Desenho animado
Quando a Disney combateu a gonorreia e a sífilis
O segmento (sim, é um segmento) de filmes educacionais sobre doenças sexualmente transmissíveis rende altas bombas e pequenos momentos de diversão meio cruel. No Brasil, que eu me recorde, esse tipo de produção foi bastante explorada na época em que todo filme precisava ter um curta-metragem na abertura (lá pelos anos 1970 e 1980).
Já lá fora, havia desde anúncios ensinando que doença venérea é “para todos” (com imagens de bebês e de pais divertindo-se com suas famílias) até coisas bem mais sérias, como o desenho animado de 1974 que ensinava como pegar gonorreia. E os já populares desenhos da Disney, como Familly planning, ensinando sobre planejamento familiar em 1968 (apresentado por um insuspeitíssimo Pato Donald). E The story of menstruation, feito em 1946 e patrocinado pela Kotex, selo feminino da empresa medicinal Kimberly-Clark. E que passou para a história como sendo a primeira película exibida a conter a palavra “vagina”. Falamos dos dois aqui.
Não foram os únicos filmes sobre “esses assuntos” produzidos pela Disney. Aliás, nem filmes, nem qualquer outro produto. Em 1944, a empresa, envolvidíssima com a produção de filmes de treinamentos para soldados, fez o A few quick facts No. 7 – Venereal disease (não achamos no YouTube). E nesse mesmo ano, ninguém menos que o ratinho Mickey aparecia comentando sobre o tratamento de gonorreia à base de sulfa (antibióticos da família das sulfamidas, enfim). No fim da historinha, Mickey aparecia tomando uma overdose de remédios (!). O Open Culture já falou disso e tem um trechinho dessa história aqui.
E tá aí um filminho bem curioso lançado pela Disney em 1973: VD attack disease, que mostra um verdadeiro ataque feito por doenças como sífilis e gonorreia no organismo, e como combatê-lo.
Um textinho do site Otherzine chama a atenção para alguns detalhes que colocam esse filminho da Disney num universo bem mais “progressista” do que as produções comuns. Primeiro porque o roteiro ao menos leva em conta a possibilidade de contaminação entre pessoas do mesmo sexo que transem desprotegidas. E além disso, em vez de estabelecer a abstinência de sexo como solução para todos os males, indica às pessoas (de todas as orientações sexuais) que o melhor meio de NÃO pegar doenças venéreas é usar camisinha.
E, vá lá, como os primeiros filmes sobre doenças venéreas haviam sido feito para militares, alguém achou que uma metáfora com o militarismo ajudaria a mensagem a chegar a mais pessoas. Tanto que os “inimigos” da saúde comportam-se como um exército (e – opa – usam boinas vermelhas). O comandante exorta os soldados avisando que “vocês são germes infecciosos, nunca se esqueçam disso” e diz que todos devem aproveitar os pequenos erros das pessoas para infectar todo mundo.
Um detalhe para fãs de desenhos ou da Disney é que a animação foi feita por um dos primeiros desenhistas da empresa, Les Clark, que já trabalhava lá na época da criação de Mickey Mouse.
Desenho animado
Asparagus: desenho animado alucinante de Suzan Pitt
Um dos blogs que a gente mais gosta no mundo, o Messy Nessy Chic, publicou em sua seção de “coisas que achamos na internet” algumas imagens do desenho animado Asparagus, da animadora americana Suzan Pitt.
Fomos atrás para descobrir qual era a desse desenho e descobrimos uma maravilha sexy-psicológica-surrealista de dezoito minutos que está no YouTube (e que, como tudo que está no YouTube, como foi o caso do filme Som alucinante, pode desaparecer de uma hora pra outra, então pegue logo).
Suzan (1943-2019), que era originalmente pintora, tinha nove anos de trabalho como animadora quando lançou Asparagus. O filme foi lançado em 1979 como parte de uma instalação artística Whitney Museum of American Art, que incluiu o cenário do filme. Uma matéria no site Hyperallergic lembra que Asparagus estreou como abertura de uma exibição do desconcertante Eraserhead, de David Lynch. Também recorda que a cultura mexicana e a iconografia católica exerceram uma enorme influência no trabalho dela.
Cultura Pop
Miles Davis: entrevista em desenho animado
Miles Davis era um gênio e sabia disso. Bom, foi o que ele deixou bastante claro numa entrevista que deu ao jornalista Ben Sidran, falando sobre sua paixão pelo desenho (ele adorava desenhar e inclusive fez uns desenhos durante a entrevista), sobre sua amizade com Dizzy Gillespie e sobre o fato de música representar tudo em sua vida. “Eu estaria morto se não conseguisse criar”, disse o jazzista. “Não haveria nada pelo qual eu quisesse viver. É meio egoísta, mas gênios são egoístas”.
E, bom, o canal Jazz at Lincoln Center transformou o bate-papo em desenho animado, há uns quatro anos. Ficou bem legal.
Cinema
Pinóquio no Espaço Sideral: sim, isso existe
Pinóquio, a animação da Disney, foi feito em 1940. O que ninguém esperava era que a animação com a corrida espacial dos anos 1960 ajudasse no surgimento de uma versão interestelar da história moralista do boneco de madeira que queria ser gente, mas não conseguia vencer as tentações ao longo do caminho.
Pois é: em 1965 um diretor e roteirista americano chamado Fred Ladd foi contratado para reformatar e ajudar a lançar nos EUA uma animação belga chamada… Pinóquio no espaço sideral. Dirigido por Ray Gosseens, o filme era uma produção do editor da história em quadrinhos do Tintim (o belga Raymond Leblanc) e do cofundador da Filmation, a empresa que fez o desenho animado Archie Show (Norm Prescott) e a série da Poderosa Isis.
A novidade é que jogaram o desenho animado no YouTube.
A adaptação da história é uma continuação das aventuras nas quais o personagem já havia se envolvido. Pinóquio já havia virado uma criança e, como castigo por ter mentido, desobedecido e feito umas coisas erradas, tinha voltado a ser um boneco de madeira (e sonhava em voltar a ser um menino).
O garoto frequentava a escola, vivia com o pai (o carpinteiro Gepeto, que passava por uma baita crise financeira). Mas cai de novo numas tentações aí da rua, e acaba indo parar numa aventura espacial, ao lado de uma tartaruga alien, enviada por seu governo para investigar um aumento incomum de radiação em Marte. No desenho, a dupla enfrenta uma baleia gigante e répteis enormes – tudo para assustar seus filhos. Quem vir o filme vai ser poupado do chato Grilo Falante, que não surge no desenho animado, mas numa determinada hora Pinóquio conta umas mentiras e o nariz dele cresce. Igualzinho à história original.
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