Crítica

Ouvimos: The Technicolors – “Heavy pulp”

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RESENHA: No quinto álbum, Heavy pulp, The Technicolors misturam psicodelia, pós-punk, shoegaze e até synthpop em faixas intensas e variadas.

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A capa é psicodélica, o nome da banda é psicodélico, o nome do álbum mete peso na história – e os Technicolors, uma banda norte-americana que já existe desde 2012, estão bem pouco interessados em definições exatas para sua música. Heavy pulp, quinto disco do grupo, abre com uma espécie de stoner dançante – Gold fang, que na real lembra uma espécie de metal-disco psicodélico, com vocais cansados. Softcore, na sequência, ajuda a pôr a banda no mapa do shoegaze, enquanto uma espécie de encontro entre o punk e a lisergia toma conta de Serotonin.

O que baliza de verdade Heavy pulp é uma oscilação entre climas psicodélicos e vibes pós-punk – como se a estileira do grupo pudesse ser traduzida numa espécie de mostrador de VU que vai parando em diversas gradações conforme a música. Alpha alpha alpha soa como Talking Heads no ácido. Posh Spice (cujo clipe mostra quatro pessoas caindo num golpe que envolve uma referência às Spice Girls) é stoner dançante e pesado na cola do Queens Of The Stone Age. Chump change e Lucky slug são pós-punk + krautrock. Ta ta ta tem vibração no-wave, com teclados psicodélicos e espaciais.

E vai por aí, num resultado bem louco e variado. Agora, de inesperado, tem a bela First class to nowhere, uma rápida lembrança do rock britânico dos anos 1980, com clima doce e viajante, guitarras e violões bacanas, riff ótimo, e emanações de The Cure, Psychedelic Furs e The La’s. No final, nem estranhe dar de cara com o synthpop apodrecido de I miss my friends. O escopo do The Technicolors é bem amplo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Independente
Lançamento: 29 de agosto de 2025.

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