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Lançamentos

Blink-182: clipe novo brinca com entrevista dos Ramones em programa de TV

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Blink-182: clipe novo "brinca" com entrevista dos Ramones em um programa de TV natinal

O som do Blink-182 não tem, claro, nada ver com o dos Ramones – em especial nos últimos lançamentos do trio, que vêm se tornando indistinguíveis e um tanto genéricos. Mas vale a homenagem ao histórico grupo punk norte-americano no clipe novo da banda, Dance with me.

O trio Mark Hoppus, Tom DeLonge e Travis Barker volta a ficar unido depois de mais de uma década, e aproveita para render tributo não apenas aos Ramones, como também a uma instituição do rock dos anos 1970-1980, e da TV norte-americana da mesma época: a participação de bandas punk em programas matinais comandados por apresentadoras que não fazem a mínima ideia do que perguntar e precisam atender a um público conservador que assiste à atração.

No caso, os “Ramones” interpretados pelo Blink têm que responder ao tradicional questionamento sobre “o que é ser um punk”, que quase sempre acontecia (dando uma olhada no YouTube, dá pra ver entrevistas de bandas como Ramones e Blondie a esse tipo de atração – a diversão é garantida).

One more time…, o disco da “volta” da formação clássica do grupo, sai dia 20 de outubro pela Columbia. O grupo já havia liberado dois singles do álbum em setembro, One more time… e More than you know., mais próximos do lado mais “sério” da banda (o mesmo que deu ao mundo canções como Stay together for the kids, faz um tempo).

Crítica

Ouvimos: Bob Mould, “Here we go crazy”

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Ouvimos: Bob Mould, “Here we go crazy”

Reinventar o punk nos Estados Unidos não é para qualquer um – e Bob Mould conseguiu fazer isso várias vezes com sua primeira banda, o Hüsker Dü. Herdeiro das emoções exacerbadas dos Buzzcocks (mais do que do no future dos Sex Pistols e da revolta do Clash), ele fez o estilo conhecer um formato canção mais elaborado, que pedia letras falando sobre depressões, pés na bunda, dates mal sucedidos, parentes abusivos e outros assuntos que geralmente ficavam de fora do receituário punk.

Mould depois se revelaria um artista solo original e montaria uma outra banda excelente, o Sugar. Here we go crazy, disco novo dele, é cheio de qualidades. Um dos melhores exemplos da escola hardcore-punk dos Estados Unidos, Mould continua um compositor raivoso e um letrista afiado, do tipo que consegue falar do lado sombrio do mundo, dos relacionamentos e da natureza humana, em faixas como Neanderthal, Here we go crazy, Breathing room.

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No novo álbum, quase sempre o clima das faixas é de um punk pop, no melhor significado do termo: Bob toca folk na guitarra, segue padrões estabelecidos pelas primeiras bandas de emocore e, em faixas como Your side e Sharp little pieces, chega a se parecer com os momentos mais enrockados de artistas pop. A sonoridade quase sempre é mais pesada e menos fluida ritmicamente do que na época do Hüsker Dü, com uma batida mais tribal e reta, em faixas como Hard to get, When your heart is broken (a mais cantarolável do disco) e You need to shine.

Aliás, em músicas como Thread so thin e Fur munk augurs, dá para enxergar levemente Bob Mould soando como os Foo Fighters do começo – ou vá lá, como um FF desprovido das características desagradáveis do grupo. Já em faixas como Lost or stolen, Mould, ao violão, e faz surgir um rock de clima heroico, como num punk rock realmente herdado do folk. Um disco curto (30 minutos), direto e visceral.

Nota: 9
Gravadora: Granary Music/BMG
Lançamento: 7 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Terraplana, “Natural”

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Ouvimos: Terraplana, “Natural”

Tem algo acontecendo de muito sério com o Terraplana – e aliás não só com eles, mas também com a maneira como o shoegaze, esse estilo ruidoso e emparedado, é encarado no Brasil.

A banda curitibana conseguiu chamar atenção até do site gringo Stereogum com esse segundo álbum, Natural. Foram considerados “álbum da semana” e ganharam uma resenha bastante positiva, que abre com algumas notas de maldade sobre a existência de colecionadores de “shoegaze brasileiro”.

Seja como for, a hora é boa para os nerds do estilo: as nuvens de guitarras e os vocais perdidos do estilo musical, que já foram nada mais do que uma cena autocelebratória, são agora uma estética a ser aproveitada, e não um pequeno nicho – e isso tanto aqui quanto lá fora.

Natural vem em hora certa e, mesmo não sendo o melhor disco do Terraplana – o posto ainda está com a estreia Olhar pra trás, de 2023 – traz uma fase ótima de composições, e arranjos que, com algum esforço, acabam arrumando lugar para o som do grupo na prateleira do “rock brasileiro” (ou seja, do rock que pode encarar grandes shows e uma mídia maiorzinha).

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A faixa de abertura, Salto no escuro, já mostra bem isso: é quase um blues-shoegaze, com vocais doces no meio da melodia, que surgem como um sol entre as nuvens lá longe. Na sequência tem Amanhecer é tanto filha dos Pixies quanto de Drop Nineteens. Depois, tem Charlie, cuja intro de guitarra remete a Smells like teen spirit, do Nirvana, mas é só impressão – daí para diante, é uma música recheada com guitarras acinzentadas e vocais celestiais.

Agora, o auge dessa percepção menos anticomercial do Terraplana vem com Todo dia, canção de abertura quase baladeira, um pouco no clima do lado deprê do rock brasileiro dos anos 1980/1990. A letra, como acontece em alguns momentos desse disco, fala de algo que vai sumindo (no caso, um relacionamento), em falhas de comunicação que indicam que algo está prestes a sair de circulação.

Essa mesma vibe invade duas faixas bastante significativas do álbum: Desparecendo (note o nome) e Hear a whisper, com participação de Samira Winter. Esta, uma faixa cuja letra fala sobre a convivência com uma pessoa idosa que vai perdendo a memória – e que, lá pelas tantas, ganha um certo de transmissão de TV que se apaga, como no próprio clipe da música.

No restante, o Terraplana segue para o quase grunge em Horas iguais, para algo próximo do pós-punk em Airbag, e encerra o álbum com sua melhor faixa: Morro azul, canção com clima de mistério, costurado por um baixo que muda climas em momentos estratégicos, e por uma bateria-e-pandeirola bem velvetiana. Uma música que reforça a impressão de um momento bem especial para o grupo curitibano.

Nota: 8
Gravadora: Balaclava Records
Lançamento: 11 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Krisj Wannabe, “Mirror” (EP)

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Ouvimos: Krisj Wannabe, “Mirror” (EP)

Com uma origem misteriosa — nasceu nos Estados Unidos, foi criado na Itália e hoje vive em Tóquio —, Krisj Wannabe é um cara que mistura grunge e pós-punk e que no EP Mirror, dedica-se ao rock ruidoso, com curiosos vocais graves, distorções, guitarras batidas no estilo do Mudhoney, beats eletrônicos e riffs intermitentes.

A faixa de abertura, Don’t belong, já define o tom com uma letra cínica: “Quando você tem uma mancha de bilionário no rosto / não posso elogiá-lo por qualquer caminho que você escolher / porque no final, eu não pertenço”. Been away traz Krisj fazendo vocais melancólicos e criando um clima que oscila entre Melvins e Joy Division, enquanto Somewhere entrega uma balada oitentista e barulhenta, como algo feito no quarto. Já Are we forgetting something? combina elementos pós-punk com um toque de garage rock sessentista.

O EP apresenta um pequeno deslize nas duas últimas faixas, com Another day, um rock garageiro e punk, e And you?, um som ágil que remete ao Jesus and Mary Chain dos primeiros tempos, mas com um ruído “espacial” que ganha destaque. São músicas legais, mas foram gravadas com um som bem mais baixo que o resto do disco, o que obriga você a levantar o volume. No entanto, no geral, Mirror é um EP intenso, repleto de surpresas que valem a pena ser exploradas.

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 17 de março de 2025.

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