Connect with us

Notícias

Urgente!: Talking Heads no mistério. Lupe de Lupe na tristeza. Novas de Pavement e Haim.

Published

on

Urgente!: Talking Heads no mistério. Lupe de Lupe na tristeza. Novas de Pavement e Haim.

RESUMO: Talking Heads vão anunciar sabe-se lá o que na quinta-feira. Em 25 de julho sai reedição deluxe de More songs…., segundo disco do grupo. Lupe de Lupe lança o intenso single Redenção e anuncia disco novo. Pavement lança trilha do doc Pavements – e tem single novo. Haim lança single novo com clima nostálgico.

Texto: Ricardo Schott

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Mais Urgente! aqui

A bolsa de apostas indica que esse anúncio misterioso que apareceu no Instagram dos Talking Heads, mencionando a data de 5 de junho de 2025 (quinta-feira) é porque… a banda vai passar por cima de todo ranço acumulado e vai anunciar um show ou uma turnê.

Por enquanto nada certo, embora seja uma data bem significativa: biógrafos dizem que foi em 5 de junho de 1975 que David Byrne, Tina Weymouth e Chris Frantz (ainda sem Jerry Harrison) fizeram seu primeiro show, abrindo para os Ramones no CBGB, em Nova York.

Uma outra novidade dos Talking Heads é que no dia 25 de julho sai uma edição turbinadíssma do segundo álbum do grupo, More songs about buildings and food (1978). Entre outras curtições, o set deluxe traz o disco remasterizado, além de 11 raridades (4 inéditas), um show ao vivo completo e inédito de 1978 gravado no Entermedia Theatre em Nova York e um livro de capa dura de 60 páginas.

***
Nos comentários do YouTube, um fã da banda mineira Lupe de Lupe preferiu ironizar o novo single do quarteto, Redenção (Três gatos e um cachorro): “Muito boa essa metáfora sobre o fim do casamento do Zé Felipe e da Virgínia. Foi uma boa sacada de branding”. Mas a música, que dura quase dez minutos, não tem nada a ver com a separação da influencer e do cantor – e fala mesmo é da angústia do autor/vocalista Renan Benini após o fim de seu casamento.

Ao contrário das faixas de Um tijolo com seu nome, o experimental álbum anterior do grupo (resenhado pela gente aqui), a belíssima e dolorida Redenção une pós-punk e música pop, ruídos e sentimentos, climas herdados tanto de Joy Division e Interpol quanto da sofrência sertaneja. A faixa anuncia o próximo álbum da banda, Amor, que sai no dia 1 de julho pela Balaclava Records e pela Geração Perdida de Minas Gerais. O release do single, por sua vez, trata de zoar impiedosamente o que deveria ser um momento de (hum) marketing.

“A infame Lupe de Lupe é uma razoável banda de rock barulhento de Belo Horizonte, Minas Gerais, formada por 4 garotos que vieram do interior e se julgam bons compositores, no que se iludem”, afirmam, lembrando também que o grupo sumiu das redes sociais e só seus integrantes (Vitor Brauer, Renan Benini, Gustavo Scholz e Jonathan Tadeu) mantém perfis em separado. “Os pequenos e grandes produtores, críticos e músicos do país tendem a lembrar-lhes todos os dias que eles não são sequer uma banda”, zoam.

***
Pavements, documentário sobre a banda Pavement dirigido por Alex Ross Perry, já rendeu trilha sonora com 26 faixas – uma mistura maluca de frases do filme, gravações ao vivo e trechos de ensaios. Uma das faixas é a versão do grupo para Witchitai-to, faixa composta pelo saxofonista de jazz norte-americano Jim Pepper e, em 1969, gravada por sua banda Everything Is Everything. Um curioso clássico da pré-new age e da psicodelia (cuja letra foi tirada do sincretismo religioso nativo do peyotismo), transformado num slacker rock mais perturbador ainda pelo grupo norte-americano. Ouça a versão do Pavement e a do EIE em sequência.

***
Dia 10 de junho sai I quit, disco novo do Haim – ou das Haim, como se diz em Portugal. O single mais recente, Take me back – que vem depois de Down to be wrong, Everybody’s trying to figure me out e Relationships – mostra que o clima alegrinho das músicas anteriores continua, com uma ótima dose de nostalgia e de senso melódico extremamente pop.

Pode ser que esse papo de “me leve ao passado” soe até meio ingênuo, mas a ideia das irmãs Danielle, Este e Alana foi relembrar a loucura do ensino médio, quando elas estudavam na LACHSA, uma escola de artes gratuita de Los Angeles, e levavam uma vida maluca, caótica e cheia de diversão.

Daí versos como “Molly cagou na traseira da caminhonete / nem percebeu que estava muito chapada” e “Alana perdeu a cabeça quando teve um crush”, num clima sonoro entre o folk fofo, o pop e o punk – sim, porque as linhas vocais faladas lembram direto People who died, da The Jim Carroll Band, ou será que é viagem nossa? Ouça as duas em sequência aí.

 

Entrevista

Entrevista: Érika Martins fala sobre a volta da Penélope e relembra a época da banda na Sony Music

Published

on

Entrevista: Érika Martins fala sobre a volta da Penélope e relembra a época da banda na Sony Music

Nos anos 1990, o mercado musical era aquecido o suficiente para garantir que bandas de estatura indie volta e meia seriam pinçadas por grandes gravadoras – as quais, quase sempre, não sabiam o que fazer com elas. Quem ficava, era porque correspondia ao que o mainstream esperava. Uma turma enorme sobrava. A Penélope, banda cuja frontwoman era Érika Martins, ficou a meio caminho das duas coisas: conseguiu gravar dois álbuns pela multinacional Sony Music, teve airplay razoável com músicas como Holiday, ganhou vários fãs e aproveitou a maré como pôde, antes que a gravadora desistisse totalmente do grupo. Um equilíbrio quase perfeito entre sucesso na mídia (especialmente na MTV, que exibiu bastante a banda) e ralação underground, que deu experiência a Érika para tocar sua carreira solo e se dividir em vários projetos.

Para comemorar os 25 anos da estreia Mi casa, su casa (1999), a Penélope retorna com formação modificada: além de Érika no vocais, guitarra e teclados, estão hoje no grupo Fernanda Offner (baixo), Carol Lima (bateria), Fernando Americano (guitarra) e Luiz Lopez (teclado, escaleta, backings). A estreia da nova turma foi no Rock In Rio do ano passado, mas nas últimas semanas, o grupo vem passando pelos Sescs de São Paulo, num giro que encerra nesta sexta (18) no Sesc Pinheiros. Erika e banda lembram os hits e recebem convidados: a ex-baixista da Penélope Erika Nande, Vanessa Krongold (Ludov) e Otto.

Batemos um papo com Érika Martins sobre sua vida atual – ela se mudou de São Paulo para Minas – e sobre o retorno do grupo para alguns shows. E aproveitamos para relembrar a época em que a Penélope brotou no mainstream do rock brasileiro. Um período de muitas lutas, algumas glórias e vários dissabores, como a janela de um ano entre a gravação de Mi casa, su casa e seu lançamento (“uma tortura!”, lembra ela).

Texto e entrevista: Ricardo Schott – Foto: Leca Suzuki/Divulgação

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.

Como tem sido morar em Minas Gerais? Eu sempre vim muito a trabalho aqui, né? Mas estou aproveitando para respirar, estar na cidade, sentir realmente a cidade como é, e poder fazer as conexões dos amigos que eu já tenho de tanto tempo. Por exemplo, o pessoal do Skank, que eu já encontrava na época da Penélope, ali na Sony Music, a gente fazia muita coisa junto.  Também convivia muito com eles por causa do Tom Capone (produtor da Penélope, falecido em 2004), porque eles ensaiavam na Toca do Bandido (estúdio criado por Tom). A gente também tinha toda essa conexão. Aí, quando eu vim para cá, também retomei esses contatos.

Você tem conseguido interagir com a cena de música de Minas? Eu não sou muito de sair na noite, até porque eu fico mais no meu matinho aqui, mais afastada. Não estou exatamente dentro de BH, estou a 20 minutos de BH, que é no meio do mato. Mas sempre que eu posso, eu vou assistir alguma coisa, vejo shows novos. Tem muita coisa rolando na Autêntica, que é um lugar de show. Às vezes, quando a gente vai, tem bandas de abertura. Aí eu acabo conhecendo umas novas coisas que estão rolando. Mas quando eu estou por aqui, que eu não estou na loucura de São Paulo, ou do Rio, trabalhando, eu tenho procurado mais curtir e ficar em casa mesmo.

Me fala um pouco desses shows que você está fazendo. Eles são da sua carreira solo? Ou é a continuação daquele retorno da Penélope que rolou no Rock In Rio? É a Penélope, sim! Começou ali com o Rock in Rio, porque a ideia toda surgiu, Ricardo, na pandemia. Porque eu, na verdade, eu nem pensava em fazer nada com a Penélope mais. Aí na pandemia, ali no meio daquelas lives todas que eu estava fazendo, entrevista, eu comecei a ver o quanto a Penélope realmente tinha essa importância para muita gente.

As pessoas pediam para eu tocar as músicas, e tinha coisas que eu nem lembrava, que eu só tinha tocado lá 20 anos atrás e não tinha tocado mais. Comecei a mexer nessas músicas e bateu tão bem – me senti de novo dentro daquela roupa, da personagem, da Penélope. É onde eu estou melhor me encaixando agora. Eu fiquei com um pouco de medo no primeiro show, “será que eu vou me encaixar?”. E aí eu vi que, nossa, veio tudo, super. Porque assim, com amadurecimento, com um conhecimento melhor de palco, da minha voz… Então estou muito mais à vontade no palco e está uma delícia de fazer.  E foi uma ideia da pandemia, quando eu via os depoimentos que as pessoas mandavam sobre as músicas.

Como eram os depoimentos? Aparecia gente falando “essa música salvou minha vida em determinado momento”, “essa aqui eu escutava no disco”, etc. Eu realmente me emocionava, chorava ali junto com todo mundo. E me deu essa vontade de mexer de novo naquilo. Aí eu entrei em contato com todo mundo da Penélope. A gente passou por várias formações, e fui conectando aquelas pessoas. Só que cada um está num caminho diferente: o Mario Jorge (bateria) está em Salvador, a Fifi, que foi a última baixista da Penélope, está morando nos Estados Unidos…

A Erika Nande, que é baixista do Mi casa su casa, está morando em São Paulo. É uma pessoa que eu tenho até mais contato, que eu encontro muito com ela, mas ela não está mais no clima da estrada. Disse que pode fazer participação em algum show. A Constança (ex-tecladista, hoje sócia do Toca do Bandido) também disse que poderia participar de algum show… E logo depois, na sequência, o Luizão (guitarrista) faleceu.

Eu tenho reparado, é uma coisa que eu comento muito hoje em dia, que a estrada não é todo mundo que encara. É dureza mesmo. Eu estou aí quase 30 anos de carreira na estrada, viajando, fazendo show, falo que gosto até daquele cheiro de pão de queijo do aeroporto (risos). Na época da Penélope eu era a que mais curtia. Eu sempre, desde criança, fui de mudar muito, viajar muito. O pessoal já não gostava tanto de estrada, tanto que todo mundo já tinha saído na última formação da Penélope. Daí pensei: se quero mexer no repertório da banda, tenho que ver quem vai me acompanhar.

E aí você chegou nessa formação, que tem até o Luiz Lopez, que tocou por vários anos com o Erasmo Carlos… Ele foi uma das primeiras pessoas que eu pensei. A gente já tinha se encontrado de vista, porque ele frequentava os shows da Penélope. Mas a gente se conheceu mesmo numa vez em que eu fui cantar com o Erasmo no Video Music Brasil – era a primeira vez que eu cantava com ele, eu estava só pensando “não acredito, é o Erasmo, meu ídolo!”.

E aí o Luiz chegou para mim e começou a falar isso para mim: “Erika, não acredito que eu vou tocar com você. Eu estava em todos os shows da Penélope, você me influenciou muito como compositor também!” (risos). Para mim, deu aquele click, assim, de… “nossa, como tudo é cíclico!” . Uma geração vai influenciando a outra. Eu estou ali falando do Erasmo, o Luiz está vindo falar de mim. Naquela época mesmo ele já tinha falado: “olha, se aparecer um revival da Penélope quero estar junto!”.

E agora rolou! Sim, e imagina, ele falou isso lá atrás. Fiquei com isso na cabeça, a gente sempre se encontrava – ele com o Erasmo e eu solo – e ele lembrava disso. O Luiz foi a primeira pessoa em quem eu pensei. Ele conhece todo o repertório, sabe tocar todas as músicas da Penélope. E é uma pessoa querida. Convivência na estrada não é fácil – então tem que ser gente fácil de conviver. Só que quando montei a banda, falei: “Luiz, não sei se vai ser a sua praia, porque o Fernando Americano, meu marido, já toca guitarra na banda. Você se importa de tocar teclado?”. Pensei numa escaleta para fazer as flautas. Ele comprou a escaleta e ainda falou: “já tirei todas as músicas!” (risos).

Na formação tem também a Fernanda Offner, que já tocava baixo no meu trabalho solo e é minha amiga há mais de dez anos. E a Carol Lima, do Fuzzcas, tá na bateria – ela tem também uma relação enorme com a Penélope. Ela estava até me contando esse final de semana, que a gente tocou: “poxa, eu e Luiz estávamos compondo uma vez e falamos: ‘ah, nessa música quero fazer uma coisa tipo Penélope’. Sempre tive essa influência”. E eu acho que isso é o mais importante. Pra encaixar nessa história, tinha que ser um pessoal que realmente tivesse vivido a banda, que entendesse o que realmente era a Penélope.

Tem alguma música nova ou planos para alguma gravação? Então, a gente nem pensou nisso ainda. Fomos emendando um projeto que começou no Rock In Rio – foi o primeiro show da turnê de 25 anos. E aí a gente já tá fazendo uma série de outros shows. Eu tô compondo muito, muito mesmo pro meu solo. Tô cheia de coisa agora pra lançar, inclusive composições com a Virginie, do Metrô, além de outras parceiras. Mas pode ser que apareça algo da Penélope. Pode vir um disco ao vivo, com esse repertório dos 25 anos… De qualquer jeito, estamos mais focados nos shows mesmo.

Voltando ao passado da Penélope, como foi aquela passagem de vocês pela Sony? Lembro que o Mi casa su casa demorou quase um ano para sair… Nossa, esse período de um ano foi uma tortura, né? Porque a gente saiu de Salvador, a banda foi pro Rio de Janeiro, ficou quatro meses gravando… A Sony injetando muito dinheiro na gente, e ninguém ainda entendia nada ainda do mercado, todo mundo verde naquela história. Então eles injetaram uma grana pesada e depois a gente foi um ano na geladeira! Sumiu o dinheiro pro lançamento.

Pra mim a conta não fechava. Eu não entendia: eles tiveram grana para colocar a gente no melhor estúdio do Rio de Janeiro, deram uma estrutura, pagaram um apartamentaço para a banda morar enquanto gravava… Mas a tortura maior foi voltar para Salvador sem perspectiva nenhuma de lançamento e sem cair na estrada. Eu não pensava como penso hoje: depois depois de tudo isso que eu passei, amadureci muito nisso. Sei que não dá para esperar nada de ninguém, e que é preciso correr por fora, comer pelas beiradas, fazer acontecer. Mas na época a gente não imaginava, então a gente ficou esperando. Eu fiquei sem compor, nem tinha ânimo de escrever nada.

E antes do disco sair, você participou de A mais pedida, dos Raimundos, certo? Sim, e ela deu um empurrão pro disco sair. E para a Sony… eles se surpreenderam, porque a música era primeiro lugar em todas as rádios, e a gente estava na geladeira. Eles pensaram: “pô, temos um disco dessa menina engavetado. Vamos lançar então para aproveitar, né?”. Tinha gente na gravadora que acreditava na gente: a Alice Pelegatti, a Cristina Dórea – a Alice trabalhava o marketing de forma espetacular. Mas pra gente foi muito difícil, a Penélope era nada ali dentro. Vendemos 50 mil discos, mas a gravadora era grande demais para essa vendagem.

Eu lembro de ter pensado: se a gente estivesse numa gravadora como a Trama seria melhor, porque lá, se você vende 50 mil, vira o top da firma. E a gente na Sony era nada. A gravadora não botou grana em cima, não teve 500 mil de jabá, nada disso. Foi assustador, porque na gravação do Mi casa su casa, tivemos tudo.

Mas ainda teve um segundo disco, o Buganvília, também pela Sony. Como foi isso? Eles tiveram que fazer o disco, porque a gente tinha um contrato, né? O Buganvília eu acho o melhor disco da Penélope, inclusive. Foi um disco amadurecido na estrada, muitas das composições surgiram com a gente fazendo turnê no Sul, eu escrevendo ali no ônibus. Veio um disco mais forte mesmo, eu até já estou cantando muito melhor do que no primeiro disco. Mas a Sony não apostou muito, era difícil para eles entenderem o conceito da Penélope, e a gente era uma mistura muito grande de coisas: bubblegum, Jovem Guarda, uma coisa de MPB e de música do Nordeste que eu tenho… De vez em quando eu escuto umas coisas ali, eu falo: “nossa, isso aí tem muito de Geraldo Azevedo, de coisas que eu escutava na Bahia e gostava”, fora as coisas do indie, Sonic Youth, Pavement. Teve um sucesso ali com Caixa de bombom, Ciranda da bailarina, mas parou por ali.

Tem muita coisa que vocês faziam que era numa onda dream pop, que pega muita coisa que está sendo feita hoje.  Você percebe influência do som de vocês em bandas nacionais atuais? E outra coisa: você não pensa que seria legal que a Penélope tivesse surgido hoje, num momento em que há um cenário mais independente, e até mais compreensivo com esse tipo de som? Não, não penso isso… Eu nem sou essa pessoa saudosista, ou que fica ressentida. Para mim o melhor está por vir, sempre. Acho sempre que ainda vou produzir uma coisa mais legal. Mas em relação à influência… eu não só sinto e vejo, como escuto as pessoas me falando. O Gorky do Bonde do Rolê estava nos shows, lembro de ter visto ele adolescente na plateia – ele tinha filmagem de todos os shows nossos. Tem também essa história do Luiz Lopez. E fazendo esses shows, vi que a Penélope não ficou datada. Tem muita gente conhecendo agora e ficando surpresa, assim: “nossa, como eu não escutei isso antes?”

Como você tá vendo o universo dos shows no pós-pandemia? Para mim a melhor coisa de todas é que os shows estão começando cedo. A gente estava falando disso outro dia na estrada: tinha show que começava de madrugada, três da manhã… Aí você ia dormir e acordava meio-dia! Na pandemia eu passei a dormir dez da noite e a acordar 7h da manhã. Entrei nessa vida e estou até hoje. Quando tudo voltou, pensei: “cara, será que vou me encaixar de novo naquele mecanismo de dormir quatro da manhã e acordar uma da tarde?”. E aí os shows passaram a ser mais cedo. A gente tá fazendo muito Sesc, que já é cedo naturalmente. Acho que tem a ver com a violência nas capitais também… as coisas estão ficando mais cedo. Eu me lembro que quando ia fazer turnê lá fora, era uma delícia, estava no hotel deitada na cama bem cedo. Mas aqui no Brasil sempre foi esse ritmo louco.

Então o principal para mim é que tudo está mais cedo, e a galera também está sedenta pelos shows. No caso da Penélope, as pessoas têm ido aos shows também pela memória afetiva. Antes mesmo da turnê, a gente fez um esquenta em São Paulo e quando cheguei no palco, tinha gente na plateia chorando, segurando uma faixa! Ai eu já me segurei pra não chorar (risos) e o Luiz disse que também ficou se segurando, porque ele se via naquelas pessoas. É muita emoção pra todo mundo.

Depois desse show de hoje, como está a agenda da banda? Algo marcado para o Rio? E seu disco solo, já tem data pra sair? Até agora nada no Rio, mas estamos pensando em possibilidades. Eu queria fazer esse circuito dos Sesc, fiz até algumas vezes com Lafayette e Os Tremendões. Meu disco eu nem sei se vai virar um disco mesmo, porque hoje em dia todo mundo meio que voltou para o compacto, os singles. Lancei um single com a Fernanda Takai, foi nossa primeira composição juntas, Céu de planetário. Estou com três músicas compostas com a Virginie, do Metrô. São várias frentes. No sábado (19) vou fazer um show solo no Festival de Inverno de Paranapiacaba (São Paulo) que se chama Vênus. Somos eu e o Fernando no palco, e vamos tocar as músicas que a gente toca aqui em casa, que estão no vídeos que eu posto no YouTube. Começamos a reparar que tem muita música falando de Vênus: tem Venus in furs, do Velvet Underground, Venus as a boy, da Bjork, e isso virou um projeto de show!

 

Continue Reading

Agenda

Urgente!: Se Rasgum divulga atrações da edição 2025 e festeja 20 anos

Published

on

Urgente!: Se Rasgum divulga atrações da festa de 20 anos do festival

Se você já tinha se espantado com a variedade das primeiras atrações da edição 2025 do festival Se Rasgum, em Belém (Teenage Fanclub, Sophia Chablau E Uma Enorme Perda de Tempo, Valesca Popozuda, Móveis Coloniais de Acaju e Suraras do Tapajós & Lia Sophia. lembra?), o evento anunciou os demais nomes na tarde desta quinta (17). E a diversidade, que sempre foi marca registrada do Se Rasgum, continua vigorando – ainda mais que 2025 é o ano em que o festival comemora duas décadas.

A essa turma inicial, juntam-se Fernanda Abreu, Otto (comemorando 15 anos de seu melhor disco, Certa manhã acordei de sonhos intranquilos), Júlia Mestre, Assucena, Crizin da Z.O e Terraplana, além dos tradicionais encontros no palco do festival. Dessa vez, a banda The Mönic se encontra com Keila (Gang do Eletro), o bregalover AQNO encontra-se com Rawi e o Baile do Mestre Cupijó convida Mestre Iolanda do Pilão. As apresentações acontecem no Porto Futuro no dia 6 de setembro e os ingressos já estão à venda pela internet.

Tem mais: pouco antes do festival, entre 3 e 5 de setembro, vai rolar a 1ª Conferência Internacional de Música da Amazônia Legal, ALMA, com entrada gratuita – um evento com palco aberto ao público, apresentando atrações locais, nacionais, internacionais e dez showcases (as atrações serão divulgadas ainda!).

“Temos muito o que comemorar nestes vinte anos. Assim como outros movimentos na cidade, nós sentimos orgulho de ter contribuído para colocar a música de Belém e Amazônica no mapa da música brasileira. Nesse momento, estamos focados em entregar uma conferência musical e um festival de música inesquecíveis, mesmo diante de tantas dificuldades”, pontua Marcelo Damaso, um dos criadores do festival.

Já Renée Chalu, sócia de Damaso e criadora da ALMA, completa dizendo que a conferência internacional é “mais um passo para mostrar que temos totais condições de desenvolver nosso mercado sediando eventos de cunho internacional para exportação e conexão da música e dos mercados criativos na região”.

Continue Reading

Notícias

Urgente!: História da Nação Zumbi chega ao Canal Brasil nesta sexta (18)

Published

on

Pra botar na agenda e não perder de jeito nenhum: a série documental Nação Zumbi – No movimento das marés, de Aquiles Lopes e Leo Crivellare, que conta a história do grupo pernambucano, chega à grade do Canal Brasil nesta sexta-feira (18), às 19h30.

No movimento das marés é uma série curtinha e completa: são quatro episódios de 25 minutos falando da banda desde o comecinho, passando igualmente pela história de Chico Science (que criou a banda, você deve saber) e chegando aos dias de hoje.

A produção percorre cenários em Recife, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo, e há depoimentos de jornalistas, executivos de gravadora, músicos e todo mundo que lidou com a banda (Lorena Calábria, Arthur Dapieve, Roberto Frejat, Marcelo D2, Alice Pellegatti, Charles Gavin e Edgard Scandurra estão entre os entrevistados).

Urgente!: História da Nação Zumbi chega ao Canal Brasil nesta sexta (18)

No sentido horário: Marcelo D2, Frejat, Charles Gavin e Edgard Scandurra nos depoimentos da série (Todas as fotos: Canal Brasil/Divulgação)

A série começa com o episódio Hoje, amanhã e depois, que dá um passeio por várias fases da banda: traz a turnê pela Europa em 2017 e a gravação no estúdio Abbey Road, em Londres, mas volta lá atrás para contar a história desde o começo – e também para relembrar a tristeza com a morte de Chico, num acidente de automóvel, em 1997.

Os três próximos episódios vão ser exibidos pelo canal, nos dias 25 de julho, 1º e 8 de agosto. Se você perder algum deles, há horários alternativos aos sábados, às 13h30, e aos domingos, às 9h.

Continue Reading
Advertisement

Trending