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O disco mais raro dos Beatles vai a leilão em novembro

As edições originais da coletânea dos Beatles Yesterday and today, lançada em 1966 – com aquela foto dos quatro fantasiados de açougueiros – são mais raras que mosca branca. E tem uma cópia desse disco, originalzaça, que vai pra leilão na casa Heritage em novembro. E não troca de mãos por menos de US$ 200 mil. É um disco que pertenceu a ninguém menos que John Lennon, tem uma dedicatória escrita pelo próprio (“Para Dave, de John Lennon”, ao lado da data 7 de dezembro de 1971) e ainda tem uma contracapa toda branca – na qual Lennon fez alguns desenhos.
O tal Dave é um colecionador de material dos Beatles chamado Dave Morrell, que ganhou o mimo de Lennon e deu a ele em troca memorabília da banda. Além de existirem poucas cópias originais de Yesterday and today e de essa ter pertencido a John Lennon, é uma das raras cópias em estéreo do disco.
Woah! #JohnLennon's own copy of the #Beatles 'Butcher Cover' up for sale @HeritageAuction: https://t.co/Ib7md7bVUu pic.twitter.com/XKleN3JiFc
— JustCollecting (@just_collecting) October 11, 2017
Lançamentos
Radar: Elza Soares, .Pontonemo, Pra Gira Girar, Cidade Dormitório, Terno Rei e Lô Borges

Sextou, o fim de semana já é uma realidade, e mesmo com algum atraso – passamos o dia divulgando a volta do Pop Fantasma Documento por aí – hoje tem Radar nacional, abrindo com um show inteiro de Elza Soares que acaba de sair no YouTube. Muita coisa legal saiu durante a semana, até aproveitando o Dia da Consciência Negra (dia 20 de novmebro). Aliás tem saído tanta coisa legal que provavelmente o Radar vai ganhar mais espaço ainda, com mais sons ao longo dos dias. Bora com a gente nessa?
Texto: Ricardo Schott – Foto (Elza Soares): Denise Ricardo / Divulgação
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ELZA SOARES, “MEU GURI” (AO VIVO). Elza Soares (1930-2022) conseguiu realizar o sonho de eternizar sua música no Theatro Municipal de São Paulo, numa apresentação histórica e intimista, para 50 pessoas. O show, gravado, virou um misto de show e documentário, Elza ao vivo no Municipal, que foi exibido pelos canais TNT e HBO Max em 2023 e que chegou nesta semana ao YouTube.
A regravação de Meu guri, de Chico Buarque, abre o audiovisual, trazendo Elza vestida de dourado – e se apresentando não ainda no palco, mas num dos salões do teatro, ao lado do pianista Fabio Leandro. É um clipe à parte, mostrando a entrada do teatro e trazendo depoimentos de Elza – que por sinal, corta Meu guri antes da parte final, em que o personagem da faixa é encontrado morto, dando à faixa um final feliz, de trabalho, sonhos e música.
.PONTONEMO. “ECO”. Vindo de Caxias do Sul (RS) esse trio promete o EP Polo de Inacessibilidade do Pacífico para o início de 2026 – e investe num som que tem características de dreampop, shoegaze, emo, pós-punk… Enfim, estilos da mesma “família”, unidos numa sonoridade climática e introspectiva. O disco é adiantado pelo single Eco, que “dá continuidade à jornada de Nemo, o protagonista que habita esse espaço mental e oceânico”, define a banda, mostrando que há um personagem na história das canções do trio.
“Se em ponto nemo, single anterior da banda, lançado em maio, a travessia se iniciava no reconhecimento do isolamento, agora ele enfrenta as tormentas internas: ressentimentos, cobranças cruéis e uma violência autoinfligida que reverbera como ondas sobre si mesmas”, define o grupo.
PRA GIRA GIRAR, “DEIXA A GIRA GIRAR”. Formado por Álvaro Lancellotti, Michele Leal, Alan de Deus, Pedro Costa, Zé Manoel, Zero Telles (in memoriam), Diego Gomes, Kassin e Ana Magalhães, o coletivo Pra Gira Girar surgiu de uma ideia de Alvaro, de criar um show com a obra dos Tincoãs. Show esse que fez bastante sucesso e ainda não saiu de cartaz – neste fim de semana, rolam apresentações no Manouche (hoje mesmo, dia 21) e na Praia de Itaipu, em Niterói (amanhã, sábado, dia 22).
Acontece que o show virou disco – já saiu o single com a regravação de Atabaque chora, e agora chega às plataformas a versão de Deixa a gira girar, um dos maiores sucessos dos Tincoãs, gravado por eles em 1973. Há um álbum inteiro vindo por aí, ainda sem data para sair, mas prometido para breve. O lançamento é do selo Amor in Sound, encabeçado pelo produtor Mario Caldato Jr (que faz também a mixagem) e pela diretora artística Samantha Caldato.
CIDADE DORMITÓRIO, “BARCO AMNÉSIA”. A banda sergipana formada por Fábio Aricawa, Yves Deluc, João Mários e lllucas retorna em tom sonhador e mágico com seu novo single, Barco Amnésia – uma espécie de pérola pós-punk e psicodélica, com clima perdido, imagético e marítimo. Guitarras quase voadoras (que ganham peso lá pelas tantas) e vocais na cola dos Beach Boys são as maiores atrações da faixa, composta quando Deluc viu um barco chamado Amnésia entre as estruturas abandonadas do antigo cais do Catamarã, no município de São Cristóvão, que fica na região metropolitana de Aracaju. Barco Amnésia adianta o terceiro álbum da banda, que sai em 2026 pelo selo Matraca.
TERNO REI E LÔ BORGES, “RELÓGIO”. A faixa “mais elegante” do disco novo do Terno Rei, Nenhuma estrela, segundo a própria banda – e uma faixa que, no disco, já ganhou a participação do saudoso Lô Borges. Lô voltou a se encontrar com o grupo num momento bastante especial: a participação do Terno Rei no Sonastério Ilumina, session gravada no estúdio mineiro Sonastério.
A sessão rendeu um EP ao vivo que já está nas plataformas – e tudo pode ser assistido também no YouTube, inclusive a parceria com o cantor mineiro. De emocionar.
Lançamentos
Radar: Full Moon Little House, Bromsen, Westwell, Rare Kreature – e mais sons do Groover

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. Fizemos hoje uma relação do que tem chegado de legal até a gente por lá – começando com o som texturizado do Full Moon Little House.
O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Full Moon Little House): Divulgação
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FULL MOON LITTLE HOUSE, “77 ECHOES”. A ideia de Kévin Navizet, o criador deste projeto musical francês, é criar música como outras pessoas trabalham com imagens, “trabalhando com texturas, contrastes e ficando livre de rótulos”. Death in paradise, o próximo álbum do FMLH, sai em 7 de fevereiro, e 77 echoes, som pesado, climático e distorcido – entre o pós-punk e a experimentação quase progressiva – chega às plataformas agora. A canção sai com um clipe, e ambos “exploram uma metáfora poética da guerra e da destruição ecológica: um soldado e um cervo se encaram, fundem-se no apocalipse e, em seguida, dão lugar ao renascimento”, diz Kévin.
BROMSEN, “DATA HIGHWAY’. Duo eletrônico vindo de Berlim, o Bromsen une synth wave e indie rock em seu novo single, cuja letra fala sobre conexões reais e orgânicas numa era marcada pela hiperconectividade. A ideia de Richard e Karlo Bromsen, os dois irmãos da dupla, é jogar o/a ouvinte num mundo em que nostalgia e futuro se encontram ao mesmo tempo – o que encontra ressonância no clipe, uma espécie de Speed Racer da nova era.
WESTWELL, “A LITTLE OF YOUR LOVE” / “TEN FEET TALL”. Esse projeto musical inglês que reúne pai e filho é bastante influenciado pela onda pós-britpop, e pelas melodias mais voltadas para o folk e para a música introspectiva em geral. Dessa vez, voltam com duas canções introvertidas que valorizam, respectivamente, o piano e o violão. A primeira fala sobre temas como amor e paciência nos dias de hoje – e a segunda fala sobre o relacionamento entre pai e filho, e sobre papéis passados de geração para geração. Pura beleza em forma de melodia e letra.
RARE KREATURE, “INVITE YOUR FRIENDS”. Projeto musical de San Diego, Califórnia, o Rare Kreature faz pós-punk totalmente trilhado no corredor gótico, com riffs gelados de guitarra e vocais graves – o tipo de som que o AFI anda fazendo ultimamente, para quem precisa de um “para quem gosta de…” Por acaso, Noises beyond, álbum do grupo, tem releituras do próprio AFI (Total immortal) e do Offspring (Dirty magic, em clima sombrio) lado a lado com mais cinco tema autorais – um deles é a eletrônica e sujinha Invite your friends, que mais parece um recado de outro mundo em vibe darkwave.
DEXTER FLEW, “VENT”. “Essa música captura aquele momento visceral de raiva, frustração e desorientação. É o som de alguém se perguntando: ‘Como eu cheguei aqui?’ enquanto tudo ao seu redor gira descontroladamente”, conta o britânico Dexter Flew, avisando também – com o máximo de autoconfiança – que a ideia de seu som é fazer “uma observação extremamente precisa da condição humana”. Só que vale muito ouvir Vent, a tal faixa do momento visceral, assim como vale dar atenção a Who, where, why?, o álbum de Flew, que já está no Bandcamp dele – o som é pós-punk guitarreiro e voltado para climas de terror.
ANDREA PIZZO AND THE PURPLE MICE, “BOMBSHELL”. A atriz austríaca Hedwig Eva Maria Kiesler (1914-2000) virou Hedy Lamarr ao chegar em Hollywood em 1938 (foi rebatizada pelo magnata do cinema Louis B. Mayer). Foi pulando de produção em produção até estrelar seu maior sucesso, Sansão e Dalila, de Cecil B. DeMille (1949), ao lado de Victor Mature. E muita gente não sabe disso (já apareceu até no Pop Fantasma em tempos idos), mas além de atriz, ela foi inventora. E foi responsável pela criação do wi-fi e do bluetooth (oi?) bem antes da própria internet existir, em plena Segunda Guerra Mundial. Esse grupo italiano de ar progressivo e operístico lançou um synthpop que fala do lado visionário e criativo de Hedy.
DUPLEXITY, “MERCY”. Essa dupla formada pelos irmãos Savannah Judy e Luke Judy volta com uma balada pesada e intensa, cuja letra explora as emoções da traição e da perda – enfim, quando você é descartado da vida de alguém em que confiava de olhos fechados. O destaque vai para os vocais bastante sensíveis e fortes de Savannah, e para o clima de tristeza e resiliência da letra, que tem versos como “banhei meu corpo centenas de vezes / mas me sinto suja, fora de mim” – aquele sentimento de desvalorização pessoal que rola toda vez em que alguém é passado pra trás.
ORBITAL RESONANCE DILEMMA, “MEDUSA”. Essa é uma banda chilena – ou melhor, uma dupla do Chile, formada por Sebastian Meneses e Franco Pavez. O som deles vai do punk ao power pop, e Medusa, segundo a banda, vem “como uma faixa retrô, meio garageira, ao estilo Ramones” – de fato, tem bastante a ver com os Ramones da era Mondo bizarro (1992), com aquela estileira entre o punk e o hard rock, passando pela faceta mais pop dos três acordes. O grupo vem lançando singles ao longo do ano e prepara um álbum para o meio de 2026.
Lançamentos
Radar: Luís Capucho, Bianca and The Velvets, Estranhos Românticos, Vale Cinza, Os Fugitivos

Tem clássico abrindo o Radar nacional de hoje: Luís Capucho (não conhece? cria vergonha nessa cara!) volta com single novo. Ele abre nossa seleção de hoje, mas aqui só tem craque, da turma mais nova à mais experiente. Ouça no último volume e passe adiante hoje mesmo!
Texto: Ricardo Schott – Foto (Luís Capucho): Divulgação
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LUÍS CAPUCHO, “A MASCULINIDADE”. Violão, clima introspectivo, voz grave e vibe de MPB experimental – tanto em música quanto em letra. É a onda de Luís Capucho, capixaba criado em Niterói (RJ), gravado por artistas como Pedro Luis, Cássia Eller, Suely Mesquita e Daúde. Seu novo single A masculinidade foi feito em parceria com Kali C, vai estar no próximo álbum do músico (Homens machucados, previsto para sair em 2026 pelo selo-produtora + Um Hits) e é uma balada folk que faz revelações sobre a fragilidade do masculino. “A masculinidade é cega / a masculinidade é soberba / a masculinidade é mesmo como a flor / a masculinidade é frágil / a masculinidade é de veludo”, explica a canção.
Luís é tido por muita gente como uma espécie de “novo maldito” da MPB – mas ao mesmo tempo tem uma onda sonora que o põe lado a lado com nomes como Lou Reed, pelo jeito despojado com que interpreta suas próprias canções. Além de cantar, ele também escreve e mexe com artes visuais, o que já o põe também na condição de artista múltiplo, do tipo que faz de tudo. “Me expresso livre, de meu ponto de vista, para qualquer um que esteja aberto, que se interesse, que goste ou que se toque”, diz.
BIANCA AND THE VELVETS, “LIKE ON TV”. Punk e indie rock de Belém (PA): Bianca Marinho, Marcel Barretto, Emmanuel Penna e Leonardo Chaves unem referências que passam pelo pós-punk, pelo grunge e pelo som de bandas dos anos 2000 – tendo como detalhe especial a voz grave de Bianca, que muitas vezes soa parecida com a de Dean Wareham (do Luna, lembra?). O EP Reminder destaca faixas como a balada Said you loved me, then you’re gone, o punk Knives e a pesada, robótica e ritmada Like on TV, com recordações de rock inglês da Rough Trade dos anos 1980.
ESTRANHOS ROMÂNTICOS, “POR QUE VOCÊ ME TRATA ASSIM?”. O single novo da banda carioca (Victor Barros, voz; Jr Tostoi, guitarra e produção; Mauk Garcia, baixo; Luciano Cian, teclados; Pedro Serra, bateria) prepara terreno para seu quarto álbum: Por que você me trata assim? é definido por eles como “uma imersão sonora que mescla indie-rock psicodélico, post-rock pesado e James Brown”.
Os vocais, o baixo à frente e os vocais fazem lembrar bandas como Picassos Falsos – o que já traz de volta vários anos de história do rock carioca. O beat quebrado, os teclados e as distorções são pura mescla de pós-punk e psicodelia, tudo junto. E a canção ainda tem uma segunda parte bem garageira e ruidosa. Tem que ouvir.
VALE CINZA, “JÁ NÃO ME CABE ESTE LUGAR”. Essa dupla de pós-punk/darkwave diz fazer música “para quem se identifica com o peso e a beleza do silêncio, gosta de dançar e para quem busca sentido dentro do caos”. Já não me cabe este lugar, som de terror que traz lembranças infantis e recorações de crises de ansiedade, foi gravada na casa do vocalista e guitarrista Maycon Rocha, em Nova Friburgo (RJ). Ele divide a dupla com Marcelo de Souza (baixo).
“As letras falam sobre isolamento, julgamento, falta de perspectiva e a tentativa de encontrar sentido em meio a um mundo apagado e saturado de informações. É um recorte do contemporâneo, um reflexo de um tempo marcado por guerras, crises e pandemia. Apesar da atmosfera sombria, existe beleza na sinceridade e um certo acolhimento em reconhecer essas dores coletivas”, diz Maycon.
OS FUGITIVOS feat WADO E BRANDÃO, “AZUL”. Dupla de Alagoas que já havia aparecido aqui no Radar, Os Fugitivos (Nayane Ferreira e Thiago Mata) haviam composto Azul para entrar no próximo álbum, Sonhos e traumas, previsto para 2026 – mas a música foi ganhando clima diferente e vida própria. Para começar, é uma música repleta de brasilidade, indo além do soul romântico feito pelos dois – o som tem uma certa cara de samba-soul, e até de axé music, com referências confessas de Trio Ternura e Novos Baianos. Além disso, a dupla decidiu convidar dois amigos bem especiais: o também alagoano Wado e o baiano Brandão.
“Lembramos de Azul e sentimos que ela dialogava muito com a fase atual de Wado. Ambos são cantores tão expressivos que foi muito fácil encaixar as vozes. Gravamos todos por inteiro e depois definimos quem cantaria o quê na mixagem”, conta Thiago. “Todos nós temos essa brasilidade no trabalho. Samba-rock, axé, ritmos que vêm da nossa história. A combinação foi muito natural”, completa Nayane.
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