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Urgente!: O manifesto de Mateus Fazeno Rock. Peter Buck & Barrett Martin juntos de novo. Racionais ainda no museu

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Urgente!: O manifesto de Mateus Fazeno Rock (foto), Peter Buck & Barrett Martin juntos de novo, Racionais ainda no museu

RESUMO: Mateus Fazeno Rock anuncia single-manifesto, Arte mata, que sai nesta sexta (30). Peter Buck e Barrett Martin estreiam novo projeto, Drink The Sea, que já lançou single. Mostra dos Racionais no Museu das Favelas é prorrogada até 31/8 com minidoc inédito.

Texto: Ricardo Schott – Foto Mateus Fazeno Rock: Jorge Silvestre/Divulgação

Pelo que parece, vem por aí uma porrada em forma de álbum. E o primeiro vislumbre dele rola nesta sexta, dia 30, quando sai Arte mata, primeiro single do terceiro álbum de Mateus Fazeno Rock (Deck). Ou ARTE MATA, estilizado com letras maiúsculas, berrando na cara do/da ouvinte.

Mateus afirma que não se trata só de música – é um manifesto em poesia falada, como nos saraus e no rolê do spoken word (a base de Mateus vem daí). A letra da música mostra como é complicado fazer arte no Brasil hoje em dia, e denuncia o apagamento de tradições musicais riquíssimas, tipo o maracatu, o samba-enredo e por aí vai.

O disco  que ainda não tem nome divulgado – foi produzido pelo próprio Mateus Fazeno Rock, em parceria com Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Rafael Ramos. O cearense Mateus, aliás, é um artista de rock que não faz apenas rock. Seu trabalho mistura música eletrônica, MPB, rap, trap e tudo o que ele quiser unir musicalmente, mas tendo o rock e a guitarra como argamassas.

Seus dois primeiros álbuns, Rolé nas ruínas (2020) e Jesus ñ voltará (2023, resenhado pela gente aqui) são verdadeiros surras de realidade, falando diretamente sobre o perigo, a morte e o descrédito que rondam o dia a dia de qualquer cidadão ou cidadã de pele preta e que vive na favela (Aquela ultraviolência, do primeiro disco, e Pose de malandro / Me querem morto, do segundo, são excelentes exemplos).

O texto de lançamento anuncia um single com pegada mais contemplativa – aliás, além da poesia falada, metade da faixa é instrumental. Mas os versos não aliviam: “Eu quero ser o verso poderoso de quem poderia segurar a bandeira, mas tá sem forças. Aquele que caiu, mas vai se levantar. Aquela que falhou, mas vai tentar de novo. Aquele que caiu, mas vai se levantar. Aquela que falhou, mas vai tentar de novo. A ARTE MATA. A vida imita a arte, mas a Arte Mata”. Um verdadeiro chamado.

E olha Mateus ao vivo aí.

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Peter Buck (R.E.M.) e Barrett Martin (Screaming Trees, Nando Reis) não param: depois do EP dos Silverlites, lançado no ano passado, os dois agora anunciam o Drink The Sea, novo supergrupo do qual fazem parte também Alain Johannes (Them Crooked Vultures) e Duke Garwood (Mark Lanegan).

O primeiro single, Outside again, saiu na sexta (23), em clima acústico, sombrio e com vocais lembrando Lou Reed. E vêm aí dois álbuns de estreia, Drink The Sea I (sai 19 de setembro) e Drink The Sea II (3 de outubro), com 22 faixas e… clima de trilha global.

“Embora as músicas sejam construídas em torno de configurações tradicionais de guitarra, baixo e bateria, elas também brilham com os sons do oud árabe, do sitar indiano, dos gamelões indonésios e de diversas percussões exóticas, como o surdo brasileiro, o tambor de moldura, o vibrafone, a marimba e a kalimba”, conta Martin no Instagram – vale lembrar que, já que falamos de Nando, Buck se juntou a Martin em shows da turnê do disco Uma estrela misteriosa revelará o mistério, do ex-titã.

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A mostra Racionais MC’s: O quinto elemento, em cartaz no Museu das Favelas (SP), acaba de ser prorrogada até o dia 31 de agosto. Desde a estreia em dezembro, mais de 80 mil pessoas já passaram pela exposição que celebra a história, o impacto e o legado do grupo mais influente do rap nacional.

Pra quem ainda não viu, é uma imersão total no universo de Mano Brown, KL Jay, Edi Rock e Ice Blue — com direito a instalações, arquivos, simbologias do hip hop e muita memória das periferias, com curadoria feita pela empresária do grupo, Eliane Dias. Na sexta (30), o museu lança ainda um minidoc exclusivo sobre a exposição, com depoimentos e bastidores. A entrada é gratuita. Funciona de terça a domingo, das 10h às 17h, no Largo Páteo do Colégio, 148, no centro histórico de São Paulo.

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Lançamentos

Radar: Rico Dalasam, Leu Kalunga, Luana Flores, Matheus Gomes Lima, Undo, Supervão, Pedro Silveira

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Radar: Rico Dalasam, Leu Kalunga, Luana Flores, Matheus Gomes Lima, Undo, Supervão, Pedro Silveira

O Radar nacional costuma apostar na mistura sonora, mas hoje…. Bom, hoje a seleção vem BEM misturada: hip hop, MPB de base afro-cigana, soul, pós-punk, experiências do dia a dia, saberes espirituais e encantarias, heranças que vêm de outras culturas, ciclos emocionais, problemas da modernidade, música e existência, tudo junto e misturado. E rumo ao último volume! (Foto Rico Dalasam – Divulgação).

Texto: Ricardo Schott

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RICO DALASAM, “DILEMA”. Rapper ligado a temas e vivências LGBTQIAP+, Rico volta com single novo, Dilema, que fala sobre as confusões que todo mundo pode fazer entre amor e ódio – aliás, entre amor e ódio a si próprio. Parece contraditório, mas não é: o que tem mais no mundo que a gente vive são contradições, com as quais lidamos no dia a dia, e que Rico põe em sua música. Em fase nova na carreira, Rico juntou-se ao produtor Pedrowl e ao DJ Lukinhas e, em Dilema, cai dentro do funk misturado com rap.

LEU KALUNGA, “AFRODISÍACA”. Multitarefa? Leu é mais. Intérprete, poeta, cantriz, compositora, percussionista e performer — tudo isso orbitando a cena efervescente de Pelotas (RS). Já apareceu por aqui antes com um single, agora volta com Afrodisíaca, faixa que mistura o swing do afropop com a ternura melódica do brega recifense.

A produção vem assinada pelo moçambicano Leo Pro Beatz, no que é o primeiro feat internacional de Leu. “A música mergulha em um jogo de sedução intensificado pelos sabores do mel e do açaí, elementos afrodisíacos”, define a cantora, que já tem três singles lançados antes de Afrodisíaca. Leu é uma das vozes do selo Dona Dete Records.

LUANA FLORES feat DUO LUUL, “SIGA CYGANA”. Não mexe com quem não anda só! A paraibana Luana adianta seu novo álbum com Siga cygana, uma música que fala de saberes ancestrais, encantamentos e todas as memórias que os povos ciganos guardam até hoje. O som tem samba de roda e experimentações de beats. O Duo Luul, também paraibano, participa da faixa, que ganhou um clipe dirigido pela própria Luana.

Aliás, clipe nada: Luana decidiu fazer um short movie para a faixa, com doze minutos e clima estradeiro, com toda a turma a bordo de uma kombi. “Esse vídeo é um conto sobre a terra, os alimentos e a memória ancestral ameaçada”, conta Luana. “Fala da perda de saberes, da manipulação da indústria alimentícia, da perseguição às sementes e da monocultura que empobrece a diversidade”.

MATHEUS GOMES LIMA, “ENCRUZILHADA, LICOR E DENTE-DE-LEÃO”. Músico de São Gonçalo (RJ), que passou pela banda Elefantes Voadores, Matheus entrega três grandes referências para seu novo single: Três lados, do Skank, Rockin’ chair do Oasis, e Just like heaven, do The Cure. Faz muito sentido – e se trata de uma canção romântica, de espírito leve, com a cara do som violeiro dos anos 1980 (Smiths também bate ponto na sonoridade de Matheus, audivelmente).

Encruzilhada, licor e dente-de-leão já ganhou clipe – por sinal um vídeo em que Matheus sai por aí com uma foto na mão, em busca de sua amada perdida. Tudo a ver com o clima amoroso da faixa – uma das canções mais bonitas que já passaram pelo Radar do Pop Fantasma em 2025. Carnaval, primeiro álbum de Matheus, sai em breve.

UNDO feat LEONI, “APRENDER A PERDER”. A banda de André Frateschi (voz), Rafael Mimi (guitarras), Johnny Monster (guitarras), Dudinha (baixo) e Rafael Garga (bateria) nasce com ares de supergrupo – afinal, todos são compositores, e todos são bastante experientes (André, você deve saber, é o vocalista dos shows de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá tocando repertório da Legião Urbana). O som é repleto de energia pós-punk – e a ideia das canções, a julgar pelos singles que já saíram nas plataformas, é falar 100% de realidade, dia a dia, temores e expectativas dos dias de hoje.

O novo single Aprender a perder, com letra de André Frateschi e Leoni (que solta a voz na faixa, como convidado), fala dessa ideologia de “coach” que vende vitórias como se fosse pão quente na padaria – sem garantia alguma, claro. O primeiro álbum do Undo está a caminho.

SUPERVÃO, “LOVE E VÍCIO EM SUNSHINE”. Um passeio por Porto Alegre, mais aproximadamente pelo Centro e pela Cidade Baixa, com imagens feitas em super-8 e clima vintage. A banda Supervão fez um clipe nessa vibe para uma das melhores músicas de seu disco Amores e vícios da geração nostalgia – que resenhamos aqui. E o passeio ainda se estendeu às casas dos integrantes, além de uma chegadinha em São Leopoldo (RS), cidade natal do grupo e do diretor do clipe, Mauricio Kessler.

Love e vício em sunshine equilbra-se, como quase todo o álbum do grupo, entre o power pop e o tecno, entre o indie rock anos 2000 e o lo-fi – e a letra é um banho de realidade, falando “desses ciclos emocionais que se repetem, dessas expectativas que, às vezes, frustram. Expõe o problema dos vícios, da solidão, dos finais de relacionamentos, das viradas de ano que prometem muito e não entregam nada”, diz o guitarrista e vocalista Mario Arruda, que fez a música.

PEDRO SILVEIRA, “EFEITO COLATERAL (AO VIVO)”. Cantor e compositor potiguar independente, Pedro lançou em janeiro o álbum Efeito colateral, e já soltou uma live session do álbum, gravada ao vivo no Dosol TV Sessions, do selo musical DoSol, de Natal (RN) – o álbum de Pedro já havia sido lançado numa parceria com a gravadora. A faixa-título do disco é uma canção de amor que lembra bastante os mestres do soul brasileiro. E Pedro explica que muito da letra vem de sua vivência profissional fora dos palcos e estúdios. Sim, porque além de músico, ele é médico.

“Enquanto médico, lido diariamente com queixas dos meus pacientes sobre efeitos colaterais causados por medicamentos. Enquanto indivíduo que se apaixona, lido constantemente com os efeitos colaterais de saudade, do desejo e do encanto causados pelas histórias de amor vivenciadas até aqui”, conta ele, cujo som é uma mistura de ritmos, indo do r&b ao maracatu e samba-reggae.

 

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Lançamentos

Radar: Harmless, The Flashcubes, The Beths, Japanese Breakfast, Westwell, Blood Orange, Technopolice

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Radar: Harmless, The Flashcubes, The Beths, Japanese Breakfast, Westwell, Blood Orange, Technopolice

Descobrimos outro dia uma coisa da qual já desconfiávamos: o Radar faz sucesso. Os posts mais compartilhados do nosso Instagram, sem que a gente precise colocar impulsionamento nenhum neles, são os do Radar – até mais o nacional que o internacional, claro. Outro detalhe: quanto mais desconhecida a banda, mais as pessoas leem, compartilham e divulgam.

O fato é que nunca tivemos tanta certeza de que o Pop Fantasma está no caminho certo, e que tudo que vem por aí é bem legal para nós e para todas as bandas que divulgamos – seja ela uma banda de SP com mil seguidores nas redes, seja ela uma maravilha indie como o Japanese Breakfast, que dá as caras no Radar gringo de hoje. Alguma dúvida?

Texto: Ricardo Schott – Foto (Harmless): Alejandra Villalba García/Divulgação

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HARMLESS, “THE BLUFF”. Imagine a situação: você tem um empreguinho, ganha mal e um de seus melhores amigos, extremamente bem sucedido no mesmo ramo que você, costuma reclamar da vida o tempo todo – e ainda faz seu ouvido de penico, dizendo que “ainda não consegui isso, isso e aquilo outro, sou um infeliz, blá blá blá”. Nacho Cano, artista radicado em Los Angeles que usa o codinome Harmless, colocou essa situação em letra de música – e aí nasceu o indie rock onírico The bluff, cujo clipe foi gravado na Cidade do México, terra de Cano.

Cano diz que a história da letra é real e que o tal papo com o tal amigo foi, digamos, doloroso. “Ali estava alguém que, de muitas formas, tinha a carreira que eu gostaria de ter, me dizendo como tudo era ruim. Em algum momento no meio da conversa, me caiu a ficha: puta merda, eu sou isso pra outra pessoa. Quando percebi isso, perguntei: ‘Quando é que vai ser o suficiente?’, ‘Hã?’, ‘É, cara, quando vai ser o suficiente? Quando a gente vai dizer que já deu?’”, diz.

THE FLASHCUBES, “REMINISCE”. Essa banda de power pop de Syracuse (Estados Unidos) existe há uma pá de tempo: juntaram-se em 1977, gravaram dois singles entre 1978 e 1979 (um deles com o quase hit Christi girl), abriram shows para gente conhecida – fala-se até em Ramones – mas mudanças de formação alteraram os planos e o grupo logo acabou.

O “fim” não durou muito: foram voltando devagar a partir dos anos 1990, gravaram seus primeiros álbuns e estão agora com single novo, Reminisce. Uma música escrita pelo cantor Paul Armstrong há mais de três décadas, tocada uma única vez e guardada no baú do grupo – e uma homenagem aos primeiros tempos da banda. “Quem pode esquecer o som de uma Telecaster num amplificador Deluxe no volume máximo?”, diz o verso de abertura.

THE BETHS, “NO JOY”. Dá até pena de Elizabeth Stokes, a cantora do The Beths, no clipe de No joy, já que ela passa o tempo todo tristinha e entediada, enquanto seus colegas de banda dão sorrisos abertos e fazem palhaçadas. Só que depois que você presta atenção na letra e dá um confere nas entrevistas da cantora, percebe que o grupo arrumou uma maneira descontraída para falar sobre um assunto pra lá de sério.

“A letra é sobre anedonia, que, paradoxalmente, estava presente tanto nos piores momentos da depressão quanto quando eu me sentia entorpecida com meus remédios”, explica ela, referindo-se àquele estado em que nem mesmo as atividades de que você normalmente gosta conseguem gerar alguma satisfação. “Não era como se eu estivesse triste, eu estava me sentindo muito bem. Era só que eu não gostava das coisas que eu gostava. Eu não estava sentindo alegria nelas”. Straight line was a lie, próximo disco da banda, sai dia 29 de agosto.

JAPANESE BREAKFAST, “MY BABY (GOT NOTHING AT ALL)”. Uma balada simpática, doce e sonhadora, certo? Ok, mas o tema da música nova do Japanese Breakfast, a primeira desde o álbum For melancholy brunettes (& sad women) – resenhado pela gente aqui – é o pragmatismo no amor. A letra fala sobre como é estar apaixonada por alguém que não tem grana, justamente num mundo em que todo mundo só pensa em dinheiro e os boletos não param de chegar.

Michelle Zauner, “a” Japanese Breakfast, fez a música para a trilha do filme Amores materialistas, escrito e dirigido por Celine Song (de Vidas passadas), que fala dos rolos amorosos da casamenteira Lucy (Dakota Johnson), dividida entre um antigo amor (Chris Evans) e um novo romance (Pedro Pascal). Olha só a letra: “Encontre alguém que faça alguns números / de preferência alguém com muitos zeros / mas o único número que meu baby tem é o meu (…) / você está apaixonada / e não há como evitar”.

WESTWELL, “FLOWERS IN YOUR HAIR”/”IF I’M NOT WITH YOU”. Dupla formada por pai e filho (os compositores James e Gus Corsellis), o Westwell faz seu material direto de um estúdio na Zona Rural de Oxfordshire, na Inglaterra. O clima tranquilo com certeza favorece a vibe tranquila e a beleza do repertório do grupo. As nostálgicas baladas Flowers in your hair e If I’m not with you, mais novos singles do Westwell, vêm da mesma combinação de introspecção e delicadeza, inspiradas assumidamentes por bandas como The National e Fleet Foxes, e lembrando o começo do pós-brit pop. Flowers é “um lembrete gentil de que a pessoa que um dia você foi, ainda está viva e brilhando” – If I’m not… fala “sobre distância e ausência emocional”.

BLOOD ORANGE, “THE FIELD”. Três anos depois do último lançamento, Dev Hynes – ou Blood Orange, como você preferir – está de volta com The field. A faixa vem com um time de colaboradores que inclui Caroline Polachek, Eva Tolkin, Daniel Caesar, Tariq Al-Sabir e os veteranos do The Durutti Column. O clipe é dirigido pelo próprio Hynes.

Nesse meio-tempo longe dos lançamentos próprios, ele esteve bem ocupado: ganhou Latin Grammy com produção para Nathy Peluso, assinou trilhas para filmes e desfiles de moda, tocou em Virgin, disco novo da Lorde, e também em Never enough, novo do Turnstile. The field chega com aquele clima etéreo comum ao som de Dev. E anuncia seu próximo álbum, Essex honey, ainda sem data de lançamento, e cuja lista de convidados inclui Lorde, Caroline Polachek, Brendan Yates (Turnstile) e mais um turma bem grande.

TECHNOPOLICE, “SORTIR LE SOIR…” / “TANK”. Punk francês com riff malucaço de guitarra, e vibe de música feita para brigar no mesmo terreno de Ramones, Dead Kennedys e Buzzcocks. A diferença é que a faixa, curtinha (são só dois minutos), fala de uma festa e de uma rotina de saídas à noite que vai se tornando entediante e rotineira. Clipe filmado na praia, em clima de diversão e total zoeira. Chien de la casse, primeiro álbum desse grupo, sai dia 26 de setembro – e já tem outro single deles, Tank, rodando por aí, oscilando entre riffs e grooves.

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Radar: Da Cruz, Oruã, Don L., Disk Mandy, Gandeia, Bia Nogueira, Phantasme

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Radar: Da Cruz, Oruã, Don L., Disk Mandy, Gandeia, Bia Nogueira, Phantasme

Aproveitamos o Radar nacional de hoje para confessar um vício: não conseguimos parar de ouvir Aff Maria, música do disco novo do rapper Don L. O rap nacional aprontou boas surpresas neste ano, mas essa aí pode virar música do ano – e se não virar hit, vamos nos surpreender muito. Mas aqui no Radar tem mais, muito mais: os beats afro-urbano do Da Cruz, o experimentalismo do Oruã e de Gandeia… Aumente o volume! Não faltam músicas que vão definir 2025 aqui.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Da Cruz): Ane Hebeisen/Divulgação

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DA CRUZ feat MAGUGU, “CHATA”. Mariana da Cruz vem de Campinas (SP) e faz um som que pode ser definido como música brasileira afro-urbana – vários estilos da música afro, incluindo até o baile funk brasileiro, dão as caras em suas músicas. Na hora de escolher a faixa que iria para seu novo single, ela e os músicos de sua banda (que se chama justamente Da Cruz) não tiveram dúvidas: escolheram a faixa mais dançante e a que trazia mais lembranças engraçadas.

Chata, com participação do rapper nigeriano Magugu, foi composta após a banda escutar, numa plateia em Paris, uma brasileira reclamar várias vezes que certa pessoa era “muito chata!”. Misturando o inusitado da situação com o uso na França de uma palavra bem brasileira, a música acabou saindo – e nem precisa dizer que o beat e a história não fazem jus ao título, claro. Chata adianta o primeiro álbum do Da Cruz, Som sistema, previsto para janeiro de 2026.

ORUÃ, “DEUS-DARÁ”. Depois do ótimo Passe, lançado em 2024 (e que resenhamos aqui), tem disco novo do Oruã vindo aí – Slacker, que sai em 24 de outubro pela K Records, gravadora histórica de Seattle. Originalmente vindo do Rio, o grupo hoje mistura gente do Rio e de São Paulo na formação, e ganhou ares de supergrupo, com os ocupadíssimos Lê Almeida (guitarra/vocal), João Casaes (sintetizadores), Bigu Medine (baixo) e Ana Zumpano (bateria). Deus-dará, o novo single, une protesto, psicodelia, krautrock, garage rock e tropicalismo (Gilberto Gil, em especial).

Deus-dará é sobre perseverança e a coragem de se lançar ao mundo. Estamos prestes a embarcar em mais uma turnê pela Europa e muitas emoções nos envolvem. Muitas das minhas letras são como orações. Acho que esta é mais uma daquelas letras fortes e motivadoras”, disse Lê num papo com o site The Big Takeover.

DON L. feat GIOVANNI CIDREIRA, “AFF MARIA”. Caro vapor II – qual a forma de pagamento?, novo álbum do rapper cearense Don L, foi resenhado pela gente aqui. Mas vale citar novamente a existência de Aff Maria, balanço irresistível construído em cima da batida e do arranjo de metais de Senhor dono da casa, lado-Z de 1973 de Belchior – sim, alguém revisitando Belchior e deixando de lado o “ano passado eu morri” que já virou meme. Depois de ouvir Aff Maria, você nunca mais conseguirá escutar Senhor dono da casa sem completar com “aff Don, puta que pariu” (isso aparece na faixa do rapper).

DISK MANDY, “PECADO REVELOU”. “Um trabalho que mergulha no eletropop, pop alternativo, indie e em tudo o que pulsa entre a pista e o quarto”, define Amanda Alves, a Disk Mandy, que acaba de lançar o EP Insomnia, com quatro faixas que funcionam como contos noturnos, da pista de dança, dos lugares escondidos, da madrugada. Pecado revelou, uma das faixas que não haviam sido lançadas como single do EP, é um dream funk sobre amor, sexo e paixão, unindo batidas, ação física e sonho. Daniel Cataldi fez a produção.

GANDEIA, “FANTASMAS QUE DORMEM”. Carlos Rafael, artista e escritor de Itapecerica da Serra (SP), usa o nome artístico de Gandeia, e faz de seu trabalho musical uma união de poesia, rock, música experimental, música latina e sombras do dia a dia. A música Fantasmas que dormem foi feita em 2016, quando ele ainda era adolescente, “um período onde sentimentos contraditórios eram muito presentes”, e o principal era buscar um lugar no mundo e manter a esperança. Gandeia gravou boa parte da base (violão, guitarra, percussão, vozes), com convidados tocando instrumentos como flauta, violino e violoncelo – Guilherme Braz fez os arranjos. O resultado é uma faixa delicada e cheia de camadas, que transforma confusão e esperança em beleza sonora.

BIA NOGUEIRA, “SOBRE SOLIDÃO E SAUDADE”. Entre ritmos do congado de Minas Gerais, bits eletrônicos e um clima de poesia falada, a mineira Bia escolheu essa música para falar sobre dois sentimentos que, por acaso, se intensificaram durante a pandemia. Sobre solidão e saudade foi composta até antes do isolamento, mas acabou se encaixando direitinho no repertório de Respira, seu novo álbum – que é basicamente um disco sobre desacelerar, parar, respirar fundo.

“A inspiração da música veio de uma vivência à beira-mar, durante um amor atravessado pela ausência. A canção reflete como esses afetos nos atravessam – especialmente em tempos de distanciamento”, conta Bia, que é idealizadora do o festival IMUNE, que celebra a música preta, indígena, periférica e LGBTQIAPN+.

PHANTASME, “ATEMPORAL”. Depois do single Espelho, a Phantasme chega com Atemporal, novo compacto que já ganhou clipe, dirigido por Fernando Mencocini, e cheio de sombras e luzes duras. Yuri Nishida, Fi Ricardo, Giu Canales e Denis Mendes – que passaram por bandas como NX Zero, Granada, Gloria e Vowe – gravaram tudo quase ao vivo, na base da energia da sala de ensaio. A música mistura punk, hardcore e quebras rítmicas.

A letra veio depois que Yuri assistiu a um doc sobre a vida e morte do chef e escritor Anthony Bourdain – que ele viu como um anti-herói de sua profissão. Teve a ideia de fazer uma letra curta, que falasse de legado, de quem a gente é, e o que fica.

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