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Urgente!: E o Ministry, que vai reviver sua fase inicial?

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Al Jourgensen, criador da banda podre Ministry, sempre foi tido como um grande odiador da fase inicial do grupo, na qual ele tinha como parceiro Stephen George, fazia dance music sintetizada e gravava pela Arista Records. Essa fase rendeu um álbum, With sympathy (1983) e alguns singles, lançados pela Arista e pela independente Wax Trax. E na época, Al era essa figura da esquerda aí da foto, sem tatuagens aparentes e sem piercing.

O vocalista já deu declarações bem contraditórias em relação a esse época. Disse que foi pressionado pela Arista a fazer dance music palatável, depois disse que descobriu o som pesado e sua vida mudou. Também chegou a falar que ouviu de Clive Davis, chefão do selo, que o Ministry deveria parecer com o Wham!. Mas há quem garanta que Al não parecia nada chateado ou revoltado com a gravadora na época de With sympathy. Robert Roberts, que foi integrante do Ministry nessa época, disse que não acredita na hipótese dele ter sido forçado.

“Qualquer um que conheceu ou conhece Al, entende que é quase impossível mudar sua opinião sobre qualquer coisa. Eu acho que foi mais um caso de estar em um estúdio de classe mundial pela primeira vez e deixar as coisas saírem do controle a ponto de a banda soar diluída”, disse.

Mesmo (Every day) is halloween, sucesso de 1984 do Ministry, considerada uma canção dance-gótica de transição, ficou décadas fora do repertório do grupo. E olha que se trata de uma música que já salvou a vida de Al – certa vez, buscando drogas num lugar barra-pesada em Chicago, foi abordado nada gentilmente por cinco traficantes e só salvou a pele ao ser reconhecido como o cara do “bop-bop” (vocal que Al faz durante toda a faixa).

A antipatia só cessou em outubro de 2019, quando Al decidiu homenagear o dia das bruxas fazendo uma versão acústica da faixa, com participação de Dave Navarro. Tá no YouTube (falamos disso tudo aqui).

E aí que sexta agora é dia do Ministry revisitar seu passado com estilo, já que sai pela Cleopatra Records o álbum Squirrely years revisited, em que Al, finalmente, se rende ao fato de que esta fase inicial tem fãs, e relê várias canções clássicas do período dance do Ministry. Work for love, Here we go e (Every day) is halloween, estão aqui. Curiosamente, há faixas de Twitch, o primeiro disco podre do Ministry, na relação – mas restritas à versão CD.

O The Quietus já ouviu o álbum e conta que Al resistiu à tentação de transformar seu antigo repertório em heavy-metal-de-parafuso ou música eletrônica pesada e maníaca. Supostamente, a imagem que Al tinha de sua própria música antes da Arista ditar o que deveria ser o disco, era um rock de arena.

“As versões são mais pesadas, sim. Mas de uma forma bastante sutil que, em alguns casos, fará com que você recorra aos originais para identificar as diferenças”, escreveu JR Moores para o site. Moores também garante que Al não passou a gostar do disco, apenas resolveu que não dava para odiar tanto um álbum que ele mesmo fez. Detalhe: entre o final de abril e meados de junho rola nos Estados Unidos uma turnê do disco, trazendo como convidadas bandas da turma industrial (Nitzer Ebb, My Life with the Thrill Kill Kult e Die Krupps) e contando com várias dessas músicas no repertório.

Outro detalhe, muito importante: Al havia declarado que o Ministry faria um último álbum e se separaria. Squirrelly não é o tal último disco – Al reencontrou-se com Paul Barker, integrante do grupo na época dos álbuns que levaram o Ministry à fama, e os dois vão fazer um álbum do grupo, a ser lançado em 2026. Depois disso, até disposição em contrário, acabou.

Um outro detalhe: ano passado a banda já havia apresentado esse repertório num show no festival Cruel World, em Pasadena, na Califórnia. Eram músicas que o Ministry não tocava havia uns 40 anos, mas daí a imaginar que o grupo iria regravar isso…

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