos companheiros, decidiu criar o Hyporadar e apostar em um som que usasse só baixo, vocal e um drum beat, influenciado por rock, soul, jazz, grunge, e por bandas como Morphine, Faith No More e Cake. “Já músicos de jazz como Victor Wooten e Marcus Miller forneceram um modelo para uma abordagem centrada no baixo sem guitarra elétrica”, conta ele.
O material do Hyporadar começou a ser gravado no começo de 2023 no porão de Duquette, que compôs, produziu, tocou e gravou tudo ele mesmo. A ideia inicial era encontrar um vocalista, mas ele resolveu também encarar a tarefa. “A ideia era combinar os estilos vocais de Mark Sandman, do Morphine e John McCrea, do Cake, um estilo vocal obscuro que beira a palavra falada”, diz. Tudo isso numa abordagem punk que permite erros e ruídos no som.
O Hyporadar já tem um álbum epônimo lançado em 2023 – destaque para o rock meio Lou Reed, com baixo, bateria e percussão, de This ain’t the day I die, e a balada Road to nowhere, além da hipnótica Forever (The one). Em 2024, já saíram os singles Lucifer (um simplíssimo jazz-rock-funk) e o punk rock Rain today. Ouça aí embaixo.
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