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Cinema

Biopics de música que deram (muito) problema: descubra agora!

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Biopics de música que deram (muito) problema: descubra agora!

É melhor assistir à cinebiografia de um artista morto do que assistir a um show com holograma do falecido – ou uma apresentação-tributo ao pranteado. Ok, é apenas uma constatação óbvia, mas serve para justificar a atenção que o mercado de cultura dá às biopics. Especialmente quando o personagem principal é alguém que já não está mais aqui e não tem como engordar seu orçamento e o de seus familiares fazendo mais shows.

Para justificar mais e melhor ainda, só vendo o dinheiro que as cinebios movimentam. Bob Marley: One love, que conta a história do rei do reggae, já está no cinemas desde 14 de fevereiro, e já arrecadou 123 milhões de dólares – quase o dobro dos 70 milhões investidos. Aliás, foram coletados 80 milhões de dólares pouco após a primeira semana, o que faz do filme a segunda estreia de cinebiografia musical mais bem sucedida da história do cinema, abaixo apenas de Bohemian Rhapsody, sobre o Queen (fonte: O Farol).

Enquanto você espera pelas próximas cinebios (uma lista que inclui filmes sobre os quatro beatles, sobre Amy Winehouse e até um filme ainda sem data e elenco sobre Rita Lee), confira aí o outro lado dos biopics em sete exemplos: filmes que geraram críticas negativas, que arrumaram problemas com parentes e amigos dos artistas enfocados, e coisas do tipo.

STARDUST (dirigida por Gabriel Range, 2020). Praticamente ninguém gostou de verdade dessa confusa biopic de David Bowie (epa, numa das raras resenhas de filmes que publicamos, vimos um monte de qualidades nela). O filme acompanha a ida de Bowie aos Estados Unidos em 1971, avisado pela filial norte-americana do selo Mercury de que havia interesse lá por seu disco The man who sold the world. E também narra o nascimento do personagem Ziggy Stardust.

Stardust dá uma dramatizada básica na situação. Ao contrário do que aparece lá, a ida de Bowie aos EUA até que teve lá seus frutos e ele não estava tão desenturmado assim quando resolveu viajar – e olha que. em alguns momentos, o filme rola quase na linha do “um cantor inglês atrapalhado vai pros EUA tentar a sorte e arruma altas confusões”. Mas não custa dizer que a atuação de Johnny Flynn, que interpreta Bowie, foi bastante criticada, e que o filme não traz nenhuma música do cantor (já que o espólio de Bowie não deu autorização), o que foi mais criticado ainda.

THE DOORS: O FILME (dirigido por Oliver Stone, 1991). A biopic de Jim Morrison, com participação de seu grupo, deixou marcas no mercado da música: a discografia da banda voltou a vender como nunca, muitas pessoas que nem sequer eram nascidas quando Jim morreu descobriram seu trabalho. No Brasil a biografia de Jim, Ninguém sai vivo daqui, de Daniel Sugerman e Jerry Hopkins, virou figurinha fácil em livrarias – ainda que tivesse que ser importada de Portugal, na edição da Assírio & Alvim.

Em termos de arrecadação (34,4 milhões de dólares), The Doors: o filme não foi nenhuma maravilha, ultrapassando não lá muito os gastos (32 milhões). Val Kilmer, interpretando Morrison, foi elogiado. Mas a recepção em geral foi bem mediana. Fãs e pesquisadores reclamaram das imprecisões históricas (detalhes pequenos e importantes, como a roupa que Jim vestia ao apresentar Light my fire no Ed Sullivan Show). Ray Manzarek, tecladista dos Doors, disse que “o cara sensível que eu conheci não estava no filme”, chamou o Jim de Oliver Stone de “psicopata à solta”, e reclamou que o filme apresentava os outros Doors como camaradas que o cantor relegava à aba de seu chapéu. E mesmo integrantes do grupo que toparam dar consultoria afirmavam que Oliver Stone tirou tudo de sua própria cabeça e ignorou as colaborações deles. Discussões sobre a qualidade de The Doors: o filme costumam varar a noite até hoje, enfim.

THE RUNAWAYS (dirigido por Floria Sigismondi, 2010). A visão original de Floria sobre a cinebiografia das Runaways é que não deveria ser uma biopic comum, mas um filme no estilo coming of age, mostrando a idade adulta chegando, as pessoas tomando atitudes, lidando com o crescimento da maneira que podem. Foi elogiado pela crítica, mas teve lá sua dose de problemas. Mesmo tendo sido baseado no livro de memórias da vocalista Cherie Currie, a cantora disse que que o filme “é a versão deles da história”. E ainda que tivesse atuado como produtora executiva do filme, a guitarrista Joan Jett não gostou de ver que The Runaways acabou mais centrado na vocalista. “É uma narrativa paralela das Runaways”, disse à Interview Magazine.

PISTOL (dirigida por Danny Boyle, 2022). Você duvidava de que um produto biográfico feito sobre os Sex Pistols provocaria o ódio do vocalista Johnny Rotten? Pistol, série de seis episódios produzida para o canal FX, foi chamada pelo ex-cantor da banda (mais conhecido hoje como John Lydon) de “a merda mais desrespeitosa que tive que suportar”. Por acaso, o texto da série foi baseado em Lonely boy, biografia do guitarrista Steve Jones, o que aumentou a irritação.

“Eles chegaram ao ponto de contratar um ator (Anson Boon) para me interpretar, mas no que esse ator está trabalhando? Certamente não é meu personagem. Não pode ir para outro lugar a não ser o tribunal”, contou na época. Danny Boyle disse que tentou contactar Lydon mas o roqueiro não quis falar com ele. O site Complete Music Update teceu bons argumentos em defesa do filme dizendo que “Boon pode obter material ou insights dos mais de 40 anos de carreira pública de Lydon, com vários documentários e três autobiografias. Não é como se Lydon tivesse mantido segredo”. E toda a banda, incluindo o ex-baixista Glen Matlock, brigou para que a música dos Pistols aparecesse no filme – e conseguiu.

CAZUZA – O TEMPO NÃO PARA (dirigida por Sandra Werneck e Walter Carvalho, 2004). A cinebiografia de Cazuza foi lançada com destaque e fez sucesso. Mas teve lá sua (boa) dose de controvérsia. Ney Matogrosso, que teve um relacionamento com o cantor, não gostou nem um pouco de não ter aparecido no filme (segundo Ney, “depois me disseram que eu era um personagem tão grande que não cabia no filme”). Lobão afirmou que a abertura deveria ter sido a cena que ele narrou em algumas entrevistas, com Cazuza e ele cheirando uma carreira de cocaína sobre o caixão de Julio Barroso (Gang 90).

Já Roberto Frejat reclamou, durante uma entrevista ao jornal O Dia em 2010, que jamais disse a Cazuza que o Barão Vermelho não tocava samba, como aparece numa cena. “Colocaram isso na minha boca, justo eu que sempre dividi o gosto pelo samba com o Cazuza”, contou, deixando claro que era “a única coisa que me incomodava no filme”.

NINA (dirigida por Cynthia Mort, 2016). O ataque a essa biopic da cantora e ativista Nina Simone foi tão imenso e tão traumático que a própria atriz que interpretou Nina, Zoe Saldana (a Gamora do Guardiões da Galáxia) chegou a afirmar que “nunca deveria tê-la interpretado” e que “ela merecia coisa melhor”. O espólio de Nina levou em consideração que a atriz, de ascendência afro-latina, tem pele mais clara e traços bem diferentes dos da cantora. A família não gostou do roteiro e classificou várias passagens como mentirosas – houve consternação especial com a exibição de um relacionamento amoroso entre ela e seu agente, Clifton Henderson (“isso nunca aconteceu”, disse afilha de Nina, Lisa Simone Kelly).

Para tornar tudo mais tenso, chegou a ser publicado um tweet na conta oficial de Nina pedindo à atriz que tirasse “o nome de Nina da boca pelo resto da vida”. Lisa defendeu Zoe (“está claro que ela deu o seu melhor para este projeto”), mas apontou o dedo para a diretora, Cynthia Mort, que seria responsável pelas “mentiras” do filme. Já Cynthia entrou na justiça alegando que sua ideia original foi sequestrada pelos produtores e que ela mesma não decidiu nada.

JOHNNY & JUNE (James Mangold, 2005). Dificilmente filhos de biografados curtem ver como ficaram as histórias de seus pais na tela. Fácil de entender: situações altamente traumáticas (como violências físicas, ausências, porrancas, prisões, traições e demais dissabores familiares) são geralmente colocadas numa fórmula de roteiro hollywoodiano. Muitas vezes, uma “fábula do herói” que quase nunca permite emoções mistas e visões particulares.

O filme que retrata o relacionamento dos cantores country Johnny Cash e June Carter foi elogiado e rendeu uma baita grana. Mas causou tristeza nas filhas de Johnny com sua primeira esposa, Vivian Distin. Walk the line (nome original do filme) mostra June Carter como a grande salvadora da vida do errático Johnny, e exibe Vivian, interpretada por Ginnifer Goodwin, como uma dona de casa histérica que só tirava Cash do sério.

Em 2020, as quatro filhas do casal Johnny e Vivian colaboraram com o documentário My darling Vivian, que escarafunchava o baú da família e mostrava, com farta documentação, que a primeira esposa não apenas era grande incentivadora da carreira do ex-marido, como também havia comido o pão que o diabo amassou com ele. Descendente de italianos, irlandeses e africanos, Vivian foi perseguida por supremacistas brancos quando estava casada com Cash. No dia a dia, desempenhava o papel da esposa que, enquanto o marido dava shows, cuidava dos filhos e da casa (uma propriedade isolada no topo de uma colina, onde volta e meia apareciam cascavéis, das quais ela mesma precisava se livrar). Um caso de filme polêmico que acabou gerando outro filme, enfim.

Cinema

Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

Marcado para este domingo (28) na Areninha Cultural Hermeto Pascoal (Lona Cultural de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o Parayba Rock Fest, do qual você ficou sabendo aqui, vai ter shows, DJs, exposições e várias outras atrações. E Michael Meneses, criador do selo Parayba Records e realizador da festa (que também comemora seus 50 anos de idade), vai exibir seu primeiro filme, Ver + – Uma luz chamada Marcus Vini. Michael, que é fotógrafo e professor de fotografia, iniciou o filme como trabalho de conclusão de curso de sua faculdade de Cinema.

“O que eu vou exibir no evento são os 50 minutos que já estão prontos do filme e que apareceram na apresentação do meu TCC. Ainda estou inclusive fazendo pesquisas para ele”, conta Michael, que com o filme, homenageia Marcus Vini, seu melhor amigo (“o irmão homem que eu não tive”, conta), morto por covid. Marcus era fotógrafo e, como Michael, foi professor universitário e cobriu festivais de música como o Rock In Rio.

“Marcus contraiu covid naquela época mais braba da doença, e morreu no dia em que ele deveria estar tomando a primeira dose”, lembra Michael. “Ele foi fotojornalista e curiosamente fazia aniversário no dia 19 de agosto, que é o Dia Mundial da Fotografia. E só soube disso depois que virou fotógrafo. Ele inclusive fez uma foto super importante numa enchente, que foi publicada no jornal Le Monde. A ideia do filme é focalizar o lado humanitário dele, um cara que estava sempre pensando em fazer doação de alimentos, coordenou um curso de fotografia em Madureira (Zona Norte do Rio)“. Antes do evento de Michael, o filme foi exibido também em lugares como a livraria carioca Belle Epoque.

O Pop Fantasma é um dos apoiadores do evento, ao lado de uma turma enorme. Para saber mais e comprar seu ingresso, confira o serviço abaixo.

SERVIÇO:
SHOWS COM AS BANDAS:

Netinhos de Dna Lazara, Benkens, NoSunnyDayz, New Day Rising (NDR) e Welcome To Tenda Spírita.
ALÉM DOS SHOWS:
Exibição do Documentário:
 VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini – Direção: Michael Meneses
DJs: Explica e Chorão 3
Expo de fotos dos fotógrafos da Rock Press
Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais
Gastronomia Vegana: Vegazô – A Feira Vegana da Zona Oeste/RJ
DATA: 28 de julho 2024, às 14h.
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ
INGRESSOS: antecipados aqui, na bilheteria da Areninha e na loja Requiem (Camelódromo de Campo Grande).

Foto: reprodução Instagram

 

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