Outro dia recordamos as aparições gringas no antigo e saudoso “Programa Livre”, apresentado por Serginho Groisman no SBT entre 1991 e 1999. Hoje, possivelmente, se o programa ainda existisse, os telespectadores estariam assistindo a apresentações lacradoras de Liniker e Karol Conka, ou funk, ou pop, e muito, mas muito sertanejo – até porque já acontece mais ou menos isso no “Altas horas”, que o mesmo Serginho apresenta na Globo. Na época, rolava por lá muito rock brasileiro, muitas bandas independentes (durante um bom tempo, na década de 1990, foi possível dizer que o alternativo virou moda), alguma MPB e, claro, muito do som pop do período. E alguns dos shows brasucas que rolaram por lá são antológicos. Confira aí.
O DeFalla passou por lá em 1992, lançando o disco “Kingzobullshitbackinfulleffect92”, em fase meio Red Hot Chili Peppers, meio Ramones. Mais uma injustiça para o currículo do grupo: eles levantaram a bola do rock-funk-rap verde-e-amarelo, mas quem fez a cesta foi o Planet Hemp (e, por tabela, Chico Science e Nação Zumbi).
Apresentação antológica do Planet Hemp no “Programa Livre” em 1997, recém-saídos da prisão (a aparição da banda por lá já estava agendada antes mesmo do grupo ser encarcerado). Participação à distância do falecido político Mario Covas, do hoje ministro licenciado José Serra e do então chefe de polícia do Rio, hoje deputado estadual, Hélio Luz. O grupo, sem Marcelo D2 (“ele tá chegando, né?”, brinca Groisman no final) apresenta ao vivo uma versão censurada de “Queimando tudo” (o “cannabis sativa” vira “nananinanina”).
O saudoso grupo underground mineiro Virna Lisi e sua versão para “Eu quero essa mulher”, de Monsueto. Sergio Mallandro, outro entrevistado da tarde (ou noite, o programa foi apresentado em vários horários), dança na plateia. Em 1995.
Em 10 de maio de 1994, a Legião Urbana passa por lá e lança o disco “O descobrimento do Brasil” (1993), numa época em que, apesar dos problemas de saúde de Renato Russo, o grupo tinha resolvido voltar aos palcos.
E em 1997, no programa, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá dão sua primeira entrevista à televisão após a morte de Renato Russo, e fazem o lançamento do CD “Uma outra estação”, segunda parte de “A tempestade” (último disco com Renato).
Em altíssima no começo dos anos 1990, os Engenheiros do Hawaii chegavam a ir lá duas ou três vezes por ano. Isso aí foi em março de 1992.
Meses depois voltaram lá para lançar o disco “Gessinger, Licks e Maltz” (1992).
A famosa ida dos Mamonas Assassinas no “Programa Livre”, em 1995 – rendeu uns momentos legais do filme “Mamonas pra sempre”, de Claudio Kahns
O Charlie Brown Jr lança o disco “Preço curto, prazo longo”, em 1999.
E vale dizer que, fora do É O Tchan e recém-contratada pelo SBT, Carla Perez passou uma tarde com os fãs no “Programa Livre” em 1997. “Jesus Cristo não agradou a todos, eu também não vou agradar”, responde a um fã que perguntou sobre as críticas de que ela seria uma “loura burra”.
E isso passava de tarde no SBT: a sensualidade da Companhia do Pagode e da “Dança do strip-tease”.
Uma hora de Sandy & Junior (ambos na adolescência e mudando de voz) no “Programa Livre” em 1997.
Se você for buscar todas as aparições dos Titãs no “Programa Livre”, vai passar o dia inteiro pesquisando – os integrantes e ex-integrantes do grupo são brothers de Serginho Groisman desde a adolescência. Esse aí é o lançamento do “Acústico MTV”, em 1997, com orquestra.
Esse aí é o lançamento do “Volume dois”, em 1998.
E os Titãs estavam no último programa apresentado por Serginho Groisman em 1999.
Raimundos, com Fernanda Takai (Pato Fu), comemorando o Dia Mundial do Rock em 1999.
Outra aparição da banda no programa em 1999, lançando o CD “Só no forévis”. Todo mundo na plateia de camisa da Transamérica – o programa era transmitido ao vivo pela emissora.
E sim, tinha sertanejo: olha Zezé di Camargo & Luciano aí (por acaso, abrindo com uma versão de “Always on my mind”, sucesso de Elvis Presley).
Lulu Santos responde perguntas da plateia e fala mal da sua então gravadora, a BMG-Ariola (hoje Sony), porque a empresa queria dar a ele um disco de ouro sem que tivesse vendido o suficiente para isso. “Queriam me usar para fazer uma mídia falsa!”, reclama.