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Urgente!: Black Sabbath “ao vivo em vídeo”. Guns N’Roses no Brasil.

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Urgente!: Black Sabbath "ao vivo em vídeo". Guns N'Roses no Brasil.

O último show do Black Sabbath com Ozzy Osbourne nos vocais, Back to the beginning, marcado para rolar no Villa Park, em Birmingham, em 5 de julho, vai ganhar transmissão ao vivo para o mundo todo. Calma que não vai ser graça no YouTube, claro: a transmissão será feita por pay-per-view e estará disponível no site do evento. E os ingressos já estão à venda por lá – para o Brasil são R$ 83,47.

Vai ser a primeira vez que a formação que gravou os primeiros álbuns toca junta em duas décadas – você deve saber os nomes, mas vamos lá: Ozzy (voz), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria). O Black Sabbath vai ser acompanhado por nomes como Metallica, Slayer, Pantera, Gojira, Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Slash e Duff McKagan (Guns N’ Roses) e Tom Morello, do Rage Against The Machine – este último, também diretor musical do show.

***
Segunda-feira (9) começa a venda de ingressos para os cinco shows que os Guns N’ Roses vão fazer no Brasil entre outubro e novembro: dia 21/10 em Florianópolis (Arena Opus), dia 25/10 em São Paulo (Allianz Parque), dia 28/10 em Curitiba (Pedreira Paulo Leminsky), dia 31/10 em Cuiabá (Arena Pantanal) e dia 2/11 em Brasília (Arena BRB). O grupo volta com o trio original Axl Rose (vocais, piano), Slash (guitarra solo) e Duff McKagan (baixo), além de Isaac Carpenter na bateria.

As infos principais para quem quer se preparar para correr atrás de ingressos seguem aí, direto do release dos shows.

“Haverá pré-venda exclusiva para o fã-clube, (com duração de 24h), que começa no dia 9 de junho (segunda-feira), às 10h, no www.eventim.com.br/gunsnroses, para as cidades de São Paulo e Brasília. Para a cidade de Florianópolis a pré-venda será feita pelo site www.uhu.com, e para a cidade de Curitiba pelo site www.bilheteriadigital.com.br. Na cidade de Cuiabá a pré-venda começa às 9h, do dia 9, pelo site www.bilheteriadigital.com.br.

Em São Paulo haverá ainda a pré-venda Allianz Seguros que será somente on line, do dia 10 de junho (terça-Feira), às 10h, até o dia 12 de junho (quinta-feira), às 10h. As vendas online para o público em geral começam no dia 12 de junho (quinta-feira) às 10h, no www.eventim.com.br/gunsnroses e, presencialmente, na Bilheteria Oficial a partir das 11h, também dia 12.

Em Florianópolis a venda geral começa no dia 12 de junho, às 10h, pelo site www.uhu.com. Em Curitiba a venda geral será a partir do dia 10 de junho, às 10h, pelo www.bilheteriadigital.com.br , e no dia 12 de junho na bilheteria física. Para o show de Cuiabá os ingressos também serão vendidos pelo site www.bilheteriadigital.com.br, a partir das 9h, do dia 10 de junho e a bilheteria presencial a partir do dia 17 de junho, às 10h. Brasília terá seus ingressos disponíveis para venda geral no dia 10 de junho, a partir das 10h, pelo site www.eventim.com.br“.

Texto: Ricardo Schott

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Lançamentos

Radar: Charlatans, Wet Leg, Wolf Alice, Spilly Cave, The Wild Things, Burn Kit, Orchids Of Jupiter

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Radar: Charlatans, Wet Leg, Wolf Alice, Spilly Cave, The Wild Things, Burn Kit, Orchids Of Jupiter

Britpop a perder de vista: o Oasis tá de volta e os Charlatans, nem sempre tão lembrados, mas com vários discos clássicos na discografia, animaram-se para retornar com single e álbum depois de oito anos. Eles encabeçam o Radar internacional de hoje, que oscila entre novas bandas indie e alguns hits instantâneos do rock atual. Ouça tudo sem pressa.

Texto: Ricardo Schott – Foto (The Charlatans): Cat Stevens/Divulgação

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THE CHARLATANS, “WE ARE LOVE”. E olha só quem está de volta. A banda britânica The Charlatans anuncia We are love, seu primeiro disco de inéditas em oito anos, com lançamento marcado para 31 de outubro pela BMG. A produção é de Dev Hynes (Blood Orange) e Fred Macpherson (Spector), com ajuda de Stephen Street (Blur, The Smiths). As gravações aconteceram no histórico Rockfield Studios, no País de Gales, e no Big Mushroom, estúdio que pertence ao grupo.

Tim Burgess, vocalista, diz que a volta a Rockfield – onde gravaram o clássico Tellin’ stories, de 1997 – foi uma forma de homenagear a história dos Charlatans, e a turma que já passou pelas formações do grupo. A faixa-título, descrita como “um passeio de carro conversível nos créditos do seu filme favorito”, serviu como bússola criativa para o novo trabalho. E sai como single.

WET LEG, “CATCH THESE FISTS”. Passados alguns dias do lançamento de Moisturizer, disco novo do Wet Leg – que resenhamos aqui – o que mais tem é gente buscando as sessions ao vivo do grupo pra ver no YouTube, além de várias sessões novas para marcar a chegada do disco às plataformas. Na sexta (11), dia em que por acaso saiu Moisturizer, a rádio holandesa 3voor12 mandou pro YouTube uma gravação com o Wet Leg nos estúdios da emissora, tocando cinco faixas do disco novo, além de dois hits da estreia Wet Leg (2022), Chaise longue e Angelica. A primeira da live session foi o hit Catch these fists, de Moisturizer. Vai pro último volume ou não vai?

WOLF ALICE, “THE SOFA”. A banda dá mais um passo rumo ao lançamento de seu próximo álbum The clearing com The sofa, que mostra o Wolf Alice mergulhando sem cerimônia no soft rock. A balada, conduzida por piano e versos confessionais de Ellie Rowsell, observa os pequenos ciclos da vida com calma, amadurecimento e aceitação do presente – mesmo que ele pareça modesto demais perto dos antigos sonhos de grandeza.

Já o clipe da música, dirigido por Fiona Jane Burgess, passeia por ruas do norte de Londres em câmera lenta e cores vivas, com Ellie sendo levada em um sofá por cenários que mostram o cotidiano de maneira inclusiva e surreal. O release da faixa e do clipe, por sinal, faz questão de citar uma banda bastante chupada nos dias de hoje (o Fleetwood Mac) como referência para o disco que está vindo aí. Só aguardando – The clearing sai dia 22 de agosto.

SPILLY CAVE, “BALBOA”. Esse artista indie da Pensilvânia prepara disco para dia 29 de agosto, Sixty-four. Já tem outro single rolando por ai, Open air, mas preferimos destacar Balboa, slacker rock lançado por Spilly mês passado. No clipe da canção, um ator idoso chamado Robert Hakesley sai por aí com um caderno moleskine em que anota tudo que pode melhorar sua vida – ele anda pelo mato, faz exercícios ao ar livre, pratica canoagem, viaja de balão e toca uma gaitinha no meio da floresta. Balboa é um slacker rock em que dá para sentir o desespero na letra (“há um monte de merda que / eu nunca vou descobrir”), ainda que o clipe seja bem positivo.

THE WILD THINGS, “KNOCK DOWN, DRAG OUT”. Essa banda tem modernidade e memória. Afterglow, disco deles do ano passado – um álbum conceitual que conta a história dos moradores da cidade fictícia de Valentine, que enfrentam um fenômeno paranormal – teve co-produção de ninguém menos que Pete Townshend, do The Who. Enquanto não sai um novo álbum, eles vêm com o single Knock down, drag out, a primeira parte de uma história de amor enlouquecedora vivida por uma garota de Nova Orleans – e um rock energético que alude tanto ao pós-punk quanto ao próprio Who.

A canção vai ter um segunda parte, I can’t wait, que sai em breve e vai falar sobre o que aconteceu com o relacionamento – ao que consta, o intervalo entre os singles corresponde à duração do namoro (!). Na banda, destaque para a vocalista Sydney Rae White, uma atriz e cantora de 33 anos que trabalhou em séries de TV como O jovem Drácula, nitroglicerina pura em estúdios e palcos.

BURN KIT, “WHEN YOU KNOW, YOU KNOW”. Vinda de Boston, essa banda se dedica a uma mistura de punk, som gótico e vibes de skate music dos anos 1980 – às vezes lembrando a fase inicial do TSOL, com riffs graves de guitarra e batidas urgentes. Fallen rose, o EP novo, saiu em março. When you know, you know, a primeira faixa, é definida pela banda como “um hino de autoconhecimento radical. Um chamado sonoro à ação, para se levantar e lutar contra a acomodação que te impede de viver a vida que você realmente quer. Enquanto você não puxa o gatilho do que deseja, fica paralisado pelo medo de fazer a escolha errada. A sua intuição vai te mostrar o que é certo”, afirmam.

ORCHIDS OF JUPITER, “FIGHTING ON THE WRONG SIDE”. Brigas inúteis e infernos pessoais surgem nessa new wave gótica lançada pelo Orchids of Jupiter – uma banda de Los Angeles liderada pela cantora e guitarrista Karie Jacobson, e que volta e meia se parece com um B-52s menos exuberante e vestido de preto. O quarteto já lançou quatro singles e divide atualmente seu tempo entre correr atrás de shows e preparar devagar seu primeiro álbum – que deve sair só em 2026. “Com vocais assombrosos e letras que mergulham em reinos existenciais e mitológicos, o Orchids of Jupiter cria um mundo próprio, ligado a contos de fadas sombrios”, diz a banda.

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Lançamentos

Radar: Cristian Dujmović, Bobatahki, Stefan Certic e outros sons da Groover

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O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time.

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time.

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Cristian Dujmović): Divulgação

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CRISTIAN DUJMOVIC, “FIN DE UN MUNDO”. Esse cantor da Espanha, dedicado ao pós-punk, já havia aparecido outras vezes no Pop Fantasma. Dessa vez, retorna com um single espacial, ambient e triste, que fala sobre uma realidade que todo mundo um dia vai ter que enfrentar: os mundos como a gente conhece, um dia, acabam. E a gente precisa estar sempre se preparando para o fim de uma era, e o começo de outra.

BOBATAHKI, “INSANE”. Compositor, músico e técnico de som, Paul L Jensen decidiu dar uma nova jornada para sua vida musical e montou o Bobatahki, basicamente um projeto punk que fala sobre loucura e violência – no estilo dos projetos antigos de Steve Albini, e do começo do grunge – e que ele define como “música para o seu amigo imaginário”. Insane é o primeiro single, e lembra grupos como Melvins e Tad, com aquela mesma mescla de pós-punk e Black Sabbath.

ESCAPE WITH ROMEO, “YOU NEED THE DRUGS”. Banda bastante misteriosa da Alemanha, o Escape With Romeo fala em seu novo single, You need the drugs, sobre manhãs difíceis de encarar, e de pessoas que não conseguem escapar dos próprios vícios. A argamassa sonora é de hard rock eletrônico, do tipo que pode tocar tanto na noite quanto num festival de metal – mas o som que o grupo mostra em lançamentos como o álbum Suspicious bliss (2024) é um pós-punk bastante centrado em peso e em riffs.

STEFAN CERTIC, “IN MY SKIN”. “Com o lançamento dessa última música, uma história se desenrolou. Você pode tentar decifrar do que se trata – ou sentir do seu jeito”, conta esse músico vindo da Sérvia, que acaba de lançar o álbum World of mine, cuja história foi contada a partir de várias faixas lançadas em singles, uma após a outra. O som é synthpop e darkwave, às vezes em climas solares, às vezes envolto no total mistério.

STEVE LIEBERMAN, “RESISTANCE AGAINST HATE”. Esse músico judeu norte-americano que já gravou mais de 90 álbuns (!) e toca um sem-número de instrumentos, volta agora com um tema ruidoso contra o antissemitismo e contra as guerras. Letra equilibrada, melodia nem tão equilibrada assim, já que são oito minutos de puro barulho.

JEREMY SERWER, “HORNS AND STARS”. Esse cantor e compositor de San Francisco, Califórnia, não tem nada a ver com os climas ensolarados da região – o negócio dele é pós-punk com vibes aterrorizantes. Ele define seu novo disco, The nines, como “uma jornada caleidoscópica de 18 faixas inspirada em filmes de terror, bizarrices da ficção científica e nos absurdos surreais da vida moderna. Horns and stars fala de um demônio bem atraente, que dirige um Lincoln Continental preto 1961. O som lembra bastante The Damned.

BRIAN MICHAEL HENRY, “FAMILY STYLE”. “E se o Leatherface do filme O massacre da serra elétrica levasse o namorado pra conhecer a família?”, pergunta-se Brian, um cantor e compositor de Nova York que acaba de lançar o álbum Jokes for angels, gravado em seu apartamento, e que tem uma abordagem bem interessante de pós-punk e punk – com melodias ganchudas inspiradas por David Bowi e vocais no estilo de Roy Orbison. A faixa Family style conta o que acontece no tal encontro.

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Entrevista

Entrevista: Érika Martins fala sobre a volta da Penélope e relembra a época da banda na Sony Music

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Entrevista: Érika Martins fala sobre a volta da Penélope e relembra a época da banda na Sony Music

Nos anos 1990, o mercado musical era aquecido o suficiente para garantir que bandas de estatura indie volta e meia seriam pinçadas por grandes gravadoras – as quais, quase sempre, não sabiam o que fazer com elas. Quem ficava, era porque correspondia ao que o mainstream esperava. Uma turma enorme sobrava. A Penélope, banda cuja frontwoman era Érika Martins, ficou a meio caminho das duas coisas: conseguiu gravar dois álbuns pela multinacional Sony Music, teve airplay razoável com músicas como Holiday, ganhou vários fãs e aproveitou a maré como pôde, antes que a gravadora desistisse totalmente do grupo. Um equilíbrio quase perfeito entre sucesso na mídia (especialmente na MTV, que exibiu bastante a banda) e ralação underground, que deu experiência a Érika para tocar sua carreira solo e se dividir em vários projetos.

Para comemorar os 25 anos da estreia Mi casa, su casa (1999), a Penélope retorna com formação modificada: além de Érika no vocais, guitarra e teclados, estão hoje no grupo Fernanda Offner (baixo), Carol Lima (bateria), Fernando Americano (guitarra) e Luiz Lopez (teclado, escaleta, backings). A estreia da nova turma foi no Rock In Rio do ano passado, mas nas últimas semanas, o grupo vem passando pelos Sescs de São Paulo, num giro que encerra nesta sexta (18) no Sesc Pinheiros. Erika e banda lembram os hits e recebem convidados: a ex-baixista da Penélope Erika Nande, Vanessa Krongold (Ludov) e Otto.

Batemos um papo com Érika Martins sobre sua vida atual – ela se mudou de São Paulo para Minas – e sobre o retorno do grupo para alguns shows. E aproveitamos para relembrar a época em que a Penélope brotou no mainstream do rock brasileiro. Um período de muitas lutas, algumas glórias e vários dissabores, como a janela de um ano entre a gravação de Mi casa, su casa e seu lançamento (“uma tortura!”, lembra ela).

Texto e entrevista: Ricardo Schott – Foto: Leca Suzuki/Divulgação

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Como tem sido morar em Minas Gerais? Eu sempre vim muito a trabalho aqui, né? Mas estou aproveitando para respirar, estar na cidade, sentir realmente a cidade como é, e poder fazer as conexões dos amigos que eu já tenho de tanto tempo. Por exemplo, o pessoal do Skank, que eu já encontrava na época da Penélope, ali na Sony Music, a gente fazia muita coisa junto.  Também convivia muito com eles por causa do Tom Capone (produtor da Penélope, falecido em 2004), porque eles ensaiavam na Toca do Bandido (estúdio criado por Tom). A gente também tinha toda essa conexão. Aí, quando eu vim para cá, também retomei esses contatos.

Você tem conseguido interagir com a cena de música de Minas? Eu não sou muito de sair na noite, até porque eu fico mais no meu matinho aqui, mais afastada. Não estou exatamente dentro de BH, estou a 20 minutos de BH, que é no meio do mato. Mas sempre que eu posso, eu vou assistir alguma coisa, vejo shows novos. Tem muita coisa rolando na Autêntica, que é um lugar de show. Às vezes, quando a gente vai, tem bandas de abertura. Aí eu acabo conhecendo umas novas coisas que estão rolando. Mas quando eu estou por aqui, que eu não estou na loucura de São Paulo, ou do Rio, trabalhando, eu tenho procurado mais curtir e ficar em casa mesmo.

Me fala um pouco desses shows que você está fazendo. Eles são da sua carreira solo? Ou é a continuação daquele retorno da Penélope que rolou no Rock In Rio? É a Penélope, sim! Começou ali com o Rock in Rio, porque a ideia toda surgiu, Ricardo, na pandemia. Porque eu, na verdade, eu nem pensava em fazer nada com a Penélope mais. Aí na pandemia, ali no meio daquelas lives todas que eu estava fazendo, entrevista, eu comecei a ver o quanto a Penélope realmente tinha essa importância para muita gente.

As pessoas pediam para eu tocar as músicas, e tinha coisas que eu nem lembrava, que eu só tinha tocado lá 20 anos atrás e não tinha tocado mais. Comecei a mexer nessas músicas e bateu tão bem – me senti de novo dentro daquela roupa, da personagem, da Penélope. É onde eu estou melhor me encaixando agora. Eu fiquei com um pouco de medo no primeiro show, “será que eu vou me encaixar?”. E aí eu vi que, nossa, veio tudo, super. Porque assim, com amadurecimento, com um conhecimento melhor de palco, da minha voz… Então estou muito mais à vontade no palco e está uma delícia de fazer.  E foi uma ideia da pandemia, quando eu via os depoimentos que as pessoas mandavam sobre as músicas.

Como eram os depoimentos? Aparecia gente falando “essa música salvou minha vida em determinado momento”, “essa aqui eu escutava no disco”, etc. Eu realmente me emocionava, chorava ali junto com todo mundo. E me deu essa vontade de mexer de novo naquilo. Aí eu entrei em contato com todo mundo da Penélope. A gente passou por várias formações, e fui conectando aquelas pessoas. Só que cada um está num caminho diferente: o Mario Jorge (bateria) está em Salvador, a Fifi, que foi a última baixista da Penélope, está morando nos Estados Unidos…

A Erika Nande, que é baixista do Mi casa su casa, está morando em São Paulo. É uma pessoa que eu tenho até mais contato, que eu encontro muito com ela, mas ela não está mais no clima da estrada. Disse que pode fazer participação em algum show. A Constança (ex-tecladista, hoje sócia do Toca do Bandido) também disse que poderia participar de algum show… E logo depois, na sequência, o Luizão (guitarrista) faleceu.

Eu tenho reparado, é uma coisa que eu comento muito hoje em dia, que a estrada não é todo mundo que encara. É dureza mesmo. Eu estou aí quase 30 anos de carreira na estrada, viajando, fazendo show, falo que gosto até daquele cheiro de pão de queijo do aeroporto (risos). Na época da Penélope eu era a que mais curtia. Eu sempre, desde criança, fui de mudar muito, viajar muito. O pessoal já não gostava tanto de estrada, tanto que todo mundo já tinha saído na última formação da Penélope. Daí pensei: se quero mexer no repertório da banda, tenho que ver quem vai me acompanhar.

E aí você chegou nessa formação, que tem até o Luiz Lopez, que tocou por vários anos com o Erasmo Carlos… Ele foi uma das primeiras pessoas que eu pensei. A gente já tinha se encontrado de vista, porque ele frequentava os shows da Penélope. Mas a gente se conheceu mesmo numa vez em que eu fui cantar com o Erasmo no Video Music Brasil – era a primeira vez que eu cantava com ele, eu estava só pensando “não acredito, é o Erasmo, meu ídolo!”.

E aí o Luiz chegou para mim e começou a falar isso para mim: “Erika, não acredito que eu vou tocar com você. Eu estava em todos os shows da Penélope, você me influenciou muito como compositor também!” (risos). Para mim, deu aquele click, assim, de… “nossa, como tudo é cíclico!” . Uma geração vai influenciando a outra. Eu estou ali falando do Erasmo, o Luiz está vindo falar de mim. Naquela época mesmo ele já tinha falado: “olha, se aparecer um revival da Penélope quero estar junto!”.

E agora rolou! Sim, e imagina, ele falou isso lá atrás. Fiquei com isso na cabeça, a gente sempre se encontrava – ele com o Erasmo e eu solo – e ele lembrava disso. O Luiz foi a primeira pessoa em quem eu pensei. Ele conhece todo o repertório, sabe tocar todas as músicas da Penélope. E é uma pessoa querida. Convivência na estrada não é fácil – então tem que ser gente fácil de conviver. Só que quando montei a banda, falei: “Luiz, não sei se vai ser a sua praia, porque o Fernando Americano, meu marido, já toca guitarra na banda. Você se importa de tocar teclado?”. Pensei numa escaleta para fazer as flautas. Ele comprou a escaleta e ainda falou: “já tirei todas as músicas!” (risos).

Na formação tem também a Fernanda Offner, que já tocava baixo no meu trabalho solo e é minha amiga há mais de dez anos. E a Carol Lima, do Fuzzcas, tá na bateria – ela tem também uma relação enorme com a Penélope. Ela estava até me contando esse final de semana, que a gente tocou: “poxa, eu e Luiz estávamos compondo uma vez e falamos: ‘ah, nessa música quero fazer uma coisa tipo Penélope’. Sempre tive essa influência”. E eu acho que isso é o mais importante. Pra encaixar nessa história, tinha que ser um pessoal que realmente tivesse vivido a banda, que entendesse o que realmente era a Penélope.

Tem alguma música nova ou planos para alguma gravação? Então, a gente nem pensou nisso ainda. Fomos emendando um projeto que começou no Rock In Rio – foi o primeiro show da turnê de 25 anos. E aí a gente já tá fazendo uma série de outros shows. Eu tô compondo muito, muito mesmo pro meu solo. Tô cheia de coisa agora pra lançar, inclusive composições com a Virginie, do Metrô, além de outras parceiras. Mas pode ser que apareça algo da Penélope. Pode vir um disco ao vivo, com esse repertório dos 25 anos… De qualquer jeito, estamos mais focados nos shows mesmo.

Voltando ao passado da Penélope, como foi aquela passagem de vocês pela Sony? Lembro que o Mi casa su casa demorou quase um ano para sair… Nossa, esse período de um ano foi uma tortura, né? Porque a gente saiu de Salvador, a banda foi pro Rio de Janeiro, ficou quatro meses gravando… A Sony injetando muito dinheiro na gente, e ninguém ainda entendia nada ainda do mercado, todo mundo verde naquela história. Então eles injetaram uma grana pesada e depois a gente foi um ano na geladeira! Sumiu o dinheiro pro lançamento.

Pra mim a conta não fechava. Eu não entendia: eles tiveram grana para colocar a gente no melhor estúdio do Rio de Janeiro, deram uma estrutura, pagaram um apartamentaço para a banda morar enquanto gravava… Mas a tortura maior foi voltar para Salvador sem perspectiva nenhuma de lançamento e sem cair na estrada. Eu não pensava como penso hoje: depois depois de tudo isso que eu passei, amadureci muito nisso. Sei que não dá para esperar nada de ninguém, e que é preciso correr por fora, comer pelas beiradas, fazer acontecer. Mas na época a gente não imaginava, então a gente ficou esperando. Eu fiquei sem compor, nem tinha ânimo de escrever nada.

E antes do disco sair, você participou de A mais pedida, dos Raimundos, certo? Sim, e ela deu um empurrão pro disco sair. E para a Sony… eles se surpreenderam, porque a música era primeiro lugar em todas as rádios, e a gente estava na geladeira. Eles pensaram: “pô, temos um disco dessa menina engavetado. Vamos lançar então para aproveitar, né?”. Tinha gente na gravadora que acreditava na gente: a Alice Pelegatti, a Cristina Dórea – a Alice trabalhava o marketing de forma espetacular. Mas pra gente foi muito difícil, a Penélope era nada ali dentro. Vendemos 50 mil discos, mas a gravadora era grande demais para essa vendagem.

Eu lembro de ter pensado: se a gente estivesse numa gravadora como a Trama seria melhor, porque lá, se você vende 50 mil, vira o top da firma. E a gente na Sony era nada. A gravadora não botou grana em cima, não teve 500 mil de jabá, nada disso. Foi assustador, porque na gravação do Mi casa su casa, tivemos tudo.

Mas ainda teve um segundo disco, o Buganvília, também pela Sony. Como foi isso? Eles tiveram que fazer o disco, porque a gente tinha um contrato, né? O Buganvília eu acho o melhor disco da Penélope, inclusive. Foi um disco amadurecido na estrada, muitas das composições surgiram com a gente fazendo turnê no Sul, eu escrevendo ali no ônibus. Veio um disco mais forte mesmo, eu até já estou cantando muito melhor do que no primeiro disco. Mas a Sony não apostou muito, era difícil para eles entenderem o conceito da Penélope, e a gente era uma mistura muito grande de coisas: bubblegum, Jovem Guarda, uma coisa de MPB e de música do Nordeste que eu tenho… De vez em quando eu escuto umas coisas ali, eu falo: “nossa, isso aí tem muito de Geraldo Azevedo, de coisas que eu escutava na Bahia e gostava”, fora as coisas do indie, Sonic Youth, Pavement. Teve um sucesso ali com Caixa de bombom, Ciranda da bailarina, mas parou por ali.

Tem muita coisa que vocês faziam que era numa onda dream pop, que pega muita coisa que está sendo feita hoje.  Você percebe influência do som de vocês em bandas nacionais atuais? E outra coisa: você não pensa que seria legal que a Penélope tivesse surgido hoje, num momento em que há um cenário mais independente, e até mais compreensivo com esse tipo de som? Não, não penso isso… Eu nem sou essa pessoa saudosista, ou que fica ressentida. Para mim o melhor está por vir, sempre. Acho sempre que ainda vou produzir uma coisa mais legal. Mas em relação à influência… eu não só sinto e vejo, como escuto as pessoas me falando. O Gorky do Bonde do Rolê estava nos shows, lembro de ter visto ele adolescente na plateia – ele tinha filmagem de todos os shows nossos. Tem também essa história do Luiz Lopez. E fazendo esses shows, vi que a Penélope não ficou datada. Tem muita gente conhecendo agora e ficando surpresa, assim: “nossa, como eu não escutei isso antes?”

Como você tá vendo o universo dos shows no pós-pandemia? Para mim a melhor coisa de todas é que os shows estão começando cedo. A gente estava falando disso outro dia na estrada: tinha show que começava de madrugada, três da manhã… Aí você ia dormir e acordava meio-dia! Na pandemia eu passei a dormir dez da noite e a acordar 7h da manhã. Entrei nessa vida e estou até hoje. Quando tudo voltou, pensei: “cara, será que vou me encaixar de novo naquele mecanismo de dormir quatro da manhã e acordar uma da tarde?”. E aí os shows passaram a ser mais cedo. A gente tá fazendo muito Sesc, que já é cedo naturalmente. Acho que tem a ver com a violência nas capitais também… as coisas estão ficando mais cedo. Eu me lembro que quando ia fazer turnê lá fora, era uma delícia, estava no hotel deitada na cama bem cedo. Mas aqui no Brasil sempre foi esse ritmo louco.

Então o principal para mim é que tudo está mais cedo, e a galera também está sedenta pelos shows. No caso da Penélope, as pessoas têm ido aos shows também pela memória afetiva. Antes mesmo da turnê, a gente fez um esquenta em São Paulo e quando cheguei no palco, tinha gente na plateia chorando, segurando uma faixa! Ai eu já me segurei pra não chorar (risos) e o Luiz disse que também ficou se segurando, porque ele se via naquelas pessoas. É muita emoção pra todo mundo.

Depois desse show de hoje, como está a agenda da banda? Algo marcado para o Rio? E seu disco solo, já tem data pra sair? Até agora nada no Rio, mas estamos pensando em possibilidades. Eu queria fazer esse circuito dos Sesc, fiz até algumas vezes com Lafayette e Os Tremendões. Meu disco eu nem sei se vai virar um disco mesmo, porque hoje em dia todo mundo meio que voltou para o compacto, os singles. Lancei um single com a Fernanda Takai, foi nossa primeira composição juntas, Céu de planetário. Estou com três músicas compostas com a Virginie, do Metrô. São várias frentes. No sábado (19) vou fazer um show solo no Festival de Inverno de Paranapiacaba (São Paulo) que se chama Vênus. Somos eu e o Fernando no palco, e vamos tocar as músicas que a gente toca aqui em casa, que estão no vídeos que eu posto no YouTube. Começamos a reparar que tem muita música falando de Vênus: tem Venus in furs, do Velvet Underground, Venus as a boy, da Bjork, e isso virou um projeto de show!

 

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