Crítica
Ouvimos: Eduardo Pereira – “Canções de amor ao vento”
RESENHA: Eduardo Pereira estreia em Canções de amor ao vento com folk lo-fi, melancolia pop e letras sinceras sobre amor, dor e autodescoberta.
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Vindo de Maceió e ex-integrante de uma banda indie chamada The Mozões, Eduardo Pereira foi músico de rua, gravou várias músicas nos últimos anos com equipamentos emprestados e se inspirou numa mescla de Leonard Cohen, Dorival Caymmi e John Lennon para criar canções. Seu primeiro álbum solo, Canções de amor ao vento, também tem muito da música extremamente popular do Brasil, com letras que evocam artistas como Peninha, Belchior e Fernando Mendes, e que falam de sonhos, pesadelos, amores perdidos e mudanças pessoais.
Focando em canções melancólicas, ou de alegria triste, Eduardo faz quase um diário pessoal em O vento se eleva no horizonte, faixa de abertura, abrindo caminhos para o foco no lado AM da música folk. Fala também de calma, tempo e autodescoberta em Os caminhos da cidade, e narra um estranho carnaval distópico, fechado com golpes de som lo-fi, em É dia de celebração. Climas lembrando Simon & Garfunkel e Tim Bernardes tomam conta da quase jovemguardista A luz da lua e da tristonha e resoluta Eu ainda sei quem sou (“apesar de todo sofrimento que eu passei nas maos de quem não me quer bem / das noites mal dormidas sem saber o que fazer de mim / eu ainda sei quem sou”).
O repertório inclui ainda um tema folk quase renascentista, Saiba que só te quero bem, e uma quase valsa pop, Eu sonho contigo, sobre um relacionamento interrompido pelo corre da vida. Além da balada de saudade Silenciosa noite e do clima despojado de Ser feliz, música curta, que lembra Sonhos (Peninha), gravada como que num show de bar, numa fita K7. Canções de amor ao vento mistura delicadeza, dor, sinceridade e beleza em doses certeiras.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Cantores Del Mundo
Lançamento: 28 de maio de 2025.