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Graham Nash fala sobre relacionamento com Crosby, Stills e Young em disco novo

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Graham Nash fala sobre relacionamento com Crosby, Stills e Young em disco novo

Aos 81 anos, o veteraníssimo Graham Nash volta com um disco de nome significativo. Now é seu primeiro disco de estúdio em sete anos (e sétimo álbum solo do cantor), traz treze faixas e mostra o cantor lidando com temas atuais, com a passagem do tempo, e com memórias de amigos. David Crosby, seu colega na banda Crosby, Stills, Nash & Young (e na dupla formada pelos dois durante os anos 1970) morreu em janeiro. Os ex-colegas de grupo sempre foram uma relação problemática na vida uns dos outros – com retornos, revezes, espetadas rolando de vez em quando, e coisas do tipo.

Um papo do músico com a Billboard revelou que I watched it all come down, a faixa mais antiga do disco, com versos como “eu vi tudo cair/para um peso de papel no lado comercial da cidade/carregado e carregado/está uma bagunça, uma bagunça” revela os sentimentos contraditórios que ele tem pelos seus ex-colegas de grupo.

“Basicamente, trata-se do meu prazer com a música que fizemos todos esses anos e da insatisfação porque poderíamos ter feito mais”, contou o músico à publicação, revelando também que os dois vinham se reconciliando nos últimos anos – um processo que foi interrompido com a morte de Crosby. Anteriormente, este último chegou a nutrir um desprezo digno de letra de bolero por Nash, a quem acusou de interesseiro e aproveitador. “Ele deu a impressão de estar cuidando de mim, mas aparentemente era apenas uma tentativa de manter o dinheiro chegando”, disse. Nash, por sua vez, classificou Crosby como “pessoa horrível”.

“Estávamos nos reunindo no final de sua vida”, diz Nash. “Estávamos trocando e-mails, e ele me deixou uma ótima mensagem de voz dizendo que queria se desculpar por coisas que disse sobre mim e coisas que disse sobre Neil e Daryl (Hannah, esposa de Young). E marquei um horário em que poderíamos fazer FaceTime, para que pudéssemos nos ver, às duas horas no meu horário na costa leste, então eram 11 horas no horário dele na Califórnia e ele nunca ligou. E foi embora”.

“É tudo triste, mas eu escolho apenas tentar lembrar as coisas boas, os bons momentos que tivemos, a boa música que fizemos, porque o resto é só merda, coisa boba de adolescente”, conta o músico, que pretende prestar homenagem a Crosby com lançamentos de arquivo – uma coletânea de covers para as quais os dois foram convidados e uma gravação de um show de 2011 em Pádua, Itália.

Now foi produzido por Nash com seu tecladista de turnê, Todd Caldwell. E em meio a músicas como Golden idols e Buddy’s back, homenagem a Buddy Holly (que inspirou o nome de sua banda sessentista The Hollies), traz Graham lidando com temas atuais. “Ainda estou tentando entender o que é o mundo, o que é a mudança climática, o que é o cenário político em todo o mundo e a ascensão da direita. Vou continuar fazendo o que faço. Escrevo. Eu faço gravações. É simples”, diz à Billboard.

Crítica

Ouvimos: Salmos, “Salmos” (EP)

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Ouvimos: Salmos, “Salmos” (EP)
  • Salmos é o EP de estreia da banda de mesmo nome, formada por Sergio Wong (voz, guitarra e baixo) e Carlos Ernesto (bateria). O disco foi produzido por Lisciel Franco, que também fez a mixagem e a masterização.
  • O disco foi gravado em mídia analógica no estúdio ForestLab, no Rio de Janeiro.
  • A banda foi formada em 2018 e inicialmente era só um projetinho criado em cadernos de escola, que foi se tornando uma banda de verdade gradualmente. “Carga emocional, inevitáveis movimentos da vida, isso é o que Salmos é pra mim”, explica Wong.

Salmos, o EP epônimo do projeto de Sergio Wong e Carlos Ernesto é a prova de que o rock, em 2025, vai acabar apontando para uma mistura sonora filtrada pelos anos 1990. Cala boca, a faixa de abertura, abre em clima de Nirvana, e a poética crua da letra lembra bastante o estilo de Kurt Cobain – posteriormente, a faixa ganha um aspecto mais tranquilo e rock + MPB.

Persiana, regravação do primeiro single do projeto (2019), tem uma cara meio soul, mas lembra o estilo de produção de Steve Albini, com foco em pratos, baixo e eco, e tom misterioso. A boa Água de piscina tem riff distorcido e batidão meio punk, meio samba. Vale, de qualquer jeito, apontar que a letra da faixa traz um desencanto com todas as faces da política brasileira que soa meio desatualizado numa época em que já se conhece o pior de todos os lados. Ela abre apontando para o emo, e ganha uma inusitada batida de bossa nova.

Infância, a melhor do disco, surge como um rock tranquilo, com som entre o emo e o grunge, prossegue com uma letra repleta de boas frases (“a não ser a infãncia/não sinto falta de nada”) e vira algo próximo da crueza do Sonic Youth. Ouro Preto, música de sete minutos que talvez pudesse ter tido pelo menos uns dois minutos cortados, começa com uma batida circular na guitarra, ganha um andamento próximo do blues, e depois chega perto do som de bandas como Cloud Nothings.

Nota: 7,5
Gravadora: Cavaca Records

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Crítica

Ouvimos: Desu Taem, “Yeoouch”

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Ouvimos: Desu Taem, “Yeoouch”

Tá aí um bom disco “pesado” de 2024 que foi bem pouco ouvido e comentado. O Desu Taem é uma banda bem pouco conhecida, com menos de 300 ouvintes no Spotify, e que mesmo não sendo um grupo exatamente inovador, faz uma mistura musical bem bacana, que vai do metal ao punk anos 1990, passando por estilos como hardcore e emo. Aliás passando até por recordações do rock dos anos 1950 que mostram que provavelmente eles escutaram Stray Cats. Esse, no caso, é o som que surge em Wood chipper Freddy, uma das melhores de Yeoouch, e um pouco na zoada Has anyone seen my underwear?.

Uma boa curiosidade em relação a eles é que se trata de uma banda de pai (Shan) e filho (Nick), que tem “setenta anos de experiência”, juntando as idades de ambos. Sons próximos do hardcore e do punk surgem em faixas como What just happened? e Assbite mania. Uma mescla de punk e hard rock a la Aerosmith aparece em Don’t stick your fingers in the cage. Chuncky stool mistura punk e metal no estilo Dio. Dammit! e Everything crawls away from me são mais próximas de um lado blues-rock da dupla (e mais próximas da turma que junta rock clássico e coolzice indie). Blasted with rebirth aproxima power metal e hardcore.

Yeoouch vai prosseguindo com country-punk (Six guns and scorching suns), mais mesclas com anos 50 (o tom quase Cramps de Crazy bitch addict), pauleira cromada (Time to choose, Meat head) e alguns hinos punk (F**K! F**K! F**K! e Which part of no didn’t you understand?).

Nota: 8
Gravadora: Independente.

  • E esse foi um som que chegou até o Pop Fantasma pelo nosso perfil no Groover – mande o seu som por lá!
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Crítica

Ouvimos: Ack, “Aurora”

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Ouvimos: Ack, “Aurora”
  • Aurora é o novo EP da banda punk carioca Ack, que retorna após 20 anos de hiato. O grupo retorna com Fabio Seidl (voz e baixo), Felipe Sad (guitarra e voz), Rapha Erichsen (guitarra) e PP (bateria).
  • A gravação do disco foi remota. “Começamos a falar sobre vários temas num grupo de WhatsApp, e de vez em quando alguém falava: isso aí dava uma música. E aí a gente começava a trocar letra, melodia, ideias”, conta Fabio Seidl.
  • O EP tem participação de Rodrigo Lima (Dead Fish) e Nobru Pederneiras (Planet Hemp), além de uma música em homenagem ao saudoso Fábio Kalunga, da banda Cabeça – e que se chama Cabeça. “Foi ele quem apresentou alguns integrantes do Ack, falava da gente em tudo que era entrevista, aparecia do nada em nossos shows”, lembra Seidl. “Essa música é sobre aquele amigo que todo mundo tem, que está sempre lá, incondicionalmente, até o dia que a vida leva”.

Uma surpresa de 2024 foi a volta, depois de vários anos, do grupo punk carioca Ack. Aurora, o novo EP, relembra velhas escolas do punk brasileiro e tem gravação de disco antigo de hardcore e punk, focando no peso. O disco abre logo com Som e fúria sob o sol, uma lembrança do punk nacional mais antigo e um hino de resistência, prestando homenagem a todo mundo que sofreu censura no decorrer dos anos. Rodrigo Lima, do Dead Fish, participa nos vocais dessa música.

Aurora às vezes soa como uma gravação nacional dos anos 1990 – o que tem lados bons (soa como uma continuação do que a banda fez há anos) e ruins (sim, em alguns momentos dá para sentir a falta de mais peso na mixagem). De qualquer jeito, o recomeço do Ack vem com ótimas canções como Vera Cruz, na escola do punk californiano de protesto, e a rápida Dois minutos de raiva (cuja duração, vale citar, é menor que dois minutos). O disco traz ainda o punk distorcido de Insubordinar, e duas canções para emocionar fãs antigos: Cabeça, homenagem ao saudoso vocalista do grupo carioca, Fabio Kalunga, e Garage, punk melódico lembrando antigos shows do Garage Art Cult, casa roqueira carioca que voltou há um ano.

Nota: 7,5
Gravadora: Independente

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