Som
Primeiro compacto do Coldplay vai a leilão

Você pagaria uma grana boa por um compactinho com apenas duas músicas? Tem gente que paga. Tá rolando no eBay um leilão da prensagem-teste do primeiro compacto do Coldplay, Brothers and sisters/Only superstitious. Detalhe: quem pôs o disco em leilão foi o próprio primeiro selo da banda, Fierce Panda.
Um textinho no link do leilão explica que o disquinho saiu originalmente em abril de 1999, com tiragem “selo branco”, limitada a dez cópias, e que em 18 anos nunca nem sequer tinha saído do escritório da gravadora. O número de série NING 68 foi escrito a mão. “Encontramos três desses dez discos recentemente no escritório após uma faxina e decidimos colocar dois em leilão”, afirmam.
Entre as outras bandas reveladas pelo Fierce Panda, estão Placebo, Embrace, Supergrass, Ash, The Bluetones, Three Colours Red, Idlewild. Mesmo com a fama, o Coldplay nunca quis comprar ou tomar na mão grande os discos que lançou pela gravadora, que continuam no catálogo deles. Ultimamente, a Fierce Panda vem lançando bandas como Desperate Journalist.
Já o Coldplay esteve em São Paulo para shows na terça (7) e quarta (8) e aproveitou para fazer uma visita à brinquedoteca do Instituto do Coração. Fizeram um show para as crianças, com Viva la vida e até uma tentativa de Águas de março, de Tom Jobim.
Coldplay tocando na Brinquedoteca do InCor no 5° andar (setor de cirurgia infantil) agora há pouco ! So isso pic.twitter.com/VXxsZeergF
— Guilherme Prado (@GuilhermeCPrado) November 9, 2017
Para terminar, os caras do @coldplay ainda meteram um Elis & Tom. Só isso pic.twitter.com/PAnjx9lopR
— Guilherme Prado (@GuilhermeCPrado) November 9, 2017
Crítica
Ouvimos: Supercombo – “Caranguejo” (parte 1)

RESENHA: Supercombo lança a parte 1 de Caranguejo: mistura criativa de metal, punk, emo, forró e piseiro, com letras irônicas e emotivas.
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E aí? Como lidar com essa coisa dos lançamentos de discos, às vezes, serem divididos em duas partes? Enfim, quando o lado A sai primeiro e meses depois vem o B – caso por exemplo, do disco mais recente do Circa Waves. Decidimos que vale resenhar a primeira parte e, depois, fazer um texto mais completo – e com outra nota, maior ou menor – quando todo o conceito for colocado nas plataformas.
No caso da parte 1 de Caranguejo, novo disco do Supercombo, a torcida é para que a parte 2 complemente bem as ideias altamente criativas que a banda pôs nesse primeiro lançamento. Caranguejo, se fosse um EPzinho de 20 minutos, já seria o lançamento mais criativo e variado do grupo, buscando uma saída sonora que une metal, punk, emo e estilos que parecem tão imiscíveis a ele como óleo e água. A transmissão, na abertura, mescla som pesado, forró e piseiro para comentar sobre a vida dos artistas em época de pouco pagamento das plataformas digitais, e de rádio quase sucateado. Piseiro Black Sabbath você provavelmente já ouviu: um apelo aos bangers de cabeça aberta, um brega-metal de primeira.
As letras soam como um chamariz para o material e misturam-se ao clima livre do disco. Hoje eu tô zen é emo-anti-exaltação à turma gratiluz e aos coaches de plantão (e aos fãs deles). O eletroemo Testa é dedicado a alguém que já se foi, mas tenta abordar o tema de forma menos tensa. A ironia também toma conta da sofrência Nossas pitangas e da sofrência nonsense de O alfaiate – sobrou para Alento o momento sério do disco, um emo de encontros, desencontros e saudades, talvez de pai para filho (ou filha). Esperando agora pela parte 2.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Deck
Lançamento: 15 de agosto de 2025.
Crítica
Ouvimos: Water From Your Eyes – “It’s a beautiful place”

RESENHA: O Water From Your Eyes mistura pós-punk torto, ruído e melodias robóticas em It’s a beautiful place, disco curto e enigmático.
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Nate Amos e Rachel Brown, os dois do Water From Your Eyes, criaram em seu terceiro disco, It’s a beautiful place, um universo que vem sendo chamado por aí de “alienígena”, “ficção científica”. Mas depois da audição e de uma olhadela em separado nas letras, a impressão que fica é a de que eles estão falando de algo que está dentro de nós mesmos. Ou de um mundo que faz a gente se iludir, como no jogo de tabuleiro musicado de Playing classics, em que, de passo em passo, uma pessoa “tentou chegar no além e acabou no shopping” e voam frases como “temos ídolos modernos para o fim de um era” e “eu só quero dançar, arquitetura sem aluguel”.
O som de It’s a beautiful place é difícil de definir. Entre vinhetas de ruídos e sons espaciais (como nos rasantes de sintetizadores de For mankind), o Water From Your Eyes parece querer fazer um pós-punk torto, uma no-wave ou um samba-punk – os três nomes cabem em Life signs, cheia de dissonâncias, mas que rende até bem em pistas de dança. Nights in armor é quase um pós-hardcore fincado numa superfície rotativa, transformado num samba robótico. Spaceship é pós-punk psicodélico com uma batida que vai se criando na cara do ouvinte – fica entre a primeira fase do Kraftwerk e uma espécie de valsa lisérgica.
Tem uma dicotomia entre “ruidoso” e “robótico” no som do grupo – tanto que sons de guitarra soam como se fossem feitos por máquinas, e ganham beats intermitentes, em faixas como Born 2 e a dance-punk Playing classics (que, segundo a banda, teve influência do Club classics, de Charli XCX). Agora, rola uma tentativa meio básica de soar tão despojado quanto artistas como Neil Young, J Mascis e até Ty Segall. Dá pra ver isso em solos de guitarra, riffs, vinhetas e em especial, no country rock dissonante e estranho da faixa-título (uma vinheta curtinha) e de Blood on the dollar, uma estranha canção de guerra do dia-a-dia (“não há inimigo / nada além de pele / sangue no dólar / deus, me faça vencer”). No fim, um disco curto (meia hora), que passa como um vento, e deixa perguntas.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Matador Records.
Lançamento: 22 de agosto de 2025
Crítica
Ouvimos: Jangada Pirata – “Sal de casa”

RESENHA: Jangada Pirata mistura pós-punk, psicodelia, caribe e guitarrada no disco Sal de casa, entre o sonho, o mar e o pop cearense.
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Com um atrasinho de alguns meses, comentamos um lançamento indie bem instigante de 2025. O Jangada Pirata é uma banda cearense que passa estilos como rock, música caribenha, guitarrada, psicodelia e até micropontos de som gótico, tudo num filtro pós-punk. O som de Sal de casa alude à escuridão, a céu azul sobre a cabeça e a climas sonhadores e introspectivos – mesmo quando a banda faz música decididamente alegre.
Por vir do Ceará, o Jangada Pirata se associa naturalmente à variedade pop local. Mulher, na abertura, consegue soar cubana e gótica, Vai sofrer tem elementos de rock, reggae a até de pop adulto oitentista (Marina Lima em especial). Climas ligados ao blues tomam conta de Forma e pensamento, da cantiga apocalíptica Bandeira (com Mateus Fazeno Rock) e da valsa gótica-metal Mentes, além das experimentações rítmicas de Vem a lua cheia – que chega a lembrar a Gal Costa de Fa-Tal (1970/1971) no refrão.
Destacando os vocais de vibe jazz de Cecília Mesquita, o Jangada Pirata ganha clima espacial, quase na cola de bandas como The Waeve, na psicodelia de Carona numa estrela e na contemplação de Tenho sonhado com o mar. E investe em canções de quem olha o mar e o céu na base do sonho e da aventura.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Mercúrio Música
Lançamento: 8 de março de 2025.
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