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Radar: The Sophs, White Lies, Elias Pellicer, Monotronic, Mary In The Junkyard, Girl In Red

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No nosso Radar internacional de hoje, existem várias promessas do rock e pop, além de gente cujos anúncios de singles já causam bastante expectativa – e de uma banda, o The Sophs, que vem vindo com bênçãos de vários benzedores importantes. Mas o que importa pro Pop Fantasma é que você ouça tudo com atenção, aumente sua playlist e se anime a fazer seus próprios radares musicais! Bora lá? (Foto The Sophs: Eric Daniels/Divulgação).

Texto: Ricardo Schott

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THE SOPHS, “SWEAT”. Chefões da Rough Trade, Geoff Travis e Jeannette Lee não economizam elogios na hora de falar dessa banda numerosa – seis integrantes! – de Los Angeles. “Eles surgiram do nada, como um raio em céu azul”, dizem, mostrando o espanto pela descoberta. A banda estreia com esse single, Sweat – um pós-punk solar e dançante, circulado por um riff bacana de guitarra e por um violão em clima brasileiro, encerrando com peso.

Sweat tem clima “pra cima” na melodia, mas Ethan Ramon, o vocalista, revela a tristeza por trás da letra da canção. “Para mim, a música soa como uma tentativa de compensação exagerada diante do luto — uma tentativa que falha miseravelmente e termina com você sendo engolido por completo”, diz.

WHITE LIES, “NOTHING ON ME”. Tecnorock ágil e levado adiante por um riff circular de teclado que leva a/o ouvinte para outras dimensões, o novo single do White Lies é definido pelo trio como uma faixa que “te convida a entrar na nossa mente colaborativa e presente. É de certa forma impulsiva, descontrolada, cheia de ideias conflitantes. Há um total desprezo por influências externas, pressões ou expectativas. Estamos dirigindo sem freios nem cintos de segurança”, dizem. E é tudo verdade: Nothing on me é daquelas músicas que atropelam musicalmente quem ouve, com referências de rock progressivo e krautrock misturadas com uma batida ágil.

ELIAS PELLICER, “TAKE OFF YOUR SHOES”. Esse compositor e baterista norueguês se dedica há 40 anos a escrever “o tipo de música que ninguém compõe”. Seu primeiro EP, que está vindo aí, é puxado por este single, que mistura new wave, rock britânico, pós-punk casca grossa e emanações que vão do jazz rock ao glam rock – aliás, ele cita como influências bandas muito queridas aqui do Pop Fantasma, como XTC, Echo & the Bunnymen e Joy Division. Detalhe: Elias cuidou de toda a gravação, feita com músicos de estúdio, sozinho. “Para ser justo, tive ajuda com a bateria, já que sou eu quem toca”, esclarece.

MONOTRONIC, “EVERYTHING MOVES”. Direto de Los Angeles, o Monotronic soa como se o pós-punk e o synthpop dos anos 1980 tivessem nascido nos EUA. Com ecos de The Killers, o single Everything moves antecipa o novo álbum do grupo e mostra a sonoridade pulsante e dançante que eles adotam na nova fase. Apesar do foco bem marcado, a banda se define pela variedade. “Estamos abraçando o mundo musical moderno com um saudável descaso por som, estilo, selo ou rótulo predefinidos”, contam.

MARY IN THE JUNKYARD, “DRAINS”. Depois do elogiado EP This old house (2024), o trio londrino retorna com sua primeira faixa de 2025 – um épico indie com emanações de Pixies, Sleater-Kinney e Velvet Underground. No clipe de Drains, Clari Freeman-Taylor (voz, guitarra), Saya Barbaglia (baixo) e David Addison (bateria) aparecem de perucas, com roupas num visual sixties-futurista, e participam de um programa de auditório bem esquisito, apresentado por um sujeito mais estranho ainda. E no final… Enfim, não vamos contar.

Sobre o título da música (“ralos”, em português)… Bom, esse é justamente o tema dela. “Estou curiosa sobre as entranhas da cidade, não vemos o que está abaixo, mas há muitos canos e cavernas. E um amigo uma vez disse ‘se você se enterrar, eu vou te desenterrar de novo’ e eu queria imortalizar isso porque me fez sentir muito bem”, disse Clari.

GIRL IN RED, “HEMINGWAY”. A Girl In Red segue virando do avesso as dores da geração Z no novo single Hemingway, balada intensa e frágil produzida por Matias Tellez. A norueguesa Marie Ulven (a mulher por trás do projeto) canta sobre vício, depressão e dificuldade de pedir ajuda, numa faixa que parece confissão e grito ao mesmo tempo.

O clipe, dirigido por Isak Jenssen, mostra a artista vagando por ruas escuras, encarando o mundo de longe após um término. Em post nas redes, ela contou que a música nasceu de um período difícil em que lutava contra questões de saúde mental. É mais uma canção tranquila, dolorida e bonita de Marie, que é uma espécie de porta-voz das ansiedades modernas.

 

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