Crítica

Ouvimos: Sunday (1994) – “Devotion” (EP)

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RESENHA: Sunday (1994) lança o EP Devotion, com dream pop suave, climas etéreos e ecos de Mazzy Star, The Cure e R.E.M. em seis faixas marcantes.

Vindo de Los Angeles, o Sunday (1994) é quase uma banda pop que usa a linguagem do dream pop para compor sucessos bem radiofônicos – desde o álbum de estreia, epônimo (2024), a vibe deles é de soft rock com vocais cintilando, violões/pianos dando maciez ao som, e clima enevoado, destacando os vocais e o carisma da cantora Paige Turner.

A estética do grupo flerta com nomes como The Cranberries – sem a carga emocional ou a diversidade sonora da banda de Dolores O’Riordan – e se aproxima da turma do pós-britpop. Em Devotion, novo EP, o Sunday (1994) leva essa fórmula para um território um pouco mais elaborado. A faixa-título, dramática e arrastada, remete diretamente ao Mazzy Star, enquanto Rain parece flertar com o universo do The Cure – seu início, inclusive, ameaça algo parecido com o Elbosco (lembra deles?), mas logo se encontra.

Mais até do que o álbum anterior, Devotion mostra o Sunday (1994) como um grupo voltado a paisagens sonoras oníricas e minimalistas. Doomsday traz ecos de R.E.M. em modo introspectivo, enquanto Silver ford soa como um Prefab Sprout suavizado pela estética lo-fi. Já Picking flowers e Still blue fundem o romantismo etéreo do The Cure com referências mais inesperadas: a última, em especial, parece um dream pop moldado por ouvidos que cresceram entre Linkin Park e Smashing Pumpkins. Um disco curto, mas cheio de atmosferas – vale a audição.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Arista/RCA
Lançamento: 9 de maio de 2025.

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