Crítica

Ouvimos: Rico Nasty – “Lethal”

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RESENHA: Rico Nasty mistura rap, metal, trap e emo em Lethal, disco cheio de atitude, referências e surpresas, que soa mais como mixtape que álbum.

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A rapper norte-americana Rico Nasty foi parar no lugar que sempre pertenceu a ela: Lethal, seu terceiro álbum, sai pela Fueled By Ramen, um dos selos que ajudaram a definir o rock dos anos 2000 / 2010 com a contratação de bandas como Paramore e Twenty One Pilots. Tida como uma estrela do rap mais raivoso (rage, um estilo carregado de batidas trap e vocais cavernosos), e referenciada também em estilos como emo e nu metal, ela volta equilibrada entre os dois universos – o do rap e o do rock – no novo álbum.

Na real Lethal é basicamente um disco de rap feito por uma pessoa que cresceu sujeita a um imaginário fluido musicalmente. E a zoeira trap é o que mais define o som de Rico, em faixas como Soul snatcher, Pink e na sacanagem sáfica de Eat me! – que cita Billie Eilish e a letra do sucesso Lunch. Smack a bitch, hit de seu primeiro disco, Nightmare vacation (2020), era um rap construído em cima de um riff cavernoso de guitarra, o tipo da faixa que obrigava você a prestar atenção – e que no novo álbum, encontra paralelo no rap de arena Teethsucker (Yea3x).

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Lethal foca no rap na malcriada Who want it e na pop Butterfly kisses, une trap e dedilhados maquínicos de guitarra em On the low, e solta uma espécie de sludge trap, com solos cavernosos, em Son of a gun. Smoke break une punk, metal e rap, quase lembrando Anthrax e Ramones. Algo que vem do emo domina o design sonoro de faixas como Crash, Can’t win at all e Say we did, e curiosamente Lethal termina com uma faixa que é o oposto da raiva de todo o disco: Smile, que abre em clima grunge e prossegue em tom de música de girl group sessentista. É uma música feita para o filho da cantora, Cameron.

Os ótimos momentos de Lethal fazem valer bastante a audição – inclusive, no despojamento, o disco tem até mais cara de mixtape do que as próprias mixtapes já lançadas por Rico, o que confere um certo charme a tudo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Fueled By Ramen
Lançamento: 16 de maio de 2025.

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