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Lançamentos

L7 fala sobre mudanças climáticas em “Cooler than Mars”, single novo

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L7 fala sobre mudanças climáticas em "Cooler than Mars", single novo

E lá vem o L7 com um single que pode ser considerado um lançamento instantâneo – ainda mais para quem não aguenta mais o clima de “tudo junto e misturado” das estações do ano. Cooler than Mars, avisa a vocalista Donita Sparks, “foi inspirada nas notícias catastróficas sobre as mudanças climáticas”. E também “nas estranhas paixões dos cowboys espaciais bilionários para explorar e explorar os limites externos da nossa estratosfera” – enfim, os ricaços que resolvem fazer voos para outros planetas e dizem que querem viver em Marte.

“Me parece que tais obsessões e recursos deveriam ser totalmente focados na cura do Big Blue Marble (o Planeta Terra). Sinto que não há nada ‘lá fora’ que seja tão alucinante quanto a biodiversidade que temos aqui na Terra. Porque somos mais frios que Marte, droga”, completa ela.

A canção tem um ar meio punk-meio tecnopop poucas vezes visto na obra do L7 – une riffs distorcidos e sintetizadores, e a voz de Donita Sparks parece soar como a de Siouxsie. Por acaso, as imagens de Donita, Suzi Gardner (guitarra, vocal), Jennifer Finch (baixo, vocal) e Dee Plakas (bateria, vocal) em meio a um cromaqui do mundo animal, faz lembrar um pouco o clipe de It’s my life, do Talk Talk.

O L7, como você deve saber, está prestes a vir ao Brasil – está com um show marcado para dia 20 de outubro no Carioca Club, em São Paulo. E já foi tema do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento.

Crítica

Ouvimos: YMA – “Sentimental palace”

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Em Sentimental palace, YMA cria um hotel onírico de sons psicodélicos, misturando dream pop, jazz e eletrônica com charme e imaginação.

RESENHA: Em Sentimental palace, YMA cria um hotel onírico de sons psicodélicos, misturando dream pop, jazz e eletrônica com charme e imaginação.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Matraca Records
Lançamento: 23 de outubro de 2025

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“Um hotel onírico, ocupado pelo inconsciente, vira abrigo e pista de dança”, diz a primeira frase do release de Sentimental palace, segundo álbum de estúdio da paulistana YMA. Na real, vale dizer que Sentimental, pela sua psicodelia inerente, e pelas várias portas da percepção abertas por instrumentos musicais, vozes, climas e ruídos, soa como uma versão noturna, eletrônica e chique de Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, álbum dos Mutantes creditado apenas a Rita Lee e lançado em 1972.

Musicalmente, são dois discos que caminham por lugares bem distantes, mas há uma ligação sonhadora e psíquica entre eles que não dá para ignorar. A faixa-título, que abre Sentimental palace, apresenta um passeio pelo tal hotel onírico, guiado pela voz jazzística e doce de YMA, que parece narrar várias cenas, em meio a ruídos de passos e de portas abrindo. Fritar na areia!!!, aberta por barulho de fritura (!), soa como um ambient praiano, em que a voz dela lembra a de Rite Lee – e em que climas lembrando Kraftwerk, blues, jazz, dream pop e até uma versão drum n’ bass do Pink Floyd vão se seguindo.

  • Ouvimos: Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo – Música do esquecimento
  • Ouvimos: Jup do Bairro – Juízo final

O passeio pelo hotel continua com a bossa pop e jazzística de 2001, com a vibração meio Secos & Molhados, meio Melody’s Echo Chamber de La femme, a onda dream pop e sexy de Dentro de mim (cuja melodia, em alguns momentos, chega a lembrar uma trilha de filme antigo da Disney) e um experimentalismo sonoro próximo do pós-punk em Te quero fora (com Lucas Silveira, do Fresno) e na balada melancólica e ruidosa Ruído branco. Já Lagosta, ostra, ruídos de mastigação abrem a declamação jazz-punk de Jup do Bairro e YMA sobre alimentos caros em pratos fundos de metal, luxos vetados para muita gente, e que na verdade escondem lixos.

Existe um lado pop-clássico em Sentimental palace, e ele surge em faixas como Passageira S. (que soa como uma Marina Lima mutante), no clima doce e tranquilo de Rita, com participação de Sophia Chablau, e no som beatle-britpop de O anjo cometa, que encerra o disco com emanações de John Lennon e até de pop triste setentista, daqueles que iriam parar rapidamente numa trilha de novela.

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Crítica

Ouvimos: Guerilla Toss – “You’re weird now”

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No álbum You’re weird now, o Guerilla Toss mistura slacker rock, synthpop e punk psicodélico com humor, barulho e espírito livre.

RESENHA: No álbum You’re weird now, o Guerilla Toss mistura slacker rock, synthpop e punk psicodélico com humor, barulho e espírito livre.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Sub Pop Records
Lançamento: 12 de setembro de 2025

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“Se eu sou muito louco / não vou me curar”, já diziam os Mutantes. Ao que parece, essa lição foi aprendida em regra pela banda novaiorquina Guerilla Toss, um grupo que soa como um cozidão de Sparks, Todd Rundgren, Utopia, Devo, Yoko Ono, Blondie, James Chance and The Contortions, Pink Floyd dos anos 1970 e o próprio grupo de Rita Lee e dos irmãos Baptista. O novo disco da rapaziada, You’re weird now, parece uma cláusula de libertação da mente, mesmo nem chegando a ser um disco “psicodélico” de verdade. Está mais para um slacker rock abusando do senso de humor – e vale citar que Stephen Malkmus (do Pavement, orgulho slacker) produziu o álbum.

Pra não dizer que a banda não soa psicodélica em momento algum, You’re weird now ganha a definição de “punk psicodélico” em faixas como Psychosis is just a number (que traz algo sério de no-wave encartado, mesmo assim), o synthpop torto Life’s a zoo e a hora do teclado maluco de CEO of personal & pleasure – cuja letra parece as hipotéticas confissões de uma época em que o Louco, da Turma da Mônica, decidiu virar CEO ou coach. Os versos concluem que “você sabe que os teimosos nunca mudam / eles simplesmente ficam realmente cansados ​​disso / se você está se sentindo estranho / você provavelmente deveria continuar com isso” – sinal de que o Guerilla Toss decidiu rir da vibe Linkedisney das empresas que só falam em tracionar, escalar, e coisas do tipo.

  • Ouvimos: Pavement – Cautionary tales: Jukebox classiques

O grupo cria misturas sonoras como o synthpop slacker (Red flag to angry bull) e o punk funk progressivo (Panglossian mannequin, canção com mumunhas eletrônicas que, se mexer aqui e ali, ganha semelhanças com Gong e Can). Deep sight une Gang Of Four e Sonic Youth – balanço e barulho -, When dogs bark junta Pixies, Velvet Underground e teclados cintilantes, e Favorite sun parece uma sobra da fase new wave de araque do Yes, ou um desdobre progressivo-fake de bandas como Buggles e Blondie. Tem ainda Crocodile cloud, punk sintetizado psicodélico (olha outro exemplo aí!) com batida new wave puladinha e letra falando em LSD, liberdade e nuvens com formato de crocodilo.

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Crítica

Ouvimos: Matheus Gomes Lima – “Carnaval”

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Matheus Gomes Lima estreia com Carnaval, disco de bom astral que mistura rock 80s, ska, soul e power pop em canções leves e cheias de humor.

RESENHA: Matheus Gomes Lima estreia com Carnaval, disco de bom astral que mistura rock 80s, ska, soul e power pop em canções leves e cheias de humor.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 25 de setembro de 2025

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Cantor e compositor de São Gonçalo (RJ), Matheus Gomes Lima merece bastante sua atenção por ter lançado uma das músicas nacionais mais bacanas desse ano: o bubblegum Encruzilhada, licor e dente-de-leão , inspirado numa mescla de Oasis, Skank e The Cure. Em Carnaval, seu disco de estreia, há outras canções na mesma onda, em melodia, letra ou na combinação das duas.

A ótima Marataízes é música de férias: soa como uma mescla de Jorge Ben, Mundo Livre S/A e Beach Boys, se é que é possível. Quando eu envelhecer, um power pop sobre maturidade e envelhecimento, cita nominalmente um certo ex-presidente inominável e uma tal de intervenção militar – ambos (felizmente) tidos na faixa como indesejáveis. A gozada Pobre em Teresópolis é um ska + power pop que lembra Blitz e fala em programas como idas a Bauernfest e viagens a Guapimirim (RJ).

  • Ouvimos: Pélico – A universa me sorriu – Minhas canções com Ronaldo Bastos

Um certo lado do disco lembra o rock dos anos 1980 e bandas como Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso – como Porta da frente blues (que faz referência a BB King e acaba lembrando Noite do prazer, do Brylho), o punk pop No turno noturno e Será que vai chover?, que não é uma regravação dos Paralamas, mas é um reggae que cita a composição de Herbert Vianna.

Além das referências roqueiras, há um lado de pop romântico na balada com ar soul Chuva de verão e em A casa sem você – e essa faceta aparece bem resolvida na última faixa, Supersônico, pop com ar britpop. Um disco de bom astral.

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