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Radar: St. Vincent e Mon Laferte, a nova do Saint Etienne, Paul Banks canta Iggy Pop – e mais

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O Saint Etienne vai, segundo eles, lançar seu último álbum – e soltou um de seus singles mais bonitos, presente nesse Radar de hoje. Além dessa banda que leva o pop a sério, caminhos novos surgem na parceria de St. Vincent com Mon Laferte, no single de Paul Banks (Interpol) cantando Iggy Pop, na descoberta do metal experimental português (cantado no idioma!) e… corre pra baixo pra ouvir tudo e aumentar sua playlist. (Fotos St. Vincent e Mon Laferte: Divulgação).

Texto: Ricardo Schott

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ST. VINCENT feat MON LAFERTE, “TIEMPOS VIOLENTOS”. St. Vincent chamou Mon Laferte, locomotiva da música alternativa latina, para revisitar Violent times, faixa do excelente disco All born screaming – resenhado pela gente aqui. A nova versão, Tiempos violentos, é um belo dueto bilíngue, com versos em espanhol e inglês.

A releitura começou a nascer quando Mon ouviu a versão em espanhol da música (lançada em Todos nacen gritando, edição latina do álbum) e quis entrar no jogo. O resultado é uma troca densa entre duas vozes fortes: enquanto Mon assume o verso principal com seu vocal doce e estiloso, St. Vincent responde com ecos graves em inglês. Não é remix, é reinvenção — menos pista, mais tensão.

SAINT ETIENNE, “GLAD”. Duas notícias, uma boa e uma ruim. A boa: o Saint Etienne anunciou seu próximo álbum, International, previsto para 5 de setembro – mas a notícia triste é que vai ser o último álbum do grupo. Após mais de 30 anos de estrada, o trio britânico se despede em grande estilo com o single Glad, um pop chique, sonhador, dançante e cheio de charme retrô dos anos 1970. Vale citar que a banda declarou que não está se separando oficialmente – mas que será sim o encerramento da discografia deles.

A faixa, produzida e coescrita por Tom Rowlands (Chemical Brothers) – e contando também com a participação especial do guitarrista do Doves, Jimi Goodwin – mistura sofisticação e melancolia com uma vibe envolvente. O clipe, com vários dançarinos se divertindo cada um a seu modo ao som da música, é uma celebração livre e colorida da conexão com a música. Um fim discográfico elegante para uma das bandas mais queridas do indie-pop britânico dos anos 1990.

PAUL BANKS, “GIMME DANGER”/”SISTER MIDNIGHT”. Um filme novo, uma trilha sonora inédita e uma conexão que dá muito certo. Solo, o vocalista do Interpol – sim, aquela banda chegada num romantismo urbano e num clima análogo ao de grupos como Joy Division – grava duas canções de Iggy Pop. Aliás, duas faixas pesadas de significado e densidade. De um lado, Gimme danger, clássico dos Stooges, ex-banda de Iggy, com cheiro de Detroit em combustão. Do outro, Sister midnight, parceria com David Bowie presente no disco fundamental The idiot, de 1977.

As versões estão no filme Sister midnight, estreia de Karan Kandhari na direção, e Banks não apenas canta: também assina a trilha original do longa. Se Iggy sussurrava perigo, Banks transforma esse sussurro num lamento quase fantasmagórico – aliás, Karan conta que o filme é uma viagem pelo inconsciente, e que a obra de Iggy foi seu farol criativo nesse mergulho. O longa já estreou na Europa e deve alcançar o restante do mundo ainda este ano.

NIGHT TAPES, “BABYGIRL (LIKE NO1 ELSE)”. O dream pop etéreo desse trio londrino é calcado em arranjos sonhadores, melodias quase sempre relaxantes e nos vocais celestiais de Iiris Vesik – sem falar nas letras que confundem realidades. No caso de Babygirl, confundiram um pouco ate mesmo Iiris, que afirmou que a faixa é um mistério para ela.

“Há muitas interpretações possíveis. Tenho a sensação de que ela fala sobre uma energia específica e sobre o desejo de possuir/controlar que pode vir com ela. Na medida certa, no lugar e momento certos, essa energia é muito sexy — mas quando está em desequilíbrio, é absolutamente diabólica”, diz. O clipe é tão sonhador quanto a música.

VERBIAN, “MARCHA DO VULTO”. Esse trio português faz uma mescla de stoner rock, doom metal e rock espacial, com uma ligeira tendência a lembrar o som do King Crimson – afinal, há até metais em Marcha do vulto, canção de quase sete minutos. Esse som pesado é cantado em português mesmo, e sai por uma gravadora da Califórnia, a Lost Future Records – que lançou em março o terceiro álbum da banda, Casarder.

THE WANTS, “DATA TUMOR”. Dia 13 de junho sai o segundo disco do The Wants, Bastard. Esse grupo novaiorquino de pós-punk e rock experimental, ao que parece, volta bastante radical no próximo álbum – pelo menos é o que dá para notar pelos três singles já liberados, Void meets concrete, 87 gas e Data tumor. Essa última, com aspecto dançante e sombrio, fala sobre a dualidade entre as suas escolhas e o mundo que faz de tudo para transformar você em um produto – tema mais atual, impossível.

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