Cultura Pop
Aquela vez em que Walt Disney pegou gripe espanhola
Hoje, não há (imaginamos) quem não tenha medo de pegar coronavírus. Já há pouco mais de cem anos, o pânico geral era com a gripe espanhola, uma praga cujo primeiro caso foi registrado em 4 de março de 1918 no Kansas (EUA), justamente num campo de treinamentos de soldados que iriam ao front na Primeira Guerra Mundial. A doença se alastrou pela Europa e em seis meses chegou ao Nordeste brasileiro.
Os números não são exatos, mas dizem que em dois anos cerca de 50 MILHÕES DE PESSOAS foram mortas pela doença. No Brasil, uma vítima ilustre foi Rodrigues Alves, que tinha sido eleito em 1º de março de 1918 para o segundo mandato de presidente da República. Contraiu a doença antes da posse, deu lugar para o vice Delfim Moreira e morreu em 16 de janeiro de 1919, sem ter assumido. Lá fora, o rei Afonso XIII, da Espanha, também foi um caso ilustre de liderança política acometida pela doença. Aliás foi por causa dele que a enfermidade passou a se chamar “gripe espanhola”. Tanto o rei quanto a atriz sueca Greta Garbo tiveram a doença e sobreviveram.
E quem também teve (vá lá, por sorte) gripe espanhola, foi ninguém menos que Walt Disney. E dez anos antes de ele resolver criar o Mickey Mouse.
Walt, aos 17 anos, era um garotão super interessado em pegar em armas para defender seu país na Primeira Guerra Mundial. Foi tentar fazer isso com um amigo, que foi rejeitado pela marinha, mas como ambos estavam doidos para ir pra guerra, se alistaram no Corpo de Ambulâncias da Cruz Vermelha em setembro de 1918. Disney chegou a mentir a idade para entrar lá, e disse que já tinha 18.
Disney já chegou com a maldita gripe ao se apresentar numa instalação de treinamento no lado sul de Chicago. Acabou sendo mandado de volta pra casa e só retornou depois do dia do armistício (11 de novembro) quando chegou no Sul da França.
E esse artigo do site Mental Floss explica que teve mais gente que sobreviveu à praga: entre eles o líder político da Etiópia, Haile Selassie (que foi um dos primeiros africanos a contrair a doença) e o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt. Nenhum dos dois estava no cargo quando teve gripe espanhola.