Connect with us

Lançamentos

Radar: Lady Gaga, Alabama Shakes, Sparks, Paige O, Jehnny Beth, Beau Anderson, Still Traffico

Published

on

Algumas mudanças vão acontecer no Radar nas próximas semanas – talvez um pouco mais devagar, mas tudo para garantir um pouco mais de dinamismo na seção. O Radar internacional de hoje já dá início aos trabalhos com um single-clipe que chegou às plataformas hoje (o novo de Lady Gaga). E seguimos na luta pra acompanhar tudo que tá saindo, sempre com espaço e variedade.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Lady Gaga): Vevo/YouTube

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
  • Mais Radar aqui.

LADY GAGA, “THE DEAD DANCE”. E é isso: chegaram à Netflix os quatro últimos episódios da segunda temporada dz série Wandinha, e a sensação é a participação de Lady Gaga interpretando Rosaline Rotwood, uma professora da Academia Nevermore. Claro que tinha que rolar música dela na trilha, além de clipe novo – e The dead dance brotou no YouTube às 13h de quarta (3).

O vídeo teve direção de Tim Burton (também diretor da série Wandinha) e foi gravado na Ilha das Bonecas, no México. Além de várias bonecas assustadoras, Gaga surge maquiada como se fosse uma boneca de porcelana envelhecida e rachada. Já o som é uma disco music pesada e aterrorizante que deve tanto a Ozzy Osbourne quanto ao Michael Jackson de Thriller.

ALABAMA SHAKES, “ANOTHER LIFE”. Durante uma década, o Alabama Shakes ficou em hiato de novos lançamentos – tempo suficiente para a cantora Brittany Howard desenvolver uma frutífera carreira solo. Another life, novo single, reúne em estúdio Brittany, o guitarrista Heath Fogg e o baixista Zac Cockrell e vem a reboque da nova turnê do grupo, iniciada no dia 16 de julho em Chicago e prevista para terminar em 27 de setembro no Texas.

Num papo com a rádio NPR, Brittany diz que Another life se inspira em “uma área que deixamos inexplorada, que é o soul rock britânico dos anos 1960. Me lembra Guess Who, ou até mesmo o Tom Jones dos primeiros anos. Era algo que me empolgava muito: rock orquestrado de guitarra dos anos 1960. A gente realmente não tinha (uma música) assim”, alegra-se. Ela só não revela se o próximo álbum vai ser todo assim. “Tem umas coisas que me lembram o Sly Stone de garagem. E tem outras que não sei exatamente qual seria o gênero. É só experimentação”, despista.

SPARKS, “PORCUPINE”. Depois de lançar o álbum MAD! (resenhado pela gente aqui) a banda dos irmãos Mael avisa que em 3 de outubro sai um EP complementar a ele, Madder!. E Porcupine, uma espécie de rock psicodélico-espacial levado adiante por órgão e metais – aliás “uma música sobre o fascínio de um cara por uma mulher com uma personalidade peculiar”, como definem Ron e Russell – sai em single e adianta o disquinho.

Os Sparks lançaram vários singles e álbuns, mas o formato EP é novidade na história deles. Segundo Russell e Ron, a dupla ficou animada pela reação fenomenal ao álbum novo e decidiu esticar a festa com o disquinho de quatro faixas. “Madder é para todos que ainda não estão MAD! o suficiente. Esperamos que essas novas músicas levem vocês a um lugar ainda mais MAD!“, afirmam.

PAIGE O, “THAW BY JUNE”. O single novo da canadense Paige O é quase um sonho indie-folk – mas a letra está mais perto de uma confusão emocional, já que ela escolheu falar sobre aquelas vezes em que a gente se apaixona por uma espécie de imagem que fazemos de alguém, sem conhecer a pessoa direito. De qualquer jeito, ela decidiu usar o verão como uma metáfora de mudança, calor e abrandamento – daí o “degelo até junho” do título, já que no Hemisfério Norte é o mês em que a estação mais quente do ano se inicia. “As pessoas parecem mais gentis umas com as outras quando o tempo muda. Isso inspirou o conceito de querer que as emoções de alguém derretam lentamente até junho”, conta.

JEHNNY BETH, “OUT OF MY REACH”. Tem disco novo, sombrio e ruidoso nas plataformas: é You, heartbreaker, you, novo álbum de Jehnny Beth, que em breve ganha resenha aqui – e que foi devidamente adiantado com singles e clipes excelentes. O vídeo de Out of my reach chegou há pouco às plataformas e mostra, segundo Jehnny, o conceito “ao vivo” por trás do álbum, já que mostra a cantora em ação no meio do público, como num show-festa. “Tocar ao vivo sempre esteve no cerne do meu processo criativo e também foi o ponto de partida para este novo álbum”, diz.

BEAU ANDERSON, “FIX IT”. Uma pequena porrada musical acaba de chegar às plataformas – com direito a uma sangueira considerável no YouTube. Beau, ex-integrante da banda Seven Year Witch, prepara o EP Soundtrack of letting go e adianta o trabalho com a desesperançada Fix it. No vídeo, ele cai no papo de um vendedor televisivo esperto (interpretado por seu ex-colega de banda Aaron Langford) e acumula vários frascos de um cola-tudo supostamente milagroso chamado Fix It -uma tarefa que, digamos, toma tempo considerável de sua vida. O som é um stoner rock sinuoso e repleto de excelentes guitarras, tocadas pelo próprio Anderson.

STILL TRAFFICO, “STICK FIGURE”. Com uma fanbase bem interessante em Londres, essa banda britânica tem referências tanto de canções francesas quanto de sons associados ao desert blues – e também curte sonoridades ligadas ao post-rock. Stick figure, o dançante e funkeado novo single do grupo, também tem muito a ver com as bandas que, nos anos 1970 e 1980, botavam o pós-punk para dançar (Gang Of Four, A Certain Ratio, etc). Mas, só para aumentar a salada de definições, vale dizer que o Still Traffico define seu som como “railway pop”, ou “um som que desvia e faz barulho, mas acalma”.

Lançamentos

Radar: The Denim Emperor, Jonas Wilson, Saticöy, Bets – e mais sons do Groover

Published

on

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. Fizemos hoje uma relação do que tem chegado de legal até a gente por lá – começando com a sujeira sonora do The Denim Emperor.

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Texto: Ricardo Schott – Foto (The Denim Emperor): Smoulder/Divulgação

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Mais da Groover no Pop Fantasma aqui.
  • Nosso perfil na Groover aqui.

THE DENIM EMPEROR, “ANVIL”. Kentucky Clawson, o criador do The Denim Emperor – projeto musical vindo da Califórnia – está prestes a lançar o álbum Hog, basicamente uma coleção de canções voltadas para o punk e para o stoner de altas energias (o “para quem gosta de” do som dele inclui Ty Segall, Viagra Boys e outros nomes ruidosos). Anvil é um hino indie pesado e distorcido sobre sair por aí e fazer um monte de merda com os amigos. O tipo da música que gruda BEM na mente, por causa do peso e dos riffs.

JONAS WILSON feat HANNIBAL LOKUMBE, “DREAM OF LIFE”. Esse cantor e compositor do Texas que não usa Spotify – prefere se divulgar pelo Bandcamp – faz um som que gira em torno do pós-punk e de uniões sonoras com jazz, trip hop e outros estilos. Dream of life está em seu novo álbum, Smash the control machine, e traz participação do trompetista Hannibal Lokumbe. O clipe da faixa, que foi filmado durante uma viagem a Buenos Aires, retrata as turbulências políticas da capital argentina.

SATICÖY, “WANT IT ALL”. O negócio dessa banda de Los Angeles é power pop, mas com uma ênfase pouca coisa maior no lado power da coisa. Want it all, novo single, é uma história de angústia adolescência, “um discurso motivacional para um garoto tímido e apaixonado”, como diz a banda. É pop como o tema de abertura da série Friends, mas tem peso.

BETS, “JENNY” / “AUTUMN AGAIN”. Vindo dos Estados Unidos, o Bets fez lançamentos entre 2015 e 2022 e vem buscando reposicionar alguns de seus singles e clipes mais recentes no mercado. O som une soft rock e climas ligados ao folk, com letras esperançosas e tristes – caso da delicada Autumn again, que fala da superação de um relacionamento que chegou ao fim, e do clima indie e sixties da romântica Jenny, cujo clipe que fala do dia a dia amoroso de um casal sáfico.

CHAD CARVEY, “GRAVEDIGGER”. Influenciado por nomes como Radiohead (em especial) e Elliott Smith, esse músico norte-americano prepara mais um EP e já fez três lançamentos de singles em 2025. Gravedigger, um dos singles mais recentes, é uma canção etérea e triste sobre “a dor e a libertação de dizer adeus a um ente querido que partiu”, com sons esparsos, vocal e guitarras melancólicos e programações eletrônicas.

CRIS 88 KEYS, “THE MAD SIDE OF THE PLANET”. Cris, uma cantora e compositora da Itália, decidiu fazer uma canção pop sobre como ela vê o mundo de hoje em dia, com guerras, gente com a cara afundada em redes sociais, Inteligência Artificial e outras coisas que deixam qualquer pessoa maluca. Mesmo com tanto estresse envolvido na letra, saiu um pop tranquilo e relaxante, com heranças musicais do soft rock e do folk.

AMAZONICA, “MIRROR BABY”. DJ criada entre Londres e Nova York, Amazonica acaba de lançar seu primeiro álbum, Victory, prometendo “música pop para o apocalipse”. Ela chegou a ser mais conhecida pelo codinome Dirty Harry, pelo qual lançou seu trabalho inicial – hoje reeditado com seu novo nome artístico. Sua nova fase musical gira em torno de temas como espiritualide e sobriedade, sempre com foco nas pistas, como no single Mirror baby.

NIGHT TEACHER, “NEVER BETTER”. Criado pela cantora e compositora norte-americana Lilly Bechtel, o Night Teacher lança no fim do mês o álbum Year of the snake. Trabalhando lado a lado com o produtor Matt Wyatt, Lilly trabalhou vários anos como instrutora de ioga e encara a música como um trabalho de cura. Músicas como Never better, com clima pop, mágico e sonhador, têm levado Lilly a ser bastante comparada com nome como Cate Le Bon – e olha que faz sentido.

DAX, “LONELY DIRT ROAD”. Rapper e cantor canadense, atualmente em turnê, Dax une rap, r&b, spirituals e sombras existenciais em Lonely dirt road, uma música em que ele recorda as vezes em que põe as malas no carro e vai para bem longe, para descansar a cabeça e deixar as coisas seguirem seu rumo. “Não quero que minha família me veja chorar / eles nem sabem que estou carregando todo esse peso”, canta ele (ei, não tá na hora de tentar dialogar e buscar ajuda, não?).

STEVE LIEBERMAN, “WE APPROACH 1974 – ENTR’ACTE 178”. Esse músico judeu norte-americano que já gravou mais de 90 álbuns (!) e toca um sem-número de instrumentos, ressurge de maneira ensurdecedora e econômica nesse tema de apenas seis minutos – Steve, você já leu no Pop Fantasma, é autor de The Noise Militia (#38/76), música que dura 35 horas, 41 minutos e nove segundos.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Laufey – “A matter of time”

Published

on

Laufey atualiza o jazz-pop com ironia e charme em A matter of time, misturando nostalgia, humor e reflexões sobre amor e autonomia feminina.

RESENHA: Laufey atualiza o jazz-pop com ironia e charme em A matter of time, misturando nostalgia, humor e reflexões sobre amor e autonomia feminina.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Vingolf/AWAL
Lançamento: 22 de agosto de 2025.

  • Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.

Alguns sites estrangeiros, ao resenharem A matter of time, novo álbum de Laufey, adotaram um tom meio irônico – a Pitchfork foi certeira em cravar que a cantora islandesa faz parte de uma onda de “retrofetichismo” que já vinha desde quando Amy Winehouse foi apresentada ao mercado, e ganhou cordilheiras de fãs quando Lana Del Rey virou estrela pop. Mais: um certo clima de nostalgia das capas da Playboy paira sobre a ousada capa do álbum, com as pernas de Laufey indicando as horas, quase fazendo a figura do coelhinho da revista.

O principal é que A matter of time traz uma visão atualizada sobre o papel da mulher no cancioneiro norte-americano, e no pop clássico em geral. O som jazz-pop de Laufey Lín Bing Jónsdóttir (é o nome completo dela) diz mais sobre revisão e mudanças do que sobre eternos retornos. Músicas como Clockwork (que daria um ótimo tema de comédia romântica bem antiga), o folk mágico Castles in Hollywood e a bossa orquestral Lover girl têm energia de filme da Disney e letras em primeira pessoa, em tom confessional.

Na “persona” de Laufey, o romantismo é visto como algo que pode ser até bom, mas atrapalha e cega – Lover girl reclama justamente disso, e a circense Carousel avisa que os altos e baixos do humor fazem parte de um relacionamento. A já citada Castles fala de um rompimento de amizade, e Laufey fez questão de falar em entrevistas que perder uma amiga pode ser bem pior que perder qualquer namorado. Silver lining é o lado “nunca fui santa” do disco – uma balada blues que lembra Frank Sinatra e Roberto Carlos. Forget-me-not, com beleza de perder o fôlego, tem versos em islandês e traz recordações de sua terra natal.

O lado “a zoeira não tem fim” de Laufey surge em faixas como Mr Ecletic, sambinha-bossa de gringo em homenagem a machos-palestrinha em geral: “aposto que você acha que é tão poético / citando épicos e prosa antiga (…) / que poser, você acha que é tão interessante”. A cautionary tale, uma das mais moderninhas do disco, tem algo de Forever your girl, sucesso oitentista de Paula Abdul (!), ali disfarçado entre as referências de jazz – a letra fala de relacionamentos cagados e desgastantes, e de falta de paciência para gente ciumenta em geral.

Uma surpresa no álbum é Sabotage, que abre como uma caixinha de música, e ganha um “susto” de cordas quando Laufey ameaça uma “sabotagem fria, sangrenta e amarga”. No final, uma conexão com os sons de 2025: a música encerra com uma surra de ruídos de voz, orquestra e guitarras. O bom de A matter of time é que Laufey encara o passado com charme – e o presente com ironia.

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Billianne – “Modes of transportation”

Published

on

Billianne estreia com Modes of transportation, misturando soft rock, folk e country moderno em um álbum delicado e cheio de surpresas.

RESENHA: Billianne estreia com Modes of transportation, misturando soft rock, folk e country moderno em um álbum delicado e cheio de surpresas.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: No Wonder Inc.
Lançamento: 15 de agosto de 2025.

  • Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.

Vinda do Canadá, Billianne virou sucesso em 2022 por causa de uma cover despojada de Simply the best – aquele hit imortalizado por Tina Turner. Um clima de flashback oitentista que não responde exatamente por tudo que rola em Modes of transportation, seu primeiro álbum solo.

Imersa na mesma onda soft rock e country alternativo tentada por muitos artistas no dia de hoje, ela aponta para uma mescla de pós-punk e heranças de Taylor Swift em Baby blue, faz country com solinho de banjo e violões em Jessie’s comet, e faz folkzinho doce e “espacial” em Cassiopeia, três faixas que vão se seguindo no disco, e que ainda não dão totalmente a cara musical de Billianne.

  • Ouvimos: Luapsy – I met the devil in a dream

Isso porque Modes vai se tornando um álbum menos introspectivo à medida que as músicas rolam, com direito a uma música tão melancólica quanto dançante (Wishlist) e a um batidão meio soft rock / meio gospel (a bacaninha Memories, que pode causar antipatia por lembrar demais Coldplay), e também a um eletrorock mais explosivo, com vibe meio country (a ótima Crush, por sinal a melhor do álbum).

No final, Let me run vai no dream folk triste e texturizado, com vocais rápidos a ponto de deixarem transparecer algo de rap e trap. Modes of transportation é basicamente uma boa introdução, com delicadeza nos vocais e nas composições.

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.

Continue Reading
Advertisement

Trending