Notícias
Urgente!: Olha o Refused aí, gente! A banda faz um (um!) show em SP

RESUMO: Refused faz turnê de despedida e toca no Brasil pela 1ª vez: show em SP dia 31/10. Clássico do punk, banda sueca marcou época.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Tim Tronckoe/Divulgação
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Se você acompanha rock e música pop, você pode nunca ter escutado a banda sueca Refused – mas com certeza algum amigo seu já te falou, indignado: “nossa, como assim você não conhece o Refused?”. Com sonoridade pesada, vibe inconformista e climas intensos, eles são uma daquelas bandas de uma época do rock na qual não havia a menor dúvida a respeito de como uma banda “alternativa” (eita, esse termo…) deveria organizar seus discos e seus shows. Tanto que discos como The shape of punk to come (1998) são básicos para compreender a revolução pesada que deu em estilos como pós-hardcore.
O fato de você provavelmente não conhecer o Refused, ao contrário daquele seu amigo caçador de bandas que ninguém conhece, tem uma explicação: a banda é daquelas que mal chegaram a existir mesmo tendo lançado seu maior clássico. Em 1998 pararam, em 2012 voltaram, gravaram mais dois discos, e agora é a despedida. O grupo liderado pelo vocalista Dennis Lyxzén aderiu à moda da tour final, e aproveita para vir ao Brasil pela primeira vez. No dia 31 de outubro (sexta-feira) fazem show no Terra SP.
Na real, o Refused sequer havia vindo à América Latina – e aproveitam para visitar Buenos Aires (na Argentina, dia 1 de novembro, no Groove) e Santiago (no Chile, dia 3 de novembro, no Teatro Coliseo). No Instagram, a banda lamenta que não possa visitar os outros países da América do Sul desta vez, mas comemora a vinda: “Nós ouvimos você e FINALMENTE isso está acontecendo! Nós não queríamos matar a banda antes de ir para a América do Sul, então estamos indo para São Paulo, Buenos Aires e Santiago. Não é muito (pulamos nove países), mas é o que podemos fazer neste momento”, avisam.
Os ingressos estão à venda aqui. A realização é da Powerline Music & Books em parceria com a Balaclava Records. Curioso/curiosa pelo que vem por aí? Tem um “ao vivo” deles deste ano aí embaixo…
Lançamentos
Radar: Caroline Polachek, Of Monsters And Men, Wavepool, Paprika, Astra Vaga, The Hives, Rod Stewart

Semana passada tivemos um Radar a menos, por causa de problemas de força maior (e bota força maior nisso) no Pop Fantasma. De volta, vimos que como sempre tem MUITA música legal saindo e ficamos aqui tentando não atrasar muito para dar tudo que a gente acha legal – afinal, a grande vantagem de um radar musical é fazer um raio X abrangente de lançamentos, cabendo ainda alguns destaques que a gente acha por aí. Caroline Polachek abre a seleção, Rod Stewart termina, e no meio, gente nova ao lado de gente já conhecida, como a gente curte fazer.
Texto: Ricardo Schott – Foto Caroline Polachek: Reprodução Bandcamp
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CAROLINE POLACHEK, “ON THE BEACH”. Esse single celestial de Caroline foi feito para a trilha de Death Stranding 2: On The Beach, sequência do game de Hideo Kojima que chegou há pouco ao público. A faixa é uma colaboração com Danny L Harle e o próprio Kojima, também coautor. Kojima diz ter ficado fã de Polachek após escutar algumas de suas músicas – e depois que postou sobre sua admiração no Instagram, surgiu uma amizade e a proposta da compositora, de fazer algo para o game.
On the beach é uma balada pop melancólica, cheia de reverberações e efeitos nos vocais – que ora soam etéreos, ora robóticos, embora sempre operísticos. A música chega após colaborações recentes de Polachek com These New Puritans e Caroline., e integra uma trilha sonora que também traz nomes como Woodkid e Ludvig Forssell. Um encontro curioso entre música pop e universo gamer.
OF MONSTERS AND MEN, “TELEVISION LOVE”. De volta após o EP Tiu (2022), o Of Monsters and Men lança Television love, single que fala sobre as transformações num relacionamento. Gravada na Islândia, a faixa mistura cordas, percussão intensa e os vocais marcantes de Nanna Bryndís Hilmarsdóttir e Ragnar “Raggi” Þórhallsson. A canção soa como uma conversa emocional entre duas pessoas ao longo do tempo. O clipe, dirigido por Erlendur Sveinsson e filmado em 35mm, acompanha o grupo ao redor de uma mesa que passa por vários cenários, simbolizando as mudanças da vida – entre caos, calma e conexões que resistem ao tempo.
WAVEPOOL, “TINY COWBOY”. Essa banda francesa faz dream pop convicto: o negócio deles é mesmo trabalhar com imagens de sonho, em letra, música e em clipe. Tiny cowboy, uma faixa sobre “solidão e a busca por conexão, que acaba se transformando em uma celebração silenciosa de autodescoberta”, é inspirada em bandas como Beach House e tem um vídeo que a banda jura ter sido feito a partir de imagens anônimas de férias nas Maldivas, encontradas em uma antiga câmera de vídeo (daqueles de fita VHS mesmo), comprada em um mercado de pulgas. O primeiro álbum do Wavepool já está a caminho e consiste de música filtrada por “máquinas de sonhos impossíveis”. Ouça e voe.
PAPRIKA, “SILVER NEEDLE”. Vindo de Asheville, Carolina do Norte, o Paprika mistura energia pós-punk e climas sessentistas – e decididamente, fazem um som que gruda na cabeça após poucas audições. O EP Splitting at the seams, lançado por eles em 26 de junho, foi gravado e mixado em casa por eles mesmos, e prensado em vinil praticamente na unha, destacando Silver needle como uma pérola beat, ótima de pista, e com vocais (femininos) que exploram escalas quase ciganas e hispânicas.
ASTRA VAGA, “COR DE ROSA”. Pós-punk made in Portugal: depois de estrear com o single/clipe Lamento, o Astra Vaga, projeto criado pelo músico Pedro Ledo, retorna com Cor de rosa, nova faixa que também já ganhou vídeo. Se no single anterior, Pedro – que durante anos conciliou a música com um trabalho em escritório – falava sobre a vontade de jogar tudo pro alto e viver só de arte, dessa vez ele aborda o adeus às inocências. A música tem baixo forte e marcado, synths viajantes, guitarras econômicas e bateria robótica, e joga todo mundo de volta para os anos 1980. Já o clipe, dirigido por Pedro Adelino, é pura videoarte vintage.
THE HIVES, “LEGALIZE LIVING”. Que ataque de bateria na abertura! E que clipe ótimo os Hives fizeram dessa vez. Misturando punk rock, filmagem p&b, climas sombrios, perseguição policial e um toque de psicodelia, o vídeo de Legalize living foi dirigido pela mesma dupla do anterior, Paint a picture, Filip Nilsson e Henry Moore Selder. E se você tem se sentido um pouco a cada dia como Michael Douglas no filme Um dia de fúria, a ideia da banda (na faixa e no vídeo) é comentar justamente a respeito disso.
“Governos ao redor do mundo têm, lenta mas seguramente, tomado medidas para tornar a própria vida ilegal. Pare de normalizar essa normalização! Junte-se ao The Hives na campanha pela legalização do direito de viver em todos os países! As coisas precisam mudar agora!”, avisa a banda. The Hives forever The Hives, o próximo disco, sai dia 29 de agosto.
ROD STEWART feat RONNIE WOOD, “STAY WITH ME”. Tem quem chame os shows do veterano roqueiro de “caça-níqueis”, por causa do largo número de hits. Nada mais imbecil, visto que Rod tem mesmo é uma baita mão para estourar músicas e um carisma absurdo, além de uma carreira que já dura várias décadas.
Em show no festival de Glastonbury neste ano, ele arrasou no palco e contou com convidados-surpresa – entre eles seu velho companheiro dos Faces, Ronnie Wood (que desde 1975, você sabe, pertence a outra banda veterana). O guitarrista subiu no palco para relembrar Stay with me, hit dos Faces, com Rod. A BBC liberou o vídeo, que é coisa pra ver mais de mil vezes sem cansar.
Notícias
Urgente!: Wet Leg aquece para “Moisturizer” no Tiny Desk. Ana Frango Elétrico na vibe pós-disco.

RESUMO: Wet Leg aquece o lançamento de Moisturizer no Tiny Desk. Ana Frango Elétrico volta com música nova em vibe de pop nacional clássico, e compacto a caminho.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução YouTube
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Se você já está só esperando Moisturizer, disco novo do Wet Leg, brotar nesta sexta (11) nos aplicativos de música (isso se você já não conseguiu ouvir o disco por outras fontes ou está hoje na audição do álbum no Bar Alto, em São Paulo), pode começar a adiantar os serviços com a aparição do grupo no programa Tiny Desk, da emissora NPR, que foi divulgada ontem.
O show teve apenas quatro músicas (CPR, Manguetout, Davina McCall e 11:21) e, mesmo no espaço ínfimo do escritório-cenário do programa, mostrou o quanto a nova fase fez bem ao Wet Leg. O grupo hoje opera como um quinteto de verdade – e não apenas como as duas garotas e uma banda de apoio. Rhian Teasdale, a vocalista, se tornou uma espécie de mulher fatal glam punk – sem abandonar a timidez que caracterizava ela e sua parceira Hesther Chambers no começo do grupo. O repertório está cada vez mais direto e conversando olho-no-olho com os/as fãs. E a gente fica aqui doido pra ouvir e escrever logo sobre Moisturizer.
***

Ana Frango Elétrico (Foto: Pietro Leonardi/Divulgação)
Grooves oitentistas e sons à la Lincoln Olivetti & Robson Jorge são tão fundamentais para o novo pop brasileiro quanto o soft rock é básico para o indie gringo atual – já percebeu?
Um ano e meio após lançar o elogiadíssimo Me chama de gato que eu sou sua (resenhado pela gente aqui), Ana Frango Elétrico volta com música nova, a sexy A sua diversão, parceria com Tuca Monteiro, e repleta do clima vaporoso do pop brasileiro pós-disco. Inclusive, dá perfeitamente para imaginar Ana lançando a canção no palco do Vamos nessa! (antigo programa de música da TVS, hoje SBT) ou do Programa Carlos Imperial.
A sua diversão é um das duas faixas que entraram para o repertório da turnê de Ana – a outra foi a releitura de Não tem nada não, de Marcos Valle, Eumir Deodato e João Donato, que sai nas plataformas digitais no dia 24 de julho. As duas músicas vão virar um compacto de vinil que sai pelos selos RISCO, MR Bongo e Psychic Hotline. Abaixo, você vê a capinha do single e ouve A sua diversão.
Lançamentos
Radar: Cidade Partida, Dimas, Homeninvisível, William Torres, Resp, Nicolas Geraldi, Raul Seixas

O Radar nacional de hoje começa com denúncia em carne viva – é o som da banda carioca Cidade Partida, com vários universos antagônicos do Rio em seu som. Mas seguimos com uma turma que coloca as emoções e as sombras pessoais como assunto principal. Todos os nomes do Radar de hoje falam sobre como lidamos com os monstros do dia a dia, cada um de sua maneira – encerramos inclusive com um nome histórico do rock brasileiro que estaria chegando aos 80 anos em 2025, e cuja carreira foi construída justamente em cima da habilidade de dar nome a muita coisa que a gente sente e nem percebe. Bora?
Texto: Ricardo Schott – Foto Cidade Partida: Divulgação
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CIDADE PARTIDA, “DE JANEIRO”. O Cidade Partida é um coletivo numeroso – são oito integrantes – e a sonoridade do grupo é ampla o bastante para comportar vários universos em cada faixa. Vindos de Campo Grande (Zona Oeste do Rio), eles traduzem uma carioquice que atravessa distâncias, mistura culturas, encara desigualdades, dribla o caos do deficitário transporte público e aprende com as esquinas.
De janeiro, single com quase sete minutos lançado em maio, mistura art rock, percussões e elementos da música brasileira para tratar de opressões e contrastes em uma cidade que virou cartão-postal do país (“antagonismos em luta / espaço em disputa / no bloco do eu sozinho”, diz a letra).
DIMAS, “EXCESSO DE FUTURO”. Muitas vezes, a ansiedade nada mais é do que excesso de futuro – sabe aqueles momentos em que você não está ligado no que está acontecendo agora, e tem vontade de mexer no relógio para atrasar ou adiantar um pouquinho o tempo? É exatamente isso que Dimas mostra no synthpop Excesso de futuro, que fala sobre um dia a dia em que tudo parece feito ou no sacrifício ou na força da raiva.
“É uma síntese do meu universo musical e acho que é a primeira canção que mostraria para alguém que quisesse conhecer meu trabalho, pois ela grita não só minha identidade artística como também pessoal”, conta Dimas que, num das cenas do clipe, aparece trabalhando num escritório a céu aberto – como o do vídeo de Sweet dreams (Are made of this), dos Eurythmics.
HOMENINVISÍVEL, “NAVALHAS”. Essa banda de São Paulo já passou por estilos como shoegaze e emocore, e vem encontrando sua razão de existir na música ruidosa e nas letras existenciais. Com um EP pronto para sair neste mês, adiantam o disco com Navalhas, uma canção cheia de sombras, que fala de palavras que cortam e ferem, de um quarto escuro que “representa o isolamento necessário para lidar com feridas da alma” (diz a banda) e da necessidade de se recuperar das tristezas e estresses. A música termina abruptamente e parece que vai ganhar continuidade num próximo single, ou numa próxima faixa do EP – quem sabe?
WILLIAM TORRES, “O PESO”. Vindo de Maceió (AL) e influenciado, entre outros sons, pela experimentação musical do Men I Trust, William é produtor, cantor e compositor e tem um trabalho solo que fala sobre temas como “amor, solitude, pertencimento e amadurecimento”, entre outros temas. O peso, novo single, é marcado pelo som etéreo, pelo compasso de valsa indie e por uma guitarra estilingada cujo riff dá todo o andamento da música.
RESP, “NOVA LUA”. Guitar rock melancólico e angustiado dá o tom da música do Resp, que é um projeto do músico curitibano Lorenzo Molossi. Cantando e tocando guitarra, Lorenzo se juntou à banda 3x – formada por Amanda Padilha (baixo) e Felipe Zago (bateria) – e à cantora Niko para gravar os EPs Meio da semana (2024) e Cotia (2025). E é deste último EP que sai Nova lua, faixa que acaba de ganhar um clipe com participação de todos os músicos envolvidos.
O vídeo da canção é basicamente um curta de cinema indie, contando de maneira criativa e fragmentada uma história de dia a dia estressante de trabalho – em que você vende sua força, cumpre uma rotina massacrante e sente, a cada dia, que estão te pagando (mal) mas estão roubando seu tempo. Parece familiar, não?
NICOLAS GERALDI, “VIM DA SOLIDÃO”. Cantor e compositor carioca, Nicolas retoma uma das faixas de seu disco de estreia, Em outro lugar do céu (2023), e lança o clipe da acústica e bucólica Vim da solidão, com um belíssimo arranjo de cordas. O vídeo, dirigido por Hick Duarte, foi gravado durante uma viagem com amigos a Diamantina (MG), e segue o clima introspectivo e interiorano da música, que é inspirada por sons como o rock psicodélico, o dream pop e a música mineira dos anos 1970.
“Mais do que o clipe de uma faixa, é um retrato sensível das cores que compõem o disco”, diz Nicolas, que transformou Vim da solidão numa experiência de autodescoberta, em que estar só, às vezes, não significa necessariamente estar sozinho – pode ser um excelente momento de respiro.
RAUL SEIXAS, “UM SOM PARA LAIO”. Dá para colocar Raul Seixas, o pai do rock brasileiro, aqui no Radar nacional? Dá sim – e como! Raulzito praticamente inventou o emprego de muita gente que hoje surge aqui mesmo no Pop Fantasma. E 2025 é “ano Raul”: tem exposição, documentário e comemorações pelos 80 anos do Maluco Beleza.
Vale inclusive lembrar que Raul não é só Ouro de tolo e Sociedade alternativa. Entre os lados-B geniais do baiano está Um som para Laio, parceria com Paulo Coelho feita para a trilha da novela O Rebu (1974) hoje resgatada na Globoplay em fragmentos. A faixa saiu no LP da trilha, e também num compacto. Com guitarras abertas, batida crua e vocal gritado, Raul e sua turma pareciam incorporar ao mesmo tempo o espírito do pré-punk e os ecos de Woodstock. E o resultado segue pulsando até hoje.
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