Cinema

Todo mundo em pânico com O Exorcista nos cinemas, em 1973

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Em 1998, uma matéria de Renato Sérgio na revista Domingo, do Jornal do Brasil, recordou que o lançamento no Brasil de O exorcista, de William Friedkin, em novembro de 1974, foi tão bizarro quanto tinha sido lá fora, quase um ano antes. O filme tinha sido lançado nos Estados Unidos pouco antes do Natal de 1973, e chegou aqui assustando geral.

O exorcista era nojento, como nenhum filme de grande estúdio foi antes dele. E tanto quanto medo, o público estava pagando para sentir nojo. Foram 8,1 milhões de telespectadores no Brasil, colocando o filme em sétimo lugar na lista da maior bilheteria do país em todos os tempos (…). No (cinema) Veneza, a fila saía pela galeria da Avenida Pasteur, e dobrava o quarteirão em frente à UFRJ”, escreveu o jornalista. A cena em que Linda Blair se masturba com o crucifixo fez uma funcionária pública de 42 anos, Ester Carmosino, levantar da poltrona e ir embora antes do fim. Olha aí uma imagem clicada pelo lendário fotógrafo Evandro Teixeira num cinema qualquer daquela época.

Quem não tinha idade para morrer de medo e de susto vendo o filme em seu lançamento, se contentou em rever O exorcista em 1998 mesmo, quando ele ganhou uma edição em VHS comemorativa de 25 anos. Não havia mais filas para ver o filme (no Rio, muita gente ficava de fora e só ia conseguir assistir ao filme dias depois) e provavelmente seria até uma experiência bem mais assustadora, já que muita gente iria poder assistir ao filme em casa, sozinho, à meia-noite.

Das reações do público brasileiro, não dá para achar (pelo menos no YouTube) reportagens em vídeo, só matérias publicadas em jornal. Já das reações do público americano, tem um pouco mais: várias fotos publicadas com as filas formadas na porta, e até mesmo um documentário feito em 1974 mostrando o fenômeno cultural e comportamental do filme, e a receptividade a O exorcista nos cinemas e no mercado cinematográfico da época (um sujeito que trabalhava em cinema havia anos diz que nunca tinha visto nada igual).

Tem de tudo: cinemas que contrataram papa-filas para oferecem cupons aos compradores (para facilitar o acesso e impedir filas enormes), compradores que chegavam às 4h30 da manhã para garantir seu ingresso para a exibição das 10h30 (da manhã!), gente saindo no meio do filme para pegar um ar e decidir se voltava à sala de exibição, gente berrando de susto enquanto assiste ao filme. E gente desmaiando por causa do filme (!). Pega aí.

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