Notícias
Ih, teve show do White Reaper na KEXP e só vimos agora
Um dos grandes discos de 2017 foi o segundo álbum do White Reaper, banda de garage rock e punk do Kentucky. The world’s best american band saiu pelo selo Polyvinyl, e foi anunciado por um compactinho excelente, Judy French, lançado em janeiro. E em agosto o grupo passou pelo palco da rádio KEXP, de Seattle, para um pequeno show de quatro músicas. Começaram com Judy French e seguiram com Eagle Beach, Little Silver cross e The stack.
No papo com a radialista Cheryl Waters, o vocalista Tony Esposito lembra do dia em que o White Reaper tocou em Santa Cruz, na Califórnia. O músico resolveu jogar sua guitarra para a plateia, algo que costuma fazer. Só que não deu muito certo: um fã do grupo quebrou o instrumento.
Entrevista
Entrevista: Quântico Romance, banda de rock gótico do Rio, prepara disco para breve
No Rio de Janeiro, com todo aquele sol e calor, tem uma turma bem numerosa que curte som gótico, synth pop e pós-punk em geral. É uma galera animada que lota festas como a College, no clube Vizinha 123, ou as noitadas dedicadas ao som que rolam no Garage (pico roqueiro clássico que voltou), e que não mede esforços para acompanhar as bandas achegadas ao estilo que vêm tocar no Brasil – shows de The Cure, The Mission e Lebanon Hanover, que rolaram nos últimos tempos, deixaram a turma feliz. Essa cena é fomentada por iniciativas como a do selo carioca Paranoia Musique, que lança bandas como Griza Nokto e o Quântico Romance.
O Quântico Romance lançou clipe e single ano passado (o vídeo de Reprise foi gravado e lançado numa sala de cinema, e transformado em curta metragem ao lado do clipe de Redenção) e está na preparação de um álbum para breve. “A previsão é de sair em abril ou maio, ainda sem título definido, porém muito provavelmente será homônimo de alguma faixa”, conta Karlos Milton Junior (vocal, synths), que divide a banda com Nilton Jardim Junior (guitarras) e Bruno Dorian (bateria eletrônica)
Batemos um papo em duas etapas com dois integrantes do grupo (Karlos e Bruno) e soubemos de algumas novidades. Também conversamos sobre influências cinematográficas na música do grupo, e sobre o sucesso que o The Cure anda fazendo.
Como foi fazer o clipe da música a música Reprise num cinema, e como surgiu essa ideia?
Karlos Junior: Isso aconteceu desde a concepção dela, até porque tem a questão muito forte do refrão, que fala de “reprise, a história desse filme já passou…” O insight que veio na minha cabeça é que essa música conversava com uma história de cinema, só que uma coisa meio “cinemão pipoca”, aquela coisa bem anos 1980 de ir ao cinema e curtir uma comédia, uma coisa de sci-fi, terror… sempre com aquela pegada adolescente.
À medida que a gente foi fazendo a música, a ideia foi crescendo. Fui o idealizador e compositor da música, daí bati o martelo e falei que a melhor vibe para fazer o clipe da faixa seria a gente fazer tudo dentro de um cinema. E a gente simulou um pouco da história. Foi tudo sendo desenvolvido a partir desse insight. A própria música influenciou o audiovisual.
(confira abaixo os clipes de Reprise e Redenção, do Quântico Romance)
Tem filmes que influenciam a estética do Quântico Romance?
Karlos: Tem, e de todas as épocas! Mas no caso do Quântico Romance diria que foram os filmes dos anos 1980 para cá. Mad max, por exemplo…
Bruno: Fuga de Los Angeles, Fuga de Nova York, tanta fuga, né? Filmes da ficção científica ao pós-apocalíptico. A gente retrata isso através da estética, do figurino, de todo o conjunto da obra. A Quântico Romance navega por todas essas vertentes das atmosferas pós-apocalípticas, tendo ao mesmo tempo um ar de tecnologia avançada e futurismo, dentro do próprio cyberpunk e de vertentes como nanopunk e biopunk. Navegamos na cultura pop nessa combinação de futurismo e ficção científica. E também há influência de grandes escritores. Eu citaria o Wilson Rocha, um brasileiro que é autor de Os passageiros do futuro…
Karlos: O Quântico Romance tem um diálogo grande, em termos de cinema, com a cena gótica nacional. Ficção científica, que a gente adora, puxa pro gótico. Também citaria a trilogia Matrix. Eles têm um visual mais para o gótico, as roupas pretas… Aliás existe um visual que eu queria muito fazer para a banda, só que para isso, a gente vai ter que correr atrás de recursos. Eu gosto do visual do Tron, especialmente do Tron Legacy. Se a gente conseguir fazer uma indumentária em neon… acho que super casa com a gente. Temos muita referência dessa coisa meio de fantasia, essa coisa extravagante da ficção científica.
Bruno: Já existem megacidades e metrópoles futuristas no mundo. Você pode observar isso em alguns países asiáticos. O próprio Rio de Janeiro e São Paulo já têm algumas construções nessa vertente. Prédios gigantescos com trabalhos de luz neon, esquinas iluminadas… Já temos a oportunidade de ver isso acontecendo.
Karlos: Painéis de LED…
Bruno: Exatamente. Estamos vivendo o cyberpunk. É como viver na prática o que foi retratado na ficção científica, nos filmes sobre futurismo, nas ideias dos visionários do passado. A gente pode citar grandes nomes, como Nikola Tesla.
Karlos: É uma mistura de tudo. Mas, pra mim, o mais marcante é a influência dos anos 80: aquela vibe de Blade Runner, Mad Max. Depois, nos anos 90 e 2000, tem Matrix. E minha ideia é criar uma variante do Tron que seja bem legal.
Bruno: São as vertentes da distopia, né? Matrix falou, no passado, sobre o nosso presente e futuro. Estamos vivendo isso: as altas tecnologias na web, o advento da internet… Enfim, dá pra perceber isso até nas produções musicais do mundo. A tecnologia está em todo lugar. Nós mesmos, no Quântico Romance, usamos o sistema de home computer music.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
Como foi a produção da nova música, aliás?
Karlos: Reprise era uma música que estava na gaveta. A gente trabalhou nela lá por 2005, 2006. Fizemos os rascunhos na época, mas era com outra banda. Depois, tudo terminou. Eu segui outros caminhos, fui fazer faculdade, deixei a música de lado por um tempo. Quando voltei, compus músicas novas com meus amigos e comecei a revisitar materiais antigos que estavam guardados, procurando algo interessante dentro do synth pop e do pós-punk que valesse a pena retrabalhar. Reprise estava lá, esperando o momento certo para ser desenvolvida.
O que eu precisei fazer de 2006 até agora foi dar uma revisão na letra dela. Também comecei a trabalhar no arranjo, analisando os efeitos, vendo se as guitarras estavam interessantes. Fui adicionando novos elementos, colocando outros efeitos, fazendo novas mixagens… Essa música teve uma jornada de criação até bem longa. Se a gente parar pra pensar, de 2005 ou 2006 até 2024, são quase 20 anos.
Mas acho que isso é algo típico de músicos. Às vezes, você cria algo hoje e só desperta para aquilo depois de um tempo. De repente, começa a achar interessante, começa a considerar válido. Vai muito do momento, da criação. Quando revisei o material, achei que era o momento certo para lançar.
Pra gente, foi interessante lançar esse trabalho agora porque temos acompanhado bastante o cenário alternativo de música. Sabemos que a cena gótica já é algo mais estabelecido, mas percebemos uma cena crescente do synthwave e do retrowave. Por acaso, tive o insight de criar uma música que dialogasse com essa estética. É uma cena que já tem festas recorrentes em alguns lugares do Brasil. Existe um público interessado, mesmo que os artistas ainda não sejam tão conhecidos — eles não são totalmente desconhecidos também. Acho que seria interessante explorar essa estética com apelo aos anos 80. A própria linguagem da música tem essa pegada retrô, e trazer isso pro momento atual da música no Brasil foi uma ideia que casou muito bem. E aí foi legal desenvolver essa concepção.
E teve um lançamento do clipe num cinema para convidados, também, não foi?
Karlos: Sim! A gente queria evocar aquele clima de cinema dos anos 1980. Então, tomei a dianteira da produção, contratei o Cine Joia, fiz os contatos, e acabamos montando uma história com a estética de um thriller dos anos 80. Chamei alguns amigos para interpretar os personagens. É cheio de clichês, mas o diretor abraçou a ideia completamente. Tivemos duas locações principais: uma no cinema, onde a banda aparece assistindo ao filme – com aquela metalinguagem, já que eles também protagonizam o mesmo filme. A outra locação foi no Estúdio Casa de Alice, no Méier. É uma casa de verdade, com dois andares, quarto, cama, jardim… Tem um monte de coisas legais lá. Usamos esse espaço para gravar o restante da história, especialmente as cenas de perseguição.
Tudo isso pode ser visto no curta que acompanha a primeira música e no clipe da segunda música. Foi uma produção cara, especialmente para uma banda underground como a nossa. Não estamos acostumados a fazer algo nessa escala, então tivemos que juntar uma boa quantia de dinheiro pra viabilizar tudo: locação, maquiagem, figurino, maquiagem especial para todos, e, claro, os próprios custos das gravações.
Foi muito caro?
Karlos: Em termos de valor, diria que gastamos algo em torno de dez mil reais, por alto. Não faço ideia de como as bandas amigas da cena — seja do Rio, de São Paulo ou de outros lugares — financiam seus vídeos ou quanto gastam. Às vezes, elas fazem um financiamento coletivo.
No nosso caso, usamos apenas os nossos próprios recursos. Foi caro porque não estamos acostumados a arcar com esse tipo de custo. Mas conseguimos entrar em acordos com todo mundo e parcelar as coisas. Fizemos tudo devagar, tanto que o processo foi esticado: gravamos em maio, junho e setembro. É um custo de investimento que acho interessante para as bandas que conseguem bancar. Se não puderem, tudo bem também. O pensamento tem que ser: “A gente faz o melhor com o que tem.” Se puder fazer algo maior, ótimo; se não, faz o melhor possível com os recursos disponíveis.
Fale mais de como foi a produção do clipe, de quanto demorou…
Karlos: Essa produção levou o ano inteiro, porque gravamos por etapas. A primeira gravação foi marcada para maio, a segunda foi… Se não me engano, foi em agosto. E a terceira etapa conseguimos fazer entre agosto e setembro. Fizemos uma gravação em um estúdio fechado no bairro do Méier, além de já termos gravado algo no Cine Joia. Conversando com o diretor, tivemos essa ideia juntos.
A proposta era fazer um clipe, mas achamos interessante contar uma história que tivesse cara de um curta-metragem. Como precisávamos de mais material, pegamos as músicas Redenção e Reprise e conectamos as duas. Assim, contamos uma história que começa com uma música e vai até a outra.
Aproveitando o insight de gravar no cinema, conversamos com o Bruno, do Cine Joia, e desenvolvemos o conceito. A ideia era criar uma sessão de cinema especial: exibimos o curta e depois mostramos os clipes separados. O sentimento foi de inovação, algo inédito. Até agora, não vi nenhuma banda fazendo uma iniciativa assim. Quisemos trazer algo diferente, algo novo, e isso nos motivou bastante. E como tudo foi feito no Cine Joia, pedimos uma data para realizar uma exibição lá. O resultado foi um evento especial para amigos e fãs, algo que ficou muito marcante para todos.
Como vocês, que são dedicados ao pós-punk, a sons eletrônicos e a uma estética mais melancólica, viram o sucesso do disco novo do The Cure?
Karlos: Eu parei para escutar esse disco uma vez, mas não consegui me aprofundar muito. A gente até se dedica a fazer isso de vez em quando, ouvir discos com mais atenção para ter uma experiência completa. Sobre o sucesso do The Cure, eu diria que já era esperado. É uma banda consagrada, com milhões de fãs ao redor do mundo, e que atrai muita curiosidade, inclusive de pessoas que não fazem parte do fandom deles.
O The Cure tem esse poder de atrair um público novo, uma juventude que começa a descobrir a história da banda, se encanta e acaba absorvendo tudo isso. Acho que o sucesso desse disco é positivo, porque, pelo que escutei, ele não tenta ser comercial. O Robert Smith conseguiu colocar o coração dele nas composições e escrever o que de fato queria.
Isso é algo interessante de se discutir. A música dita “mainstream”, toda vez que eu escuto, parece um pouco plastificada, muito igual. Hoje em dia, temos fórmulas, algoritmos, até inteligência artificial sendo usados para criar música. Isso faz com que a música deixe de ser algo inventivo, inovador, por conta das demandas do público.
A humanidade está muito acelerada e estressada; é uma crise do nosso tempo, e a música acaba refletindo isso. Vi alguém comentando na internet que hoje as músicas têm dois minutos e já entram direto no refrão, sem muita introdução. Antigamente, as músicas tinham introduções mais longas, os versos vinham depois… Hoje, dependendo da audiência, as pessoas nem conseguem esperar 30 ou 40 segundos de introdução.
Isso abre um belo leque de discussões sobre o estado atual da música. Mas, em relação ao The Cure, acho que eles estão perfeitos. Espero que, antes de encerrarem a carreira, ainda deem um pulo por aqui para a gente curtir um pouco mais do trabalho deles.
Tem um álbum inteiro de vocês que já está sendo prometido há algum tempo. Quando sai? O que já tem planejado para 2025?
Karlos: O álbum está 90% pronto. Eu queria que ele tivesse saído este ano, mas como a produção do audiovisual acabou se estendendo um pouco, não consegui agendar o lançamento para novembro ou dezembro. Então, vou precisar sentar com o Diego, do selo Paranoia Musique, e com o pessoal da banda para decidir o melhor momento para lançar em 2025. Ele tem algumas canções inéditas, mas a maioria são novas versões de músicas que já foram lançadas como singles. Acho que essas versões novas são ainda mais interessantes que as originais, então a experiência vai ser muito legal. Minha meta é lançar o álbum pelo menos no primeiro semestre de 2025.
Acredito que nosso público entende essa demora. Pra gente, é um pouco mais difícil manter uma frequência nas produções. Não é como acontece com muitas bandas; nós precisamos trabalhar, juntar recursos e capitalizar, o que nem sempre é algo disponível de imediato. Por isso, às vezes, acabamos adiando as coisas um pouco.
Falem um pouco da ligação do Quântico Romance com o selo Paranoia Musique, que é um caso raríssimo: um selo carioca dedicado a sons góticos, e que ajuda a fomentar uma cena bem legal de darkwave, pós-punk, e sons afins.
Karlos: A relação com o selo é a melhor possível. O criador e presidente do selo é o Diego Oliveira, o Diego Mode. Ele é meu parceiro na Cubus, aliás, foi ele quem idealizou a Cubus, enquanto eu sou o idealizador da Quântico Romance. Quando a gente se conheceu… foi interessante. Nos encontramos em 2003, 2004, em um momento em que ambos começávamos a fazer música por software, principalmente música eletrônica. Desde então, temos feito muitas coisas juntos: shows, festas, eventos.
O Diego tem essa visão de precisar criar algo no sentido de fomentar a cena e unir os artistas. Ele tem essa função e cumpre bem esse objetivo, fazendo a ponte entre os artistas, eventos, casas, produtores e mídias. Ele vai investindo e colocando em evidência as bandas do selo. O foco está em música eletrônica e alternativas, e eu acho que estamos na casa certa, com as pessoas certas.
Além da amizade, que já é longa, temos muito carinho e respeito um pelo outro. As coisas boas que fizemos até agora com o selo são uma conquista coletiva para todo mundo, e tenho certeza de que continuaremos fazendo ainda mais coisas legais no futuro.
Lançamentos
Radar: onze sons que chegaram até a gente pelo Groover #2
O Pop Fantasma já tem perfil na plataforma Groover, em que artistas independentes podem mandar suas músicas para vários curadores – nós, inclusive. O time de artistas que vem procurando a gente é bem variado, mas por acaso (ou talvez não tão por acaso assim) tem uma turma enorme ligada a estilos como pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e sons afins.
Abaixo, você fica conhecendo mais onze nomes do Groover que já passaram na nossa peneira e foram divulgados pela gente no site. Ponha tudo na sua playlist e conheça.
TZUCASA. Nascida em Tókio e criada em Londres, essa artista (cujo nome é uma brincadeira com a expressão “mi casa, tu casa”, misturado com suas raízes japonesas) tem três singles lançados e prepara um álbum chamado 222, inspirado por uma viagem ao Japão em 2024, durante a qual ela descobriu a história de um de seus parentes, Shuu-u Kimura, um policial que virou monge e poeta. Miracle that you’re here, single mais recente, mostra uma espécie de indie soft rock, que tem referências tanto de Pixies e Bjork quanto de Sade.
Ouça: Miracle that you’re here.
VASES. Não é uma banda: é o nome que um músico chamado Ty Baron, morador de Los Angeles, escolheu para o seu projeto, que já tem sete singles lançados e une estilos como industrial, shoegaze e darkwave. Strange mathematics anuncia o EP Pure heat, que está vindo aí. “Essa música fala sobre quando você vê, sem esperança, o fracasso de um relacionamento – tudo por causa de uma pessoa que se destroi e deseja que você possa fazer a dor dela parar”, avisa.
Ouça: Strange mathematics.
VALE CINZA. Do clima calmo de Nova Friburgo (RJ) emerge uma banda de darkwave e pós-punk. “Inspirados pelos vales verdes e cinzentos da região serrana, o grupo captura a essência bucólica, fria e única da cidade em sua música”, contam. O EP epônimo do grupo, para combinar, saiu numa sexta-feira 13 (em dezembro) e tem as faixas Flecha nos olhos, Silêncio e Vale neblina, duas delas produzidas por Dennis Guedes (The Outs).
Ouça: Flecha nos olhos.
THE MC2 PROJECT. Essa banda só tem dois integrantes: Larisa Gorodinski (piano) e Anthony A-man (guitarra). Os não-oficiais Alex Bityutskih e Matt Skellenger colaboram com bateria e baixo, respectivamente. A ideia dos dois é fazer um som que opere entre o metal e o progressivo. O clima do som é a quase ficção científica de bandas como Rush e Dreram Theatre – embora as músicas sejam instrumentais. Larisa e Anthony são também bastante produtivos: de 2022 até agora já foram três álbuns, um por ano.
Ouça: Rising.
STRAIGHT RAZOR. “Uma mistura de synthwave e dark wave com uma batida forte e vocais temperamentais”. Essa definição clínica é dada por Omar Doom, criador do Straight Razor e ator e músico norte-americano de 48 anos – ele interpretou o soldado Omar Ulmer no filme Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino. Também atuou em dois outros filmes do diretor, Death proof e Era uma vez em Hollywood. O primeiro álbum do projeto, Casualty, saiu numa sexta feira 13 (em dezembro).
Ouça: The end.
SWAMP MUSIC PLAYERS. “Somos um coletivo musical retrô futurista apaixonado por swamp rock, swamp blues e cosmic americana”, dizem eles no Groover. Antes que você comece a se perguntar o que significa esse último estilo musical, vale informar que o som dos Swamp Music Players parece um sonho que Neil Young teve na época do malucaço disco Trans (1983), aquele álbum que unia eletrônica, new wave, vanguarda e folk–rock (!). As músicas têm andamentos tortos, influências de blues e country e vocais distorcidos. Nuclear bogeyman, um dos singles mais recentes, fala de uma espécie de “homem do saco” da guerra nuclear.
Ouça: Nuclear bogeyman, claro.
MAGIC ROOM ECHOES. Vamos deixar essa banda do Colorado, Estados Unidos, explicar o próprio som. “Nosso álbum Kingdoms é muito experimental, mas acessível. Nero foi a última música que escrevemos e gravamos. Sua vibe é bem tranquila e há influências muito fortes de dream pop e shoegaze. Você também notará toques de psicodélico, lo-fi e space rock”. Kingdoms, que ganhou também uma simpática edição em vinil, tem outras músicas tão legais e pesadas quanto essa, como New world vulture, Across hare e Feeding snakes, numa onda musical-lírica que une shoegaze e magia.
Ouça: Nero.
DUSTY LUCITE. O som dessa banda de Portland, Estados Unidos, é uma psicodelia relaxante, lembrando um pouco grupos como Pink Floyd, mas com um certo toque de pós-punk em arranjos e andamentos musicais. The rate of change of the rate of change, single mais recente, é uma espécie de valsa neopsicodélica cuja letra fala de temas muito importantes. “A letra é sobre o incômodo desconforto sentido por um mundo onde as emergências climáticas estão aumentando, e os gritos literais dos cientistas do clima estão sendo amplamente ignorados. O clipe revela alguns dos impactos devastadores que as mudanças climáticas infligiram ao mundo ao longo do verão de 2024”, contam no Groover. Overdose de lucidez, enfim.
Ouça: The rate of change of the rate of change.
DIMA ZOUCHINSKI. Se você procurava por um som de rock de garagem cantado por um vocalista que lembra uma mistura de Lemmy Kilmister (Motörhead) , John Lydon (PiL) e Ian Dury, seus problemas acabaram. O britânico Dima, que lançou em agosto o álbum Later fate, é bem próximo disso aí. Ele diz ser um compositor bem produtivo: “escrevo músicas desde os 15 anos, tenho mais de cem composições e praticamente escrevo músicas a cada quinze dias desde então”, afirma no Groover.
Ouça: Drug dealer.
INDIE DOG. O som desse quarteto de Johannesburgo, África do Sul, é basicamente rock clássico com uma certa aparência adulta-contemporânea (um “mix de rock, blues, funk e folk”, como se definem). O grupo começou em 2018 e já gravou dois álbuns (Theory of emotion, o mais recente, saiu em 2023), além de mais dois singles em 2024.
Ouça: Nothing but day.
HAGA187. O som dessa one man band francesa é bem estranho: Peter dos Santos, único integrante do grupo, compõe tudo a partir de linhas de baixo intermitentes, e vai inserindo ruídos, alguns barulhos de guitarra e vocais sempre em tons graves, às vezes lembrando um Serge Gainsbourg bem louco. Todos os álbuns do Haga187 tem a mesma capa, com algumas (poucas) variações – em dezembro saíram Don’t worry I’m only psychotic e A clockwork for breakfast, repletos de uma psicodelia pós-punk (musicalmente, o som de Peter localiza-se entre Wire, Suicide e PiL).
Ouça: Alice follows the rabbit (into a new world).
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- Mais do Groover no Pop Fantasma aqui.
Crítica
Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu no segundo semestre
E estão aí os melhores discos de 2024 que a gente escutou no segundo semestre do ano. Tem uma listinha de melhores do ano que sai em fevereiro, e vai demorar só um pouco, mas isso aí foi ouvido ao longo da segunda fase de 2024.
(confira também as listas de melhores discos dezembro, novembro, outubro, setembro, agosto, julho e do primeiro semestre)
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
TURMA DA NOTA 8:
2nd Grade, Scheduled explosions
A Day In Venice, A man without a name
Abril Belga, Metrô hi-fi
Afonso Antunes, Filho único
Alas de Liona, Gravity of gold
Alvaro Lancellotti, Arruda, alfazema e guiné
Anastasia Coope, Darning woman
Anocean, Climbing walls (EP)
Apeles, Estasis
Bangladeafy, Vulture
Bill Wyman, Drive my car
Blossoms, Gary
Bodega, Brand on the run
Caco/Concha, Caco/Concha
Cults, To the ghosts
David Gilmour, Luck and strange
Desirée Marantes, Breve compilado de músicas para _______ (EP)
Dora Morelenbaum, Pique
Du Rompa Hammond Trio, O beijo da serpente
Duda Fortuna, Dual
Elemento Zero, Efêmera (EP)
Exclusive Os Cabides, Coisas estranhas
Fastball, Sonic ranch
Fashion Club, A love you cannot shake
Fcukers, Baggy$$ (EP)
Finneas, For cryin’ out loud!
Os Fonsecas, Estranho pra vizinha
Foster The People, Paradise state of mind
Friedberg, Hardcore workout queen
Good Morning, The accident
Guandu, Planos em cima de planos (EP)
Gueersh, Interferências na fazendinha
Halsey, The great impersonator
Hinds, Viva Hinds
I Ya Toyah, Drama
International Music, Endless rüttenscheid
Jack White, No name
Jup do Bairro, in.corpo.ração (EP)
Katie Gavin, What a relief
Kate Pierson, Radios & rainbows
Katia Jorgensen, Canções para odiar
King Hannah, Big swimmer
Laurie Anderson, Amelia
Linkin Park, From zero
Madre, Vazio obsceno
Maria Beraldo, Colinho
Marcos Valle, Túnel acústico
Molchat Doma, Belaya polosa
Neil Young & Crazy Horse, Early daze
Nina Camillo, Nascente (EP)
Os Paralamas do Sucesso, 10 remixes
Pete Townshend, Live in Concert 1985-2001 (box set)
Quito Ribeiro, Umguerrê
Rã, Praia Grande shore
Raça, 27
Riegulate, Whatever together
Ryan Adans, Blackhole
S.E.I.S.M.I.C, S.E.I.S.M.I.C.
Sabrina Carpenter, Short n’ sweet
Shed Seven, A matter of time
The Snuts, Millennials
Suuns, The breaks
Suki Waterhouse, Memoir of a sparklemuffin
T. Greguol, Bum
Tamar Berk, Good times for a change
Tássia Reis, Topo da minha cabeça
Tears For Fears, Songs for a nervous planet
Terrorvision, We are not robots
Thurston Moore, Flow critical lucidity
Tontom, Mania 2000 (EP)
Toro Y Moi, Hole erth
Tuyo, Quem eu quero ser
Verdes & Valterianos, Social climber (EP)
We Hate You Please Die, Chamber songs
Wilco, Hot sun cool shroud
Willie Nelson, The border
TURMA DA NOTA 8,5.
Adorável Clichê, Sonhos que nunca morrem
Alvilda, C’est déjà l’heure
Applegate, Mesmo lugar
Beachwood Sparks, Across the river of stars
Beabadoobee, This is how tomorrow moves
The Blessed Madonna, Godspeed
Blur, Live at Wembley Stadium
bôa, Whiplash
Chico Chico, Estopim
Clairo, Charm
Cloud Nothings, Here and nowhere else (10th anniversary)
Dani Bessa, Hiperdrama
Dinosaur Jr, Farm (15th anniversary edition)
Dolores Forever, It’s nothing
Duo Chipa, Lugar distante
Fabiana Palladino, Fabiana Palladino
Felipe Aud, Acumulado
Geordie Greep, The new sound
Godspeed You! Black Emperor, NO TITLE AS OF 13 FEBRUARY 2024 28.340 DEAD
Hayden Thorpe, Ness
Ian Hunter, You’re never alone with a schizophrenic (2024 expanded edition)
Inocentes, Antes do fim
The Jesus Lizard, Rack
Joyce, Voyce
The Linda Lindas, No obligation
Madison Cunningham e Andrew Bird, Cunningham Bird
Man/Woman/Chainsaw, Eazy peazy (EP)
Manu Chao, Viva tu
Mercury Rev, Born horses
Motörhead, Snake bite love (relançamento)
Moses Sumney, Sophcore (EP)
Mundo Video, Noite de lua torta
The National, Rome (ao vivo)
Our Girl, The good kind
Pata Söla, Migrante (EP)
Pete Yorn, The hard way
Piglet, For Frank forever
A Place To Bury Strangers, Synthesizer
Porridge Radio, Clouds in the sky they will always be there for me
Primal Scream, Come ahead
Rod Krieger, A assembleia extraordinária
Rodrigo Campos, Pode ser outra beleza
Sly & The Family Drone, Moon is doom backwards
Sofie Royer, Young-girl forever
Somesurprises, Perseids
Sparkle*Jets UK, Box of letters
Sugar Kane, Antes que o amor vá embora
Sue, Quando vc volta?
Supervão, Amores e vícios da geração nostalgia
Taxidermia, Vera Cruz Island
Telenova, Time is a flower
The The, Ensoulment
Tomemitsu, Dream 2
Travis, L.A. Times
Velocity Girl, UltraCopacetic (Copacetic remixed and expanded)
Westfalia, Odds and ends
The Wolfgang Press, A 2nd shape
Xiu Xiu, 13’ Frank Beltrame Italian Stiletto with Bison Horn Grips
TURMA DA NOTA 9.
Aluminum, Fully beat
Amyl and The Sniffers, Cartoon darkness
Azul Delírio, Delírio nº 9 (EP)
Batata Boy, MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)
Blake Jones and The Trike Shop, And still…
Blood Wizard, Grinning William
Body Count, Merciless
Boogarins, Bacuri
Brigitte Calls Me Baby, The future is our way out
Cassandra Jenkins, My light, my destroyer
Childish Gambino, Bando Stone and The New World
cumgirl8, The 8h cumming
The Cure, Songs of a lost world
The Cure, Songs of a lost world + Songs of a live world: Live Troxy London MMXIV (ao vivo)
Dale Crover, Glossolalia
The Dare, What’s wrong with New York?
Faust, Blickwinkel (curated by Zappi Diermaier)
Fontaines DC, Romance
George Harrison, Living in the material world – 50th anniversary edition
Graham Gouldman, I have notes
Guided By Voices, Strut of kings
Guilherme Peluci, São Paulo instrumental
The Hard Quartet, The Hard Quartet
Hifi Sean & David McAlmont, Daylight
Illuminati Hotties, Power
Jamie xx, In waves
Jerry Cantrell, I want blood
Katy J Pearson, Someday, now
Kim Deal, Nobody loves you more
Lake Street Dive, Good together
Laura Marling, Patterns in repeat
Lazy Day, Open the door
Lenna Bahule, Kwisa (EP)
Leon Bridges, Leon
Lestics, Bolero #9
Linda Thompson, Proxy music
Luiz Amargo, Amor de mula
Maximo Park, Stream of life
Michelle, Songs about you specifically
Milton Nascimento e Esperanza Spalding, Milton + Esperanza
Nada Surf, Moon mirror
New Order, Brotherhood (Definitive edition)
Nick Cave and The Bad Seeds, Wild god
Nick Lowe e Los Straitjackets, Indoor safari
Nicolas Não Tem Banda, Nicolas Não Tem Banda
Nilüfer Yanya, My method actor
Oasis, Definitely maybe – 30th anniversary
Oruã, Passe
Osees, Sorcs 80
Papangu, Lampião Rei
Patrick Angello, Violão afro-brasileiro
Peter Perrett, The cleansing
Pixies, The night the zombies came
Pluma, Não leve a mal
The Police, Synchronicity – Super deluxe edition
Pond, Stung!
The Raveonettes, Sing…
Redd Kross, Redd Kross
Saint Etienne, The night
The Smile, Cutouts
Tess Parks, Pomegranate
Ugly, Twice around the sun
Underworld, Strawberry hotel
The Waeve, City lights
X, Smoke & fiction
Zé Manoel, Coral
TURMA DA NOTA 10!
Caxtrinho, Queda livre
David Bowie, Rock and roll star! (box set)
Fantastic Negrito, Son of a broken man
John Cale, POPtical illusion
Julie, My anti-aircraft friend
Lô Borges, Tobogã
MC5, Heavy lifting
Michael Kiwanuka, Small changes
Miragem, Muitos caminhos prum lindo delírio
Omni, Souvenir
Planet Hemp, Baseado em fatos reais: 30 anos de fumaça
Ryuichi Sakamoto, Opus
Sault, Acts of faith
Tahiti 80, Hello hello
Tyler The Creator, Chromakopia
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 8: Setealém
-
Cultura Pop4 anos ago
Lendas urbanas históricas 2: Teletubbies
-
Notícias7 anos ago
Saiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
-
Cinema7 anos ago
Will Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
-
Videos7 anos ago
Um médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
-
Cultura Pop8 anos ago
Barra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
-
Cultura Pop6 anos ago
Aquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
-
Cultura Pop7 anos ago
Fórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?