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E finalmente, tem disco novo do King Gizzard & The Lizard Wizard

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King Gizzard & The Lizard Wizard com disco novo, "Gumboot soup"

O grupo australiano de rock psicodélico King Gizzard & The Lizard Wizard cumpriu o combinado e lançou o quinto disco de 2017 (sim, a banda lançou cinco discos neste ano). O grupo já havia falado que o tal álbum sairia bem no finalzinho do ano. E tá aí Gumboot soup, lançado neste sábado (30), em três formatos digitais pra você ouvir.

O grupo teve um ano movimentado, com Flying microtonal banana lançado em fevereiro, Murder of the universe em junho, Sketches of Brunswick East (ao lado do Mild High Club) em agosto, e o download gratuito de Polygondwanaland em novembro. Pra 2018, o grupo já tem uma turnê britânica agendada, a partir de fevereiro.

Crítica

Ouvimos: Blue Öyster Cult, “Ghost stories”

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Ouvimos: Blue Öyster Cult, "Ghost stories"
  • Ghost stories é o décimo-quinto disco da banda norte-americana de rock pauleira Blue Öyster Cult. O grupo, que tem dois integrantes da formação original, os guitarristas e vocalistas Donald Roeser (o popular Buck Dharma) e Eric Bloom, avisam que se trata de seu último disco. 
  • A ideia do álbum veio da Frontier, gravadora italiana que lançou o disco mais recente do grupo, The symbol remains (2020, o primeiro em 19 anos). O material veio de faixas gravadas entre 1978 e 1983, menos a versão do grupo para If I fell, dos Beatles, gravada em 2016 no camarim de um show. Todo o material antigo foi digitalizado e reimaginado com uso de inteligência artificial, pelo guitarrista Richie Castellano e pelo produtor Steve Schenck.
  • Buck Dharma está preparando material solo. E acredita que não sairá mais nada com o nome do grupo. “Neste ponto da nossa carreira, não acho que tenhamos nada para fazer. Não temos nada a provar. Portanto, não há razão para simplesmente lançar as coisas por si só”, contou à Billboard.

O Blue Öyster Cult é uma banda norte-americana dos anos 1970 cujo lançamento envolveu uma possibilidade, lançada por empresários e executivos, de serem o “Black Sabbath dos Estados Unidos”. Uma lorota daquelas, claro. O Sabbath já fazia muito sucesso em terras estadunidenses, já havia um grande nome do rock pauleira nos EUA naquela época (o Grand Funk) e o BÖC era estranho o suficiente para não garantir tanto sucesso quanto o grupo de Ozzy Osbourne.

A discografia do grupo tem quase tantas bolas-fora quanto o Sabbath pós-anos 1980, com discos que soam mais como tentativas de se manterem no mercado do que como obras dignas de nota. De qualquer jeito, eram a banda de hits como Don’t fear the reaper e Burnin for you, e de discos pesados e perfeitos como Tyranny and mutation (1973) e Agents of fortune (1976). Turnês lotadas em plena onda do rock de arena e do começo do heavy metal ajudaram a compor o cenário. As novas gerações por sua vez, devem lembrar do engraçadíssimo esquete do “more cowbell” associado ao hit Don’t fear the reaper. Houve quem ficasse sabendo da banda por causa disso.

Agora vem Ghost stories, que ao mesmo tempo é uma despedida e uma recordação do tempo áureo do Öyster. A banda, ainda com suas formações clássicas, deixou gravadas várias canções que ficaram de fora de seus álbuns lançados entre 1978 e 1983. O som era hard rock básico e radiofônico em faixas como Late night street fight (lembrando Alice Cooper e Thin Lizzy), no boogie de arena Cherry e no blues-rock herdado de Aerosmith e Led Zeppelin de Soul jive. Tem ainda uma balada quase progressiva, The only thing.

O grupo tentava parecer mais moderno em Don’t come running to me (que tem refrão grudento e sintetizadores) e soava próximo do pré-punk nas releituras de Kick out the jams (MC5) e We got to get out of this place (Animals). O lado mais sombrio da banda, que volta e meia aparecia em algumas faixas, surge em So supernatural, a cara do grupo no fim dos anos 1980. O material encerra com uma versão gravada recentemente de If I fell, dos Beatles, com a formação mais recente.

As sobras incluídas em Ghost stories são um bom reaproveitamento de material que andava há anos pelos arquivos do BÖC. O grupo já havia perdido o interesse em lançar novos discos e retornou em 2020 com The symbol remains, um lançamento até que bem legal. Agora é a vez da banda anunciar o fim e, pelo menos profissionalmente, adiantar o trabalho da morte, que parodiaram em Don’t fear the reaper.

Nota: 7
Gravadora: Frontiers Music

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Crítica

Ouvimos: The Black Keys, “Ohio players”

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Ouvimos: The Black Keys, "Ohio players"
  • Ohio players é o décimo-segundo álbum de estúdio da banda norte-americana The Black Keys – na verdade uma dupla formada pelos músicos e compositores Dan Auerbach e Patrick Carney. A produção é dos dois, ao lado de Dan The Automator.
  • O nome do álbum faz referência ao grupo de funk norte-americano Ohio Players, uma das mais sólidas formações de soul e funk dos Estados Unidos – e que existe até hoje. Foram os caras do hit Love rollercoaster, gravado pelos Red Hot Chili Peppers (e de Here today, gone tomorrow, cantada por David Bowie em shows).
  • Beck compôs praticamente tudo com a dupla e participa de sete faixas, tocando vários instrumentos e fazendo backing vocals. Noel Gallagher (o próprio) colabora na composição de três faixas, e toca guitarra em On the game.

Paulocoelhalmente falando, a lenda pessoal dos Black Keys parece ser unir soul, funk, blues e indie rock por um viés que lembra o das bandas bubblegum dos anos 1960/1970. Muita coisa que rola em Ohio players é associada não apenas ao próprio Ohio Players, como também às formações brancas lançadas por selos como Buddah, e que se inspiravam em artistas de soul e r&b, e do começo do rock. Ou nas viagens menos pop de grupos como Osmonds. É o que rola em faixas como Only love matters, You’ll pay e This is nowhere, entre várias outras.

Não só isso: Beautiful people (Stay high), uma das melhores do disco, tem um ar musical que lembra, simultaneamente, Primal Scream, da fase Screamadelica, e Tony Joe White, compositor de Elvis Presley (entre outros artistas) que gravou solo nos anos 1970. Live till I die põe psicodelia e clima dançante num heavy-soul herdado de N.I.B. do Black Sabbath. Read em and weep une riffs de surf music, e vocais e batidas tirados de algum girl group esquecido no tempo. I forgot to be your lover é um clássico do soulman norte-americano William Bell relido pelo grupo, e dá a cara de trilha internacional de novela que os Black Keys precisavam – como um dia o Faith No More precisou de Easy, dos Commodores, enfim.

Candy and her friends, unindo rock-soul dançante e uma segunda parte de hip hop (com Lil Noid) soa como os Red Hot Chili Peppers deveriam ter soado em vários de seus discos mais recentes – simultaneamente uma união de pop-rock melancólico e batidas dançantes como a dos próprios Ohio Players. Paper crown vai fundo nas influências de funk do grupo, que constrói uma de suas melhores faixas, com linhas de baixo bacanas e junção, na segunda parte, de hip hop (via Juicy J) e vocais e batidas soul-psicodélicas. Every time you leave, pesada e dançante, com ritmo dado por palmas, evoca Queen, e evoca Phil Collins. Please me (Till I’m satisfied) é quase a Sympathy for the devil deles, mais suja, mais dura e (se é que é possível) mais tribal, com ritmo dado por guitarras slide e batidas.

O novo capítulo da história dos Black Keys tem um comparsa importante: Beck (sim, o de Loser, e outros hits) compôs quase tudo com a banda, soltou a voz em cinco faixas e ainda tocou muita coisa. Se você não olhar a ficha técnica, e conhecer razoavelmente a obra de Beck, vai achar tudo parecido demais com seu disco Midnite vultures (1999) e não é à toa. O que significa que este Ohio players não é apenas um disco dos Black Keys, mas um trabalho quase colaborativo (compare a lista de músicos participantes, enorme, com as listas relativamente pequenas de álbuns anteriores). E que possivelmente vai fazer a diferença para Dan Auerbach e Patrick Carney hoje e daqui a dez anos.

Nota: 9.
Gravadora: Easy Eye Sound/Nonesuch

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Crítica

Ouvimos: Pearl Jam, “Dark matter”

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Ouvimos: Pearl Jam, "Dark matter"
  • Dark matter é o décimo-segundo álbum de estúdio do Pearl Jam, que retorna com o quinteto habitual: Eddie Vedder (voz), Jeff Ament (baixo), Stone Gossard (guitarra), Mike McCready (guitarra solo) e Matt Cameron (bateria).
  • Josh Klinghoffer (guitarra e teclados), que esteve numa das formações dos Red Hot Chili Peppers, e hoje é músico de tour do PJ, esta também no disco e até tem créditos de coautoria numa das faixas, Something special.
  • Como você já deve ter visto por aí, Andrew Watt, que já cuidou de discos dos Rolling Stones, Miley Cyrus, Ozzy Osbourne, Post Malone e mais uma turma enorme, produziu o disco e surge como coautor (ao lado da banda) em todas as faixas. Andrew é fã do Pearl Jam, que considera sua banda preferida, e já vinha trabalhando na carreira solo de Vedder. “O disco é feito por um fã para os fãs, e espero que eles gostem”, diz à Spin.

Andrew Watt é um produtor daqueles bem metelões. Num papo com a Spin, contou que levou uma guitarra para participar de um reunião de composição com a banda – e acabou com créditos de composição em todas as faixas do novo álbum, Dark matter, ao lado do grupo. Se um disco vai ganhar a produção dele, tem que ficar com a cara da banda, mas o filtro dele precisa ficar evidente. Justo. Ou sei lá.

No caso de Dark matter, funcionou: o Pearl Jam fez seu melhor disco em muitos anos. A discografia do grupo de Seattle sempre pareceu ensanduichada entre tentativas de se tornar um Pink Floyd dos anos 1990. E igualmente entre tentativas de produzir algo que fosse tão demolidor quanto Vs (1993) e Vitalogy (1994), respectivamente o segundo e o terceiro álbuns da banda, melhores que qualquer outra coisa que eles tenham feito.

O Pearl Jam, hoje uma banda “clássica” do rock, retorna guiado por Watt para as mesmas tendências sonoras que deram origem ao som do (olha que ironia) Nirvana. O começo do álbum, com as batidas e linhas de baixo vigorosas de Scared of fear e React, respond, lembram mais o pós-punk e o college rock dos anos 1980 que influenciaram o som dos anos 1990 – aqui, gerando um Sonic Youth sem experimentalismo, um Nirvana sem os gritos de Kurt Cobain, um Replacements menos rueiro. O mesmo rola lá pela segunda metade do álbum com Running, e de certa forma, até com a balada power pop Something special.

Wreckage, o mais novo single, vai para outro lado. É um rock com raízes folk, radiofônico como o Pearl Jam não tem sido há muito tempo (com letra fazendo referência a Donald Trump, segundo Eddie Vedder), capaz de conquistar fãs novos entre a galera que ouve pop calmo e reflexivo (quem sabe?) e de alegrar quem tem idade para lembrar de Jeremy e Last kiss tocando no rádio. Mesma coisa acontecendo com Won’t tell, uma balada de tom quase brit pop anos 1990 em alguns momentos.

Waiting for Stevie e Got to give trazem para o novo álbum a faceta (herdada do rock setentista) de banda compositora de hinos, repletos de solos de guitarra. Dark matter, a faixa-título, abre a cortina do lado funk-metal do grupo. No final, a reflexiva Setting sun traz Eddie Vedder alternando tons graves com seu vocal usual.

Os já citados Vs. e Vitalogy foram lançados sob um contexto dos mais esquisitos – a batalha perdida do grupo contra a empresa de ingressos Ticketmaster, que deu numa baita perda de grana para o Pearl Jam. Dark matter, nas letras, lida com os escombros do mundo, e com a transformação de praticamente tudo em um misto de lixo inorgânico e inteligência artificial.

Essa sensação de bancarrota volta e meia aparece na obra do grupo norte-americano, e surgia até na estreia Ten (1991). E define que o PJ não vai parar de ter assunto por um bom tempo.

Nota: 8,5
Gravadora: Monkeywrench/Republic

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