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Notícias

Kendrick Lamar: “Meu disco pode também ser tocado ao contrário”

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Kendrick Lamar, capa de "DAMN"

Num papo com a MTV News, o rapper Kendrick Lamar afirmou que seu disco mais recente, DAMN, pode ser tocado também ao contrário (!).

“Uma semana depois do lançamento os fãs já perceberam isso. Ele funciona dessa forma como uma história completa e até ganha um ritmo melhor quando tocado ao contrário. É uma das minhas coisas favoritas dentro do álbum. É algo que definitivamente premeditamos enquanto estamos no estúdio”, contou. “Eu não acho que a história necessariamente muda. Acho que a sensação muda. A vibração inicial que você escuta do começo ao fim é… agressão e atitude. Expõe quem realmente eu sou. Agora, você escuta ao contrário e é quase a dualidade e o contraste do intrincado Kendrick Lamar. Essas duas partes são quem eu sou”.

No domingo (27), por sinal, vai rolar o MTV Awards e Kendrick concorre nos prêmios Vídeo do Ano, Melhor Vídeo de Hip-Hop, Melhor Coreografia, Melhor Direção, Melhor Direção de Arte, Melhor Cinematografia e Melhor Efeito Visual. E se você ficou curioso para saber como funciona o disco dele ao contrário, tenta aí com DNA.

E Loyalty.

Ricardo Schott é jornalista, radialista, editor e principal colaborador do POP FANTASMA.

Crítica

Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em outubro

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Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em outubro

Conseguimos dar uma adiantada e hoje já tá no ar a listinha dos melhores discos de 2024 que ouvimos em outubro. Estamos fazendo uma lista mensal desde julho (essa é a de julho, essa a de agosto, essa a de setembro, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024).

São os álbuns que balançaram mais nosso (meu, no caso) coração e receberam nota 8 ou acima disso. Dessa vez, um cara que está no primeiro álbum (Caxtrinho), uma banda veterana, mas recente (Tahiti 80) e uma banda definitivamente veterana (o MC5, que encerrou atividades) ganharam 10! E foi um mês de muitas resenhas.

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TURMA DA NOTA 8
Alas de Liona, Gravity of gold
Blossoms, Gary
Du Rompa Hammond Trio, O beijo da serpente
Finneas, For cryin’ out loud!
International Music, Endless rüttenscheid
Kate Pierson, Radios & rainbows
Katia Jorgensen, Canções para odiar
Marcos Valle, Túnel acústico
Riegulate, Whatever together
Tears For Fears, Songs for a nervous planet
Terrorvision, We are not robots
Thurston Moore, Flow critical lucidity
Tuyo, Quem eu quero ser
Verdes & Valterianos, Social climber (EP)
We Hate You Please Die, Chamber songs

TURMA DA NOTA 8,5
The Blessed Madonna, Godspeed
bôa, Whiplash
Dinosaur Jr, Farm (15th anniversary edition)
Duo Chipa, Lugar distante
Geordie Greep, The new sound
Godspeed You! Black Emperor, NO TITLE AS OF 13 FEBRUARY 2024 28.340 DEAD
Ian Hunter, You’re never alone with a schizophrenic (2024 expanded edition)
The Linda Lindas, No obligation
Madison Cunningham e Andrew Bird, Cunningham Bird
Manu Chao, Viva tu
Motörhead, Snake bite love (relançamento)
Mundo Video, Noite de lua torta
A Place To Bury Strangers, Synthesizer
Rod Krieger, A assembleia extraordinária
Rodrigo Campos, Pode ser outra beleza
Sugar Kane, Antes que o amor vá embora
The Wolfgang Press, A 2nd shape
Xiu Xiu, 13’ Frank Beltrame Italian Stiletto with Bison Horn Grips

TURMA DA NOTA 9
Amyl and The Sniffers, Cartoon darkness
cumgirl8, The 8h cumming
Faust, Blickwinkel (curated by Zappi Diermaier)
Jamie xx, In waves
Katy J Pearson, Someday, now
Lestics, Bolero #9
Maximo Park, Stream of life
Nada Surf, Moon mirror
Nick Lowe e Los Straitjackets, Indoor safari
Nicolas Não Tem Banda, Nicolas Não Tem Banda
Patrick Angello, Violão afro-brasileiro
Pixies, The night the zombies came
The Smile, Cutouts
Underworld, Strawberry hotel
The Waeve, City lights

TURMA DA NOTA 10!
Caxtrinho, Queda livre
MC5, Heavy lifting
Tahiti 80, Hello hello

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Crítica

Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em setembro

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Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em setembro

Tá saindo cada vez mais atrasado porque o Pop Fantasma é um site de uma pessoa só, mas desde julho temos uma listinha de melhores discos do ano que a gente ouviu no mês (essa é a de julho, essa a de agosto, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024).

São os álbuns que balançaram mais nosso (meu, no caso) coração e receberam nota 8 ou acima disso. A única nota 10 foi para o extremamente notável Opus, de Ryuichi Sakamoto, trazendo seu último recital de piano. Mas queremos chamar MUITO sua atenção para o retorno de Linda Thompson, dessa vez como compositora, no álbum Proxy music (um dos discos que tiraram nota 9). Na foto, um bololô de discos da nossa relação de setembro.

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TURMA DA NOTA 8
Apeles, Estasis
Bill Wyman, Drive my car
David Gilmour, Luck and strange
Fcukers, Baggy$$ (EP)
Hinds, Viva Hinds
Jup do Bairro, in.corpo.ração (EP)
King Hannah, Big swimmer
Laurie Anderson, Amelia
Sabrina Carpenter, Short n’ sweet
Suuns, The breaks
T. Greguol, Bum
Toro Y Moi, Hole erth

TURMA DA NOTA 8,5
Chico Chico, Estopim
The Jesus Lizard, Rack
Mercury Rev, Born horses
Pete Yorn, The hard way
Sparkle*Jets UK, Box of letters
The The, Ensoulment
Velocity Girl, UltraCopacetic (Copacetic remixed and expanded)

TURMA DA NOTA 9
Childish Gambino, Bando Stone and The New World
The Dare, What’s wrong with New York?
Fontaines DC, Romance
Graham Gouldman, I have notes
Hifi Sean & David McAlmont, Daylight
Linda Thompson, Proxy music
Milton Nascimento e Esperanza Spalding, Milton + Esperanza
Nick Cave and The Bad Seeds, Wild god
Nilüfer Yanya, My method actor
Oasis, Definitely maybe – 30th anniversary
Papangu, Lampião Rei
Pluma, Não leve a mal
Redd Kross, Redd Kross
The Police, Synchronicity – Super deluxe edition

TURMA DA NOTA 10!
Ryuichi Sakamoto, Opus

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Lançamentos

Faixa a faixa: LuizGa, “Real cinema” (EP)

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Faixa a faixa: LuizGa, "Real cinema" (EP)

Com uma sonoridade bem acústica e brasileira, Luiz Gabriel Lopes, o LuizGa, estreia com o EP Real cinema, lançamento do selo independente Pequeno Imprevisto. Um disco que teve suas faixas apresentadas ao longo de 2024, e que reúne um pouco do calor do “ao vivo” com o clima certinho das gravações em estúdio, já que LuizGa buscou inovar ao captar as canções. As cinco faixas foram feitas a partir de takes ao vivo gravados no Teatro do IX Mundo, em São Paulo, em 2023. Ele e o produtor Otávio Carvalho adicionaram material ao que já havia sido feito.

“É um disco que pega aquele quente do take ao vivo, aquela imprecisão viva, mas descontextualizando um pouco o tradicional ao vivo e passando a usar isso mais como matéria prima. E isso me pareceu bem interessante como abordagem de produção musical”, explica LuizGa, que já tem três álbuns solo gravados desde 2010, além de dois EPs e alguns singles. Ele também é fundador das bandas Rosa Neon e Graveola, e tem trabalhos ao lado de Luiza Brina e Maglore.

“A junção de ao vivo com estúdio trouxe uma personalidade muito interessante na sonoridade, que a gente achou com os efeitos sonoros acrescentados às bases gravadas ao vivo. Destaco também a presença do violinista português João Silva, que aparece em três das cinco faixas. Ele criou arranjos maravilhosos, todos gravados posteriormente em Barcelona, na Espanha”, complementa Luiz, que apresenta uma parceria com a mineira Clara Delgado (Quadrante) e uma canção escrita em idioma originário, Yame awa kawanay, feita por Maxi Huni Kuin e Daniela Sales Pereira Kaxinawa.

Abaixo, LuizGa comenta as canções do EP. Ouça em sua plataforma favorita.

“O QUE EU QUERO PRO MUNDO”. “Nessa época, eu estava fazendo uma residência em Lisboa, na Fábrica Braço de Prata, e morava numa caravana do lado de fora do prédio da fábrica. Lembro que no fim de um dia de trabalho, já era noite, eu sentei com o violão e me veio essa letra, como uma manifestação das coisas que estavam passando na minha cabeça naquele momento. É uma música que logo se tornou – pela clareza do texto mesmo – um pequeno amuleto pra mim. Uma espécie do profissão de fé, do que que a gente quer pro mundo, pra nossa vida, desenvolvimento da nossa sensibilidade como seres humanos nessa planeta tão maravilhoso que a gente vive”.

“QUADRANTE”. Eu estava em Portugal e tinha acabado de terminar um relacionamento. Fiz a melodia e mandei para a Clara Delgado, que é uma escritora, poeta e letrista maravilhosa de Belo Horizonte. E ela fez essa letra, que é meio de saudade, meio de coração partido, de memórias, de lembranças”.

Quadrante é uma alusão direta ao mar e à navegação. É um instrumento com o qual você checa a linha do horizonte. É um formato clássico de parceria, muito consagrado na música popular brasileira. Eu tenho alguns parceiros letristas com quem componho com alguma regularidade, e a Clara Delgado é uma dessas pessoas. Ela é uma artista, escritora e poeta que tem esse hábito de escrever letras de música. Isso exige uma sensibilidade muito específica, e ela tem isso muito consolidado. Com a Clara, as experiências tem sido muito bonitas, muito bem sucedidas. Você ouve a música e sente a integração entre melodia e palavra. Ela tem um feeling muito interessante de achar o assunto da melodia”.

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“APRENDER A PERDER”. “É uma música que tem batido muito forte nos shows. Ela parece criar uma conexão emocional com as pessoas através dessa ‘universalidade da vulnerabilidade’. Esse sentimento que, apesar de ser profundamente humano, talvez não encontre muita referência no cancioneiro produzido mais recentemente. E como todas as músicas desse disco, Aprender a perder também foi produzido a partir de um take ao vivo de voz e violão gravado durante um show, sobre a qual foram acrescentadas pequenas camadas sutis de alguns poucos elementos de paisagem de sonora, como os violinos do João Silva. Ele imaginou, performou e gravou um arranjo fabuloso de cordas”.

“ABYA AYALA”. “Comecei a escrever há muito tempo atrás e ela ficou numa espécie de limbo das canções não-terminadas. Parecia sempre faltar ou sobrar alguma coisa. Mas eu sempre quis que essa música falasse sobre a misteriosa natureza de liberdade do espírito sul-americano, especialmente aqueles de matrizes indígenas. Abya ayala é uma expressão que historicamente considerada um dos grandes nomes que o continente tinha numa linguagem originária, antes da invasão dos europeus”.

“Esse desejo de falar disso tem, claro, muito a ver com o meu encontro com o povo Huni Kuin. Os trabalhos que eu tenho feito em parceria com ele nos últimos seis anos, modificaram minha forma de ver a arte, a música, a minha própria música e a minha forma de fazer música. Escrevi ela em espanhol, o que não é muito usual pra mim, mas é algo que tem se tornado mais comum recentemente”.

“YAME AWA KAWANAY”. “É uma canção Huni Kuin, cuja letra é na língua Hantxa Kuin, que é um idioma originário, com melodia de uma jovem artista da aldeia, Maxi Huni Kuin, que foi aluna das residências artísticas que eu tenho feito por lá. É uma canção que sempre teve um impacto muito grande pra mim. Acho a melodia muito forte e muito bonita”.

“Eu me lembro deles cantando na aldeia, era sempre muito emocionante. E aí eu tive a feliz surpresa de ter alguns integrantes do grupo Kayathibu em São Paulo na mesma data em que eu estava gravando a apresentação ao vivo que gerou as bases desse disco. E sem muito planejamento, eu os chamei para participar e pintou a ideia de cantarmos juntos essa música. Ali tem a voz da Maspã, que na altura da gravação tinha de 8 para 9 anos. Estavam ainda o pai dela, Txana Tuin, e Yura Shane e Shane Saite, todos integrantes do grupo e parentes entre si. E essa música se tornou uma espécie de portal quântico do disco, é quase uma vinheta que abre um outro espaço sonoro dentro do EP”.

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