Crítica

Ouvimos: Joe Jonas – “Music for people who believe in love”

Published

on

RESENHA: Joe Jonas encara o pós-divórcio em Music for people who believe in love, disco solo com eletrorock confessional, altos e baixos, e ecos de britpop e hyperpop.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Dizem por aí que é preciso viver e sofrer antes de abraçar a criação artística e exercê-la de maneira profissional. Joe Jonas que o diga, já que Music for people who believe in love, seu primeiro projeto solo em 14 anos, foi feito depois de se casar e se divorciar da atriz Sophie Turner.

O irmão do meio dos Jonas Brothers aproveitou para jogar todas as suas ansiedades e medos dos últimos anos nas músicas do álbum – com direito a versos como “eu senti cada medo até o medo acabar” (na bacana Constellation) e “mesmo que esses olhos comecem a chorar, mesmo que eu esteja beijando raios / dançando em uma gaiola com leões / eu ficarei bem” (Parachute).

Em termos de som, Music… tem boas qualidades e é basicamente um disco de eletrorock, em faixas como Work it out, o quase emo Only love e o clima herdado de Smiths de Heart by heart e Honey blonde – esta, com os violões corridos que marcavam faixas dos Smiths e do The Cure nos anos 1980, e certa herança do britpop. Já Velvet sunshine dá tratamento hyperpop para o som originalmente associado aos Strokes. E You got the right abre com uma gravacao feita em arquivo de celular, e depois vira um indie pop de respeito.

  • Ouvimos: Kali Uchis – Sincerely,
  • Ouvimos: Bad Bunny – Debí tirar más fotos
  • Ouvimos: FKA Twigs – EUSEXUA
  • Ouvimos: Charli XCX – Brat
  • Ouvimos: Addison Rae – Addison

Nem tudo é tranquilidade: a partir de uma dada altura, Music for people who believe in love começa a alternar músicas boas e umas canções mais repetitivas e anódinas. Tem o clima apagadinho e breguinha de My own best friend, a enjoadinha Sip your wine, a bossa nova de bolso What we are (com Luisa Sonza nos vocais). Mas rola uma recuperada com os tecnopops What this could be, Constellation e Water under the bridge, que fecham o disco – seguidas, na edição deluxe, por mais três versões ao vivo.

Vale citar que o clima miserento de boa parte das letras (enfim, é um disco-de-pé-na-bunda) pode dar uma assustada, igualmente. Mas tudo indica que Joe, que geralmente parece meio apagadinho em relação ao irmão Nick (mas atualmente tem mais ouvintes que ele no Spotify), está fazendo a transição para algo mais sólido no próximo álbum.

E, bom, o próximo álbum individual deve demorar um pouco: os Jonas Brothers embarcam em agosto numa turnê gigantesca, levando com eles o DJ Marshmello e as bandas All American Rejects e Boys Like Girls. E lançam no dia 8 do mesmo mês o sétimo álbum, Greetings from your hometown.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7,5
Gravadora: Republic/UMG
Lançamento: 27 de maio de 2025.

Trending

Sair da versão mobile