Crítica

Ouvimos: Pobre Orfeu – “Galeria das recordações”

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RESENHA: Criado por Agatha Fortes, o Pobre Orfeu lança Galeria das recordações, décimo álbum desde 2021: soul psicodélico, punk e MPB misturados em faixas inventivas.

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Em 2021, a produtora e musicista Agatha Fortes, de Sorocaba (SP), montou o projeto Pobre Orfeu com a ideia de fazer música sem se prender a limitações – e também de inserir histórias pessoais no material, como nas travessias dos discos Feio por fora (2021), Era do descobrimento (2024) e Bye bye he hello she (2025).

Galeria das recordações, segundo álbum lançado em 2025 (atenção: de 2021 para cá são dez álbuns de estúdio!), tem uma sonoridade mais voltada para o soul psicodélico – lembrando bandas como Khruangbin e King Gizzard and The Lizard Wizard em vários momentos, mas com uma vibração sonora mais próxima do punk.

Por sinal, a faixa de abertura, Dumb terf (Im in your mind) é punk psicodélico, lascado e repleto de teclados junto com baixo e guitarra. Já Pindorama e Gritos no salão hostil equilibram-se entre samba, soul e bossa punk, com piano Rhodes tocado de forma celestial. Equação tem seu ritmo incomum modificado aos poucos, em clima quase progressivo. Riquezas, por sua vez, insere partículas de britpop na trama, aludindo a Pulp e Ride.

O Pobre Orfeu também mostra algo de Smiths na guitarra de Pink white blue – curiosamente, uma faixa em que os teclados aludem a 14 Bis – e vibe beatle em Outro alguém. Já faixas como Deixo pra depois e Here to hear põe texturas diferentes num pop adulto brasuca que lembra Lô Borges.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 15 de julho de 2025

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