Cultura Pop
Nove + 1 músicas para você conhecer o Sweet Apple

Enquanto todo mundo presta atenção nos novos discos de Arcade Fire, Lana Del Rey e Foster The People, tem uma banda aí lançando seu terceiro álbum e que merece bastante a atenção de todo o mundo. O Sweet Apple, supergrupo que reúne J Mascis (Dinosaur Jr), John Petkovic (Death Of Samantha, Cobra Verde), Tim Parnin (Cobra Verde) e Dave Sweetapple (Witch, do qual Mascis também participa) soltou nesta sexta (28) Sing the night in sorrow. Os lançamentos da banda são bastante espaçados – o primeiro disco, o excelente Love and desperation, saiu em 2010 – o que é justificado não apenas pelo fato de ninguém ser “exclusivo” do grupo, como também pelo fato dos integrantes morarem em três estados norte-americanos diferentes.
“Tim e eu somos de Cleveland, Dave é de Vermont, J é de Massachusetts. Dave quando pensa em Cleveland, pensa comida enlatada. Para ele, é como uma cidade que existe atrás da cortina de ferro”, disse o músico ao site Culture Creature, afirmando também que costuma escrever letras e compor enquanto dirige. Combina perfeitamente com o clima meio “perdido” da maior parte das letras do grupo – já o som mistura rock de garagem, folk, punk e um tanto de glam rock, em riffs e melodias. Se você nunca ouviu nada deles, seguem aí nove + 1 músicas para você conhecer agora e passar a adorar a banda (pode acreditar, você vai).
“WORLD I’M GONNA LEAVE YOU” (Sing the night in sorrow, 2017). O primeiro single do terceiro disco da banda tem participações dos chapas Robert Pollard (Guided By Voices) e Mark Lanegan fazendo backing vocals. No clipe, Petkovic usando uma máscara de carnaval, interpreta o demônio que atormenta uma viagem fantasma de trem. A ideia foi criar uma versão particular (e bem menos sangrenta) de um acidente ferroviário histórico acontecido em 30 de agosto de 1943 no condado de Steuben, em Nova York, que terminou com 28 passageiros mortos (um deles esmagado) e 110 feridos.
“WISH YOU COULD STAY (A LITTLE LONGER)” (The golden age of glitter, 2014). Uma das músicas mais bonitas do segundo disco da banda, ganhou clipe à altura: separados por quilômetros, os integrantes da banda se comunicam por aviões de papel. Mark Lanegan nos backing vocals.
“BOYS IN THE HER FANCLUB” (The golden age of glitter, 2014). Autoironia: o grupo toca num estádio vazio (o Rose Bowl, em Pasadena) para uma multidão inexistente – misturadas às tomadas da banda, imagens de jogos de rúbgy para plateias numerosas. O som é o lado power pop do Sweet Apple.
“DO YOU REMEMBER?” (Love and desperation, 2010). O único clipe do primeiro disco da banda foi feito com baixo orçamento, muita cara de pau e equipamento que parece ter sobrado de alguma TV de acesso público dos anos 1980. David Sweetapple é demitido por vagabundear no trabalho e desacatar o chefe, os integrantes andam com instrumentos na mão e participam de um treino de tênis (e J Mascis troca a raquete por uma guitarra na hora de praticar).
“REUNION” (The golden age of glitter, 2014). No Brasil, talvez desse merda: o Sweet Apple transforma a história das bruxas de Salem em um conto de halloween, e Dave Sweetapple é um bruxo que volta para se vingar das crianças que denunciaram os crimes de feitiçaria. Inclui cenas ótimas de crianças guerreando, manipulando espadas e correndo pelo cemitério de Salem, Massachusetts. Robert Pollard (Guided By Voices) nos backing vocals.
“LET’S TAKE THE SAME PLANE” (The golden age of glitter, 2014). O clipe desse belo tema folk começa onde termina o vídeo de Wish you could stay (A little longer), com um coroa em alto-mar, no caiaque. Participação de Rachel Haden (musicistas conhecida por trabalhos com Todd Rundgren, Meat Loaf e Weezer) e Mike Watt (ex-Minutemen e fIREHOSE).
“GOODNIGHT” (Love and desperation, 2010). Bela e pesada, a melhor música da estreia do grupo. Inclui riff roubado de 20th century boy, do T. Rex. O som lembra uma mescla de The Who e The Cult.
https://www.youtube.com/watch?v=DPBIwag91_o
“CAN’T SEE YOU” (Love and desperation, 2010). Uma das músicas da estreia do grupo que mais lembram os melhores discos do Dinosaur Jr, com riffs legais de guitarra e clima desesperador.
“SOMEBODY ELSE’S PROBLEM” (Love and desperation, 2010). Hard rock garageiro, soando como se o Sweet Apple desse uma arrumada no som dos New York Dolls ou dos próprios Sex Pistols.
“ELECTED” (compacto, 2012). Com a proximidade das eleições presidenciais (vencidas, naquele ano, por Barack Obama), o grupo decidiu homenagear Alice Cooper e regravar seu clássico lançado quarenta anos antes. No lado B, uma versão de No government, da banda punk Anti Pasti.
Cultura Pop
No nosso podcast, o 1972 do Led Zeppelin (remake!)

Há 51 anos, o Led Zeppelin precisava manter o status recém-adquirido de maior banda do mundo – que, na prática, ele dividia com algumas outras bandas, Rolling Stones entre elas. O quarto disco do grupo, de 1971, era o álbum do hit Stairway to heaven, e tinha sido o maior sucesso do quarteto até então. Em 1972, a banda faria várias turnês, reescreveria as regras do mercado de shows, começaria a gravar um disco para sair naquele ano (e que não sairia naquele ano, enfim) e desfrutaria de um poder jamais visto no universo da música.
E, sim: o episódio de hoje do nosso podcast é um remake de um outro episódio que fizemos em 27 de maio sobre um ano em que uma das maiores bandas de todos os tempos se dividiu entre estrada e estúdios, e não lançou disco nenhum. O episódio volta com algumas mudanças no roteiro, identidade visual diferente e outras recomendações musicais. E vale relembrar (o antigo tá aqui).
Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Black Midi e Loreta Colucci.
Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta!
Cultura Pop
Roberto Carlos: agradecimento aos fãs e lembranças em “Eu ofereço flores”

Quando Roberto Carlos anunciou uma música nova chamada Eu ofereço flores, que foi cantada por ele em 19 de abril no show comemorativo de seus 82 anos – cidade natal de Cachoeiro de Itapemirim (ES) – imediatamente me veio à cabeça a antipatia de Roberto ao distribuir flores à plateia durante shows, no ano passado, quando ele chegou até mesmo a responder de maneira grosseira a um fã que testava sua paciência.
Seria uma maneira de fazer as pazes com o público, então? Talvez. Eu ofereço flores põe pela primeira vez em música um hábito que Roberto Carlos tem no fim de seus shows há anos, e que sempre tornou suas apresentações especiais para todos. Afinal, é um artista romântico que, no fim do show, oferece um presente para suas fãs mais dedicadas, em especial às fãs que têm coragem de se aventurar na frente para disputar uma das rosas com várias outras admiradoras (uma fã dele certa vez me confessou que lixava as unhas quase no formato de garras antes de ir aos shows de Roberto – e na hora de disputar as rodas, saía distribuindo unhadas nas concorrentes).
Eu ofereço flores, uma balada com belo arranjo orquestral (que ocupa o final da faixa, com direito a tímpanos para dar mais grandiloquência), é basicamente uma música feita por ele para agradecer aos fãs pelo amor e pela fidelidade durante suas seis décadas de carreira. “Eu quero agradecer/por tudo o que você/de bom me faz sentir/por tantas emoções/você me viu chorar/você me fez sorrir”, diz a letra. É uma boa surpresa para quem já estava acostumado à falta de novidades, já que se os álbuns anuais de Roberto deixaram de ser feitos em 2005, nem mesmo o hábito de lançar um single a cada ano foi adquirido pelo cantor. Aliás, o único single realmente memorável lançado por ele nos últimos tempos foi o de Esse cara sou eu, que já tem onze anos (Sereia, de 2017, feita para a trilha da novela A força do querer, não é tão brilhante).
- E lembramos que temos um episódio do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre a fase 1966/1967 de Roberto Carlos. Ouça aqui.
A nova música deixa um certo ar de despedida, até por ser um canção em que Roberto elenca tudo que o faz agradecer aos fãs, como se folheasse um álbum de fotografias. Será? Que seja apenas uma impressão. Para 2024, ano em que se comemora os 60 anos do bem sucedido álbum É proibido fumar, o cantor poderia se espelhar no exemplo de vários colegas mais novos, que fazem do lançamento de álbuns um acontecimento de grandes proporções, e lançar um novo disco. Sim: com doze faixas, nem que algumas delas sejam regravações.
Se o tal disco (que só existe na minha imaginação) trouxer músicas novas dele, unidas a canções novas de seus habituais fornecedores (a dupla Eduardo Lages e Paulo Sergio Valle, por exemplo), vai ser o sonho de muita gente. Os fãs merecem ser supreendidos mais uma vez por Roberto – e ninguém merece ver o maior cantor pop brasileiro de todos os tempos apenas virar meme todo final de ano com o “descongelamento” de sua imagem.
Foto: Reprodução da capa do single.
Cultura Pop
No nosso podcast, Jimi Hendrix e o disco “Electric ladyland”

Raramente a gente faz um episódio do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, falando apenas de um disco – geralmente a gente escolhe uma época, uma fatia de vida de algum personagem da música. Dessa vez aproveitamos a proximidade do aniversário de 81 anos de Jimi Hendrix (ele chegaria a essa idade no dia 27 de novembro) para lembrar de um disco que não apenas é o melhor do guitarrista norte-americano, como também é um daqueles álbuns dos quais pode-se dizer que, depois dele, nada foi a mesma coisa.
No episódio de hoje, tudo o que você sabe, tudo que você não sabe e tudo que você deveria saber sobre Electric ladyland (1968), terceiro álbum do Jimi Hendrix Experience. Um disco que mudou o rock, a psicodelia, a guitarra e a tecnologia da música – num período em que a nova onda dos sintetizadores dobrava a esquina. E uma época que exigiu muito, emocionalmente e psicologicamente, de Hendrix. Ouça no volume máximo.
Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: L’Rain e Julico.
Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta!
Foto: Reprodução da capa do disco Electric ladyland.
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